O Último Relato De Dominique Weasley escrita por MahDants


Capítulo 2
Molly, Lucy e Fred


Notas iniciais do capítulo

Duas vezes no mesmo dia? Cara, eu já disse que tá tudo pronto... É só vocês comentarem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/392217/chapter/2

Acordei de manhã às cinco horas. Nunca acordei cedo, mas sabendo que este seria meu último dia, teria que aproveitar ao máximo. Então, acordei às cinco horas e fui tomar meu banho. Um banho rápido, para ter tempo de fazer tudo que queria fazer. Enquanto a água caía em meu corpo, tentava manter uma única ideia na cabeça: por mais que minha vida fosse uma bosta, por mais que eu vivesse rodeada de mentiras, eu iria ser feliz hoje. Só hoje. Uma última vez.

Então terminei meu banho e coloquei minha farda. Saia curta, blusa colada. A gravata vermelha e dourada no pescoço. Coloquei um salto amarelo e fiz uma trança. Maquiagem de sempre. Rímel, lápis, etc. Eu me sentia gostosa. E feliz... Estranhamente animada.

Então desci as escadas, sorridente e lentamente, com a mão direita se arrastando pelo corrimão. Cada passo dado era dramaticamente calculado. Quando cheguei no Salão Comunal, cumprimentei Molly, minha prima, e andei até a mesa, pegando um pergaminho e uma pena, para fazer uma lista. Minha programação. Eu queria ter um último momento com cada um de meus familiares.

E deixar uma marca final de despedida.

A primeira seria Molly, monitora da grifinória, que já estava ali. Na minha mente, eu a chamaria para tomar café da manhã comigo e conversaríamos sobre qualquer assunto banal.

Então eu me aproximei dela após terminar o planejamento.

“Molly, minha flor...”

Minha flor? O que você quer, Dominique?” ela me interrompeu desconfiada.

“Nada” eu sorri. “Apenas vem tomar café da manhã comigo?”

“Isso tá estranho” ela disse sorrindo e ajeitando os cabelos ruivos em um coque.

“Eu sei” suspirei. Seria mais difícil do que pensei. Molly era uma das poucas que não fingia que tudo estava bem; se nós não éramos próximas, ela não agiria como se fossemos só por pertencer a mesma família. “Por favor. Nunca mais tivemos uma conversa juntas!”

“E por que tão cedo? E por que isso tão de repente?”

“Não sei, oras. Só queria conversar um pouco... Vai vir ou não?”

“Vou” ela revirou os olhos e se levantou do sofá.

Entrelaçamos os braços e passamos dando bom dia à mulher gorda. Os corredores de Hogwarts ainda estavam vazios, já que provavelmente eram umas seis e meia da manhã. Caminhamos em silêncio, os passos ecoando pelos enormes corredores. Chegamos ao Salão Principal e nos sentamos à mesa da Grifinória – que estava completamente vazia – e comemos. Quando eu finalmente esvaziei meu copo de leite, a mais velha perguntou:

"E então...?"

"Então o que?"

"Sobre o que quer falar?"

"Eu não sei" confessei. "Me conte como anda o seu namoro com o Frank"

“Credo, Nikki, esse é o tipo de pedido que mamãe faz pra todos os nossos primos nas reuniões de família” ela disse e eu ri.

"Vamos lá, ruiva, abra seu coração" insisti sorrindo.

Ela sorriu de lado antes de responder:

"Bem, eu já tenho 17 anos, você sabe..."

"Sim...?"

"E estamos há dois anos juntos"

"Entendi" eu falei. "Vocês pensam em um passo na relação"

"É"

"Eu já fiz isso" contei. "E se você gosta mesmo do Frank, por que não fazer?"

"Eu tenho medo" ela admitiu.

"Não precisa ter, sério" garanti. "Se você relaxar, tudo vai ser lindo e maravilhoso"

Ela suspirou.

"Nem sei o porquê de eu ter te dito isso"

"Você só precisava de uma voz que aconselhasse" eu disse docilmente.

Ela assentiu e meus olhos se prenderam do outro lado do salão.

"O que a Lucy vê no Matt? Francamente!" expus minha opinião, indignada.

"Ela diz que ele é sonserino" Molly deu de ombros. "Talvez seja isso... Toda Weasley está destinada a um sonserino"

"Isso é verdade" concordei.

"Como assim?" ela brincou.

“Eu tenho meu sonserino” confessei.

“Meu Merlin” ela exclamou boquiaberta. “Quem?”

“Amanhã você vai saber!”

“Você vai me dizer?” ela perguntou e senti uma pontada de dor no coração. Eu não estaria ali amanhã. Mas Molly, você está lendo isso... Até o final dessa carta, você saberá quem é, ou melhor, quem era meu sonserino.

“Não. Mas você vai ficar sabendo” prometi. “Vou falar com a Lucy agora. Pense no que eu te falei!”

"Ok"

“Ah, Molly?”

“Sim?”

Eu acho que o Frank é perfeito pra você!

Essa foi a última frase que Molly II escutou sair da minha boca. Molly, querida, passe a carta para Lucy e peça para ela ler em voz alta.

