I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 49
Memórias perseguidoras


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :3 Obrigada pelo comentários, mesmo os que me ameaçavam s2 Leiam ai e continuem sem me matar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/392813/chapter/49

POV Ally

Uma luminosidade irritante batia sobre meu rosto. Suspirei e senti que não deveria ter feito isso. No mesmo seguinte uma dor de cabeça horrível me atingiu acompanhada de uma irritação no estômago. Meu pescoço estava dolorido e meus olhos ardiam.

Abri os olhos e a luz me cegou. Pisquei algumas vezes até me acostumar e levei uma mão ao pescoço. Suspirei novamente, talvez para sentir a sensação de alívio. Algo que eu não consegui. Olhei para fora da janela e vi um movimento bem significativo do lado de fora.

Levantei e fui diretamente ao banheiro do quarto. Fechei a porta e fui até a pia. Minha aparência não era uma das melhores. Meus olhos estavam um pouco inchados e vermelhos. Minha bochecha também estava vermelha. O cabelo estava totalmente bagunçado.

Liguei a torneira e enfiei meu rosto lá, querendo não sair nunca mais. Prendi meu cabelo com qualquer coisa que havia achado nas gavetas do banheiro. Saí do lugar tropeçando em meus próprios pés.

Olhei o quarto e tentei me prender em cada detalhe. Isso para apenas tentar deixar minha mente ocupada. Seria, até mesmo, mais fácil bloquear todas essas lembranças, ao menos por enquanto.

Um movimento em cima da cama fez-me lembrar de Mel. A menina ainda dormia tranquilamente, o que me deixou em dúvida de que horas seria. Puxei a coberta para cima de Mel novamente e depois saí do quarto silenciosamente. Deixei a porta um pouco aberta caso a pequena quisesse sair.

Segui pelo corredor até a sala. Ao lado era a cozinha. Entrei na mesa e observei o lugar. A cozinha parecia bem limpa, mas ao mesmo tempo sem ser usada a muito tempo. No meio do lugar havia uma mesa com várias cadeiras. Em uma delas estava Mary.

A loira estava deitada como podia sobre a mesa. Seus cabelos se espalhavam cobrindo todo seu rosto. Mary usava um pijama bonitinho de vacas. Sorri levemente, mas não durou nem dois segundos. Soltei lentamente o ar, pensando no que fazer.

Mary parecia dormir, mesmo assim sabia que teria que falar algo. Fui até seu lado e sentei em uma cadeira.

– Mary? – chamei, mas ela pareceu não ouvir – Mary? – chamei novamente passando a mão em seu braço. A garota levantou a cabeça e eu senti lágrimas em meus olhos.

Eram tão poucas as vezes que eu a encontrava assim. Mary, assim como eu, tinha os olhos vermelhos e inchados. Seu rosto estava um pouco vermelho por ela ser mais branca e lágrimas escorriam por seu rosto. Mary parecia desolada.

– Desculpe – ela sussurrou quase sem voz e depois passou as mãos pelo rosto. Assenti e ela apoiou a cabeça nas mãos mantendo seu olhar sobre mim.

– Você está bem? – perguntei mesmo sabendo que não. Ela assentiu levemente.

– Não achei nada pronto – ela falou gesticulando em direção à geladeira.

– Posso fazer? – pedi já me levantando. Ela murmurou algo em resposta e depois deitou a cabeça novamente.

Fui até a geladeira e achei algumas coisas não estragadas, como algumas maçãs e morangos. O que era impressionante, já que essas coisas estragavam rápido. Peguei uma caixinha de leite condensado e coloquei um pouco juntos com as frutas cortadas. Peguei também um pacote de torradas que estavam guardadas e peguei uma geleia junto.

Coloquei tudo em cima da mesa, ao lado de Mary. Peguei uma caixa de leite e uma de suco deixando-as também sobre a mesa.

