Seu último amor - Klaroline escrita por Jeniffer


Capítulo 13
Inferno na Terra


Notas iniciais do capítulo

Antes de lerem o capítulo, leiam esta nota:

De todos os capítulos, este é o mais importante de todos.
Ele fará com que vocês se questionem sobre desejos, a essência humana, o sentido da vida e a origem do universo.
Tudo bem, talvez não sobre tantas coisas, mas eu espero que você reflitam sobre este capítulo e sobre o que eu quis propor com ele.

Aproveitem!



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"E será que o inferno existe mesmo? Ou fazemos o nosso próprio inferno aqui na Terra?"

Escuridão total sem estrelas, por Stephen King. Citação da página 18, na edição de 2015, da editora Suma de Letras.

 

Klaus POV

Estávamos em meu quarto. Caroline dormia tranquilamente deitada em meu peito. Quando acreditamos ser tarde o suficiente para que nenhuma visita inesperada nos interrompesse, seguimos para o meu quarto, que a partir de agora, também seria o quarto dela. Eu queria dividir minha cama com ela, assim minha vida.

Hoje, eu a amei como nunca havia feito antes. Eu precisava dela, precisava senti-la perto de mim novamente. Eu precisava sentir que ela era minha, e de mais ninguém. E agora, enquanto eu ouvia a respiração tranquila dela, eu também me sentia cada vez mais calmo.

Caroline estava a salvo e Marcel estava morto. O dia fora um sucesso.

Ouvi Elijah chegando. Relutante, saí da cama, e gentilmente pousei a cabeça de Caroline no travesseiro, para não acordá-la. Eu gostaria de ficar ao lado dela para sempre, mas ela precisava descansar e eu tinha assuntos a tratar com Elijah.

— Elijah. – eu disse, quando o encontrei na sala. – Finalmente.

— Hello, brother. – Elijah estava sentado no sofá, de costas para mim, com um copo de uísque na mão. – Como está a garota?

— Ela está bem. Ainda está um pouco cansada, mas está bem, e isso é o que importa. – falei. Sentei na poltrona, quase de frente para Elijah. Ele ofereceu outro copo de uísque, já preparado, que estava em cima da mesa de centro. Eu o aceitei.

— Que bom que tudo correu bem. – Elijah olhou nos olhos meus olhos. – E o que pretende fazer agora?

— Vou seguir com o plano é claro. – respondi, bebendo um gole de uísque.

— Você vai cumprir com sua palavra, Niklaus? – eu percebi a ansiedade dele. Isso era compreensível, se eu pensasse em quantas promessas eu já quebrei antes.

— É claro. Como foi em Mystic Falls? – perguntei, sorrindo. Ele ainda não me contara como realizara o que eu lhe pedira.

— Katerina estava vivendo na casa dos irmãos Salvatore. – Elijah falava com paixão. Este era o sentimento que sempre o preenchia quando ele falava de Katerina. Eu o invejei por isso durante algum tempo. Agora eu já não me importo, pois eu me sinto da mesma maneira com a Caroline. – Voltar a ser humana está sendo um choque para ela.

— E você, com toda a sua benevolência, irá ajudá-la, não é, irmão? – acrescentei, com certo sarcasmo. Elijah era tão previsível.

— É claro. Que tipo de homem eu seria se não o fizesse? – ele disse, irritado, como se estivesse repetindo aquilo pela centésima vez. E talvez estivesse mesmo. Eu não estava contando. – Porém, Stefan não estava lá. Katerina disse não saber sobre o paradeiro dele...

— Oh, bem... talvez Damon esteja certo e ele esteja caçando coelhos. – eu sorri com o pensamento que atravessou minha mente. – Ou esteja escrevendo nomes na parede.

— Você acredita mesmo...? – Elijah perguntou.

— Que ele voltou a ser “the ripper of Monterey”? – eu completei o questionamento de Elijah. – Quem sabe? O amor da vida dele escolheu ficar com irmão dele... Stefan já desligou sua humanidade por muito menos. Eu não ficaria surpreso se o fizesse novamente agora.

— Você não acha que Stefan possa ficar mais forte com o passar do tempo? – Elijah perguntou, falando mais consigo mesmo do que comigo.

— Tudo é possível, irmão. – levantei-me e deixei o copo vazio na mesa de centro. Fui até o outro lado da sala, e coloquei uma música suave para tocar. – E quanto ao restante das suas obrigações, Elijah?

— Eu fiz o que me pediu, Klaus. – Elijah também se levantou e foi até a janela. Abriu as cortinas e o brilho da lua iluminou a sala, antes apenas iluminada pelo fogo da lareira. Ele virou-se em minha direção. ― Os híbridos estão na sua fazenda, esperando para começar o treinamento.

Eu sorri.

— Eles o obedeceram, como mandei? – perguntei.

