Immortals - Eternal escrita por V i n e


Capítulo 7
Capítulo VI - No more lies


Notas iniciais do capítulo

E ele descobriu tudo. Tudo o que ele conhecia era uma mentira. Quanta verdade ele pode suportar antes de desmoronar?



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Duas semanas se passaram sem qualquer atividade estranha, perseguições, invasões, brigas, discussões, nem tentativas de homicídio como na biblioteca. Tudo parecia normal e distante. Eu não queria reclamar, mas essa calmaria antes da tempestade que desabaria sobre minha cabeça no encontro com Rachel só tornou a verdade mais dolorida e improvável.

Corins nunca mais foi jantar em casa, mas minha mãe continuava falando de como os negócios dele iriam ser ótimos para fazer a fama dela pelo estado do Maine. Meu pai continuava reclamando que a delegacia estava parada e que ele não se importaria de que alguém passasse do limite de velocidade ou assaltasse a mercearia para que ele pudesse ter um pouco de diversão.

– Agradeça pela calmaria, Steven – dizia minha mãe enquanto se esforçava para preparar o jantar. Ela abolira a comida congelada desde o fiasco com Corins e a lasanha. Acho que meu organismo, depois de dezesseis anos comendo tudo industrializado, pronto ou congelado, agradecia por um pouco de comida que não venha em uma lata ou algo do tipo.

Às vezes eu aparecia para os treinos do time de basquete. Eu gostaria de dizer que Christopher e eu lidamos com nossas desavenças de forma madura e racional. Mas ele não havia me perdoado por ter dito o que eu disse e eu não confiava nele. O resultado disso foi transformarmos os treinos de basquete em uma guerra eminente.

Discutíamos em todos os treinos e não trabalhávamos em equipe de forma alguma (raramente, ficávamos no mesmo time depois de colocar os pingos nos is) e a os encontrões-barra-empurrões eram mais constantes do que a treinadora achava aceitável.

Desta vez não foi diferente.

Quando o jogo terminou fomos todos para o vestiário como de costume. Chame de ridículo ou não, mas se você tem níveis de testosterona elevado vai sempre querer ser o primeiro ou o melhor no que faz. Orgulho masculino. O vestiário só tinha uma ducha com água quente e sempre era motivo de disputa entre os caras do time. Eu fui o primeiro a entrar. Peguei minha toalha no armário atrás dos chuveiros e voltei antes que todos pudessem chegar até a ala dos armários. Tirei a roupa e enrolei a toalha na cintura, eu podia até mesmo ouvir a água quente me chamando.

A gritaria e as brincadeiras ficavam mais altas quando os caras começavam a falar besteiras inapropriadas parar descrever. Normalmente eu participava das brincadeiras, mas, depois de pensar muito, eu decidira encontrar Rachel e deixar claro que eu não seria usado por ela e, se tivesse coragem, perguntaria sobre o que Toby estava falando, mesmo que tivesse que explicar sobre a destruição da biblioteca.

Assim que me aproximei da área dos chuveiros vi Chris abrindo a porta do box número três, o da água quente, e sair balançando a cabeleira loura. Tinha uma toalha preta enrolada da cintura e meu frasco de shampoo na mão.

Eu ia ser o primeiro a tomar banho ali, não ele.

– Sei que sou gostoso, Jason – disse ele, sem olhar para mim. Pegou o frasco de shampoo e o chacoalhou um pouco. – Mas vai ficar com fama de gay se continuar olhando meu corpo incrivelmente definido e perfeito com essa cara de idiota.

Senti a linha do meu maxilar enrijecer. Esforcei-me para não cerrar os punhos enquanto respondia com um tom suave e forçado.

– Amor próprio é bom, Christopher, mas tome cuidado, sabe? Está começando a acreditar nas suas baboseiras.

Ele deu de ombros e jogou o shampoo em minha direção. Agarrei o frasco e esbarrei nele com mais força do que o necessário quando me dirigi para o box. Assim como aconteceu com Toby senti como se estivesse batendo em concreto, Christopher abriu um sorriso desdenhoso e cretino. Fechei a porta do box e tomei a porcaria do banho.

