Seu último amor - Klaroline escrita por Jeniffer


Capítulo 12
Coisas boas


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta para postar os capítulos finais da fic!! (aparentem tristeza, por favor.)

Eu gostaria de dedicar este capítulo à Lis, que comenta minha fic desde o primeiro capítulo e que estava meega ansiosa por este capítulo! Espero que você goste, querida!

Aproveitem a leitura!



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"São as coisas boas que o deixarão louco com a falta delas."

Carry on, por Rainbow Rowell. Citação da página 11, na edição de 2015, da editora St. Martin's Griffin. (tradução livre)

 

Acordei muito lentamente, tentado prolongar este momento de paz e sossego que eu estava vivendo. Eu me sentia um pouco desorientada, como normalmente nos sentimos quando dormimos por muitas horas. Abri os olhos e levei alguns segundos para perceber que estava em meu quarto, na casa do Klaus.

— Bem vinda de volta, Love. – eu me assustei, e sentei-me rapidamente. – Tudo bem, sou eu.

Klaus havia colocado a minha cadeira ao lado da cama, e estava sentado nela, observando-me. Ele colocou sua mão sobre a mim, reconfortando-me.

— Como você está se sentido? – ele perguntou, preocupado.

Testei meus músculos. Flexionei meus dedos, girei meu pescoço. Nenhuma dor. Tudo parecia perfeito.

— Não sinto nenhuma dor, apenas me sinto um pouco desnorteada. Por quanto tempo eu dormi?

— Quase um dia inteiro. – ele respondeu, revelando sua preocupação.

— Nossa. – eu fiquei surpresa. – Quase um dia inteiro?

­— É normal, sweetheart. Você precisava se recuperar. – ele brincava com meus dedos. Era nítido que ele queria dizer alguma coisa.

E então tudo voltou como uma enxurrada. Marcel, aquele galpão, os híbridos... Havia muito a ser dito.

— O que o está agoniando, Klaus? – perguntei.

Ele olhou para mim, como uma criança pega fazendo algo errado.

— Eu fiquei com tanto medo de perder você... – a dor daquelas palavras partiram meu coração.

Eu o puxei para a cama, para que pudesse abraçá-lo. Aquele abraço me surpreendeu, tamanha era a urgência, a dor e o alívio contidos nele. Klaus me abraçava como se nunca mais fosse ter a chance de fazê-lo novamente.

― Quando eu a vi daquele jeito... Tão machucada. – ele estava fazendo um grande esforço para conter a raiva que estava sentindo. – Eu fiquei aqui, esperando que você acordasse, esperando que reagisse. Eu sabia que você precisava se curar, mas cada minuto foi uma agonia.

Eu sabia que era verdade. Talvez, mesmo dormindo eu estivesse ciente da presença de Klaus. Talvez isso tenha garantido meu sono tranquilo. Eu tinha certeza de que ele permanecera ao meu lado durante todas as horas que levei para me recuperar. Klaus cuidara de mim.

— Oh, Caroline... Por que você me deixou? – ele acariciava meus cabelos, meu rosto, como se tentasse memorizar meus traços. Ele não me soltou nem mesmo por um segundo.

— Tudo estava muito estranho quando eu parti. Com a Hayley e tudo o mais. – confessei. ― Mas quando fui até sua casa em Mystic Falls, eu achei que você não queria que eu voltasse...

— O quê? – ele bufou. – Sim, eu estava bravo com você. Estava bravo comigo. Mas é claro que eu queria que você voltasse, meu amor. Eu nunca deveria ter dito algo tão estúpido e rude para você.

— Eu quis resolver as coisas com você, mas não tive a chance. Marcel... – suspirei.

— Não, não se preocupe com ele, Love. Ele nunca mais vai machucá-la. – Klaus disse. – Mas isso explica como ele conseguiu sequestrá-la. Eu achei que você estivesse em Mystic Falls.

