Immortals - Eternal escrita por V i n e


Capítulo 8
Capítulo VII - Game over, Toby.


Notas iniciais do capítulo

Tô inspirado, scrr.



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Capítulo VII

Entrei no carro e minha mãe não me seguiu. Rachel estava sentada no banco do carona com uma expressão solidária.

Claro que ela tinha escutado tudo, pensei.

Abri o portão automático da garagem e acelerei pela rua, cantando pneus pelo asfalto velho e rachado. Meu telefone começou a tocar sem parar até eu me irritar e puxá-lo do bolso para estender à Rachel. Ela ignorou as ligações e eu fiquei grato por isso. Dirigi pelas estradas mais afastadas, dando voltas e mais voltas pelo perímetro da cidade. Ela não reclamou nenhuma vez, e também não falou nada. O silêncio não era desconfortável. De certa forma, era bom. Meus pensamentos voavam em uma linha vertiginosa e perigosa, divagando por entre a traição da minha mãe e a dúvida sobre a identidade do meu pai biológico, o fim da minha amizade e anos com Christopher por motivos egoístas e toda a verdade que Rachel despejara encima de mim. Verdade que ela só havia revelado porque gostava de mim. Eu queria ficar feliz por isso, mas meu cérebro não conseguia se decidir entre ficar zangado por viver uma mentira, assustado porque o mundo não era preto no branco ou feliz porque a garota que eu estava afim sentia o mesmo por mim.

Estacionei na trilha que levava para a casa dela. A noite começava a cair após umas duas horas rodando pela cidade. Observamos o crepúsculo em silêncio, apreciando mais a companhia um do outros. Apesar da quietude meu cérebro trabalhava em velocidade máxima para entender o que havia acontecido e como minha vidinha monótona de popular, comum e pegador parar esquisito, solitário, aberração e não conseguir pensar em beijar outra garota além da que estava a pouca distância de mim.

– O quer dizer com se alimentar da energia vital? – perguntei. Lembrando-me desse trecho da nossa conversa.

Ela não olhou para mim. Seus olhos cinzentos estavam prateados ao refletir a lua.

– Vampiros se alimentam de sangue para nutrir sua imortalidade – explicou ela. – Nós, Imortais, nos alimentamos da sua força e energia. Tecnicamente nos alimentamos da juventude de seres vivos. E também de ideias, sonhos e lembranças.

Tentei não franzir o cenho ou crispar os lábios, mas ela olhou para mim e riu da minha expressão.

– Não podemos drenar sua juventude a força, Jason – disse ela. – Relaxe.

Ainda estava meio desconfiado, mas decidi acreditar nela.

– Só conseguimos sugar sua energia vital de você permitir – balançou a mão em um gesto apaziguador. – Antes que pergunte, sim. Muitas pessoas permitem que drenemos sua juventude. Alguns sugam pequenas quantidades e o humano mal percebe. Mas há quem drene tudo e mate a pessoa, acelerando seu envelhecimento. Uma garota de quinze anos se for drenada por meia hora morrerá com a aparência de uma idosa na mesma hora.

Quase que imperceptivelmente eu me afastei no banco.

– Idiota – resmungou ela, reprimindo um sorriso. – Podemos manipular os mortais com truques da mente e com nossa persuasão para que eles nos queiram doar energia. Mas eu nunca, jamais, iria fazer isso com você.

E eu acreditei novamente. Apesar de desconfiar dessa coisa de persuasão eu sentia que ela estava sendo verdadeira.

– Até porque sou muito gostoso com dezesseis anos para ficar com setenta de repente.

Ela riu e revirou os olhos, socando meu braço.

– Ai – brinquei. – E os sonhos? Você suga a mente da pessoa?

Rachel revirou os olhos, como sempre.

– Não. Podemos os alimentar de ideias, pensamentos, lembranças e sonhos. E quando fazemos isso é como se você nunca tivesse pensado naquilo. Você se esquece. Não precisamos de permissão para isso, mas também não ficamos tão fortes quanto quem se alimenta de energia vital. A menos que seja uma lembrança ou um pensamento muito forte...

– Você entra na cabeça das pessoas e rouba as lembranças dela? – perguntei, mais surpreso com a violação de privacidade do quão horrível isso era.

