Tocada escrita por Beatriz Seraphini


Capítulo 4
Três


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, já são 7 meses de abstinência. Esse seria o tempo que demoraria para eu terminar a fic e escrever outra. Aconteceram tantas coisas que eu realmente perdi o controle e peço desculpas por isso. Eu decidi que voltaria escrever a fic faz exatamente três horas e eu consegui escrever um capítulo nesse meio tempo. Sem falar que eu perdi os três capítulos que eu havia escrito e revisado fazia décadas já que eu troquei de notebook. Enfim, espero conseguir postar direitinho agora. Aliás, se eu me perder, vocês podem me afogar, juro. Espero que gostem!



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Toquei a campainha com cuidado e notei o quanto a casa de Day se parecia com um lar de uma senhora de 87 anos. Espinhei pela janela para saber se havia algum tipo de aproximação e ninguém havia me atendido ainda. Quando levei o indicador para o botão redondo ao lado da porta, ela se abriu rapidamente.

— Lauren? — Perguntou um homem que parecia ser pai de Daniel.

— Sim, senhor — sorri enquanto entrava.

— Já disse o quanto o meu filho parece uma garota? — Ele olhou nos meus olhos que tinham um tom de azul surreal. — Ele se atrasa para encontros. Sabe, sempre.

— Isso não é um encontro, na verdade.

Quando ia começar a explicar que aquele teatro todo era culpa do nosso professor gordo e virgem de 40 anos de astronomia, Day apareceu descendo as escadas apressadamente.

— Seja lá o que ele tenha te falado, é tudo mentira — disse tentando recuperar o fôlego.

Sorri em resposta.

Aquela situação estava perdendo o controle aos poucos e eu sabia disso. O pior era que eu não me importava. Não com aquele par de olhos me encarando todo o trajeto de carro até o Irish Tavern.

— Não acredito que consegui fazer com que a garota mais bonita da escola viesse comer comigo.

Olhei para ele esperando que desse um sorriso como sinal do que o que havia me dito era brincadeira. Fiquei assustada quando esse sinal não se realizou.

— Day, eu já disse para você que...

— Você tem namorado? — Ele me interrompeu apertando as mãos no volante.

Dei de ombro e olhei pela janela. O inverno estava um pouco longe mas já tinha como sentir o frio se aproximando.

Nunca me senti daquela forma. Era como se Day estivesse realizando algum teste, conhecendo os meus limites. Era um tanto perturbador imaginá-lo deitado em sua cama às 3 da manhã bolando um plano para ficar comigo.

— Não quero que me entenda mal, tudo bem? — Olhei para frente. — Ainda podemos ser amigos.

O sorriso de Day se alargou.

— Olha, Lauren Gries — ele alternava o olhar para as ruas e para mim — eu sei que você é irresistível, tem umas pernas lindas, devo acrescentar, mas eu não estou bolando um plano para ficar com você.

— Então por que age como se quisesse? — Perguntei confusa.

— Sabe que eu não sei? — Ele sorriu novamente enquanto encostava o carro. — À propósito, eu não durmo às 3 da manhã. Você enlouqueceu?

Daniel saiu do carro e deu a volta tentando alcançar a maçaneta do lado do carona.

Minha mente estava em segundo plano e isso não era algo louvável. Ele tinha dito tudo o que eu havia pensando momentos antes. Não, espera, Lauren. Isso é ridículo. O quê? Ele lê mentes agora? Voltei para o mundo real quando a porta estava aberta e Day aguardava a minha boa vontade.

— A resposta é sim.

— O quê?

— Você já pode sair — seus dentes deram vida a sua boca — está tudo bem?

— Claro.

Segui Daniel até o balcão de atendimento ainda confusa. O lugar estava tão cheio que achei que não conseguiríamos nem ficar em pé no bar.

— Sigam-me por aqui, senhores — disse a atendente pisando duro no chão cerâmico.

A moça cheia de curvas saiu rebolando assim que nos sentamos mas obviamente não foi embora sem antes lançar um olhar de “me coma, por favor” para Daniel.

— Já entendi como conseguimos a mesa.

— Ninguém resiste ao meu charme — ele mordeu o lábio inferior — exceto você.

Sorri em resposta.

Pedimos várias porções individuais de pizza e um caminhão de refrigerante se incluía nisso. Conversamos durante cerca de 40 minutos enquanto a chuva caía lá fora. Estava tudo bem até o celular tocar.

— Hm... Logan? Eu achei irrelevante... O quê? Sinto muito, mas eu realmente fui obrigada a isso. Vou te ligar, eu prometo. Também te amo.

— Deixa eu adivinhar: o Logan, um cara realmente sortudo, está com ciúmes?

— Você quem é o sortudo por amanhã ser sábado e não ter aula.

Sorri um pouco nervosa. Logan não estava gostando nem um pouco dessa história. A culpa podia não ser minha mas o fato de eu não ter fechado a boca me colocou nessa enrascada. Se eu tivesse permanecido calada, ninguém estaria querendo decapitar ninguém. E o pior era que nem eu mesma entendia o motivo que me movia a contestar cada vez mais.

— Por que não me conta sobre os pontos turísticos daqui? —Perguntou tentando eliminar a tensão.

— Você está brincando? — Olhei confusa. — Você se muda para o buraco dos Estados Unidos e quer passear? Por que não ficou em Denver então?

— Meu pai é um lunático por cidades pequenas, acho que é isso.

Gargalhei com a expressão que ele plantou no rosto. E percebi o quanto ele estava próximo de mim. O sorriso foi se esvaindo do meu rosto e ficou impossível não encarar seus lábios. Estavam tão próximos e pareciam tão suaves ao mesmo tempo.

Quando ele percebeu que eu o encarava, alargou o sorriso e se aproximou ainda mais. Seus lábios encostaram levemente nos meus mas eu voltei do meu segundo plano rapidamente.

— Isso está errado, Day — disse com seus lábios ainda nos meus. — Acho melhor eu ir, sinto muito — disse me afastando.

Day franziu a testa mas só foi capaz de concordar com a cabeça.

E o meu auto controle só estava indo embora. Isso definitivamente não era nada bom.


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Notas finais do capítulo

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