— Sim, todos fizeram tudo o que eu disse. Até mesmo Tony. – disse Elijah, com um tom de surpresa. Ele nunca cansaria de se surpreender com a força de um vínculo de criação.

— Ótimo. Eu os visitarei em breve, para fazer com que se disciplinem, dizer-lhes o quanto o treinamento me fará feliz. Eu quero soldados, Elijah. Não escravos.

Elijah assentiu.

Eu precisaria encontrar alguém para treiná-los, enquanto eu estivesse fora. Eu tinha amigos em Paris, e poderia aproveitar a viagem para conversar com eles. Talvez Jean-Pierre pudesse realizar tal tarefa.

— Não tivemos nenhuma baixa no ataque. – disse Elijah, tirando-me de meus devaneios.

— Como estão todos? – perguntei.

— Os que se feriram, já estão curados. – relatou Elijah. – Os ferimentos, na sua maioria, foram superficiais. O único ferimento grave foi o de um híbrido chamado Paul. Ele teve uma fratura exposta na perna direita, mas segundo ele, foi apenas um acidente que aconteceu no meio da confusão. Ele está bem e em plena forma agora.

— Ótimo. – eu disse, voltando a me sentar. ― E Tyler e Hayley?

— Tyler está preso, como combinado. Mas está sedado, e vai permanecer assim por um bom tempo. Deixei três híbridos de guarda, então eles deverão zelar para que ele permaneça sedado e incapaz de fugir. – Elijah suspirou.

— Como você o capturou, Elijah? – eu perguntei, curioso.

— Quando ele trouxe Caroline. Ele estava tão preocupado com ela, que foi até fácil de mais. No primeiro momento de distração, eu o sedei. – Elijah explicou, dando de ombros.

— E Hayley? – eu perguntei, sorrindo com a eficácia do plano.

— Hayley está presa também, mas em melhores condições. Eu garanti que ela irá receber todos os cuidados que precisar, e que alguém sempre estará presente para cuidar dela.

— Mas ela não tem condições de fugir, não é, Elijah? – eu não podia deixar a compaixão dele facilitar a fuga de Hayley. Em todos os casos, eu mesmo iria até a fazenda quando tivesse a oportunidade e verificaria as celas.

— É claro que não, Klaus. As celas são planejadas para que, uma vez lá dentro, nunca mais se saia. – disse Elijah.

— E as bruxas?

— Foi difícil, mas elas conseguiram. Elas nunca tinham feito nada parecido, e levou certo tempo para que confiassem em Jane-Anne. – conhecendo Elijah como conheço, tenho certeza que ele a ajudou nesta tarefa de persuasão. – Sabe, Niklaus, acho que ela se sairá muito bem liderando as bruxas.

— E assim deve ser. Afinal, esta é a recompensa dela pelos feitiços realizados. E então, funcionou? – perguntei. Jane-Anne era assunto para mais tarde, e eu deveria resolver sozinho.

­— Sim. – disse Elijah. ― O feitiço impedirá que Hayley e Tyler se transformem. E eu deixei bem claro para os híbridos que eles não devem se transformar.

— Perfeito. – eu disse. Esses dois eram a minha única preocupação. Os híbridos não seria um problema graças ao vínculo, mas Tyler e Hayley poderiam se transformar, o que facilitaria a fuga dos dois. E Elijah tendo proibido os híbridos de se transformarem, a situação ficaria ainda mais fácil para eles. Eles não podiam fugir.

— E quanto a Marcel? – perguntei.

— Janne-Anne obteve sucesso. A ligação que você forneceu a ela até o coração de Marcel funcionou perfeitamente, e ela conseguiu realizar o feitiço. Mas se você tivesse demorado mais alguns segundos, talvez não tivesse funcionado. – Elijah suspirou. – Mas enfim, ele não terá um outro lado para partir. A alma dele foi apagada do universo como se nunca tivesse existido.

— Você não sabe como foi difícil para mim, Elijah. – eu disse, com raiva. – Eu queria torturá-lo por décadas, vingar-me pelo que eu ele fez com Caroline. Eu não estava feliz em apenas arrancar o coração dele, mas era exatamente o que Janne-Anne precisava. Isso foi frustrante.

Elijah avaliou-me.

— E então? – ele perguntou.

— O que você quer dizer?

— Você sabe o que quero dizer, Niklaus. – Elijah pareceu um pouco impaciente. – Eu só fiz tudo isso por uma razão, e você sabe qual é.

­— É claro, Elijah, eu me lembro de nosso acordo. – eu inclinei-me e coloquei uma mão sobre seu ombro. Elijah sempre prezou o contato físico para dar ênfase na sinceridade de uma promessa. - Eu lhe dou minha palavra que nunca farei nenhum mal à Katerina Petrova, em retribuição a tudo o que fez por mim nos últimos dias. Você pode partir e ter uma vida ao lado dela. Vá encontrar o seu tão procurado amor, irmão. Mas lembre-se que esta casa sempre estará de portas abertas para você.

