Crônicas de um assassino brasileiro escrita por Makahin


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um garoto qualquer




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Vamos brincar Gabriel! Ganhei uma bola nova! Carlos gritava na frente da minha casa.

Já desço aí!Corri escada a baixo, minha mãe perguntou aonde eu iria tão depressa, disse que ia jogar bola com o Carlos.

Volte antes do almoço! Cuide com a rua! Essas crianças... ¬Mamãe disse enquanto eu corria corredor afora...

Já estava na porta de nossa sala, entre os sofás, quando o meu pai me perguntou:

Aonde vai? Não está na hora de ter mais responsabilidade?

Pai eu tenho apenas 11 anos!

Cláudio deixe ele! Um dia ele vai ser que nem você...

Meu pai apenas olhou por cima de seus óculos, balançou a cabeça e voltou a ler seu estranho jornal, em sua poltrona. Carlos já me esperava no portão da casa.
 

Cara, o que significa aquilo? Sei que sua casa é antiga, mas não vi nada parecido nos livros de história...

Foi sinceramente a primeira vez que vi. A casa tinha dois andares e uma fachada antiga, vermelha e com pilares esculpidos em branco, e no alto do V do telhado um símbolo esculpido, como se fosse um A, sem o traço no meio, e com as pontas curvas. Fiquei pasmo sobre o que era aquilo. Pensei que era algo insignificante, e fui com Carlos para o campinho.

Ao chegar em casa, a primeira coisa que fiz foi olhar para o intrigante símbolo. Neste momento percebi que ele tinha detalhes dourados e vermelhos em seu contorno, o que o deixava mais misterioso ainda.

Quando entrei na sala de nossa casa, parei e fiquei observando a estante. Muitos livros, lambadas multicoloridas, e alguns espaços vagos. Os sofás de couro marrom, e a lareira apagada, ambos aparentando sinal de pouco uso. A poltrona do papai, de cor vermelha, e vi na alavanca da reclinação um pequeno brilho dourado. Quando vi mais de perto me assustei, e vi que era o mesmo símbolo. Mas que coisa estranha! Nunca tinha visto isso antes, e quando vejo, está presente na minha casa inteira.

Filho vem comer!  O chamado de minha mãe me tirou do transe.

Caminhei pela porta perto da estante, indo no corredor e olhando atentamente pelas portas no corredor: a porta do quarto dos meus pais, a do estúdio do papai, nem na escadaria de madeira, no fim do corredor branco, tinha algum vestígio do símbolo. Entrei na porta a direita, e sentei-me no meu lugar na mesa. Meu olhar vagava entre as pinturas que ali estavam, procurando algo sombrio ou enigmático.

Ao percorrer toda a parede beje olhando os quadros, vi os cabelos cinzas de meu pai e vi que ele me fitava com seus olhos castanhos, com a feição de quem pensa longe; seu rosto quadrado, estava sério como sempre, com uma mão no garfo prateado, e a esquerda apoiando a cabeça pela bochecha, vi em seu dedo do meio um anel dourado, com algum tipo de gravação, era demasiado grande para ser a aliança.

O que acham garotos? Fiz macarronada hoje!  Disse mamãe alegremente, seus cabelos loiros compridos estavam para trás como sempre, seu rosto redondo com um sorriso muito bonito, e seus olhos azuis estavam voltados para mim. Meus pensamentos meio que se dissiparam, pois era a minha comida preferida.

Como foi o futebol hoje filho? Por que está triste? Vocês perderam de novo?
Nada não mãe... Só estou um pouco pensativo, só isso... Não houve nada de mais... Disse, forçando um sorrisinho.

Após nosso pequeno diálogo, começamos a comer. O ruído que se ouvia eram os talheres indo de encontro com a louça, para pegar o delicioso macarrão de mamãe. Meu pai, como sempre, rompeu o silêncio dizendo:

Filho me desculpe por ser tão rude com você antes. Quero te propor um passeio hoje, já é sábado, e precisamos conversar. Tudo bem?

Tudo pai.Respondi, pensando se seria teria mais alguma coisa que eu não soubesse na nossa casa, ou na nossa família.


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Notas finais do capítulo

Nessa História que estou fazendo, há alguns easter eggs que revelam um pouco sobre mim e sobre minha amada e.e cabe a você leitor achá-los. Boa caçada.