Encontrei Rachel por volta das três e meia da tarde. O sol passava por entre os galhos das árvores e lançava sombras pela calçada. Eu detestei o lugar que ela escolheu para me encontrar, mas tive que manter a calma se não acabaria ficando mais nervoso. Eu ainda estava fervendo por dentro com o episódio do banheiro e as palavras de Toby ainda pareciam gravadas em minha mente, apesar de eu me esforçar para não pensar nelas. Perguntei a sua namorada ruiva. Ela sabe de tudo.

Ela estava com os cabelos castanho-avermelhados soltos às costas, balançando com o vendo morno da tarde. Usava um vestido com estampa florida hippie e uma jaqueta jeans pesada por cima. Calçava coturnos e essa mistura (não que eu entenda de moda, sou uma negação nesse quesito) não a fez parecer estranha, só mais linda e real.

Eu usava uma camiseta branca justa e jeans. Nada muito sofisticado o que combinou com o estilo dela.

– Lembrou que eu existo! – disse Rachel, arqueando as sobrancelhas dramaticamente. – Auree não envenenou você contra mim pelo visto. Pelo menos não o bastante.

– Oi – respondi simplesmente. Ela sorriu, parecendo feliz por eu ter chamado-a para sair. Eu havia me esquecido de como ela era linda, divertida e real. Não era como Auree que parecia boa demais para ser verdade.

Ela tinha cheiro de Ralph Lauren e algo mais pessoal, mais atraente. Girando nos calcanhares e seguindo para o interior da biblioteca ela me guiou ao entrarmos. Vi a estante que eu derrubara novamente no lugar e também vi a placa escrita “Interditada” na porta da sala de informática. Discretamente eu olhava ao redor, por cima do ombro e para os lados, com medo de que Toby estivesse à espreita.

Rachel me levou até a última fileira de estantes, onde guardavam os registros da cidade e também quilos e mais quilos de poeira. Ela encostou-se à parede atrás de si e deslizou para o chão.

– Depois que você me trouxe à sorveteria eu comecei a vir aqui todos os dias depois da escola – disse ela passando o dedo casualmente no piso de madeira. – Achei alguns livros bem interessantes, sabe? São muito velhos e tudo mais. Grande parte está escrita em uma língua que eu desconheço, mas tenho quase certeza de que é grego ou escrito em runas. – Sentei no chão também, apoiando a cabeça na estante atrás de mim. Isso não tinha nada a ver com as perguntas que eu tinha para fazer, mas deixei que ela continuasse por que, eu goste de admitir ou não, senti falta da voz dela. Dela, no geral. – Eles falam muito mais do que você pode imaginar, pelo menos os que eu consegui ler. Vai além da fundação de Gravity, Jason. Cerca de quinhentos anos além. Eu sei que você me chamou aqui por causa do que aconteceu na floresta perto da sua casa e também do que você viu. – Ela riu da minha expressão, uma risada fria e desdenhosa. – Achou mesmo que Auree não iria contar tudo ao meu pai assim que chegasse em casa? Eu a ouvi conversando com ele. Electus, Jay, é latim. Eleito.

Auree era uma traidorazinha assim como Christopher, meu dia estava ficando cada vez melhor. Não consegui me manifestar por que Rachel despejou tudo em cima de mim, sem se importar com minha incredulidade ou com o quão louco tudo parecia.

– Aqueles “caçadores” que ter perseguiram, Jason, não eram humanos – disse ela, esquadrinhando minhas feições e detectando minha expressão descrente. – Semi-humanos seria uma palavra boa.

– Percebe que isso é ridículo, certo?

Ela assentiu e eu deixei ela continuar.

– Só estou contando tudo pra você porque não posso fazer isso com você. Não posso mentir para você, não quando deixá-lo no escuro pode ser mais perigoso do que detonar toda a verdade para cima de você – disse Rachel puxando um fio solto do vestido.

– Que verdade? – perguntei.

– Você acredita em vampiros?

Tudo bem, realmente tinha ficado bem ridículo. Essa conversa parecia estar saindo de um longa metragem ruim onde vampiros brilhavam no sol. Mas sem à parte em que o vampiro pergunta pra mocinha se ela gosta de chuva.

– Claro que não.

