Minha Amada Vítima escrita por Livia Dias


Capítulo 19
Desentendimentos


Notas iniciais do capítulo

Agradecemos pelos comentários mandados por Apenas uma garota, Senju Hana, Jhessy Lacerda, Fuu sama, Mikan, Larissa Jennyfer, WattsK, LaneGreen, BuBu chan, Dreams, YukiDatenshi e à sasusakulooh! Muito obrigada garotas!!!

Esperamos que gostem *--*

PS: Uma personagem vai entrar na história! Dica: vai ajudar a Sakura MUITO!!!

Boa Leitura!

(Bianca, Manu, Livia - Fanáticos Por Fanfics)



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Duas semanas depois, Sakura e Hinata caminhavam pelos corredores da universidade, sendo acompanhadas pelos olhares dos alunos, como sempre. Desde a morte de Ino, ambas passaram a serem mais observadas.

– Tsunade disse que tenho grandes chances de fazer estágio em seu hospital daqui alguns meses – comentou Sakura, animada. Estava feliz como não ficava em dias e sentia-se...Bem.

Sem Sasuke, Itachi e Naruto, sua vida estava normal novamente. Havia esquecido completamente das mensagens anônimas e do perigo que elas alertavam. Já que Sasuke e os outros haviam ido embora, era possível que tudo tivesse acabado.

Quem sabe, fosse assim mesmo.

– Fico feliz por você, Sakura – Hinata sorriu. – Você merece.

– Meninas! – Tenten Mitsashi, aproximou-se das amigas.

Recentemente, Tenten fora contratada por Sakura para ser sua nova “Conselheira de Moda”. Não que Tenten ocuparia o lugar de Ino (nem mesmo a garota queria isso), mas Sakura realmente precisava de alguém que soubesse algo sobre estilo. Hinata ajudava, entretanto, não era bem a sua área.

Tenten Mitsashi era uma garota simpática, extrovertida, durona e excelente amiga. Cursava Moda e fazia anos que Sakura a conhecia, mas ambas não eram realmente unidas.

– Hey! – Sakura sorriu, enquanto voltavam a caminhar. – Como estão as coisas?

– Ótimas – Tenten fez uma expressão sonhadora. – Adivinhe quem eu conheci hoje, Hinata?

– Quem? – perguntou a Hyuuga, curiosa.

– Neji Hyuuga!

Hinata parou, boquiaberta.

– Está brincando!

– Estou falando sério! – Tenten tinha uma expressão sonhadora no rosto. – Neji é...Incrível.

– Especifique esse seu “incrível”, por favor – pediu Sakura, divertida.

– Neji é lindo, joga basquete, é lindo, cursa Administração, é lindo...

– Tenten! – Sakura estalou os dedos na frente do rosto da amiga. – Você já usou esse adjetivo umas três vezes.

– Ah... – Tenten voltou à realidade e encarou as amigas. – Mas ele é lindo!

– Já entendemos – Hinata revirou os olhos e cruzou os braços, sorrindo. – Fico feliz que goste dele. Neji é especial. E não digo isso só porque é meu primo.

– Ele se mudou para Tóquio recentemente, não é? – perguntou Sakura.

– Depois da... – Hinata se interrompeu. Uma onda de constrangimento preencheu o lugar. Ela com certeza diria “depois da morte da Ino”, mas resolveu não terminar a frase. – Enfim, Neji está morando em uma república aqui perto com Kiba Inuzuka, Shino Aburame, Rock Lee e Sai Satochi.

– Caramba! – exclamou Tenten, rindo. – Imagine só a bagunça que deve ser por lá.

– Bom, já sabemos que você nunca vai poder dormir lá – brincou Sakura, fazendo Hinata rir e Tenten fechar a cara.

(...)

Dois meses haviam se passado. Era dezembro e com ele, vinha a neve típica do inverno.

Conforme o ano letivo na Universidade Konoha ia chegando ao fim, Sakura sentia que sua vida estava cada vez melhor. Tenten e Hinata eram grandes amigas suas, Tsunade não parava de elogiar seu ótimo desempenho na faculdade e propôs que logo que o seu primeiro ano de Medicina chegasse ao fim, Sakura poderia iniciar um estágio em seu hospital.

Obviamente, a Haruno aceitou a proposta.

Não havia mais mensagens anônimas, Sasuke ou terroristas. Sakura estava...Bem novamente.

– O diretor vai organizar um baile para o final do ano – comentou Hinata, logo que as garotas adentraram a mansão dos Haruno.

– Então, vou ter a grande honra de produzir um figurino impecável para a flor do presidente? – brincou Tenten, fechando a porta.

Sakura riu, mas o sorriso sumiu de seu rosto ao ver a cena que se estendia na sala de estar.

– Eu sou a culpada por tudo? – gritou Mebuki, dando as costas para Kisashi. – Eu? Você me trai com uma vagabunda...