—Obrigado, Niklaus. Eu partirei amanhã. – disse Elijah, sorrindo. – Katerina está me esperando.

— Como desejar, Elijah.

— Niklaus, eu preciso perguntar. – eu assenti, encorajando-o a ir em frente. – Você tem certeza de que fez a coisa certa?

— O que você quer dizer?

— Eu falsifiquei um bilhete para que Caroline pensasse que Tyler partira para ajudar os híbridos a quebrarem o vínculo de ligação. Ela acredita que sua mãe encontrou um novo amor, e nem suspeita que você hipnotizou Benjamim. E o que você vai fazer quando ela descobrir toda a verdade?

— Você só está vendo o lado negativo, Elijah. Caroline já interrogou Benjamim e não descobriu nada. Quando eu hipnotizo alguém, não deixo pontas soltas. – eu disse. – Mas eu apenas o hipnotizei para se aproximar de Liz e manter-me informado. A relação deles não é obra minha, nasceu naturalmente.

— E os híbridos?

— Quando a notícia da morte de Marcel se espalhar pela cidade, outro vampiro irá assumir o Quarter. Eu não posso tomar a cidade sozinho. Eu preciso de um exército, e preciso de cada um daqueles híbridos. Eu não podia simplesmente abrir mão deles.

— E você realmente acredita que ela entenderá isso? – Elijah perguntou.

— Você não a viu como eu a vi hoje, Elijah. – eu disse, agoniado com as memórias. – Eu nunca mais permitirei que aquilo se repita. Eu preciso que a cidade seja minha, e não vou conseguir isso sozinho. Os híbridos poderão proteger a Caroline, proteger meu filho, e ainda acabar com os aliados mais próximos de Marcel. E Benjamim protegerá Liz, que é outro ponto fraco. Eles podem tentar atingir a mim através da Caroline novamente. E quando perceberem que ela é intocável, podem se voltar para a mãe dela. Eu não posso correr riscos.

— Mas você mentiu para ela, não é? – Elijah estreitou os olhos. – O que você disse sobre Tyler e Hayley?

— Tyler era uma pedra no meio do meu caminho, assim como Hayley. E mesmo se eu os tivesse deixado ir, Caroline me escolheu. – eu disse, sorrindo. Aquela afirmação me fazia o homem mais feliz do universo. – Eu só quis que ela se permitisse seguir em frente, sem nada a prendendo ao passado. Agora a mãe dela está feliz, Tyler e Hayley estão fora do tabuleiro, e não há nada que nos impeça de sermos feliz juntos.

— Eu ainda acho que você foi desnecessariamente cruel com Hayley. Eu não deveria ter permitido este tipo de comportamento. – Elijah afirmou.

— Mas você permitiu, irmão. Pois assim, eu lhe concedi o que você mais queria na vida: Katerina Petrova.

— Sim. Eu finalmente poderei construir uma vida com ela. – Elijah já estava sonhando. – Mas por que você finalmente resolveu me conceder esta felicidade?

Eu me levantei e fui até a estante no canto da sala. Coloquei alguns livros de lado e peguei uma pequena caixinha, que coloquei na mão de Elijah.

— Por que eu finalmente sei o que é encontrar uma pessoa com a qual você deseja passar o resto da eternidade.

Elijah analisava o anel de casamento na caixinha com um olhar de surpresa.

— Você pretende propor casamento a ela? – perguntou Elijah. – Mesmo depois de tudo o que você fez?

— Os fins justificam os meios. – eu disse. – Eu sei que ela sonha com o casamento perfeito, e eu pretendo conceder isso a ela. Eu quero uma eternidade ao lado de Caroline, Elijah.

— Eu entendo. – Elijah levantou-se e me devolveu o anel. – Eu espero que você seja muito feliz, irmão.

— Obrigado. E eu espero que você também seja feliz com Katerina. – eu achei que deveria acrescentar mais uma coisa. – E, muito obrigado, irmão. Sem a sua ajuda, eu não teria conseguido. Agora, eu serei o rei de New Orleans.

— E agora você tem sua rainha e seu príncipe. ― Elijah sorriu. – Você tem um verdadeiro império. Cuide bem deles, irmão.

— Eu cuidarei, Elijah. Eu os defenderei com minha própria vida, se necessário.

— Family above all. – Elijah disse, apertando minha mão, pronunciando nosso antigo e valioso lema de família.

— Always and forever.


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Notas finais do capítulo

Eu espero muuuito que vocês tenham gostado!

A verdade é que minha intenção nunca foi a de escrever mais uma história clichê...

E vamos ao epílogo!