– Ainda bem – disse ela. – Eles só servem para séries americanas de sucesso e para deixar irmãos vampiros mais gatos ao brigarem pela protagonista. – Ela balançou a cabeça suavemente, lembrando-se do foco principal do assunto. – O homem que te perseguiu faz parte de um mundo do qual você pertence. Que nós pertencemos. Um mundo que você nunca soube que existiu.

– Vai me dizer que vampiros existem? – perguntei. Irritado pelo fato dela concordar sair comigo para rir da minha cara.

– Não, eles não existe – assegurou ela. – Mas há muito tempo atrás. Cerca de cem anos um feiticeiro criou um feitiço tão poderoso que era capaz de fornecer a imortalidade para terceiros. Ele era o guardião do fruto da imortalidade, por isso foi chamado de Ladon. O dragão de cem cabeças que guardava os pomos de ouro no Jardim as Hésperides.

Eu tinha presenciado Jason-malvado, Ladon ou seja lá como queira chamá-lo, matar um homem após dar seu sangue para ele beber. Eu não precisava ser um gênio para saber que o sangue dele era o pomo de ouro da jogada.

– Isso é uma daquelas histórias para acampamento de verão? – indaguei. Mais assustado com a semelhança da história com minha visão do que surpreso por ela estar me contando tudo com essa naturalidade.

Ela ignorou a pergunta e continuou.

– Ele distribuiu a imortalidade como uma dádiva para todos que merecessem. Criou uma nova espécie de super-raça. Eles eram mais fortes e mais rápidos que qualquer mortal existente. Se curavam com o dobro da velocidade normal e possuíam mais truques na manga. A única forma de matá-los era extraindo seu coração, decepando sua cabeça ou queimando-os vivos. Uma forma de nutrir a imortalidade seria sugando a energia vital de coisas vivas com espontaneamente. – seus olhos estudavam-me com afinco, tentando detectar qualquer mudança na minha expressão desdenhosa e incrédula. – Essas Imortais procriaram entre si, gerando novos Imortais. Mas não satisfeitos com esse presente, transformaram sua dádiva em uma maldição quando deixaram o desejo e a arrogância dominar seus atos e procriaram com seres humanos normais. Eles se achavam superiores por terem dons acima do compreensível. Usavam os humanos como objetos, mas não sabiam que ao procriar com eles dariam vida ao seu piro inimigo. Todo feitiço exige equilíbrio e da união carnal entre ambas as espécies nasceu uma terceira. Híbridos. Filhos da imortalidade com a mortalidade. Possuíam os mesmo poderes que o progenitor sobrenatural e a mortalidade do progenitor humano.

– Rachel, onde diabos você quer chegar com isso?

Ignorou novamente, prosseguindo com a história bizarra.

– Essas crianças, abandonadas pelos pais se tornaram vingativas e rancorosas. Iniciou-se uma guerra que perdura até hoje. Primeira Guerra Mundial, a Guerra Civil Americana em 1861. Todas foram causadas por membros de ambas as espécies. – Rachel abraçou os joelhos, alheia ao meu desconforto. – Você pode não acreditar em nenhuma palavra do que eu digo, Jason, eu sei disso. Mas eu faço parte desse mundo.

– Você é louca – grunhi, levantando-me bruscamente. – Tchau, Rachel.

– Não quer saber onde você se encaixa nisso tudo?

Sentei-me de novo, irritado pelo poder que ela conseguia exercer sobre mim com nada mais do que minha curiosidade insistente.

– Estou ouvindo.

– Como eu disse, todo feitiço tem uma brecha e um equilíbrio na natureza. O filho de ambas as espécies sobrenaturais. Semi-imortal e semi-híbrido. Essa abominação da natureza seria a chave para por fim ao mal feito séculos atrás. O Eleito – semicerrei os olhos e encarei Rachel enquanto ela continuava a despejar tudo sobre mim e, querendo ou não, uma pequena parte dentro da minha cabeça dizia que tudo era verdade. – Você nasceu para o abate. Seus pais assinaram sua sentença de morte quando se deitaram juntos. Um imortal e uma híbrida. Rejeitaram o ódio de suas espécies e geraram um filho. Essa criança, o Electus, teria alguns dons de ambas suas espécies progenitoras, mas seria humano até seus dezesseis anos. Seus pais, um Imortal e um Híbrido, deram uma chance ao mundo de se ver livre do sobrenatural.