— Eu estava, mas precisava falar com você. E precisava fazer isso pessoalmente. Mas quando cheguei ao aeroporto, Marcel apareceu. Eu pensei que fosse morrer. – antes que eu me desse conta, eu estava chorando. Mas eu não me importei em lutar contra as lágrimas. Eu precisava chorar.

— Não chore, love. Eu lhe disse que o mataria antes que ele tivesse a chance. – ele ergueu meu rosto para que secar minhas lágrimas, e eu vi que ele também estava chorando. – Eu lamento mais do que você pode imaginar por ter deixado que ele a machucasse. Vê-la daquele jeito... Mas Marcel pagou por isso. Você pode ter certeza.

— O que você fez?

— Não importa. O que importa é que ele nunca mais será um problema. – ele me abraçou ainda mais forte.

— Tomara que o Silas não consiga derrubar o véu... Eu não quero vê-lo nunca mais, Klaus. Nunca mais quero me lembrar do que passei naquele lugar. – eu continuava chorando.

— E você não vai. As bruxas garantiram que não existisse “outro lado” para ele. – eu não entendi como isso era possível, mas também não me interessei em saber. Eu poderia saber dos detalhes outra hora. Mas havia uma coisa que eu precisava saber.

— Como você conseguiu me salvar, Klaus? – eu sentei-me para poder olhá-lo nos olhos. Mas mesmo saindo de seus braços, Klaus continuou com seus dedos entrelaçados aos meus.

Klaus ficou um pouco inquieto com a pergunta.

— Eu... tive ajuda. – eu vi o quão incomodado ele ficava ao dizer estas palavras. Klaus não está acostumado a pedir a ajuda de ninguém. – Você quer mesmo saber?

— Quero. Por favor. – eu disse.

— Eu estava ciente de que Marcel tinha um exército e que eu deveria tomar cuidado. Não por mim, mas por você. A única maneira de me machucar seria machucando você. Porém, eu conheço Marcel. Eu o criei. – ele parecia ainda mais incomodado em dizer isso. Eu sabia que ele não gostava de Marcel, e que até o invejava. Mas o incomodava ainda mais saber que ele era o criador daquele monstro que me torturara.

— Eu não acho que você tenha criado aquele monstro. Ele se transformou naquilo. – falei.

— Talvez sim. Talvez não. Isso não importa agora. – Klaus riu rapidamente. – Mas foi isso que me ajudou a decidir. Eu o conheço, sabia como ele agiria. Marcel é prepotente, ele erra pelo excesso de confiança. Ele precisa fazer um show, precisa de uma plateia. Mas ele também me conhece. Ele esperava que eu fosse sozinho, por isso não havia muitos de seus soldados cercando aquele galpão.

— Mas como você descobriu onde eu estava? – perguntei. – Não me lembro de Marcel lhe dizendo isso.

— Ele nunca a escondeu, sweetheart. A intenção dele não era fazer com que eu revirasse a cidade procurando por você. Aquele galpão era meu. Eu o usava para a mesma finalidade. Ele teve uma chance de mostrar seu poder, e ele o fez. Eu ensinei isso a ele também. – Klaus admitiu, baixinho.

O galpão era de Klaus, e ele o usava para a mesma finalidade? Eu achei melhor deixar essa passar.

— Sim, Marcel é um exibicionista. Eu mesma pude constatar isso. – falei, bufando. Marcel era como um artista de circo, movido às palmas e aos risos. – Mas então, como você o venceu?

— Eu não fui sozinho, como ele esperava que acontecesse – ele sorriu. – Veja bem, sweetheart. Em qualquer outra situação, eu teria simplesmente entrado naquele galpão e matado todos eles, afinal, eu sou imortal, não há nada a temer. Mas isso daria tempo para que eles a matassem, e este era um risco que eu não iria correr.