– Tentei fazer algumas coisas. Coma isso aí. Vou ver se Mel está bem – falei fazendo Mary olhar para mim sonolenta. Ela assentiu e depois encarou a comida.

Massageei minha cabeça enquanto seguia pelo corredor. Entrei no quarto de hospedes e vi que Mel já havia acordado. Ela tentava sair da cama com um pouco de dificuldade já que era alta. Balancei a cabeça negativamente e ri. Fui até a garota e a peguei no colo. Beijei sua bochecha e era sorriu banguela.

– Bom dia – falei tentando não demostrar tristeza.

– Bom dia – ela falou escondendo o rosto em meu pescoço. Saí do quarto novamente, segurando Mel.

Cheguei à cozinha e Mary tinha apenas revirado as frutas. Mel se debateu e eu coloquei-a no chão. A pequena correu até Mary e abraçou suas pernas. Mary se assustou, mas depois colocou a menina sentada em seu colo.

Sentei ao lado das duas e peguei uma torrada. Mordi mesmo não tendo vontade. Sentia que a comida tinha gosto de plástico mesmo não tendo. Desisti de comer e peguei Mel no colo. Comecei a deixar os pedaços de fruta em sua boca pequena. Ela com certeza comeu mais que eu e Mary.

– Porque estamos aqui? – a menina perguntou curiosa e depois mordeu a fruta que eu dava. Senti um aperto no peito e olhei instantaneamente para Mary que fez a mesma coisa.

– Vamos passar um tempo com a tia Mary. Você irá gostar – falei mesmo não tendo certeza. Ela assentiu balançando os pés.

– Feliz natal – ela falou sorrindo animada para Mary e para mim.

– Oh, desculpe. É verdade meu amor, feliz natal – falei beijando sua bochecha e Mary fez o mesmo. Lembrei que acabei deixando meus presentes todos no guarda-roupa de Audrey. Inclusive o de Austin. Lágrimas ameaçaram a voltar, mas eu tentei prestar atenção em Mel – Desculpe, acabei deixando seu presente em outro lugar, prometo te dar outro depois – falei e ela sorriu.

– Mas eu já tenho aquele urso glandão – ela falou abrindo os braços. O urso que Austin e eu aviamos dado a ela juntos. Lembro que ele foi uma das poucas coisas que eu peguei antes de sair. Assenti e Mary pegou Mel do meu colo.

– Vamos assistir uma maratona de desenhos que eu tenho – ela disse se levantando com a menina no colo.

– Vou lavar a louça - gritei e Mary concordou escapando de lavar tudo.

Joguei tudo que havia sobrado fora e depois joguei as coisas sujas na pia. No momento em que abri a torneira era como se eu abrisse as minhas memórias. Austin todo molhado venho em minha mente. Ao mesmo tempo fiquei com raiva de mim e dele. De mim por não conseguir passar nem um segundo sem pensar nele. Dele por ser estúpido.

Quando percebi que as lágrimas já caiam limpei meu rosto com raiva. Minha vontade era de socar alguém. Talvez Kira. Mas, ainda mais Austin. Minha vontade também era de gritar. Gritar ao mesmo tempo o quanto ele era idiota e o quanto eu o amo.

Guardei o último prato e suspirei. Eu estava tão cansada. Cansada de absolutamente tudo. Saí da cozinha e fui até a sala. Encontrei a televisão ligada passando um desenho. Mary estava deitada no sofá bem espaçoso abraçando Mel. As duas dormiam tranquilamente. Quanto tempo eu passei lavando louça?

Desliguei a televisão e joguei um cobertor em cima das duas. Andei até o quarto em que estava. Tirei a roupa que usava desde o outro dia e tomei banho. Por um milagre eu não chorei novamente. Fui até as coisas que havia trazido e vi que tinha poucas roupas minhas.

Peguei um short de um pijama qualquer meu. Segurei uma camiseta que estava entre as coisas de Mel e franzi a testa. Essa parecia ser a única camiseta ali. Eu não estava pensando muito quando peguei essas coisas. Vesti a camiseta que era apenas preta se nenhum detalhe. Ela parecia bem grande para meu gosto.

