Elecktra olhou para o seu mundo. Tinha apenas cinco anos. Sua mãe veio e apontou para uma árvore.

- Está vendo, Elecktra? Tudo aqui é protegido por eles. – contou a mãe, mexendo no cabelo da loira. Elecktra assentiu.

- Quem são eles? – Elecktra perguntou.

Sua mãe sorriu.

- Você não sabe a história dos terráqueos, Elecktra? Seu pai nunca te contou essa história? – sua mãe perguntou.

A loira negou com a cabeça.

- Bem, então sente aqui. – A mãe da garota a pegou no colo. Os olhos azuis de Elecktra brilhavam. – Há mundo tempo, em um lugar chamado Terra, a magia existia. Todos tinham magia. Os planetas estavam desunidos. Tentaram nos atacar, mas os terráqueos nos protegeram com suas magias.

Os olhos azuis de Elecktra brilhavam enquanto a mãe prosseguia.

- E sabe o que aconteceu depois? – Sua mãe esperou que Elecktra negasse com a cabeça. – Eles perderam sua magia. Foram ficando mais e mais desunidos.

Elecktra olhou para os campos verdes, a sua imensidão a deixava encantada.

- Eles não têm magia? Não são como nós? – Elecktra ficou vendo as árvores dançarem.

- Não, por enquanto. – A mãe de Elecktra a soltou para que corresse no campo. – Mas, algum dia, um de nós irá para a Terra ensiná-los como possuir magia.

- Posso ir, mamãe? – Elecktra começou a pular. A mãe assentiu.

Natsu acordou, exasperado. Olhou para os lados, procurando não sabia bem o que. Seu braço estava solto. Levantou-se e correu ver que horas eram. Estava desesperado. E se chegasse atrasado ao trabalho?

Viu o pequeno relógio em cima da mesa. 08:26. Estava atrasado.

- Droga! – reclamou, correndo para tomar banho. Entrou no banheiro e encontrou a loira dormindo no chão, completamente vestida. Droga... havia esquecido aquela garota. Por que não desaparecera? Estava ficando louco?

- Ei. – chamou. – Ei!

A garota nem se mexera. Estava morta? Deu de ombros. Pegou a e a colocou fora do banheiro. Entrou no Box e começou a tomar banhou. Deixou que a água caísse em seus ombros. Estava cansado de sua noite louca.

Mexeu um pouco a cabeça. Sentia que olhos o fitavam. Certo... Isso era estranho.

Virou e viu a loira, o observando. Ela tinha grandes olhos azuis e o fitava, intensamente.

- Ah!! – gritou Natsu. – Como entrou aqui?

A garota começou a falar em uma língua que ele não entendia. Natsu poderia disputar para ver quem era mais louco, ele ou ela.

- Dê licença, sua pervertida. – ordenou, se cobrindo com a toalha. Não se importava com o fato de estar sendo grosso. Ela interrompera seu banho! Ninguém interrompia seu banho!

A loira ergueu os punhos.

Natsu se lembrou de Happy. Ah... se aquele garoto visse Natsu com uma garota no banheiro... isso não ia prestar.

- Vamos! – a garota baixou os punhos e sorriu. Que raios de diálogo era aquele?

Natsu bufou, saindo do banheiro. Foi até o quarto e pegou algumas roupas. Vestiu-as e percebeu que a loira o observava.

Ela gritou com ele em uma língua que não entendia.

Natsu se enfureceu. O que ela estava querendo?

- Ei! Não fale assim comigo! Qual é o seu problema? – ele falou. A garota não ficava quieta. Ela cruzou os braços.

- Fale normalmente – Natsu gritou. A garota descruzou os braços e apontou o dedo para Natsu, estava muito irritada. Natsu ficou bravo. – Ah!

A garota cruzou os braços de novo, bufou e ficou de costas para Natsu. Natsu se sentiu ofendido. Ninguém dava as costas pra ele. Ainda mais uma estranha maluca e pervertida como ela, que gritava em uma língua da qual nunca ouvira falar.

Ele colocou a mão no ombro dela e ia desvirá-la, quando acabou tropeçando nela e os dois pararam no chão.

Um garoto de cabelos azuis coçava os olhos.

- Natsu, o que está fazendo no domingo e O QUE UMA GAROTA ESTÁ FAZENDO AQUI? – Happy os encarou com olhos malignos.

- Ah não Happy! – gritou Natsu, mas não pôde impedir o pequeno.

- Acho que você goxxxta dela. – Happy estirou a língua.

A loira se levantou e correu para Happy, o abraçando. Natsu observou assustado. A garota gritava coisas e sorria, com Happy apertado em seus braços.

- Ne, Natsu, ela... es... tá... me... su... fo... can... do!! – gritou Happy. Natsu o tirou dos braços da loira. – Quem é ela Natsu? Ela me dá medo!

Os olhos de Happy estavam marejados.

- Que fofo!!! – gritou a garota, apertando Happy de novo.

Natsu ficou sem entender.

- O quê?! Você sabe falar nossa língua! – Natsu gritou, apontando a menina.

- Só sei porque ele falou. – Ela libertou Happy, que estava sem ar.

- Então você entende os idiomas se as crianças conversam com você. – Natsu tentava entender tudo aquilo.

A loira assentiu.

- Que tipo de monstro é você? – Natsu berrou.

A garota se levantou.

- Eu não sou monstro! Veja lá como fala! – gritou de volta.

- Ei, ei não briguem! Vocês se goxtamm. – Happy falou.

Os dois o encararam.

- Calado. – falaram em uníssono.

- Já que sabe falar nossa língua, quem é você? – perguntou Natsu.

A loira ficou calada por um momento.

- Eu... Eu não sei. – contou.

- Como assim não sabe? – Natsu e Happy gritaram.

- Eu só lembro que eu caí. – a loira mexeu no cabelo. – Não me lembro de mais nada.

- Natsu, ela pode ser meu bichinho de estimação? – Happy cochichou no ouvido de Natsu.

- Ei! – gritou a garota. – Eu ouvi isso ai!

- Vai dar muito trabalho. – Natsu cochichou de volta.

- Por favor!! – Happy pediu, os olhos marejados. Natsu suspirou.

- Pode ser. – concordou.

- Por que fingiram que eu não estava aqui? Bicho de estimação é o nariz de vocês! – gritou a garota.

- Ela é agressiva. – cochichou Happy.

Natsu mexeu na nuca.

- Ehh... você quer morar com a gente? Por enquanto? – perguntou.

A loira balançou a cabeça.

- Pode ser... – Ela desviou os olhos.

- O que acha de ser chamada de Luigi? – questionou Natsu.

- O quê?! Mas isso não é nome de garoto? – a loira gritou.

- Dá na mesma. – Natsu deu de ombros.

- Eu prefiro Lucy. – Happy pulou.

Sim... Lucy.

Lucy concordou. Olhou para fora, pela janela. Se lembrava de quem era, mas qual era sua missão?