Fiquei olhando para ele, sentado ao meu lado, parecendo cansado, um tanto assustado, porém aliviado. Ele agira completamente diferente do que costumava agir apenas para me salvar.

— Continue. – instiguei.

— Eu sabia que precisava de um exército para garantir que venceria. Porém, eu não tinha mais nenhum híbrido. Então liguei para o Damon para saber onde estava a cura, afinal eu precisava de sangue Petrova humano para criá-los. – ele estava ficando animado em contar suas ideias. – Quando Elena disse que não tinha mais a cura, fiquei desesperado. Mas então ela disse que tinha feita Katherine tomá-la. E então o problema foi resolvido.

— Ok, espere um segundo. – levantei as mãos, em sinal de “pare”. – Você tinha sangue Petrova, mas como você conseguiu tantos lobisomens? Havia vários híbridos lá...

— Eu liguei para o Tyler. – esse, com certeza, fora um forte golpe em seu ego.

­­— Você o quê? – minha voz era apenas um sussurro.

— Eu precisava saber onde encontrar a matilha mais próxima. – ele disse, simplesmente. – Eu precisava garantir que iria tirar você de lá em segurança.

— E Tyler simplesmente... lhe deu a informação? – isso não fazia sentido. Tyler lutara tanto para que todos os híbridos quebrassem o vínculo... Ele não iria simplesmente entregar outros lobisomens para o Klaus.

— É claro que não. Ele tinha suas próprias condições. – ele não ficou feliz em falar isso. Não era novidade que Klaus não gostava que o forçassem a fazer alguma coisa de outra maneira, que não sua própria maneira. E se quem estivesse impondo condições fosse o Tyler, era gostava menos ainda.

— E quais eram? – eu perguntei, curiosa.

— Que ele viesse salvá-la e quando tudo terminasse, ele levasse todos os híbridos para ajudá-los a quebrar o vínculo. – Klaus disse.

— E você concordou? – eu estava aturdida.

— Era o preço a pagar para te salvar, love. É claro que concordei. – ele falou.

Eu o abracei o mais apertado que pude.

Klaus fora contra todos os seus “princípios” para me salvar. Eu podia imaginar o quão difícil fora para ele pedir ajuda, e principalmente para Tyler. Eu me lembrei de que uma vez, ele abrira mão de um híbrido apenas para ter um encontro comigo. Agora, mais uma vez, ele abrira mão de outros híbridos para me salvar. Eu sabia o quão bravo ele ficara quando precisou matar todos os híbridos, sabendo que não poderia criar outros. Tão bravo que esta fora a razão para tirar o Tyler da cidade.

— Klaus, eu preciso lhe dizer uma coisa. – eu disse, quebrando o reconfortante silêncio que se instalara entre nós.

— O que foi, sweetheart?

— Obrigada. – eu falei com toda a sinceridade e intensidade possíveis. – Eu sei que disse que você não podia ser consertado, mas eu estava errada...

­— Não, você não estava. – ele disse, rapidamente, olhando-me nos olhos.

— Sim, eu estava. Você não está quebrado, Klaus. Você não precisa ser consertado. Agora eu vejo isso. – eu segurei seu rosto com minhas mãos. – Desculpe-me. Eu sinto muito mesmo.

— Ah, Caroline...

Ele me beijou. E naquele beijo, com urgência, esvaiu-se toda a tristeza e toda a saudade dos últimos dias. Nós precisávamos daquilo. Klaus beijava-me como se nunca mais fosse me beijar novamente, como se aquela única vez devesse ficar gravada em sua mente. E então ele parou, cedo demais, e olhou para mim agoniado, como se tivesse se lembrado de alguma coisa importante. Ele saiu da cama, e nervoso, andava de um lado para o outro.

— O que foi? – perguntei, sem entender.

— Eu não quero forçá-la a nada. Eu nem mesmo sei o que você veio falar para mim...