– Ou isso ou sugar a vida dela.

O silêncio recaiu sobre nós e por um momento eu imaginei como eles se alimentavam de nossa juventude. Uma mordida na jugular ou quem sabe eles nos usassem como tomada, ligasse um cabo e se carregassem como bateria.

– O toque – disse ela. – Nos alimentamos através do toque.

– Ah! – suspirei aliviado. Pelo menos eles não saiam por aí mordendo pescoços. Seria ridículo demais. – Você lê mentes?

Ela negou com a cabeça e riu.

– Sou ótima lendo expressões – respondeu. – Principalmente as suas.

– E os truques da mente? Eu consigo fazer?

Ela tamborilou os dedos no joelho e balançou a cabeça.

– Acho que sim – respondeu. – Os truques se baseiam em encontrar uma brecha na mente da vítima. Se ela esta nervosa, irritada, confusa ou com medo você tem mais chance de conseguir invadir e plantar ideias falsas. Às vezes usar a persuasão ajuda a manipular as pessoas e fazê-las cair mais facilmente nos truques da mente. Você é... hm, vejamos, você tem mais sangue imortal do que um Híbrido comum, creio eu. Setenta e cinco porcento quem sabe? Pode ser que consiga sim.

– E quem vai me ensinar? – perguntei.

Ela bufou como se a resposta fosse obvia.

– A professora da escolinha da imortalidade, querido. Pode esperar por uma velha gorda e que te bata com uma régua sempre que você não conseguir manipular alguém com sua voz persuasiva.

– Prefiro você me ensinando – comentei. – Teríamos a parte de velha então acho que daria certo.

Ela me deu mais um soco no braço e eu ri. Ela revirou os olhos e eu me inclinei em sua direção, arqueando uma sobrancelha. Ela não recuou como qualquer outra garota faria com minha aproximação. Sustentou meu olhar, desafiando-me a vencê-la nesse jogo. Desci o rosto para beijá-la. Cada nervo no meu corpo ansiava por isso quase que de forma dolorosa. Ela mordeu o lábio e eu também queria mordê-lo, mas uma sombra passou pela janela atrás de Rachel e eu não tive tempo de alertá-la.

A porta se abriu e uma mão imensa a agarrou e puxou-a para fora do carro. Sai do carro e o contornei, oscilando o olhar em busca de Rachel. Vi Toby sorri para mim, erguendo a faca de açougueiro mágica que brilhava mortalmente. Desta vez estava usando uma jaqueta de couro e botas de motoqueiro com bico de ferro. Rachel não estava a vista.

– O que você fez com ela? – grunhi, esquadrinhando o local em busca de algo para usar como arma.

O sorriso de Toby se alongou, brilhava a luz da luz. Seus cabelos louros estavam prateados.

– Sua namoradinha ruiva fugiu por ali – ele apontou para as árvores, estava muito escuro para saber se ela ainda estava presente. Pedi mentalmente que ela conseguisse fugir e que Toby não fosse atrás dela, mas como se lesse minha mente ele se apoiou no capô do carro perto demais de mim. – Não tô a fim de ir atrás dela, mortalzinho. Quero pegar você e levá-lo para o meu chefe. Você me causou problemas sérios naquela biblioteca, sabia? Se eu não me curasse rápido eu poderia ter morrido ali.

Que azar o meu, pensei.

Recuei alguns passos, cerrando os punhos. Preparei-me para a briga, mas assim que Toby se afastou do carro um borrão ruivo saiu das árvores e empurrou o caçador para o chão. Ela saltou quando ele se virou e rasgou o ar com a faca onde ela deveria estar. Caindo com a precisão de um gato e a velocidade sobre-humana ela avançou contra ele. Uma mão agarrou o pescoço de Toby e a outra o punho que segurava a faca. Ela grunhiu enquanto apertava o pulso dele até que a faca deslizou para o chão.

Toby a chutou e Rachel rolou pelo chão, com um borrão de velocidade ela desapareceu em meio às árvores.

– Vai fugir mesmo, ruivinha? – provocou ele. Ouvi o som dela correndo absurdamente rápido ao nosso redor, passando por entre as árvores. Às vezes eu via um borrão escuro passar em meio às folhagens. – Eles colocaram você para cuidar do Eleito? Vai ser mais fácil que quebrar palitos de dente.

