Hit Me Like A Man And Love me Like a Woman escrita por Effy, Lana Alice Stile


Capítulo 26
Capítulo 25 - Nonna


Notas iniciais do capítulo

Olá Terráqueos!
Poucos comentários né, gente. Ter 4 comentários no último capítulo com exatos 51 leitores é desmotivador. Não me deixem na mão, comentem!
Boa leitura



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POV Andrew

Mona dirigiu em silêncio, quase mortal, não tinha carranca em sua face, mas era evidente que ela não estava feliz ou animada. Nem ia tentar puxar conversa, nós dois estávamos preocupados demais com a minha vó para isso. Não demorou muito para chegarmos na cidade, Mona dirige incrivelmente rápido. Ela estacionou perto da entrada, tirou a chave da ignição e me olhou.

– Não importa o que acontecer –ela disse em voz baixa e apertou minha mão –, eu vou estar aqui.

Apenas assenti com a cabeça e destravei a porta para saímos do carro. Caminhamos em silêncio, o frio apertava. Mona estava apenas com um short, uma blusa preta e um salto. Abri a porta e dei passagem pra ela, ela foi na frente e parou na frente do balcão, olhando para um homem baixo, com os cabelos castanhos, que olhava alguma coisa no computador, e parecia meio entendiado.

– Estamos aqui pra Edith Sack, a idosa que veio na ambulância. Andrew é neto dela – ela disse calmamente, apontando rapidamente para mim.

– Podem sentar ali – ele apontou pra uma série de cadeiras azuladas. Sua voz era sempre muito baixa, como se estivesse apenas falando algo decorado. – É... A senhora Edith está em cirurgia, assim que acabar o procedimento o médio virá atender vocês – ele falou vagamente, pausando para olhar para nós, e depois, voltou a sua atenção para o computador novamente.

Mona agradeceu sorrindo levemente, segurou minha mão e sentamos no banquinho. Eu ainda estava em estado letárgico e sem reação.

– Tenho certeza de que tudo... vai dar certo. – Mona parou alguns minutos, franzindo um pouco o rosto, mas depois, soltou a sua frase, com esperança em sua voz. Eu sabia que aquela frase era mais para ela do que para mim. Olhei para ela.

– Como você pode ser tão certa disso? – eu disse, tentando não ser chato.

–Porque eu aprendi a fazer limonada quando a vida me deu limões – ela disse lentamente, abrindo a bolsa e pegou um espelhinho de maquiagem, checando os hematomas do rosto, toscando-os levemente.

– Acho que deveríamos pedir pra alguém dar uma olhada nos seus machucados – falei, baixo e seriamente. Mona me olhou, hesitante, balançando a cabeça.

– Precisa não – ela disse quase simpática demais. – Tô bem – ela afirmou, não acreditei muito naquilo, ela parecia que tinha sido espancada, o que de fato era verdade, mas ao olhar das pessoas, parecia que tinha a machucado.

–Certeza? – insisti.

– Sim, Andrew – ela disse firmemente. – Não é a primeira vez que eu apanho.

Não pensei em nada inteligente pra comentar, calei a boca e esperamos em silêncio.

A espera me corroía, só de não poder ver minha avó, de não saber se tudo estava bem me dava aflição. Mona levantou pra ir ver porque que estava demorando muito. Ela foi até o balcão e depois de alguns minutos voltou com uma cara não muito boa.

– O que foi? – perguntei apreensivo.

– Parece que houve algumas complicações, vai demorar mais um pouco – ela disse se sentando novamente ao meu lado.

Meu celular tocou freneticamente no meu bolso, me levantei pra atender, um pouco irritado e franzindo o cenho.

– Alô? – perguntei ainda voando.

–Andrew? – A voz de Collins estava seca e firme.

– Fala, Collins.

– Descobri uma coisa não muito boa – ele comentou. Ok, aí tem.

– Desembucha – falei quase sem paciência. – E espero ser importante, estou no hospital vendo minha avó.

–É exatamente sobre isso – ele disse vago, hesitando um pouco, como se estivesse se preparando para contar algo.

– Você vai falar ou eu vou precisar te torturar?! – minha paciência acabou, e segurei firmemente o meu celular. Recebi um olhar curioso e apreensivo de Ramona e um grunhido baixo de Collins, ignorei.

– Acho que não foi bem um acidente, com a D. Edith – ele disse meio rápido.

–Como assim, criatura?

–Peter viu uns capangas de James perto de onde Dona Edith sofreu o acidente, e tô desconfiando que James sabotou o carro da sua vó – ele disse se controlando.

Ok, James, isso já foi longe demais. Já ia preparando uma série de palavrões e maldições quando vi dois médicos caminhando em direção à Mona.

– Te ligo depois, Collins, mas investigue isso mais a fundo – eu disse secamente e desliguei.

Corri pra onde Mona estava e fiquei de pé ao seu lado.

–Você que é o neto da Dona Edith? – um médico calvo me perguntou. Fiz que sim com a cabeça.

O medico fez uma cara meio ruim, senti uma pontada no estômago. Algo está errado. Mona apertou minha mão e com a outra envolveu minhas costas.