— Me forçar? – eu repeti. Saí da cama, um pouquinho tonta sentindo o sangue fluir por minhas pernas, e coloquei minhas mãos em seus braços, para que ele parasse de se movimentar. – Me forçar a quê?

— Caroline, eu não sei o que você decidiu em sua viagem à Mystic Falls. Mas eu quero saiba que esta casa sempre estará de portas abertas para você. – ele olhava fixamente em meus olhos. – E, se quando você se sentir bem, você decidir partir, eu vou entender. Por mais que isso me doa, eu vou entender. Eu não quero forçá-la dizer qualquer coisa...

— Por que você está dizendo isso? – eu perguntei.

— Eu fui atrás de você quase que imediatamente quando você partiu. Eu não podia suportar te ver partir. Eu não podia aceitar que iria perdê-la por causa da Hayley. Eu não podia deixá-la partir e apenas ficar sentado, sem fazer nada a respeito. – ele estava agoniado. – Mas quando cheguei em Mystic Falls e a vi com... com o Tyler... Eu achei que a tivesse perdido para sempre.

— Klaus... – eu tentei falar.

— Não. Deixe-me falar. – ele disse. – Eu entendo que você queira passar sua vida com ele. A sua vida em Mystic Falls é muito mais segura do que a vida aqui, comigo. Eu vejo isso agora. E eu sei que você partiu magoada, mas eu quero que saiba que eu me esforcei. Eu fiz o possível e o impossível para fazê-la feliz. Esta era a minha única motivação todos os dias: fazê-la feliz. E eu lamento muito se não consegui, se alguma vez eu a magoei e...

— Klaus. – eu o interrompi. – Pare, e me escute, por favor.

Ele parou. A agonia nas palavras dele estava destruindo meu coração. Eu não podia acreditar que ele pensasse desta forma sobre si mesmo.

— Você me fez a pessoa mais feliz do mundo, todos os dias em que estivesse aqui. – eu falei, com sinceridade. – Mas eu voltei para lhe dizer uma coisa, e eu preciso dizê-la.

— O que é? – ele perguntou, triste.

— Ou talvez eu devesse simplesmente mostrar. – eu disse.

Fui até a escrivaninha, e abri a segunda gaveta. Peguei um maço de papéis e joguei-os sobre a escrivaninha, procurando por um papel específico, enquanto Klaus me observava, curioso. Quando encontrei o que procurava, Klaus já estava ao meu lado, esperando. Entreguei-lhe o papel.

— É uma cópia de sua passagem de avião para Mystic Falls. – ele disse, confuso, depois de observar o papel. – Porque está me mostrando isso.

— Por que eu quero que você leia esta linha aqui. – eu disse, e apontei para uma linha específica.

Ele leu e então ergueu os olhos, e me olhou como se não acreditasse no que acabara de ver. Como uma criança quando ganha o queria no Natal.

— É uma passagem de ida e volta. E a data de volta é para daqui duas semanas. – ele inclinou a cabeça para o lado esquerdo. – O que isso significa?

— Significa que eu comprei uma passagem de ida e volta. Significa que eu nunca tive a intenção de ir embora. Significa que eu sabia que voltaria. Significa que eu adiantei a data, porque quis voltar antes do planejado, por que queria desesperadamente vê-lo. – joguei meus braços ao redor de seu pescoço. – Mas, acima de tudo, significa que eu não vou te deixar. Significa que eu te amo.

Klaus estava petrificado, ainda não acreditando em minhas palavras.

— Eu te amo, Niklaus Mikaelson. – eu disse, reforçando minha afirmação. – Você é meu último amor.

— Caroline... – ele abraçou-me e girou-me pelo quarto, e então me deitou gentilmente na cama. – Eu te amo. Mais do que qualquer coisa no mundo. Eu te amo. Sempre a amarei.

— Always and forever. – eu sussurrei.

***

Já estava quase anoitecendo. Eu tomei um banho rápido e quando estava terminando de secar meus cabelos, Klaus apareceu na porta.