Ela saltou no ar, rápida e mortal, e enterrou o punho cerrado no rosto de Toby. Ele grunhiu e socou o ar. Rachel usou sua velocidade superior para se esquivar o golpe e quando ele a socou novamente ela aparou o golpe, torcendo o punho dele.

– Você briga muito mal, mestiço – rosnou ela.

Toby reagiu à provocação com louvor. Atingiu Rachel com uma cabeçada e ela o soltou, colocando a mão no rosto. Ele a agarrou pelos ombros e girou nos calcanhares, arremessando-a pelos ares até ela bater as costas ruidosamente em uma árvore.

– Já cuido de você, cadelinha. Primeiro vou cuidar do seu namoradinho.

Ele se virou para mim, que assistia a luta assustado com a força e velocidade dos dois. Rachel era mais forte e rápida, mas ele era um lutador nato.

– A ruivinha não vai se importar se eu levar você, certo?

Aquele estranho borrão ruivo saiu de perto da árvore e avançou alguns bons metros em menos de milésimos de segundos, enterrando um galho imenso e afiado em suas costas. Ele caiu de joelhos e eu observei horrorizado enquanto Rachel girava o galho e Toby urrava.

– Só para deixar uma coisa bem clara – sibilou, Rach. – Eu não sou ruiva!

Toby cerrou os punhos e deu uma cotovelada as cegas para trás. Rachel foi acertada e caiu no chão, atordoada.

Avancei na direção de Toby e agarrei o galho, enterrando-o mais na carne do caçador. Imortal ou Híbrido?

– Como se mata essa coisa mesmo? – perguntei entre dentes. Toby girou e ouvi o som nojento do galho deixando seu corpo. Ele cambaleou para longe, dava para ver o suor escorrendo por seu rosto e a dor estampada em seu semblante.

– Vadia! – rosnou ele e se lançou contra Rachel que estava sentada no chão, levemente zonza. Coloquei-me entre eles e me senti como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Fui arremessado para trás de rolei na grama e na terra, colidi com as raízes de uma árvore e me encolhi.

Rachel tentou correr, mas Toby agarrou-a pelo pescoço e a ergueu do chão. Ela fincou as unhas nos pulsos dele e o vi fazer uma careta de dor. Ela engasgou e resfolegou, asfixiando-se com o aperto de ferro do caçador. Toby ergueu a faca e preparou o golpe direto no coração. A imagem de Ladon fincando o atheme no rei piscou em minha mente e, de repente, eu sou soube que se ele matasse ela com aquilo...

Uma pontada aguda de dor explodiu entre meus olhos quando concentrei toda minha energia em derrubar as barreiras mentais de Toby. Eu nunca havia feito aquilo, mas torcia para que a raiva que ele estava sentindo fosse a brecha necessária para que eu conseguisse invadir sua mente. Senti como se meu cérebro fosse ligado, assim como uma televisão e eu pudesse entender os pensamentos dele. Não lê-los, mas entendê-los. Fogo. Foquei-me em calor e chamas. Imaginei labaredas lambendo suas veias e queimando tudo o que era combustível dentro dele. Toby soltou Rachel no mesmo instante e ela caiu no chão, respirando com dificuldade.

– Que diabos... – urrou ele, curvando-se à minha vontade.

Eu sentia minha força se esvaindo, mas eu não podia parar. Imaginei seu coração em chamas, crepitando enquanto dava seus últimos solavancos dolorosos para a morte. Senti todo esse poder vacilar e Toby se ajoelhou, forçando-me para fora de sua mente. Como um nó sendo desfeito, a conexão se foi Toby arquejou percebendo que tudo havia sido um truque. Pensei que estávamos mortos, mas Rachel se levantou com uma velocidade assustadora e anormal. Não consegui vê-la com nitidez quando se aproximou de Toby e com um movimento mortal das mãos quebrou o pescoço do caçador.

Não me lembro de ter desmaiado. Mas quando acordei eu não estava olhando para o céu estrelado da trilha onde havíamos sido atacados. Minha cabeça latejava violentamente entre os olhos. Minhas mãos estavam sujas de sangue e tudo voltou à minha mente com um estalo doloroso. Rachel, Toby o fogo queimando-o por dentro. Fogo que eu conseguira fazê-lo sentir.

