I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 48
As mesmas estrelas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Demorei? E para quem pediu "coisas ruins" na fic, acho que irão adorar o capitulo, ele está bem impactante.
Boa leitura!!
Ps.: Quem quiser ouça I Won't Give Up do Jason Mraz:
http://www.vagalume.com.br/jason-mraz/i-wont-give-up-traducao.html



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/392813/chapter/48

POV Ally

Voltamos à rotina. Nada diferente. Pois é. Já estou me acostumando novamente. Muitos pensam que a vida de um artista é um mar de rosas. Mas, na verdade não há rosas, talvez ás vezes, mas há muito trabalho.

Estou contando isso, mas se passou apenas um dia. Apenas um dia, mas já estamos do mesmo jeito. A véspera de natal mal começou e eles estão preocupados com o trabalho. Nem mesmo Mary que trabalha em um hospital é assim.

Mas, tentei não me preocupar já que tinha muitas coisas para me preocupar. Afinal, já é quase natal. A Sra. Moon fez a ceia junto comigo e com Mary. Devo dizer que foi bem divertido fazer isso, já que nós duas não tínhamos nenhuma experiência com uma ceia. Nem mesmo Mary era muito comemorativa, pois sua família não era bem uma família para ela.

Enfim, nós fizemos muita comida enquanto os outros apenas falavam com Jimmy. Austin, principalmente, parecia muito preocupado. Todos eles pareciam estar esperando uma bomba, mas Austin parecia esperar o apocalipse. Além disso, ele tinha um olhar... Um olhar culpado. Acabei não perguntando o motivo disso, pois era natal, mas depois Austin não iria escapar.

A casa dos Moon estava toda decorada. Havia sido decorada para o natal enquanto estávamos viajando. Quando estava quase tudo pronto, nós fomos nos arrumar. Mary foi para seu apartamento, mesmo tendo muitas roupas aqui. Eu também decidi me arrumar e arrumar Mel. Fiz isso quando era mais ou menos cinco horas da tarde.

Logo depois já estavam todos se arrumando, depois que, por um milagre, pararam de trabalhar. Por fim acabei vestindo vermelho, algo que eu quase nunca uso. Mas, como é natal abri uma exceção. O vestido parecia cair em várias camadas em baixo, enquanto em cima era de renda e justo. E ia até o meio da minha coxa.

Deixei meu cabelo solto e fiz uma maquiagem destacando meus olhos. Coloquei uma simples sapatilha dourada. Arrumei Mel com um simples vestido vermelho com desenhos brancos. Ela parecia uma verdadeira princesinha. Desci com a menina no meu colo e encontrei todos sentados nos sofás. Austin olhou para mim e sorriu. Oh, será que agora eu estou visível?

– Vocês estão lindas – ele falou alternando seu olhar entre eu e Mel. Mesmo tão brava e magoada com ele eu não conseguia impedir meu coração de acelerar.

– Obrigada. Nada mal senhor Moon – falei sorrindo e ele riu. Um riso nervoso. Franzi a testa confusa, mas ele me distraiu fazendo-me sentar ao seu lado.

Por incrível que pareça Trish, Dez e Alex também estavam lá. Eles não foram nem mesmo para casa. Pareciam gostar mesmo dos Moon, por ficar tão confortável assim em uma data especial. Mas, não foi com isso que me preocupei.

Mary havia saído há muito tempo. Já se passavam das dez da noite e ela ainda não havia chegado. Comecei a bater meu pé nervosamente contra o sofá. Minha mente parecia ser atraída a pensamentos ruins. Mas, não é porque aconteceram coisas ruins comigo que acontecerá com Mary não é?

Passou mais meia hora. Comecei a ficar ainda mais nervosa. O único mais nervoso que eu era Adam. Todos começaram a conversar animados enquanto mais o natal se aproximava. Mel apenas dormia tranquilamente em meu colo. Estranhamente meu coração começou a bater mais rápido. Meu estômago dava voltas a cada segundo que se passava.

Repentinamente a porta foi aberta. Mary entrou no lugar. Alivio me percorreu ao mesmo tempo em que meu nervosismo crescia. Mary estava linda, mas furiosa. Eu a conhecia o suficiente para dizer que seu rosto estava vermelho por tristeza e também fúria. Seus olhos estavam vermelhos e algumas lágrimas às vezes caiam.

Meu coração parou ao vê-la naquele estado. Levantei rapidamente, mesmo com Mel no colo, assim como fez Adam. Ela olhou com desprezo para o namorado, mas ao mesmo tempo magoa. Foi então que percebi que ela segurava algo. Parecia um jornal, talvez uma revista. Seu olhar se manteve firme sobre mim e ela não desviou seus olhos em momento algum para ninguém da sala.

