Capitulo 34- Listen to your heart

Inspirei demoradamente.

Não soube dizer a principio se estava sendo um sonho ou não. Mas eu ouvi a voz de Bruce não muito longe e seu cheiro também.

― Você não tinha o direito a forçá-la a usar os poderes dela! Agora veja como ela esta!

― Era necessário, Doutor Banner, você não acreditaria em mim se não houvesse alguma prova...

Levantei-me com cuidado. Estava no vagão onde eu usava para dormir. Fui em direção à barulheira. Alice, Jasper, Emmett, Rose, Peter e Charlote, discutiam com Bruce e Tony. Os vampiros ao perceber minha aproximação deram espaço para eu me aproximar.

― Bruce... ― sussurrei antes de correr e parar a sua frente o assustando com a minha rapidez.

Quando fui para beijá-lo ele desviou o rosto. Fiquei parada sem reação alguma, enquanto ouvia Alice arrastar todos para outro lugar.

― Me desculpe, Poppy... ― sussurrou ele fitando o chão. ― E-eu só... É estranho ver você agora... sem... estar coberta de sangue... E... ― ele fechou os olhos fortemente.

― Você sabia o que eu era...

― É diferente saber o que você é, e presenciar... Eu não me sinto a vontade em te beijar, não por agora eu preciso um tempo para eu me acostumar com o que vi...

― Você... ― comecei entendendo o que se passava ao certo. ― Você esta com... nojo de mim? ― entre abri os lábios, me sentindo ferida por dentro. Afastei um pouco me virando de costas para ele.

― Poppy, não é bem assim, eu só preciso esquecer que eu vi você daquela forma.

― Não tem como esquecer, Bruce. Cedo ou tarde você vai me ver dessa forma novamente!

― Poppy, por favor. Sabemos que isso não é fácil para nenhum de nos dois, eu preciso que você tenha paciência!

― Paciência... ― ri ironicamente.

― Sim, Popires, paciência! Acha que é fácil para mim suporta que você mata pessoa sempre quando sente fome?!

― Se não suporta o que eu faço, por que está comigo? ― agora nossa conversa já havia elevado o timbre de voz, e havia se tornado uma clara discussão.

― Porque eu estou com você se não suporto o que vocês faz? ― ele se fez de pensativo ainda com a cara fechada. ― Talvez seja porque eu te amo?! ― ao contrario do que deveria soar como uma declaração, era apenas algo dito da boca para fora, quase como uma justificação, o que era de fato.

― Não! ― ele me olhou confuso. ― Você não pode dizer isso, você não me ama de fato como acabou de dizer, Bruce... ― minha voz saiu calma, mas com uma pontada de decepção. ― É apenas uma desculpa. Você não sabe o que realmente significa essas três palavras... É só uma criança de 44 anos... ― murmurei correndo o mais rápido que eu pude para a caverna onde estavam todos, mas nem dei atenção, apenas pulei na água e nadei em direção as cavernas submersas do lago.

Eu me sentia traída pelo o que ouvi de Bruce. Eu sei que não era fácil para ele, mas por céus, eu sentia, ou melhor sinto, felizmente não sou como vários vampiros que simplesmente não conseguirão ter “sentimentos”.

Eu nadei por algumas horas antes de voltar para o saguão. Onde Peter e os demais conversavam com Hank e Janet. Ambos se voltaram para mim. Dei um fraco sorriso indo até ao meu vagão, mas infelizmente, ou felizmente Alice colocou Bruce no mesmo vagão que eu.

O olhei.

Só entrando agora ouvi e percebi que ele...

Chorava!

Fiquei um tempo o olhando respirando pela boca, ou seja, com os lábios entre abertos.

― O que você quer? ― rugiu. Ele parecia a ponto do descontrole.

― E-eu só vou me trocar... ― murmurei indo até onde Alice havia deixado algumas roupas que a própria havia comprado.

Retirei minha roupa molhada, me escondendo dele, por assim dizer.

Eu o olhei demoradamente, terminando de vestir o cardigã verde escuro sobre a regata branca. Caminhei para o saguão sem lhe dizer mais nada.