– Bom dia, Bela Adormecida – zombou alguém ao meu lado. Senti o colchão afundar do lado esquerdo e Rachel piscou para mim, suspirando aliviada.

– Onde...?

Sentei-me lentamente, apoiando-me nela. Reconheci o quarto de Christopher antes mesmo de vê-lo sentado em uma poltrona perto da janela. Teclava rapidamente no telefone celular. Não ergueu os olhos para falar comigo, mas uma ponta de sorriso surgiu em seus lábios. Apenas o meu velho amigo.

– Depois que vocês desmaiou eu trouxe você pra cá – explicou Rachel, mordendo o lábio. – Eu nunca vi nada parecido, Jason. O que você fez... sem treinamento algum...

Christopher deixou o celular de lado e se levantou, aproximando-se como se nada tivesse acontecido. Nenhuma briga. Nada.

– Eu diria que foi sorte de principiante – riu-se ele. E então viu o olhar irritado de Rachel e acrescentou de má vontade –, mas você arrancaria meus dedos se eu fizesse piada disso, certo ruivinha?

Ela o fuzilou com o olhar e antes que pudesse negar a cor do cabelo eu me intrometi.

– Toby, o que houve com ele?

Christopher riu novamente e vi Rachel lançar mais um olhar irritado para ele.

– Sua namoradinha se livrou dele – disse Chris e notei a raiva controlada em sua voz. – Quebrou o pescoço, golpe baixo.

– Ele ia me matar – retorquiu, afagando meu ombro. – E ia levar o Jason para a sua espécie.

Epa! Sua espécie?

– Christopher não é um Imortal? – ambos olharam para mim como se eu tivesse alguma doença mental. E em uníssono responderam:

– Mas é claro que não!

– Ser Híbrido é a nova moda, parceiro – zombou ele e desta vez não havia ressentimento em sua voz. – E antes que possa dizer coisas horríveis sobre o meu povo quero informar que nem todos os Híbridos são tremendos idiotas como o Toby.

– Alguns são piores, como você – resmungou Rachel e eu ri.

– Isso, fique do lado da ruiva gata – murmurou ele.

Tentei assimilar as ideias, mas meu cérebro parecia estar na marcha lenta. Ligando os pontos com velocidade mínima fiz a pergunta que deveria ter sido verbalizada no começo da conversa.

– Qual dos seus pais é Imortal? – perguntei, fisgando uma garrafa de água que estava no criado. – Isso é água mesmo?

Ele assentiu antes de responder. Bebi alguns bons goles e Rachel foi até o banheiro no corredor para pegar uma toalha para que eu tirasse o sangue das mãos.

– Não conheci meus pais biológicos – respondeu por fim. – Sim, eu e minha irmã somos adotados. Sua namorada sabe de tudo. Meio que trabalhamos juntos para cuidar de você desde o verão.

A diferença é que você vai me entregar ao pai malvado dela.

Chris ligou o iPod com a música alta e se curvou para perto de mim. Sua voz estava relativamente baixa e tive que me esforçar para ouvir por causa do som de I can’t get no satisfaction.

– Mudei de ideia quanto aos meios de como conseguir salvar minha irmã – disse ele, exibindo um sorriso torto de quem pede desculpas. – Vou conseguir de outra forma.

– Obrigado, cara. Pode contar comigo e me desculpe por ter sido tão cruel – respondi no mesmo tom. – Mas Rachel sabe sobre...

Ele negou com a cabeça.

– Não tive coragem de contar que o pai dela é um completo idiota – murmurou. – Ela realmente acredita que ele quer o seu bem.

Rachel entrou no quarto sorridente e eu entendi o por que da musica alta. Ela não conseguiria ouvir a conversa assim.

– Limpe-se, Jason – mandou ela, jogando-se na poltrona. – E você, Christopher. É melhor que eu não encontre mais preservativos usados quando trouxer pessoas feridas para a sua casa. O armário de toalhas está cheio.

Torci o nariz e Rachel fez uma careta enojada. Meu amigo deu de ombros e baixou a música do iPod. Imaginei o que a mãe dele pensaria sobre isso. Um filho perdido no mundo pervertido de drogas, sexo e Rock ‘N Roll? Sem as drogas, claro.

