Sasuke dirigia pela estrada, em alta velocidade. 

- Você é louco! - gritou Sakura, embora estivesse gostando da sensação.

A adrenalina correndo por suas veias, a sensação de que estava deixando uma série de coisas insignificantes para trás...Sakura nunca se sentiu tão bem assim.

Sasuke apenas riu e acelerou mais. Sakura tirou o cinto de segurança e colocou a cabeça para fora da janela, sentindo o penteado bem elaborado começar a se soltar. 

- Você é mais louca do que eu! - provocou o Uchiha, divertido.

- Cala a boca! - Sakura riu, desmanchando o penteado e soltando os cabelos róseos. 

Sasuke a encarou por um segundo e sorriu de lado.

- O que foi? - Sakura o fitou, curiosa.

- Você - Sasuke a encarou mais uma vez. - É linda.

Sakura corou, surpresa com o elogio repentino. Ali, cometendo tal loucura de ultrapassar todos os limites de velocidade, sentindo-se livre, Sakura realmente sentiu as palavras de Sasuke. Por um momento, ela pensou em beijá-lo - seus lábios frios eram realmente...Tentadores - mas a razão bateu em seu desejo insano. Sakura não poderia ser tão precipitada. Poderia?

Alguns minutos se passaram. Sasuke reduziu a velocidade, ao mesmo tempo que Sakura sentia...Bem. Ela deveria estar realmente linda, com os cabelos bagunçados e o vestido todo amarratado (só que não), mas isso não interessava nem um pouco. O que importava era como ela se sentia. E Sakura se sentia ótima. Melhor do que "perfeitamente impecável".

(...)

Sakura estava largada na areia da praia, observando o céu escuro repleto de estrelas. Uma brisa suave batia em seus rosto e cabelos, fazendo-a sorrir minimamente. Sasuke estava ao seu lado, em silêncio. 

- O que foi? - perguntou Sakura, o encarando.

Sasuke permaneceu fitando o céu escuro, como se alguma coisa prendesse sua atenção e seus pensamentos. Ele demorou à responder.

- Nada - falou, por fim.

Sakura encarou o céu novamente. 

- É incrível como tem coisas que passam despercebidas aos nossos olhos - comentou, distraída.

- Tipo...?

Sakura sorriu. Seus olhos esmeraldinos brilhavam. Seus lábios avermelhados se entreabriram. Sasuke achou aqueles detalhes simplesmente provocantes.

- Tem coisas que eu não percebo normalmente - Sakura continuava encarando o céu. - Como as estrelas. Ao invés de observar certos detalhes, passo parte da minha vida prestando atenção em coisas...Ridículas.

Sasuke sorriu de lado.

- E essas coisas ridículas se resumem à sua vida cheia de regalias? - perguntou o Uchiha.

- Exatamente - concordou Sakura, suspirando pesadamente. - Eu preferia ser normal. Adoraria fazer tudo o que eu quero, realizar os meus próprios sonhos, seguir com a minha própria vida...Enfim, eu gostaria de sair da sombra do meu pai para sempre. Ele...Anda meio distante, entende? E a minha mãe...Eu a vi chorando dias atrás...Eu tenho medo!

A rosada falou rapidamente, percebendo o quão estava perturbada. Aquele mês tinha sido terrível. Seus pais pareciam mais distantes e Kisashi se tornava cada vez mais frio e ambicioso. Embora fosse o presidente do Japão, jurando estar ali para o povo, Sakura sabia que o sr.Haruno participava da corrupção e permitia lavagens de dinheiro. Entretanto, Sakura havia aberto os olhos para tudo aquilo apenas à poucos dias. 

Seu pai cometia roubos e fraudes à anos.

Desde que Sasuke dissera várias coisas à ela, em seu apartamento, Sakura resolveu mostrar exatamente o contrário: que não era uma garota mimada e que não se preocupava apenas com o dinheiro.

- Você não deveria ter medo - falou Sasuke, depois de um longo tempo em silêncio. - Seus pais não vão se separar, se quer a minha opinião.

Sakura engoliu as lágrimas.

- Eu não sei... - a rosada fechou os olhos, com força.

Antes que pudesse completar sua frase, sentiu lábios frios contra os seus. Surpresa, abriu os olhos. Sasuke estava sobre ela, tomando o cuidado de não jogar todo o seu peso por cima da pequena garota. Sakura fechou os olhos e segurou o rosto do moreno com suas mãos delicadas. 

Sasuke desceu suas mãos pelo corpo da garota, a beijando delicadamente, resistindo ao impulso do desejo. Sakura percebeu uma das mãos do moreno puxando seu corpo contra o dele, enquanto a outra se ocupava com o fecho do vestido. Foi então, que Sakura abriu os olhos e o empurrou.

- Vamos devagar, Sasuke - Sakura estava ofegante, enquanto ajeitava seu vestido novamente.

O Uchiha sorriu. Seus olhos negros brilhavam em malícia.