– Se você fosse mais mulher entre quatro paredes, eu não precisaria fazer isso – o sr.Haruno estava sentado em sua poltrona, com um jornal diante dos olhos, aparentemente tranqüilo.

– O que está havendo aqui? – Sakura olhou de um para outro, esperando que ambos rissem e dissessem que era apenas uma brincadeira.

Mas seus pais não brincavam e muito menos brigavam na sala de estar.

– Sakura, vá para o seu quarto – pediu Mebuki, secando as lágrimas que desciam por seu rosto.

– Vocês estão brigando? – a rosada avançou, nervosa.

– Sakura, por favor – pediu Mebuki.

– Mãe...Eu tenho dezoito anos! Você não pode me mandar para o quarto quando estiver discutindo com o papai! – a Haruno suspirou. – Vocês nunca brigaram antes.

– Existe primeira vez para tudo – Kisashi permanecia com os olhos no jornal. – Você, como uma mulher experiente, deveria saber.

Sakura fechou os olhos por um segundo e virou-se para Hinata e Tenten, que continuavam no mesmo lugar, estarrecidas.

– Meninas, vocês podem subir, por favor? – pediu, sorrindo.

As garotas assentiram.

– Se precisar de qualquer coisa, estaremos...

– Lendo a Teen Vogue – Tenten empurrou Hinata, sorrindo.

Sakura esperou que as amigas subissem e encarou os pais novamente.

– Pronto, elas já foram. Agora, quero saber porque estão brigando.

Kisashi permaneceu em silêncio. Mebuki tremia ao entregar um pacote à rosada.

– O que é isso? – Sakura encarou a mãe, buscando uma resposta, mas esta não veio. A sra.Haruno apenas indicou o pacote.

Sakura abriu e tirou de lá fotos. Mas não simples fotos e sim, fotos que mostravam seu pai, o “homem fiel”, o “pai do ano”, se agarrando com uma...

– Prostituta? – Sakura encarou o pai, incrédula. – Você...Era por isso que você estava distante? Era por isso que você tinha ficado mais estranho?

Kisashi não respondeu e continuou passando os olhos pelo jornal.

– Isso não te interessa – falou, calmamente.

Sakura trincou os dentes e em um movimento rápido, puxou o jornal das mãos do pai, usando tanta força que o rasgou ao meio.

Kisashi a encarou.

– VOCÊ PENSA QUE TEM O MUNDO NAS MÃOS! – Sakura gritou, furiosa. – MAS SE PENSA QUE É ASSIM, ESTÁ MUITO ENGANADO! VOCÊ NÃO PODE FAZER DAS PESSOAS À SUA VOLTA SIMPLES BRINQUEDINHOS! VOCÊ NÃO PODE AGIR COMO SE FOSSE DONO DA VIDA DAS PESSOAS!

– Veja como está falando comigo, Sakura – Kisashi cerrou os punhos. – E abaixe esse tom de voz. Estou te dando uma segunda chance para me pedir desculpas por ter rasgado o meu jornal...

– QUE SE DANE O SEU JORNAL! – berrou Sakura, cuspindo as palavras. – VOU FALAR TUDO O QUE TENHO PARA FALAR E VOCÊ VAI ME OUVIR!

Kisashi permaneceu em silêncio. Sakura respirou fundo.

– Faz tempo que venho suportando muitas coisas! – cuspiu as palavras, com pura repugnância. – Faz muito tempo que venho suportando sua distância, sua falta de carinho, sua frieza! E faz muito tempo que eu venho ouvindo suas desculpas de que o país era mais importante! Mais importante do que EU! Percebi que você estava diferente, quando parou de me perguntar como eu estava indo na faculdade! E eu fingi que tudo estava bem! Mas eu cansei! Chega! CHEGA! Você pensa que pode nos usar, que pode nos manter como troféus, mas nem minha mãe e muito menos eu temos que viver com isso!

– Pare de agir como uma menina boazinha! - Kisashi parecia irritado e aproximou-se da filha, encarando-a com superioridade. - Eu trabalho muito para colocar dinheiro nesta casa! Para que você tivesse um futuro! Para que você fosse treinada pelo FBI! Tudo o que eu fiz foi por você e sua mãe!

– Inclusive a parte de nos trair com uma prostituta qualquer? - gritou Sakura.

O movimento foi rápido. Sakura virou o rosto, no instante em que recebeu o tapa. Kisashi ofegava, furioso.

– Me respeite! - sibilou o Haruno, segurando a filha pelo pescoço. A rosada encarou o pai, com uma calma e desafio inabaláveis. - Eu ainda sou seu pai!

– E eu me envergonho disso - murmurou Sakura, soltando-se do aperto que seu pai fazia em seu pescoço. - ME ENVERGONHO, OUVIU? VOCÊ ME DÁ NOJO!

Kisashi ia desferir mais um tapa na face da filha, quando Sakura finalmente falou.