Deitei na cama e respirei fundo. O perfume de Austin. Era tão comum para mim que eu não havia me dado conta. Era uma das camisetas de Austin. Era tão comum confundirmos as roupas naquela casa, afinal eram muitas pessoas.

Mesmo eu querendo foi impossível segurar as malditas lágrimas. Meus soluços foram os mais silenciosos que eu consegui, até o sono vim. Nunca pareceu real quando as pessoas falavam que sentiam dor por estar longe da pessoa amada. Agora parecia bem real.

POV Austin

A dor de cabeça era insuportável. Coloquei a mão sobre a testa antes mesmo de abrir os olhos. Ao mesmo tempo todo meu corpo pareceu doer. Abri os olhos e minha a dor na cabeça aumentou. Percebi que estava no sofá da sala. Eu parecia bêbado mesmo não estando. A dor de cabeça terrível, nenhuma lembrança da noite passada...

Um erro pensar assim. Ally foi embora. Essa era a lembrança que me atingiu. E como me atingiu. Sentei rapidamente e me cabeça girou. Ao mesmo tempo ouvi alguém conversar na cozinha.

– Ele não quer descer – uma voz triste declarou. Essa com certeza se tratava de Audrey.

– Deixe os dois – uma voz carinhosa pediu. Minha mãe.

– Ainda não acredito – uma voz grossa disse. Meu pai.

– Era evidente que em qualquer hora isso aconteceria – Audrey falou agora com a voz instável.

– Não há apenas um culpado nisso – meu pai falou compreensivo. Ah, havia sim. Eu. Levantei com cuidado e segui até onde eles estavam. Encontrei-os em volta da mesa comendo algo. Audrey foi a primeira que me viu. Ela começou a chorar e veio para meus braços. A pessoa que eu mais queria em meus braços não quer estar aqui.

– É minha culpa – falei com a voz instável.

– Não é não. Todos nós aceitamos aquele contrato. Todos nós começamos tudo isso – Audrey falou em um sussurro.

Em minha mente aquilo não era verdade. Quem havia dito as ultimas palavras definitivas tinha sido eu. Audrey ficou mais um tempo abraçado comigo e depois minha mãe fez o mesmo tempo. Meu pai também me abraçou rapidamente como se mostrasse que está comigo. Eu ainda lembrava-me de suas palavras de não magoar Ally, mas também sabia que ele não iria me ignorar.

– Adrian está dormindo. Vá ao meu quarto – Audrey pediu. Na verdade eu não estava com vontade de dormir. Talvez vontade de voltar no tempo, sim.

Subi as escadas tentando não lembrar-me de todas as vezes que Ally desceu por ela, apenas para me surpreender. Entrei no quarto de Audrey e meu coração se encolheu. Muitas coisas de Ally estavam jogadas. Uma caixa com alguns embrulhos de presentes estava caindo do armário aberto. Eu não me importei com isso.

Deitei naquela cama grande. Porque memórias são perseguidoras? Talvez apenas para nos fazer sentir pior. Lembrei-me de quando observei Ally dormir da primeira vez. Das inúmeras vezes que dormi com ela e com Mel aqui. E também de quando a vi dormir antes de comemorar nosso primeiro aniversário de namoro.

Eu me perguntava se era melhor ela estar aqui ou não estar aqui. Estar aqui para reviver todas aquelas lembranças perfeitas. Ou não estar aqui, para não ficarmos como estávamos antes, apenas brigando. Eu estava muito confuso, mas sabia dizer que queria Ally aqui. Abracei o travesseiro e caí no sono lentamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As coisas não estão nada boas, será que continuará assim ou tudo vai se revolver rapidamente?
Comentem bastante e eu sei que tem leitores novos hein o.O Quem ai gosta de recomendações? Eu gosto o/ hehe Até algum dia *u*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Won't Give Up" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.