- Por que? - perguntou, com falsa inocência.

Sakura percebeu e deu um tapa no ombro do garoto.

- Sasuke, eu nunca... - Sakura não terminou a frase e preferiu deixar no ar.

Sasuke sorriu de lado.

- Ok - falou, por fim. - Vamos devagar.

Sakura o encarou.

- Desculpe - disse, se levantando.

- Ei, não precisa ir embora por causa disso - Sasuke a puxou pelo pulso, impedindo que Sakura fosse embora. Era como na boate, quando se conheceram. Ele, puxando assunto. Ela, querendo escapar das garras do moreno sedutor. - Prometo não fazer nada que você não queira.

Sakura ficou mais tranquila e sentou-se novamente, ao lado do moreno. Sasuke segurou a mão da garota, enquanto Sakura deitava a cabeça em seu ombro.

- Eu acho que estou gostando de você, Sasuke - confessou, timidamente. - De verdade.

Sasuke ficou sem palavras. Não esperava que Sakura lhe dissesse isso.

"Pare", disse a si mesmo. "Ela não disse que te ama. Ela está apenas gostando de você. Concentre-se. Leve-a para a cama e a mate. Faça como você sempre fez".

Mas uma parte dele, uma minúscula, dizia totalmente o contrário. Sasuke não conseguiria fazer o que sempre fez. 

Aquela não era uma missão normal, no final das contas.

(...)

- A Sakura sumiu - observou Ino, abraçada a Itachi, na pista de dança. 

A maioria dos convidados havia ido embora. Os que ficaram, eram apenas os amigos mais Íntimos, que dançavam sob uma música lenta ou conversavam no bar. 

Sobre uma nuvem tempestuosa, Kisashi havia entrado na mansão, depois de agradecer pela presença de todos. Mebuki o seguiu e pelo modo como estava, Ino previu uma discussão entre o casal.

Kisashi não pareceu gostar da filha ter sumido da festa. Afinal, ela era a aniversariante. Não poderia desaparecer do nada. 

E de acordo com alguns convidados, Sakura havia saído com Sasuke.

Kisashi pareceu prestes a ter um ataque quando soube. Embora parecesse gostar do Uchiha, não admitia que ele e sua filha pudessem ficar juntos. Ele ainda usaria sua filha para negócios futuros e, provavelmente, iria fazer com que Sakura se casasse com um herdeiro poderoso e não com um simples playboy.

- Ela está com o Sasuke - Itachi estava desconfortável com o abraço de Ino. Era um jesto...Carinhoso demais.

- Ela está gostando dele - Ino sorriu, encarando Itachi. - E ele parece estar gostando dela.

Itachi revirou os olhos.

- Sasuke, assim como eu não ama ninguém a não ser ele mesmo.

Ino sorriu como uma criança sapeca.

- Não é o que parece - disse, mordendo o lábio inferior e passando o dedo indicador no lábio do moreno. 

- Você sonha demais, Ino - Itachi sorriu de lado, entendendo a indireta da loira. - Já conversamos sobre isso.

- Eu não desisto fácil - Ino deu um selinho no moreno, seguido de um sorriso. - Você ainda vai admitir que sente algo por mim.

Itachi revirou os olhos, mas não disse mais nada. Sabia que Ino estava errada. Jamais admitiria algo como aquilo.

Em um canto mais afastado Hinata e Naruto bebiam, conversando animadamente. 

- Ele disse isso mesmo? - perguntou Naruto, referindo-se à história que Hinata contava, sobre a infância dela.

- Meu primo, sempre foi muito...Quieto - Hinata riu de algo que não sabia. Estava começando a ficar tonta por conta do quarto ou quinto copo de uísque que bebia. - E só de me ver arrancando as rodinhas dos carrinhos dele, teve um ataque.

- Deve ter sido hilário - Naruto gargalhou, bebendo mais um gole de cerveja. - Você é fascinante, Hina-chan.

Hinata sorriu, feliz. Mais feliz do que o normal. Então, talvez por conta da bebida, a garota sentiu uma louca vontade de provar dos lábios de Naruto. A cada palavra que ele dizia (e que se tornavam menos ouvidas pela Hyuuga), Hinata não parava de pensar em milhões de fantasias insanas, onde a boca do Uzumaki estava presente, lhe causando arrepios e gritos de prazer.

- Eu tenho uma prima assim também - comentava Naruto, parecendo não notar o olhar de Hinata sobre ele. - Ela era bem...

Mas Naruto não conseguiu concluir sua fala. Hinata o puxara pela gola da camisa, selando o lábio de ambos em um beijo calmo e ao mesmo tempo, urgente. Naruto havia sido pêgo de surpresa, por isso não reagiu de imediato.

Provavelmente, Hinata não teria agido daquela forma se não estivesse bêbada. Mas no momento, a garota não se importava com mais nada, apenas em sentir as mãos de Naruto em sua cintura e a sensação maravilhosa dos lábios quentes do garoto contra os seus.