– Vai me bater novamente? - desafiou, fazendo-o parar. - Como fez com minha mãe à muitos anos atrás?

Kisashi parou. Mebuki soluçava à um canto, observando a discussão. Sakura havia dito o que à muito tempo pensava em dizer.

"Quatorze anos atrás...

O grito soou pela casa, assustando a pequena Haruno. Sakura levantou-se de sua cama, segurando o ursinho Teddy e arrastando as pantufas cor de rosa. Saiu do quarto, sonolenta, mas decidida à descobrir a origem daquele grito.

Não conseguiria dormir se não descobrisse.

Sakura bateu seus olhos esverdeados na escadaria de mármore, ouvindo gritos no andar de baixo. Foi até o corrimão e sentou-se no degrau, de onde podia observar a sala de estar.

Kisashi e Mebuki pareciam ter chegado de uma festa e ambos pareciam irritados, no centro da sala de estar.

– Me respeite! - gritou Kisashi, levantando a mão para a mulher, que estava com a mão na face, tremendo. - Eu sou muito caridoso com você, Mebuki. Eu sempre fui!

– Cala a boca! - gritou a sra.Haruno, furiosa. - Não diga bobagens! Você nunca foi caridoso comigo! Sempre me tratou como seu objeto, seu troféu! Você só casou comigo...

Mas Mebuki não terminou a frase e recebeu mais um tapa. Dessa vez, a mulher caiu no chão e Sakura gritou.

Kisashi voltou seu olhar para a filha e a rosada apenas teve tempo de se levantar e correr escada acima. Mergulhou embaixo dos cobertores, fingindo dormir logo em seguida.

Na manhã seguinte, Mebuki e Kisashi trataram-se de modo carinhoso, o que fez Sakura pensar que tudo não passou de um pesadelo ou imaginação sua."

– Imagine só - Sakura continuava encarando o pai, sem tremer. - Imagine só o que o povo diria caso soubesse que o homem que apoia a campanha de "não à violência contra a mulher", na verdade seja um grande covarde, usando sua força à anos contra minha mãe!

– Calada! - sibilou Kisashi, com os olhos saltados pela fúria. Seus cabelos alinhados pelo gel já estavam bagunçados e sua gravata estava frouxa. Ele estava realmente descontrolado, como Sakura poucas vezes o via. - Vou te dar uma última chance, Sakura! Apenas mais uma, para você pedir perdão por tudo o que me disse!

– Ou...? - Sakura permanecia desafiadora.

– Ou eu te renegarei - o sr.Haruno estava sério. - Você deixará de ser minha filha!

Ambos continuaram se encarando em desafio. Nenhum dos dois parecia disposto a ceder naquela batalha silenciosa. Mebuki ofegou.

– Por favor...Sakura, Kisashi...Parem! - a mulher aproximou-se dos dois. - E-Eu...Eu...Kisashi, eu perdoo você.

O Haruno assentiu, sem tirar os olhos da filha. Sakura encarou a mãe, incrédula.

– Como pode perdoá-lo? - perguntou, dando um passo para trás. - Como...?

– Sakura, você não deveria se meter em brigas bobas de casal - Mebuki sorriu, tristonha, enquanto passava os braços pelos ombros do marido. - Eu perdoo seu pai e o entendo.

– Eu sinceramente não entendo vocês - Sakura riu, nervosa. - Não entendo...

– Sakura, peça desculpas - pressionou Kisashi, em uma postura inabalável.

A Haruno suspirou.

– Não.

Kisashi a encarou surpreso.

– O quê?

– Você ouviu - Sakura fixou os olhos no pai. - Não vou pedir perdão. Não vou me desculpar. Porque você é quem está errado e não eu.

– Sakura, por favor - pediu Mebuki, entredentes.

– Por favor você, mãe! O que meu pai tem contra você? O que a prende a ele?

Mebuki empalideceu.

– N-Não s-sei do que v-você...

– Mãe - Sakura segurou a mão da mulher, encarando-a nos olhos. - Há alguma coisa, sim. Ele sabe algo sobre você? Por que não o deixa? Depois de tudo o que ele fez, você deveria...

Mebuki soltou sua mão, afastando-se de Sakura.

– Não diga bobagens, Sakura - sua expressão era de pura indignação. - Estou realmente decepcionada com você. Por que insiste em ser cabeça-dura?

– Vou arrumar minhas coisas - Sakura ignorou a mãe e deu as costas aos pais.

– O quê? - Mebuki caminhou até a filha, surpresa e nervosa. - Por que? Vai viajar?

– Não - Sakura encarou a mãe, um sorriso triste formando-se em seu semblante. - Eu vou embora. Não quero ficar nem mais um segundo nesta casa.

E dizendo isso, subiu para seu quarto.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!!! Gracias!!!

Xerus, Beijos e Beijocas *-----*

(Bianca, Manu e Livia - Fanáticos Por Fanfics)