– Minha mãe e meu pai não são nada disso – sibilei, trincando os dentes.

– Sua mãe possui o dom da ignorância – respondeu Rachel, sem se abalar com meu tom agressivo. – Ela sabe muito pouco sobre o mundo do qual faz parte. Meu pai investigou a vida dela para proteger você. Ela é filha de uma Imortal com seu avô humano. Mas seu pai, Steven, ele não é seu pai biológico.

Aquilo foi um tapa na minha cara. Um tapa dolorido e cruel.

– Eu sei que é muito para digerir, Jason, mas...

Não deixei ela terminar. Levantei e fui até a saída mais rápido do que minhas pernas bambas permitiam. Ouvi Rachel me chamar, mas ignorei todos os sons até chegar no carro e voltar para minha casa.

Encontrei um bilhete da minha mãe na porta da geladeira. Amassei-o e jogue no lixo, sem me dar o trabalho de ler. Subi para o meu quarto e não fiquei surpreso ao ver Rachel sentada na minha janela, mordendo o lábio de uma forma dão doce e preocupada que quase me senti mal por estar com raiva.

– Como chegou aqui? – perguntei, virando-me para a porta que se fechou com estrepito atrás de mim, empurrada por uma força invisível. Ótimo, pensei.

– Sei que é muito para digerir, mas você precisa deixar eu terminar – suplicou ela. Encarando-me com aqueles enormes olhos cinzentos.

– Não estou te impedindo, estou?

Ela suspirou, aliviada.

– Quando seus pais... – começou ela, esperando para ver minha reação. Permaneci impassível e frio. – Quando sua mãe gerou você ela colocou no mundo uma forma de por fim não só a guerra, mas também ao desequilíbrio criado por Ladon.

– Como? – perguntei, sentando-me na beirada da cama.

– “Se o Eleito for sacrificado por um fugitivo da Morte sua prole impura irá perecer. Mas caso a impureza híbrida à alma do Escolhido ceifar de nada a imortalidade ajudará.”

Minhas notas de inglês eram boas o bastante para que eu conseguisse interpretar textos e citações. Minha morte colocaria fim a uma das espécies. Eu era a chave para o fim da maldição.

– Então eu tenho que morrer – murmurei, minha voz sem humor ou agressividade. – Sobrevivi por dezesseis anos. Posso continuar vivo.

Rachel balançou a cabeça, pondo fim às minhas esperanças.

– Você sobreviveu por dezesseis anos porque o único que sabia da sua existência era o meu pai e ele quer te proteger – duvido muito, mas não me pronunciei. – Mas você contou a Auree que foi seguido por dois caçadores na floresta no seu primeiro dia de aula e agora um deles tenta te sequestrar na biblioteca? Os boatos se espalharam. Cada Imortal ou Híbrido que queira por fim a raça inimiga irá vir atrás de você. Todos que quiserem a fama por destruir uma espécie inteira virá para te matar, entende?

Sim, eu entendia. Vários Toby’s (Imortal ou Híbrido, seja lá o que ele for) viriam atrás de mim e eu seria morto em uma pedra de sacrifício estúpida por que minha mãe havia pulado a cerca. Eu estava furioso.

– Jason? – percebi que Rachel havia feito uma pergunta, mas outra coisa chamou minha atenção. Ouvi a porta da frente se abrir e a voz da minha mãe ao telefone, falando sobre algum caso que possivelmente pegaria. Minha mãe tinha o péssimo hábito de falar alto ao telefone.

Rachel também ouviu. Seu olhar pairou até mim, como se ela quisesse me pedir para não fazer o que eu queria fazer. Levantei-me em um pulo e corri em direção a porta. Ela surgiu na minha frente como um borrão de velocidade, impedindo minha passagem. Olhei para trás onde ela estava antes e depois a encarei, estupefato.

– Como você...?

– Parou para pensar por um momento na parte em que eu disse que Imortais são mais rápidos e fortes que seres humanos? – resmungou ela, se aproximando de mim.

Minha mente clareou. Ela era Imortal. Eu estava afim de uma garota que poderia ser mais velha que o vovô Bill?

– Quantos anos você tem? – perguntei. Imaginando quais seriam as minhas chances de empurrá-la e chegar no primeiro andar.