Mal me sentei diante a fogueira que Jasper havia feito, e Tony veio atrás e se sentou ali. Ao nosso lado.

― Você realmente gosta de machucar o Grandão, né?

― Por que vocês vieram para cá, afinal de contas?! ― resmunguei me levantando e saindo para a caverna novamente.

Três dias... Era esse o tempo que havia passado desde que eles vieram para cá. Bruce, Tony Hank e Janet não falavam comigo, na verdade, Hank e Janet até falavam, um “olá” ao menos, mas Bruce não olhava para mim, não quando eu estava olhando. Tony sendo Tony, tomou as dores do amigo.

Mas não havia nada o que eu pudesse fazer, na verdade eu ainda estava me questionando o porquê deles terem vindo para cá.

Me levantei espreguiçando, já era noite. Passei a mão em meus cabelos os ajeitando e caminhei em direção onde Peter tocava violão de frente a fogueira. Todos estavam lá exceto, Tony, Janet e Bruce.

― Poppy, você que é boa em cantar...

― Eu não... ― ri me sentando ao lado dele.

― Canta aquela da Roxette que eu gosto... ― pediu Charlote sentada do outro lado dele.

― Onde conseguiram? ― questionei apontando com o queixo par ao violão.

― Compramos de um cara que estava vendendo na rua, quando fomos fazer compras... Já sei... ― ele começou alguns acordes. Eu ri sem jeito e comecei a cantar.

“I know there's something in the wake of your smile.

I get a notion from the look in your eyes, yeah.

You've built a love but that love falls apart.

Your little piece of heaven turns to dark

Listen to your heart when he's calling for you.

Listen to your heart there's nothing else you can do.

I don't know where you're going

and I don't know why,

but listen to your heart before you tell him goodbye”

Eu quase via como flashes desde primeira vez que eu vi Bruce. Aquela virada entre a escuridão e a luz ao acaso. A cada palavra cantada me vinha seus olhos em diferente situações até agora.

E o que havia agora?

“Sometimes you wonder if this fight is worthwhile.

The precious moments are all lost in the tide, yeah.

They're swept away and nothing is what it seems,

the feeling of belonging to your dreams”

Senti o cheiro dele e dei uma rápida olhada, vendo-o caminhando em nossa direção. Janet se sentou ao lado de Hank e deu espaço para Bruce, porém eu sabia que por mais que eu não estivesse o olhando ele me olhava.

Ele deu mais uns passos, vindo e se sentando ao meu lado.

“And there are voices that want to be heard.

So much to mention but you can't find the words.

The scent of magic, the beauty that's been

When love was wilder than the wind.”

Ele veio com um braço para me abraçar, mas eu o afastei. Ainda sim, sem parar de cantar. Mas ele não desistiu. Assim ele me abraçou se grudando a mim. Por mais que eu estivesse chateada com ele, eu ainda sim quis rir aquele momento, repreendi o sorriso.

― Vamos, sorria... ― pediu ele ao meu ouvido, arrepiando-me por completa. Virei a cabeça um pouco em sua direção, me focando em seus lábios, primeiramente, e subindo para seus olhos. Ele deu um breve sorriso, e eu correspondi.

Quando Peter terminou, Bruce se pós de pé e estendeu a mão para mim. Eu o olhei demoradamente antes de aceitar me levantando com a ajuda dele.

― Nem parece que levantou devido ao tamanho! ― riu Emmett. ― Por isso você e a Alice dão certo, ate no tamanho... ― me virei o olhando feio ante de acompanhar Bruce ate a caverna.

Ele respirou fundo. Antes de começar, e a única coisa que eu não queria era discutir e brigar com ele. Antes que ele dissesse qualquer coisa eu abri a boca.

― Por que vieste? ― ao contrario do que poderia soar devido a pergunta, eu o questionei calmamente, na verdade me sentia culpada por seus amigos e ele estarem aqui. Ele abaixou a cabeça e brincou com o dedos, entrelaçando-os.

― Ao contrario do que você disse... Eu realmente a ... ― antes que ele terminasse, eu parei num movimento rápido a sua frente, levando um dedo aos seus lábios. Ele por sua vez me olhou confuso.