— Você tem visitas, sweetheart. – ele disse.

— Visitas? – eu perguntei, curiosa. Mas Klaus não disse quem era, então fui até a sala.

— Filha! – antes que eu tivesse a chance de terminar os degraus da escada, minha mãe me abraçou.

— Mãe! – eu a abracei também. Eu estava tão feliz em vê-la, e antes que percebêssemos, estávamos chorando juntas.

— Eu fiquei tão preocupada com você. – ela disse, analisando meu rosto, meu corpo, procurando por ferimentos, para garantir que eu estava bem.

— Eu estou bem, mãe. Não precisa se preocupar. Tudo acabou bem. – eu disse.

E então eu vi Benjamim, entrando na sala.

— Olá, Caroline. – ele disse, estendendo-me a mão. Eu retribui o cumprimento. – Fico feliz em finalmente vê-la. Liz estava totalmente histérica em casa.

— Obrigada por cuidar dela, Benjamim. – eu disse.

— Vocês aceitam alguma coisa para beber? – Klaus perguntou.

— Eu gostaria de um café. – disse minha mãe.

Klaus foi em direção à cozinha e voltou alguns minutos depois, juntando-se a nós na sala. Passamos algumas horas conversando, para que minha mãe pudesse se certificar de que eu estava bem. Benjamim ficou perto dela o tempo todo, e eu fiquei feliz por ver que ela estava feliz.

— Eu acho que devemos ir. Todos passamos por muita coisa, e Caroline precisa descansar. – disse minha mãe.

— Fique, Liz. Vocês são bem vindos em minha casa. – disse Klaus.

― Claro, mãe. Passem a noite aqui. – eu disse, estendendo o convite a Benjamim.

— Tudo bem. Se não for um problema... – minha mãe disse.

— Problema nenhum. – Klaus disse. – Vou pedir que preparem o quarto.

Quando Klaus saiu, Benjamim pediu licença e deixou-me sozinha com minha mãe.

— Como estão as coisas por aqui, filha? – minha mãe perguntou.

— Está tudo ótimo. E eu acho que só vai melhorar. – eu confessei. – E você tem que conhecer New Orleans, agora que decidiu tirar férias.

— Eu não estou de férias, Caroline. Eu só vim para vê-la. Amanhã voltarei para casa. – ela disse. – Klaus ofereceu-me as passagens para que eu pudesse vir até aqui vê-la.

— Klaus? – eu disse, nem um pouco surpresa. Ele sabia que eu precisava ver minha mãe.

— Sabe, Caroline, agora que eu tive a chance de vir até aqui, e de falar com o Klaus, eu preciso dizer uma coisa. – minha mãe disse, muito séria.

— O quê? – perguntei, ansiosa com a seriedade dela.

— Eu acho que o Klaus ama você. De verdade. – ela sorria.

— Eu também acho. – eu disse, rindo. Acho que minha mãe não tinha noção das coisas que Klaus fizera por mim. Se aquilo não era amor, as pessoas do mundo todo precisam ser avisadas de que estão vivendo uma mentira.

— Vocês podem se instalar quando quiserem. – disse Klaus, voltando.

— Obrigada, Klaus. – disse minha mãe. – Boa noite, filha.

— Boa noite, mãe. – eu a abracei.

Quando minha mãe fechou a porta do quarto, eu ouvi Benjamim saindo do banheiro e se retirando também.

Peguei a mão de Klaus e o guiei até o sofá. Sentei-me em seu colo, de frente para ele, com meus joelhos tocando sua cintura.

— Obrigada. – eu disse.

— Eu faria qualquer coisa por você, Love. Eu te amo. – ele respondeu.

Eu o beijei. Eu precisava dele mais do que nunca. Eu queria me perder em seus beijos, seus braços, e não pensar mais em nada.