Tomei o resto da minha água e a dor entre os olhos ficou mais branda, diminuindo relativamente rápido.

Christopher e Rachel continuaram discutindo como se fosse amigos há muito tempo. E de fato eram amigos, obrigados a cuidar da peça fundamental de um sacrifício. Zombavam um do outro e tive dificuldade em imaginá-los sendo inimigos mortais no campo de batalha. Havia saída então. Havia como Híbridos e Imortais serem amigos, enfim.

– Agora vamos a parte que realmente importa – anunciou Chris teatralmente. – Vamos ver se você consegue usar seu poderzinho de novo, Jay.

Crispei os lábios. Eu havia feito aquilo uma vez e minha cabeça quase explodira.

– Não precisa de não quiser – assegurou, Rach.

Christopher bufou e revirou os olhos.

– Vocês são tão bobinhos que eu não ficaria surpreso se começassem a falar um com o outro com voz de bebê – desdenhou ele. Chris achava que estávamos namorando, dizia “seu namorado” e “sua namorada” o tempo todo e nem eu nem Rachel havíamos negado nada. – É bem simples. Vou deixar minha mente aberta. Você entra e fazer o que quiser.

– O que eu quiser? – indaguei, abrindo um sorriso.

Chris semicerrou os olhos.

– Cuidado com o que vai me fazer ver e sentir, Jason – ameaçou ele. – Se eu sentir algo próximo do que estou pensando quebro seu pescocinho magrelo antes que sua namorada possa me impedir.

Rachel não entendeu, mas eu gargalhei. Permaneci sentado na cama, me focando na mente de Christopher. Imaginei aquela conexão novamente, como um fio que unia nossas cabeças. Se foi por conhecê-lo tão bem ou por que ele estava permitindo a conexão eu não sei, mas havia dado certo.

– Eu sinto você na minha cabeça – reclamou ele. – Parece um intruso. Não sei quais pensamentos são meus e quais são seus. Continue.

Instiguei minha mente a formar uma imagem clássica e um dos sonhos mais pervertidos que Chris já compartilhara comigo. Várias líderes de torcida vestidas apenas com... bem, nada, encobertas apenas por uma névoa colorida que escondia tudo o que Christopher mais queria ver. Chris assoviou, seus olhos negros estavam opacos e desfocados. Como ele havia me contado meses atrás fiz elas correrem atrás dele com tacos de basebol. Ele bateu palmas e urrou, animado. Quando a primeira, Samantha estava chegando perto e ele ergueu os braços para recebê-la eu cortei a conexão e a mesma sensação de nós sendo desfeito espreitou pelas peradas da minha mente.

– Pervertido – comentei, sentindo uma leve tontura.

Meu amigo pareceu perdido no tempo. Ele piscou várias vezes antes de entender que não havia nada ali.

– Como você fez isso? – perguntou ele, com os olhos arregalados. – Eu tive certeza de que vi a Samantha pulando em mim toda... – ele se calou quando Rachel jogou uma almofada nele. – Qual é? Eu posso sonhar certo?

– Calado, idiota.

Ele bufou e voltou sua atenção para mim. Senti sua invasão na minha cabeça. Era espalhafatosa e clara. Não foi como Toby que era silencioso e difícil de detectar na minha mente.

– Minha vez – disse ele.

Vi Rachel arremessar mais uma almofada nele e se levantar. Ela caminhou até mim e se sentou ao meu lado. Christopher resmungou algo sobre estraga prazeres mas eu não estava mais ouvindo. Rachel me beijou e tudo o que eu conseguia ver, ouvir ou sentir e ela próxima a mim. Minha respiração acelerou e Envolvi sua cintura com as mãos.

– Vão para um quarto – ouvi Chris reclamar. – Ah, já estão.

Ela rasgou minha camisa com sua força descomunal e eu puxei-a, rolando até ficar por cima do seu corpo.

– O que você fez ele ver? – perguntou Rachel sentada na poltrona. Ela não havia se movido.

Minha visão clareou e eu senti a conexão se desfazer. Christopher abriu um sorriso malicioso e virou-se para ela.

– Unicórnios – respondeu ele. – Jason ama unicórnios.


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