― Eu sei... Você nunca precisa me dizer...

― Não estou... entendo...

― E-eu sei o que você sente por mim...

― Mesmo? Então o que eu sinto? Ou melhor, o que ia dizer? ― murmurou cruzando os braços na frente de seu corpo.

― Acredito que você sente necessidade de dizer essas três palavras, porém, eu tenho certeza que você quer dizer elas para tentar aliviar o que sente. Mas elas não chegam nem perto de descrever o que você sente. ― ele desviou o olhar enquanto seu coração acelerava algumas batidas. ― A não ser que isso seja uma... viagem minha... ― ri sem graça. E percebi ele sorrir também.

― Me desculpe, Poppy, por ter sido um... idiota novamente. ― eu sorri serenamente ao ouvi-lo. ― Nos dois temos que sermos paciente, mas eu sei que em certo ponto eu fui um pouco “folgado”...

― Bruce, se você não suporta mortes, por que ainda sim insisti em ficar comigo? ― minha voz saiu calma, com uma pitada de culpa.

― Pela coisa mais óbvia... ― murmurou se aproximando um passo. ― O que eu sinto por você é maior que isso... Assim como acredito que o que sente por mim é maior do que sua sede.

Eu não consegui controlar meu sorriso. E não era um simples sorriso, era um sorriso carregado de emoções que “saiam” de meu sorriso e olhos. Ele sorriu de maneira idêntica e se aproximou, me agarrando firme contra ele, me abraçando forte, porém eu não poderia corresponder com a força, se não o quebraria ao meio.

Ele se afastou um pouco e fitou meus olhos, enquanto uma de suas mãos ia até minha nuca bagunçando, a caminho, meus cabelos tão escuros quanto seus doces olhos. Ele se aproximou lentamente fechando seus olhos apenas no último minuto antes de finalmente beijar-me.

Com um começo suave calmo, ainda se estendendo com tal, mas com uma gota, uma essência mais... sensual, nossas mãos começaram a se movimentar sobre o corpo um do outro, tirando com um pouco de pressa cada peça de roupa, nos deixando apenas com roupas intimas.

Seu corpo quente me guiou de costas ate a parede gélida me prensando ali. A respiração completamente desregular batia contra mim vez ou outra quando cessávamos o beijo para que ele respirasse, porém ele apenas saia de meus lábios indo para meu pescoço.

Sua mão desceu pela lateral de meu corpo, até minha coxa, a acariciando, antes de se abaixar, meu puxando em seguida contra ele, me pegando, lacei seu quadril com minhas pernas enquanto ele nos levava para a água.

Eu sorri segurando seu rosto em minhas mãos e distribuindo beijos pelo seu rosto.

Sabíamos que nada poderia ser feito, mas isso não significava que podíamos... brincar.

Extra

Todos observaram o casal sair, e todos torciam para que tudo desse certo entre eles. Tony sabia o quanto o amigo gostava da vampira. E de uma forma ou de outra ela fazia bem ao doutor.

― Está bem, vou arrancar os dois de lá para eu tomar meu banho... ― começou Henry “Hank” Pym.

Emmett gargalhou mais alto que podia:

― Vai nessa... perigoso. A forma como estão lá, eles te expulsam de lá antes mesmo de dizer uma palavra.

― Só espero que não destruam a caverna! ― riu Tony.

― Por quê? ― Emmett logo se interessou no assunto.

― Uma vez os dois derrubaram a parede apenas com a preliminar deles... ― riu Hank, fazendo Janet rir descontroladamente.

― Ela até hoje pede desculpas pelo incidente! ― murmurou ela.

― Bom, ninguém vence eu e minha ursinha em destruição! ― sorriu Emmett orgulhoso de seus despenhos.

― Então essa coisa de destruir o lugar durante o sexo é coisa de vampiros?! ― riu Tony interessado e fazendo cara de pensativo.

― Bom, somos rápidos e fortes, espera que uma cama aguente? ― riu Jasper, fazendo Alice o olhar feio.

― Que nojo de vocês! ― murmurou Tony, com uma pequena careta.