Quando o sofá estava ficando interessante, a campainha tocou.

— Eu poderia matar seja quem for que estiver na porta, apenas por atrapalhar este momento. – disse Klaus. Eu ri e deixei-o ir abrir a porta, apesar de estar tentada a não fazê-lo.

— Cadê a Caroline?

— Elena! – eu falei, assim que ouvi a voz dela, e então fui ao seu encontro.

—Caroline... – nos abraçamos. Eu estava com saudades dela. – Que bom ver que você está bem.

— Sim, tudo acabou bem. – eu falei, feliz. Era tão bom ver minha amiga. – E você, como está?

— Eu estou bem. Fiquei preocupada com você desde que Klaus nos ligou. – ela realmente parecia abatida e preocupada.

— Honestamente, Barbie, você não se cansou de ser torturada? – Damon falou, entrando na casa. – Achei que depois de toda aquela ação com o seu pai gay você ficaria longe disso tudo.

— Não acho que eu tenha tido uma chance de “ficar longe” de tudo isso, Damon. – eu falei, sarcasticamente. – E, a propósito, é bom te ver também.

— Whatever. – ele disse, dando de ombros. – Cadê a sua hospitalidade, Klaus? Onde está o uísque?

Klaus preparou a bebida para Damon e a ofereceu também à Elena, mas ela recusou.

— Vocês vão ficar por aqui? – eu perguntei. – Com toda essa ação nós nem jantamos ainda. Se bem que, se esperarmos mais um pouco, poderemos tomar café da manhã.

— Não, temos que ir. – disse Elena. ― Eu queria muito ficar aqui com você, mas estamos à caminho de Mystic Falls. Só passamos para verificar se estava tudo bem.

— E pra falar a verdade, o histórico de jantares do Klaus não é algo muito convidativo. – disse Damon, sorrindo. Tão... Damon. Klaus apenas sorriu.

— Só passamos mesmo para ver se você estava bem. – Elena sorriu para mim. – Vamos voltar para casa para lidar com o Stefan.

— Tem algo errado com ele? – eu perguntei. Tudo estava acontecendo tão rápido que eu nem mesmo me lembrara de perguntar sobre Stefan.

— Ele foi embora e não disse nada para ninguém. Não sabemos onde ele está. – disse Elena.

— Vocês precisam de ajuda? – perguntei, preocupada. Isso não era do feitio do Stefan.

— Não. Eu conheço meu irmão. Provavelmente está bebendo e caçando coelhos e desligou o celular para que ninguém o encontrasse. – disse Damon. – Vamos, Elena. A Barbie está bem.

Despedi-me de Elena com lágrimas nos olhos. Apesar de o nosso reencontro ter sido rápido, me fez muito bem. Ver os amigos sempre era algo animador.

Eu a observei entrar no carro com Damon e partir. Por mais que vê-los juntos não me agradasse, Elena estava feliz. E talvez Damon também tenha se beneficiado da relação e tenha aprendido alguma coisa com Elena.

Mas, quem sou eu para julgá-la? Elena também não aprova que eu me envolva com o Klaus, afinal, ele destruíra a vida dela. Mas aqui estou eu, feliz ao lado dele. Acho que todos têm de ceder um pouco para que a vida siga em frente e possamos nos desligar do passado.

Fiquei na porta até não ver mais o carro na estrada. Klaus me abraçou e perguntou se eu queria voltar para o sofá. Eu voltei para a sala, mas apenas sentei ao lado dele. Havia algumas perguntar rondando minha mente, pontos obscuros em toda esta trama que ainda não estavam esclarecidos.

— Klaus, eu preciso perguntar uma coisa. – eu disse. – Não fique bravo, mas eu preciso saber.

— Pergunte, sweetheart.

— Onde está o Tyler? – eu perguntei, rapidamente, antes que perdesse a coragem de fazê-lo. Eu sabia que ele viera até Mystic Falls para me salvar, mas eu não o vira desde então.