Enfim, depois de falar aquilo, corri até a mesa da Corvinal para o próximo item da lista: Lucy Weasley. Ela estava comendo animada com a sua amiga, mas mesmo conversando com a morena ao seu lado, seus olhos estavam focados na mesa da sonserina: Matt, seu namorado.

“Lucy?” a chamei, forçando-a a parar sua conversa e seu contato visual com o namorado.

“Oi, Nikki”

Já que estou morta, posso falar com todas as letras: em outra circunstâncias, aquilo me enojaria. Toda aquela falsa animação, toda a simpatia... Eu não me deixava levar apenas pelo uso do meu apelido.

Porém, naquele dia, contei até três e lembrei que eu fingiria que tudo estava bem, assim como todo mundo. Assim como Lucy.

“Eu quero conversar com você. Posso?”

“Eu estou tomando café, Dominique” ela resmungou.

“Eu sei” disse. “Por favor?”

“Que droga!” ela disse e se levantou da mesa da Corvinal.

Começamos então a andar pelos jardins, observando o movimento. Enquanto uns estavam extremamente animados com o início de um novo dia, outros estavam sonolentos e resmungando pelos cantos. O sol iluminava tudo por ali e o cheiro de terra molhada, devido a chuva que se seguiu durante a noite, era reconfortante.

“E então...?”

“Como você vai?”

“Você me tirou de perto da comida pra perguntar como eu vou?” ela bufou.

“É”

“Não acredito, Dominique Weasley!” ela berrou, começando a caminhar de volta para o castelo.

“Lucy, é importante pra mim”

Ela sorriu simpaticamente e respondeu, como se a cena anterior não tivesse acontecido:

“Eu vou bem e você?”

“Me acompanha até meu Salão Comunal?”

“Depois você me deixa em paz?”

“Te deixo em paz” confirmei.

“Vamos logo!” ela pediu e só voltamos a nos falar quando chegamos no quarto andar.

“Tem estudado para seus NOM’s?” perguntei.

“Claro” ela respondeu revirando os olhos. “Desde o meu terceiro ano”

“Eu juro que não entendo corvinos!”

“Preciso estar preparada, obviamente” ela disse. “Quero atingir resultados melhores que os resultados do meu pai”

“Imagino” falei. “Você já sabe o que quer ser?”

“Medibruxa, talvez” ela respondeu.

“Que clichê!”

“Clichê seria eu trabalhar no ministério...” ela comentou.

“Verdade” tentei sorrir. “Tio Percy já sabe disso?”

“Não” confessou. “Estou com medo de sua reação!”

“Por quê?”

“Porque ele trabalha no ministério, mamãe trabalha no ministério e a Molly vai trabalhar no ministério”

“Você é a ovelha negra da família, priminha?” brinquei.

“Ainda mais porque estou namorando o Matt”

“O que o Matt tem haver com isso?”

“Chegamos: quadro da mulher gorda” ela disse sorrindo. “Tchau, Nikki”

Amei seu colar!

E realmente amei. Sabia que ela o havia ganhado de Matt. Lucy sorriu e sumiu pelas escadarias de Hogwarts. Essas foram as últimas palavras que falei para Lucy Weasley. Agora... A vez do Ken Weasley! Lucy, passe a carta para o Fred.

Depois de dizer a senha e entrar no meu salão Comunal, procurei por Fred II Weasley, próximo item da lista. Fred é o que todos esperam de um filho de Jorge Weasley. Tio Jorge é dono das Gemialidades Weasley, então... Já viu, né?

Localizei o rosto moreno sorrindo para a bunda de Lynn Olsen e tive que gargalhar alto ao perceber que algumas coisas nunca mudam. Sua gravata estava frouxa e o cabelo castanho completamente bagunçado. Ele mexia para um lado e para o outro sua varinha. Quando percebeu que caminhava até ele, guardou a varinha no bolso e abriu os braços, indicando que era para me aninhar ali. E assim o fiz. Seu cheiro era bom.

“Olá Barbie Weasley” ele me cumprimentou quando sentei.

“Olá Ken Weasley” brinquei.

“Não acabe com minha imagem! Eu não sou um mauricinho”

“Claro que não” concordei sorrindo.

“Em que posso lhe ajudar, querida prima?”

“Ora querido primo, seus serviços me serão de muita utilidade”

“O que a Barbie vai aprontar agora?” ele perguntou rindo.

“Eu quero pegar o Hugo”

“Pegar tipo... Dar uns amassos nele?”

“É, Ken, dar uns amassos nele. Pode crer” ironizei.

“Eu sabia!”

“Fred, fala sério!” pedi.

“Eu nunca falo sério, baby” ele disse. “Só vou falar sério quando Lord Voldemort espirrar! Considerando que ele não tem nariz e que está morto...

“Palhaço!” falei batendo nele. “E ele tinha nariz sim... Nariz de cobra. Sabe...”

“Não acabe com minha piada” ele pediu enquanto ainda batia nele. “Suas unhas me arranham, Barbie” ele falou se esquivando. “Mas até que seria fofinho... Sabe, você e o Hugo! Ah... Esqueci! Teu lance é o...”

“Cala a boca” mandei. “Dá pra me ajudar?”

“Não”

“Por favor?”

“Não” ele cantarolou.

Muito obrigada, Fred!” ironizei e levantei do sofá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!