Tocada escrita por Beatriz Seraphini


Capítulo 3
Dois


Notas iniciais do capítulo

Olá, como você estão? Então, essa semana eu só vou conseguir postar um capítulo por conta do meu notebook estar quase explodindo. Enfim, espero que gostem e não se esqueçam de comentar, viu?



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  Lá estava eu, no meu armário, horas depois do meu acaso com Day, buscando os livros para a próxima aula que pareciam terem se desintegrado ou evaporado. CLASSE DE POLÍTICAS DOS ESTADOS UNIDOS, estava escrito em letras computadorizadas, grandes e negritadas no quadro de horários que eu havia recebido no início do ano letivo, havia umas semanas.

  Entrei na sala de aula que já estava quase completa, mas que contava com alguns atrasos rotineiros, como os meus. Tratei de sentar-me, no entanto, poderia ter fugido sem ser notada ou fingir que estava com cólica e ir para o ambulatório. Eu sou ótima em plantar coisas na cabeça das pessoas como ninguém jamais seria.

  A partir dali, a aula e a mesma picuinha passava mais lentamente que o normal, me fazendo quase dormir. Estava ansiosa com algo, mas nem eu mesma sabia o que era. Não, talvez eu soubesse. Aquele olhar acalento me provocou uma onda de emoções que eu nunca senti antes em toda a minha vida, mas ao mesmo tempo, me trouxe um ar de preocupação inevitável: quem era Day e porquê eu me senti tão impactada com ele? Minha mente só criava perguntas e outras mais, porém nunca achava soluções para elas. O que está acontecendo?

  Fique calma, Lauren, pensei, sem paranoia.

  Quando dei por mim, estava novamente sentada na aula de políticas americanas, apreciando inconscientemente o quadro negro que continha várias anotações sobre o governo de Bill Clinton. E não era só isso. Novos olhos me fitavam com outro grau de intensidade, talvez de repreensão. Dessa vez eram negros, como a escuridão, e não me permitia compreendê-los. E tinha como dona Sra. Black, a mesma que havia migrado da capital da “terra das batatas”, apelido mais do que perfeito para Idaho.

  De fato, podia até parecer um pouco egoísta de minha parte, mas eu estava pouco me importando pelas tentativas de intervenções de Bill Clinton em reformas na área educacional, fortalecimento de leis de proteção ao meio ambiente e, muito menos, a restrição de venda de armas para qualquer pessoa que desejasse estourar os miolos de alguém. Não agora, disse a mim mesma, tentando amenizar a culpa que recaíra sobre meu egoísmo mórbido.

  Quando a professora de políticas iria falar sobre as intenções internacionais de Clinton, o sinal soou e deixou todos da sala aliviados por não precisarem ouvir mais uma hora de aula de Sra. Black, com aquela voz irritante de corrimento nasal.

  Lancei-me novamente no corredor movimentado, agora sem os barulhos de armário batendo e sim pelos estômagos dos jovens: uns tinham bulimia, e outros eram obesos o bastante para uma cirurgia bariátrica.

  Cheguei à porta do refeitório e consegui ver Luke em pé sacudindo os braços intensamente enquanto os outros – Meghan e Logan – permaneciam assistindo ao show bizarro. Fui até eles.

– Ai está você. – Luke me recebeu todo contente, como se não me visse por longos anos.

– Até um cego seria capaz de encontrar vocês com esses movimentos volácios.

  Logan riu no canto. Meghan permaneceu admirando o celular.

– O que há com ela?

– Não paramos de escutar uns sorrisos e sons de mensagens chegando – disse Luke.

– Vai comeu alguma coisa? – Perguntou Logan.

– Acho que sim.

– Ótimo, vou com você.

   Logan passou uma de suas mãos em minha cintura e me conduziu até que chegássemos à cantina, do outro lado do salão. Ele definitivamente era bom nisso.

– Como foi a aula de astronomia?

– O quê? – Perguntei surpresa.

– O que houve?

– Por que essa pergunta?

– Meghan disse que o técnico a trocou de lugar com um garoto novo e que você será a nova guia dele pela escola e pela cidade.

  Meghan ia se ver comigo. Era péssima em ficar calada.

– É verdade.

– Por que não me disse nada?

– Por que você iria querer saber de uma coisa tão irrelevante?

– Por nada...

– Está com ciúmes.

– De onde tirou essa ideia? Claro que não.

– Considerando o seu olhar como quem diz “vou matar aquele idiota”, se não fosse por isso, não teria notado. Aliás, você é péssimo mentindo, sabia?

  Logan inclinou meu queixo em sua direção, cuidadosamente, olhando-me por uns longos segundos, como um médico que examina um paciente. Depois conduziu sua boca até a minha orelha direita e sussurrou:

– Você é minha e eu sou seu. Nenhum imbecil irá mudar isso.

– Nunca.  – Murmurei baixinho recebendo um beijo quente e demorado que parecia durar eternamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Devo continuar ou parar?? Me digam nos comentários e favoritem por favor. A fic só depende de vocês para ser terminada!



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