Eu observei Klaus. Eu percebi, por alguns segundos, seus olhos endurecerem. Além disso, nenhuma reação. Ele apenas levantou-se e foi até uma estante no canto da sala, e pegou um envelope.

— Ele deixou isso para você. – ele disse, simplesmente.

Klaus entregou o envelope a mim e saiu discretamente da sala, deixando-me sozinha. Abri o envelope e encontrei um bilhete que dizia:

Caroline, eu estou partindo. Eu tenho uma dívida com os híbridos recém-criados, e preciso cumpri-la.

Eu lamento por não poder estar ao seu lado, depois de tudo o que você passou. Mas eu precisei vê-la com meus próprios olhos antes de decidir partir, e sei que agora você está bem.

Sei que você o ama. E vê-lo com você... bem, foi doloroso. Mas eu quero que você seja feliz. Eu a amo demais, Car. Eu só posso ser feliz se você estiver feliz. E se a sua felicidade não é ao meu lado, não há nada que eu possa fazer além de deixá-la ir.

Tyler.

Eu sequei minhas lágrimas. Eu entendia a decisão dele, mas sentiria falta dele, com toda a certeza. Todavia, tê-lo por perto seria um sofrimento dantesco para ele. Era melhor que ele seguisse em frente, sem ressentimentos. Eu sempre seria grata a ele por tudo o que fez por mim. Tyler sempre ocuparia um lugar especial em meu coração.

— Caroline. – Klaus arrancou-me de meus devaneios. Eu fiz o possível para esconder minhas lágrimas. – Venha comigo. Eu quero lhe apresentar a uma pessoa.

Eu me levantei e o segui até um dos quartos no andar de cima.

— Eu gostaria que você conhecesse o mais novo membro do clã Mikaelson. – ele disse, abrindo a porta do quarto.

O filho dele.

Eu reparei no quarto por alguns instantes. Tudo estava preparado para aquele ser um quarto infantil. Havia o berço, fraldas e lenços e tudo o que um bebê possa precisar. Porém, era pálido, sem graça. Não fora planejado para ser um quarto alegre para o bebê, mas sim, para ser prático para que tomasse conta dele. Eu não vi nenhum brinquedo ou enfeite.

Aproximei-me do berço e fique paralisada.

— Ele é lindo. – eu disse, baixinho.

O bebê dormia placidamente, respirando de maneira calma e tranquila. Apesar ser um recém nascido, eu o achei parecido com o pai. Quando olhei para Klaus, com o canto do olho, vi o seu sorriso de felicidade e a admiração em seus olhos. Senti uma pontada de tristeza.

Klaus estava feliz com o filho. E se ficássemos juntos como eu esperava que ficássemos, este era o único filho que ele teria. Eu nunca poderia conceder a ele o que Hayley concedera.

— Já escolheu um nome? – perguntei, tentando desviar o rumo de meus pensamentos.

— Não, ainda não tive tempo para pensar sobre isso... – Klaus respondeu, sem tirar os olhos do bebê.

— O que a Hayley sugeriu? – perguntei, sabendo que aquela era uma decisão dos dois.

Klaus pareceu um pouco nervoso com minha pergunta, e então me guiou para fora do quarto. Enquanto descíamos as escadas, ele disse:

— Hayley não está mais aqui, love. Ela foi embora ontem à noite. – ele disse.

— Como assim, foi embora? – perguntei, assustada. O filho dela está aqui! Ela deveria estar aqui também.

— Hayley nunca quis ser mãe, sweetheart. – Klaus disse, parecendo contrariado com aquilo. ― Quando ela se sentiu bem o suficiente para sair, ela foi embora.

— Isso é inacreditável... – eu disse. Na verdade, era inaceitável. Como Hayley pudera partir e deixar o seu próprio filho para trás? Eu não conhecia muito sobre ela, mas isso me surpreendera. Eu nunca esperaria por uma coisa assim, nem mesmo dela.