– Dezesseis – respondeu simplesmente. – Quando você nasce Imortal para de envelhecer aos dezesseis anos. Fiz aniversário mês passado.

– Porque você me contou tudo isso?

Ela suspirou, como se estivesse preparada para essa pergunta, apesar de não gostar de ter que responder.

– Eu nasci sabendo que teria que seduzir um garoto quando chegasse aos dezesseis anos – respondeu e eu finalmente entendi o porque de tudo isso. – Meu pai disse que estaríamos salvando uma vida, mas ele queria que essa pessoa confiasse em mim. Cresci ouvindo histórias sobre o Eleito e Ladon. Ele me disse que eu já devia conhecer o garoto que eu tinha que proteger, mas que seriamos apresentados em um jantar informal. No começo eu achei ridículo – desdenhou ela. – Mas quando você abriu a porta e a ficha finalmente caiu... Eu não podia mentir e fingir gostar de você. Ainda não sei de tudo. Auree é a rainha da sedução, mas meu pai confiou em mim para proteger você. Sou novata nessa coisa de imortalidade e tudo mais. Estou aprendendo um monte de coisas nesse último mês e espero que você me ajude. Sei que é loucura e sei também que você vai precisar de um tempo para engolir tudo isso, mas Jason, por favor, não se afaste de mim.

Assenti. Havia mais naquela história. Mais do que ela poderia me contar agora. Mais do que ela poderia saber. Teríamos que descobrir juntos.

– Eu não confio no seu pai, desculpe. Mas confio em você. Vamos descobrir mais sobre isso juntos, sem ele. E quero que você me prometa que vai mantê-lo no escuro. Não quero que conte a ele que eu sei de tudo agora.

– Eu prometo.

– Vá para a garagem e entre no carro – pedi, sabendo que ela conseguiria sair pela janela com a mesma facilidade que Christopher. E pensar em Christopher só me fez sentir mais raiva pelo que ele passara esse tempo todo escondendo de mim. Ele era um Híbrido ou um Imortal? Ele sabia sobre Rachel? Rachel sabia sobre ele? Eu chegara à conclusão de que Rachel não sabia que o pai era um cretino que sequestrara a irmã do meu ex–melhor amigo e que realmente acreditava que Corins era um exemplo de bondade e que queria realmente me ajudar e não me jogar em uma masmorra na próxima Lua Vermelha seja lá o que isso for. – Eu encontro você lá.

Rachel pareceu nervosa em me deixar sozinho, mas andou até a janela e saltou para fora.

Sem dúvidas era informação demais para um dia só. Abri a porta do quarto e desci as escadas, tentando medir o nível de raiva que eu sentia por tantas mentiras que haviam me contados todos esses anos.

Assim que passei pela cozinha minha mãe me chamou.

– Jason, pode cuidar do jantar hoje? – pediu ela. – Charlie está na casa de um amigo e vai voltar logo. Seu pai e eu vamos ao cinema.

Levado pela raiva soltei as palavras sem pensar:

– Qual pai? O biológico ou o que eu cresci acreditando que era o meu pai?

Esperei que ela dissesse que eu tinha enlouquecido. Que eu era filho de Steven e que a história de Rachel se provasse mentira com isso, mas ela estava estática. Sua expressão horrorizada. Ela não queria que eu soubesse. Então era verdade.

– Jason... – sua voz tremeu e isso confirmou qualquer suspeita. Minha família desmoronou bem ali, diante dos meus olhos. Tudo o que eu acreditei foi uma mentira. Minha mãe me fadou à morte e meu pai biológico nunca viera me conhecer. Será que ele algum dia soube da minha existência ou minha mãe escondeu e mentiu sobre isso também? Alguma coisa na minha vida foi verdade? Meu melhor amigo queria me entregar para o vilão. A garota mais gata do universo era uma mentirosa. A menina que eu estava afim era um ser sobrenatural que não morria e por sinal viveria eternamente enquanto eu envelhecia e me tornava decrépito. Não que eu estivesse pensando em um futuro com Rachel. Mas isso não vinha ao caso agora. O fato era que minha mãe estava olhando nos meus olhos e estava visivelmente arrumando alguma desculpa. – Isso não...

– Sem mais mentiras – sibilei, passando pelo hall e batendo a porta atrás de mim.


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