"O ciúme é mistura explosiva de amor, ódio, avareza e orgulho." - Alfonso Karr

P.O.V. Lia

– Lia, acorda! - Ju disse.

– Hoje é domingo. - Eu disse sonolenta.

– Sério? - Ela perguntou com uma cara de avá.

– Você entendeu Juliana. - Eu disse irritada. - Me deixa dormir por favor, eu cheguei hoje de manhã. -Eu disse e me arrependi.

– Falando nisso, onde é que você estava? - Ela perguntou super animada.

– Na praia. - Eu disse rezando pra ela não perguntar com quem eu estava.

– Com quem? - Ela perguntou

– Vitor - Eu disse em um sussurro quase inaudível mas infelizmente a doida da minha amiga escutou.

– E o quê a senhorita estava fazendo com o Vitor a noite toda? - Ela perguntou com um sorriso malicioso. - Conta até os mínimos detalhes.

– Nada do que você está pensando. - Eu disse revirando os olhos.

– Me conta? - Ela perguntou fazendo cara de cachorrinho sem dono.

– Não aconteceu nada Ju. - Eu disse e ela assentiu. - Quer dizer. Ontem a Raquel veio me visitar.

– A Raquel? - Ela perguntou pasma.

– É! A minha "mãe". - Fiz aspas no ar.

– E o que ela disse?

– Que queria conserta as coisas.

– E você? O que você fez? - Ela perguntou preocupada.

– Eu disse que odiava ela e sai daqui chorando.

– Como você tá? - Ela perguntou me abraçando.

– Estou bem, fica tranquila. - Eu disse tentando ser convincente. - Continuando a história, eu sai daqui chorando e fiquei lá no parque foi quando o Vitor me encontrou e me propôs uma trégua.

– Trégua? Eu conheço bem essa trégua! - Ela disse com um sorriso malicioso.

– Não aconteceu nada de mais Juliana. - Eu disse com um olhar mortal. - Você sabe que eu estou dando tempo, acabei de sair de um relacionamento difícil.

– Não existe nada melhor que um novo amor para esquecer outro. - Ela insistiu. - E eu sou a prova disso.

– Amor? Qual é Ju? Você sabe muito bem que para o Vitor eu sou só um desafio.

– Ou não. Nós não sabemos o que se passa na cabeça dele Lia. - Ela suspirou. - Já pensou que neste exato momento ele pode estar pensando em você? As pessoas mudam Lia!

– Você quer me dizer que um cara que eu conheço a uma semana pode ser meu novo amor? A cura para mim esquecer o Dinho? - Eu perguntei e ela assentiu. - Eu não vou cair nesse papo de novo! Você sabe que o Vitor é um galinha porque só no colégio eu o vi agarrado com três.

– Isso é ciúme?

– Não, não é! - Eu disse me levantando. - É só uma prova que ele é com o Dinho.

– É como você disse, nós só o conhecemos a uma semana então você não pode afirma isso.

– Não vou discutir com você por causa do motoqueiro encantado. - Eu disse pegando uma roupa para ir tomar banho.

– Ok. Já soube da festa da Kika? - Ela perguntou com empolgação.

– Que festa?

– Os pais dela estão visitando a avó, então ela vai fazer um festão. Você vai né?

– Não sei.

– Vamos! Vai ser legal. - Ela disse se jogando em cima de mim.

– Ok, ok! Eu vou. - Me dei por vencida. - Pra ficar de vela né? - Perguntei e começamos a rir.

– Eu vou indo amiga. - Ela me deu um abraço. - Vou encontrar o Gil. - Ela suspirou.

– Hum... - Eu disse com um sorriso malicioso e ela começou a rir.

– Eu passo aqui as 19:00 pra gente fazer um look tá?

– Só por avisar, eu escolho a minha roupa ok? - Perguntei e ela fez cara de cachorrinho sem dono. - Não adianta Juliana eu não vou cair nisso.

– Você é uma chata. - Ela jogou um travesseiro em mim e saiu do quarto correndo.

– Que você ama! - Eu gritei.

P.O.V. Vitor

Não consigo parar de pensar na minha noite com a rockeira. Apesar de que não aconteceu nada de mais - infelizmente - essa noite me deu um sorriso bobo - droga Vitor! Para de pensar bobagem - que eu to usando agora. Foi muito bom me abrir com ela e escutar ela falando - pela primeira vez não estava me mandando para o inferno - e confiando em mim como eu confiei nela. Mas infelizmente essa noite acabou assim como a trégua.

– Fala Vitor! - Orelha levantou a mão.

– Hey, Orelha! - Bati na mão dele.

– Diz ai como foi a noite com a Kika? - Ele sorriu malicioso.

– Nem aconteceu, eu dispensei ela.

– Porque?

– Ela é muito fácil. - Ele riu. - E também porque eu vi a Lia chorando.

– Você dispensou a Kika por causa da Lia? - Ele praticamente gritou.

– Da pra falar baixo? - Ele assentiu. - Eu passei a noite toda conversando com a Lia. - Eu disse sorrindo.

– Cara você dispensou uma noite de prazer só pra conversar com a Lia?

– Eu assenti. - Nem um beijinho?

– Nem rolou. Mas aposto que foi melhor que a noite com a Kika.

– Que gay. - Ele riu da minha cara. - Você não tá levando isso a sério de mais?

– Claro que não! - Me gabei. - Vitor Machado não se apaixona.

– Então prove. - É impressão minha ou ele me desafiou?

– Como? - Eu disse em um tom de desafio.

– Hoje vai ter uma festa na casa da Kika. - Ele sorriu malicioso.

– E daí?

– As vezes você é muito lerdo. - Ele revirou os olhos. - Você vai ter que sair antes da festa, indo para o quarto da Kika.

– E se a Lia for? - Perguntei com receio.

– Vitor Machado não se apaixona esqueceu? - Eu neguei. - Então porque tá se importando com ela?

– Por nada. Então meu caro Orelha antes da festa você vai me ver dando uns pega na Kika e vai acabar no quarto dela. - Eu sorri malicioso.

E agora o que eu faço? O meu papel de MPQ (Maior Pegador do Quadrante) ou tento conquistar a Lia? Urhg! - Vitor lembra que você é um bad boy pode pegar qualquer uma pra quê se prender? - Essa maldita voz tem razão eu tenho que provar que sou o MPQ.