— Não se preocupe com isso, sweetheart. A criança ficará bem, eu vou garantir isso. E Hayley nunca ficará desamparada, caso precise de mim. – Klaus disse.

— Eu sei, mas ainda assim. É o filho dela! Como ela pôde simplesmente abandoná-lo? – eu estava indignada com aquilo. Era surreal.

— As pessoas podem te surpreender, Love. Elas são totalmente imprevisíveis. – Klaus disse, tão introspectivo que cheguei a pensar que ele não estivesse falando comigo. – Mas o que como podemos julgá-las se nem mesmo conhecemos seus motivos?

— Você acha que ela tinha algum bom motivo para abandonar o próprio filho? – eu perguntei.

— Os fins justificam os meios. – disse Klaus. – Mas esqueça a Hayley, love. Pense em nós. Quais são os seus planos agora?

— Bem, minha mãe está continuando a vida dela e parece muito feliz com Benjamim. – eu disse, sorrindo. – Pretendo visitar Mystic Falls em breve, ver como todos estão.

— Eu vou com você. – disse Klaus.

— Está com saudades do uísque do Grill? – eu brinquei.

— Não. – ele disse, sério. – Mas da última vez que você visitou Mystic Falls eu quase a perdi. Não vou correr o risco novamente.

Eu me aproximei dele e o beijei. Eu o amava. E agora que eu assumira isso para mim mesma, tudo era muito mais fácil e tranquilo. Eu podia beijá-lo e abraçá-lo sem me preocupar com o que os outros pensariam ou em me questionar se era certo ou errado. Agora, amar o Klaus era a única coisa que me parecia certa neste mundo.

— Eu gostaria de ficar aqui, se você não se importar. – eu disse, baixinho, com os meus lábios próximos aos dele.

— Nada neste mundo me faria mais feliz, Love. - Klaus disse, e então mordeu suavemente meu lábio inferior. ― Mas nós não vamos ficar.

— Como assim? – eu perguntei.

Ele pegou minha mão e me guiou até a biblioteca. Lá, uma das paredes era totalmente tomada por um imenso mapa do mundo.

— Escolha. – ele disse, abrindo os braços para mostrar o mapa. – Para onde vamos agora?

Eu ri. Klaus estava tão alegre, tão leve. Parecia uma criança pronta para se lançar em uma aventura.

— Você gosta de viajar, não é? – ele assentiu. ― Mas você provavelmente já conhece o mundo todo... – reclamei.

— Mas agora tudo é diferente. – ele me abraçou, e virou de frente para o mapa, ainda me abraçando. – Desta vez, você vai estar ao meu lado, tudo será novo. E então, para onde vamos? Eu prometi levá-la a Roma, Paris, Tóquio... Mas a escolha é sua, Caroline. O mundo é nosso.

Dei uma olhada fugaz no mapa, apesar de já saber para onde queria ir. Coloquei meu dedo sobre o mapa. Klaus riu.

— Muito apropriado. – ele disse, rindo.

— Paris não é a cidade dos apaixonados?- perguntei.

— É, sim. – Klaus me beijou. Ele sorria tanto, tão abertamente. Eu com certeza nunca o vira tão feliz. – É uma ótima escolha.

— Um ótimo lugar para começar uma longa história de amor. – eu disse.

— Uma eterna história de amor. – Klaus me corrigiu.

— Je t'aime, mon dernier amour – eu falei, mentalmente agradecendo as aulas básicas de francês que tive na escola.

— Je t'aime, mon seul amour.


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Notas finais do capítulo

Para dispensar o Google Tradutor:

Je t'aime, mon dernier amour = Eu te amo, meu último amor.
Je t'aime, mon seul amour. = Eu te amo, meu único amor.

Espero que tenham gostado!
E vamos ao próximo capítulo!



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