Enquanto todos assistiam assustados Mary tirou Mel de meus braços e me entregou a revista. Observei-a colocar Mel deitada em um pedaço do sofá sem acordar a garota. Meus olhos foram imediatamente para o papel em minha mão. Neste momento eu já não escutava qualquer coisa que alguém falava, pois estava ocupada em compreender aquelas frases:

“São reveladas sessões fotográficas da banda A5. Uma banda não muito conhecida, mas que tem um grande potencial. Nessas sessões todos os integrantes aparecem ao redor da grande estrela Kira Starr. A grande princesa de Jimmy Starr, produtor da banda. A garota é modelo e é muito popular em Miami. As fotos foram feitas para a revelação da banda. Nessas fotos ela interage com todos os integrantes, mas o que ganha mais atenção é Austin Moon. Algumas fotos foram feitas apenas com dois e até mais sensuais. Será que nasce um amor entre a princesa de Miami e o mais novo astro?”

Depois vinha várias imagens que me deu nojo apenas em olhar. Minha respiração estava acelerada e pesada. Lágrimas queimavam em meus olhos. Graças a elas não consegui mais enxergar a revista a minha frente. A única vez que agradeço as minhas lágrimas.

Senti uma mão delicada passar por meu braço e depois tirar a revista de mim. Percebi que muitas pessoas me chamavam, mas a única coisa que eu ouvia era meu próprio choro, cheio de mágoa.

– Ally? - a voz que eu menos queria ouvir, chamou. Virei-me com raiva e ele não conseguia olhar em meus olhos.

– Mas que droga Austin – gritei querendo liberar minha tristeza. Ele me olhou tristemente.

– É apenas nosso trabalho – ele disse e eu soltei o ar lentamente.

– Não, não é apenas trabalho. Você não confiou em mim – disse com dor.

– Você está apenas com ciúmes? – perguntou e eu tive vontade de rir.

– Oh, não eu não estou. Eu estou com raiva, magoada por você não confiar em mim. Por preferir tirar “fotos sensuais” com sua amiga em vez de ficar comigo. Em vez de até mesmo falar comigo. Durante esses meses você me esqueceu. Esqueceu-se do nosso namoro, de tudo. Pedir desculpas em um dia e nos outros apenas me magoar não vale mais – falei limpando raivosamente as lágrimas. Austin parecia assustado com tudo que eu disse.

– Eu não me esqueci de você – ele disse convicto.

– Talvez para você não. Mas, falar comigo uma vez no dia é esquecer para mim. Não se importar se eu estou bem para mim é esquecer. Eu só não aguento mais – falei tentando em manter firme. Eu queria que ele apenas me abraçasse e dissesse que nunca iria esquecer e que fazer essas fotos foi um erro.

– São apenas fotos Ally. Se não aguenta, vá embora – ele gritou com raiva. Dei um passo para traz e pisquei várias vezes. Talvez eu aguentasse mais se ele ou alguém tivesse me batido.

Soltei o ar lentamente e tudo pareceu doer. Talvez fosse melhor. Com esse pensamento saí correndo. Minha cabeça latejava, as lágrimas encobriam minha visão, mas forcei minhas pernas a subirem as escadas. Entrei no quarto de Audrey, com Austin repetindo aquelas palavras em minha cabeça. Joguei a maioria das coisas de Mel em uma mala que eu tinha.

Não era uma decisão precipitada. Austin pediu. E eu decidi realizar seu desejo. Como a mala não estava pesada não foi problema nenhum descê-la. Todos estavam na sala. Nenhum deles parecia querer dizer nada. O Sr. e Sra. Moon não queriam interferir, mas se pudessem com certeza o fariam. Eu queria falar com eles, mas não iria conseguir.

Austin estava sentado no sofá com a cabeça entre as mãos. Lágrimas vieram com mais frequência quando o vi. Adam estava praticamente do mesmo jeito que ele. Mary estava parada na porta sem olhar para ninguém. Ela segurava a chave do carro em uma mão e sustentava minha irmã em seu colo com a outra mão.

Andei até ela entendo seu objetivo. Peguei Mel no colo e com a outra segurei sua mala. Olhei para trás sentindo meu coração saltar. Olhei para Austin e mesmo não querendo falei:

– Você prometeu. Você desistiu – falei chorando.

Não continuei para ver qualquer reação de Austin. Apenas saí de lá. Saí sem meu próprio chão.

