Na grande cidade de Magnólia, tudo funcionava à perfeita ordem.  As pessoas eram todas gentis e honestas, e Magnólia aparentava ser a cidade perfeita.

Até que, um dia, ela caiu.

Natsu Dragneel chegara da universidade, exausto. Pegara dois trens até chegar a sua casa, onde morava com Happy, seu irmão, bem afastados de Magnólia ou de qualquer sinal de vida.

Natsu suspirou. Estava cansado da sua rotina trabalho/estudo que tinha todos os dias, praticamente. Tentou abrir a porta, mas esquecera onde colocara as chaves. Procurou-as com raiva, porém não as encontrou.

Bateu na porta da minúscula casa três vezes, a batida não-tão-secreta de Happy e Natsu. Natsu começou a bater a cabeça na porta. Happy deveria estar dormindo.

Quando sua cabeça começara a latejar, ele desistiu e se sentou no chão. Ficou olhando o céu. As estrelas brilhavam intensamente.

Avistou uma estrela cadente e desejou, de olhos fechados, que sua vida mudasse.

Abriu os olhos e viu a estrela caindo a toda em sua direção.

Natsu levantou, assustado, e bateu a cara na porta, causando um estrondo.

- Natsu? – perguntou seu irmão, com a voz grogue.

- Happy, eu já volto. – gritou Natsu.

A estrela realmente estava caindo em seu quintal. Natsu correu até o final do mesmo, que na verdade não parecia um quintal, se assemelhava mais a um terreno baldio.

Vinha cada vez mais rápido. Entrara em chamas.

Natsu gritou, em pânico. Começou a correr em círculos no quintal.

A estrela caiu no quintal, deixando tudo a sua volta repleto de fumaça. Natsu tossiu algumas vezes e abanou o ar, tentando entender o que havia acontecido.

Quando a fumaça se dissipou, Natsu avistou algo metálico. Tossiu mais algumas vezes. Que loucura era aquela?

O “algo metálico” parecia um míssel, na verdade, era semelhante a uma nave. Natsu respirou profundamente. Precisava se acalmar.

A nave fez um barulho e Natsu recuou, tinha certeza de que aquilo iria explodir a qualquer momento.

A nave se abriu e de lá saíra uma garota. Natsu esfregou os olhos. Ele tinha morrido?

A garota deu um passo à frente e caiu, com a cara no chão.

Natsu começou a rir. Ele riu até perceber que a garota não se movia. Correu até ela.

Segurou-a pelos braços e a colocou sentada. Natsu ofegava. A garota era meio pesadinha.

Natsu chocalhou a garota. Ela não acordava. Natsu bufou. Também queria estar dormindo.

Com muita força, a ergueu e a levou até a entrada da casa. Acabou se sentando ao lado da garota.

Não tinha tempo para pensar, o sono pesava e Natsu precisava agir. Bateu na porta e um Happy muito sonolento a abriu.

- Natsu, o que aconteceu? – perguntou.

Natsu deu de ombros.

- Nada de mais. – respondeu.

Happy deu meia-volta na pequena sala e voltou para seu quarto.

Pessoas normais não levariam estranhos para dentro de casa. Pessoas normais ligariam para a polícia se uma nave caísse no quintal delas. Mas Natsu não se enquadra na categoria “normal”.

Natsu voltou para fora, pegou a garota e a colocou no sofá. Finalmente pudera olhar para ela. A garota era loira, mais ou menos da altura de Natsu, e com um corpo bem definido. Mas o que era estranho a Natsu eram as vestes da menina. Um vestido branco e comprido, de um desses tecidos que nunca ninguém lembra o nome. Ela estava descalça. Seu cabelo tinha uma pequena faixa do mesmo tecido.

Deu de ombros. Quando a garota acordasse, ela iria embora e toda aquela loucura desapareceria.

Lembrou de Happy e achou melhor colocá-la no quarto e ir dormir na sala. Assim, não seria chamado de louco por seu irmão mais novo.

Ergueu a garota novamente e a colocou na cama do quarto. Ela começou a se mexer.

- Sa... salvar... casa. – murmurou.

Natsu ignorou.

A garota segurou seu braço. Natsu tentou se soltar, mas a força da garota era assustadora. Suspirou e sentou no chão, ao lado da cama, onde adormeceu, com seu braço sendo segurado pela garota.