– Sinto muito, meu jovem – o médico disse com sua voz aveludada. – Tentamos tudo ao nosso alcance, mas ela teve uma série de ferimentos decorrentes do acidente. Tivemos de extrair alguns órgãos e o coração não resistiu. Sinto muito pela sua perda – ele disse. – Vou deixar vocês à sós – dito isso, se retirou.

Senti a gravidade fazendo efeito, meu corpo parecia mais pesado, e senti que estava caindo, mas eu não estava. A sensação é difícil de se descrever, mas é parecido com ter as entranhas sendo brutalmente retiradas de seu corpo. É um vazio, uma dor, uma ardência que você sabe que não tem cura. Mona me abraçou forte, senti seu coração batendo forte. Eu a apertei contra mim, o mais forte o possível.

Ela chorava, senti suas lágrimas molharem minha camisa, não me importei. Eu não chorava, não conseguia mais chorar.

–Sinto muito, muito mesmo – ela disse em minha nuca, meio abafado.

– Eu sei – disse baixo.

Ela ficou de frente pra mim, sequei suas lágrimas.

– Você vai ficar bem – ela disse positivamente.

– Não tenho muita certeza disso – falei baixo. – Vem, vamos pra casa – disse desmotivado.

Andamos para fora do prédio, e indo pro estacionamento ela segura minha mão.

– As coisas vão dar certo – ela comentou novamente. Aquilo tinha me feito me mexer desconfortavelmente.

– Por que você é tão positiva? – disse quase indiferente. – Eu não quero ficar '' bem'', tá legal? Não preciso de ninguém para ficar falando isso para mim, saco.

– Eu me importo contigo, inferno – ela respondeu. – Como acha que fico, quando você guarda novamente, os seus sentimentos dentro de você mesmo, como se fosse de ferro. E droga, Andy! Eu tô tentando, tá legal?!

– Por quê? – fiz uma pergunta vagamente, Mona me olhou, confusa. –Tem horas que não dá pra entender. Como?! – soei confuso, me referindo as suas primeiras palavras.

– Andrew, tá vendo isso? – ela apontou pros hematomas no rosto, braços e pernas. – Eu não me importo com isso! Não ligo se eu apanhei, se quebrei costelas ou ossos! Não tenho problema com esse tipo de coisa, porque eu sei que o tempo cura! Mas isso – ela apontou pra mim e ela –, isso me assusta! Disso eu tenho medo! E preciso aprender a ser positiva, mas não sei como, porque coisas boas não acontecem comigo. De todas as coisas que já me aconteceram, te conhecer foi a melhor, e eu preciso saber como lidar com isso! Tenho medo de estragar as poucas coisas boas que me acontecem. – ela dizia, quase em prantos, baixando os seus olhos. – Então não tente me afastar de você, porque eu sou muito teimosa, não vou sair. Sei que coisas ruins virão, mas caso você não saiba, eu sei lidar com coisas ruins. Cresci numa família machista e sobressaí na máfia, nenhuma garotinha chorona consegue isso. –Não sabia se ela estava brava comigo, difícil de dizer. –Sou mais forte do que eu aparento ser, então apenas me deixe entrar no seu mundo, na sua vida, que eu te ajudo – ela disse meio brava e tirou a chave do bolso do short.

Respirei lentamente.

[…]

Chegamos na mansão e Mona desapareceu dentro da casa. Deveria estar dentro do quarto, ou arrumando alguma confusão com os empregados. Preciso pensar em muitas coisas, mas é como se eu não conseguisse. Caminhei até o quarto, Mona não estava lá.

Sentei na cama e encarei a parede. Lembranças da minha infância invadiram meu cérebro. Lembrei de quando eu tinha oito anos e estava na mansão da vovó Edith, eu corria pela casa e pregava peças nos empregados e minha mãe ficava puta da vida. Eu corria pelo corredor principal, e me escondia quando vovó Edith vinha brigando comigo, mas a briga não durava muito, ela sempre descobria meus esconderijos e depois me levava pra cozinha pra comer cookies.

Não consigo acreditar que a mulher que praticamente me criou, que me ensinou o que é certo e errado, que me deu amor quando minha própria mãe não o fez, não consigo acreditar que essa mulher morreu. Simplesmente não dá.

Mas James me paga. E muito caro. Ele pode até brincar de foder minha máfia, até mesmo comigo, ou minha mãe, não me importo. Mas só existem duas pessoas que ele não pode brincar: Vovó Edith e Mona. E foram justamente essas com essas duas pessoas que ele ta achando que pode brincar e ficar ileso. Mas não mais, antes todos os meus movimentos eram calculados para que ele não machucasse minha máfia e meus entes queridos, mas agora a brincadeira acabou. Vamos jogar esse jogo do meu jeito.

Nem que eu precise arriscar minha máfia para obter sucesso. James não vai mais mexer com Mona, e vai pagar pela morte da Vovó Edith. Eu mesmo, em pessoa, farei questão de vê-lo definhar.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários, até lá!
XX da Effy ♥



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