POV Austin

Vi Ally sair por aquela porta. Meu coração se quebrou vendo-a sair. Mas, eu não tinha ideia do que falar do que fazer. Do que fazer para concertar o que eu fiz. Ou se até mesmo eu queria fazer algo. Eu me sentia apenas uma criança olhando tudo sem nenhum direito de interferir ou sem saber nada.

Ela havia dito e eu sabia. Eu desisti, quebrei minha promessa. Não sabia se isso era o certo ou errado. Quebrei todas minhas promessas.

Mary parecia devastada. Ela olhou para todos nós como se sentisse nojo. Talvez devesse sentir não é?

– Não ousem chegar perto de nós – ela pediu e depois olhou para mim especificamente.

Queria até eu mesmo não chegar perto de mim. Queria também pedir perdão. Mas, Ally não aceitaria. Ela me odeia. Mary saiu deixando a porta fechar com um estrondo. Esse estrondo me fez voltar à realidade. O que eu fiz?

Dez e Trish saíram logo depois brigando provavelmente. Mas, eu não consegui ouvir. Estava ocupado ouvindo meus gritos de raiva para mim próprio. Eu acabei de perder a mulher da minha vida. Isso se repetia infinitamente. Meu amor saiu por aquela segurando minha pequena esperança.

POV Ally

Dentro do carro não tinha palavras. Apenas sons de choros. Meu e de Mary. Ela tentava se concentrar na estada, mas era um pouco difícil. Parei de prestar atenção em qualquer outra coisa, a única coisa que eu via era o painel do carro.

Eu tentava me concentrar na dor de cabeça em vez da minha maior dor. Minha cabeça poderia doer mais que seria melhor para mim. Mas, não era possível doer mais do que já doía. Eu invejava a tranquilidade de Mel durante tudo isso. Porque eu não podia apenas dormir? Mas, a única coisa que eu não conseguiria agora era isso.

Assim que Mary estacionou o carro percebi que era uma garagem de um prédio. Ela tinha esse apartamento, mas normalmente não ficava aqui. Mary saiu do carro sem falar nada, apenas pegou a mala pequena de Mel. Segurei a menina firmemente em meus braços e saí do veiculo. Mary fechou a porta e nós andamos lado a lado. Nós andamos até seu apartamento. Para falar a verdade nem prestei atenção no caminho. Para mim não importava. O que importava não estava aqui.

Mary abriu a porta de um apartamento e eu nem mesmo sabia que andar estávamos. Ela fechou a porta quando já havíamos entrado e olhou desanimada para mim.

– Fique com Mel no quarto de hospedes. Acho que está tudo arrumado. Se quiser qualquer coisa pode mexer em tudo - ela falou e eu forcei um sorriso rápido.

– Obrigada, Mary. Eu não aguentaria ficar mais lá – falei fungando e ela deixou escapar uma lágrima.

– Acredite, nem eu – admitiu e depois olhou para a dorminhoca em meu colo -Pode coloca-la para dormir – falou e depois beijou a testa da menina. Eu me virei em direção que Mary apontou, mas antes ela me chamou novamente – Ah e Ally, feliz natal – ela disse me lembrando.

– Feliz natal – disse dando ombros. Soltei o ar lentamente enquanto caminhava em direção ao quarto. Austin e eu havíamos nos separado bem no natal. Mas, nós estávamos separados? Acho que sim.

O quarto de hóspedes era bem simples, mas bem espaçoso. Havia uma cama de casal com vários travesseiros e cobertas brancas. Havia uma janela um pouco distante fechada por uma cortina também branca. Uma porta abria-se para o banheiro e havia um guarda roupa bem grande. Ao lado da janela havia um sofá.

Coloquei a mala que havia pegado antes de entrar no quarto e deixei-a ao lado da cama. A mala era pequena, apenas para algumas coisas de Mel. Com a menina ainda dormindo coloquei seu pijama fofo e depois a deitei. Cobri seu corpo e beijei sua testa. A todo instante, memórias de quando Austin fazia isso vinham em minha mente.

Depois que me certifiquei que ela estava bem sentei no sofá. Eu estava sentido meu corpo todo dolorido, mas o pior não era isso. E sim a saudade de Austin que já estava presente. Eu me perguntava como isso era possível.

Comecei a olhar a vista da janela e as lágrimas começaram a cair repentinamente. Eu havia feito à coisa certa? Bem, era isso que Austin e eu precisávamos. Mas, não a que queríamos. Acabei dormindo desse mesmo jeito, sem me preocupar, apenas lembrando-me de todas as promessas feitas sob as mesmas estrelas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será que Austin continuará desse jeito ou irá mudar para correr atrás de sua mulher? Aconteceu tudo tão de repente não é? Comentem se gostarem.
Ps.: Não me matem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Won't Give Up" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.