Rapunzel

Argos levou o corpo da menina para a enfermaria. Disse para que os outros não se preocupassem com isso. O que mais tinha na floresta eram monstros e criaturas para matar estudantes fora da cama sem piedade. Mas ninguém acreditou que foi um monstro ou criatura.

Rapunzel, Soluço e Merida voltaram com passos pesados para seus dormitórios. Se veriam de novo na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas do dia seguinte, mas nem sequer comentaram sobre isso. Apenas se despediram, sem reação, e se retiraram para os dormitórios.

Rapunzel entra na Sala Comunal da Corvinal, e se depara com Louis dormia no sofá. Ela revira os olhos ao pensar que ele estava ali esperando ela chegar do Corujal, onde supostamente curou sua coruja com câncer.

Ele é ingênuo demais.

- Louis - ela sussurra balançando-o.

Uma leve movimentação.

- Louis! - dessa vez um pouco mais alto.

- Hã... - ele abre os olhos, ainda de óculos - oi, Rapunzel.

- Por que não foi para o quarto?

- Fiquei te esperando... - ele boceja - conseguiu curar sua coruja?

- Consegui mas me pegaram.

- Não acredito! Quem? O que aconteceu?

- Depois eu te conto. Quero dormir e está quase amanhecendo.

Rapunzel se retirou para o dormitório das meninas, ignorando as reclamações de Louis. Ela entra sorrateiramente, sem acordar ninguém, e quando deita em seu beliche seus olhos se fecham quase que imediatamente.

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Soluço

Soluço acorda suando. Dessa vez, ao invés de sonhar com seu primeiro dia em Hogwarts, sonhou com o rosto inocente da menina morta. E de uma luz verde pairando sobre ela segundos antes de cair sem vida na grama escura.

Penny está na enfermaria. Mais doente que ele imaginava.

Por isso, teve que ir sozinho para o café da manhã. Seguindo os outros Lufanos que conversam entre si sobre assuntos banais. Ele não consegue tirar a noite passada da cabeça. O que Gothel queria com aquele estranho amuleto? E por que aquela menina estava na Floresta?

E por que morreu tão próxima ao colar de McGonagall?

Besteira. Pensar nisso não o levaria a lugar nenhum.

Quando chegam no Salão Comunal, Soluço se senta. Se serva de bolo de chocolate e brigadeiro. E coloca um pouco de suco de abóbora em seu copo. Tudo desnecessário, pois ele não está com fome.

Na direção de sua mesa, Soluço pode ver Rapunzel sentada ao lado do garoto loiro do cabelo espetado. Ela também o vê e acena, sorrindo. Soluço retribui o sorriso e o aceno.

- Caros estudantes.

Soluço vira o rosto. Norte, o diretor, estava de pé. O que será que ele falaria?

Todos se silenciam em segundos. E o diretor começa o discurso:

- Ontem a noite, uma jovem da Grifinória foi encontrada morta na Floresta Proibida.

Murmúrios por todo o Salão. Perguntas sobre como a jovem morreu ou quem era ela. Outros perguntam o que ela fazia na Floresta à noite e quem teria a matado. Essas são as mesmas perguntas que Soluço se fazia.

- A jovem se chama Agnes - Norte diz - e estava cursando seu Primeiro Ano na escola.

Mais murmúrios. Alguém da mesa da Grifinória grita que ela era Nascida-Trouxa, e que já deve-se suspeitar que quem o fez era da Sonserina. E se inicia uma longa discussão entre as duas mesas.

Norte bate forte seu cajado no chão e todos se silenciam novamente.

- Nós estamos investigando - ele diz - e até que o assassino seja pego, recomendamos que todos se retirem para seus Salões Comunais às Sete horas da noite. Sem mais. Se a situação piorar.. A escola será fechada.

O silêncio se estende de forma assustada. Fechar a escola. Isso seria o Inferno. Soluço não queria voltar pra sua Aldeia para ser zoado de novo e nem sequer poderia enfeitiçar os meliantes. Já havia passado o natal com o pai ano passado e rever todos eles não foi legal.

- Acha que vão fechar a escola? - um tal de Jamie pergunta para ele.

Pela idade o garoto devia estar cursando o Primeiro ou Segundo Ano ali na Lufa-Lufa. Parece muito assustado. Soluço tenta ficar indiferente para que ele não se assuste mais.

- Argos disse que deve ter sido apenas uma criatura da Flores Proibida. Se foi o caso vão encontra-la rápido.

O jovem parece mais calmo, agora. Respira profundamente e pega um pouco de pudim.

Quando o café termina todo o Terceiro Ano de todas as quatro casas se retiram para o jardim, onde teriam aula de Defesa Contra as Artes das Trevas com Gothel McGonagall.

Quando a Lufa-Lufa chega aos jardins, todas as Casa já estão reunidas. Soluço procura por Merida, Jack Frost ou Rapunzel e encontra os três juntos perto de uma árvore. Eles o veem e o chamam como se fossem velhos amigos.

- Oi - diz Soluço se aproximando.

- Oi, Soluço - diz Rapunzel, sorrindo e quase deixando os livros que carregava caírem.

- E aí?! - Jack fala, mascando um chiclete.

- Olá - saúda Merida, que se distraía lendo um catálogo sobre as vassouras lançadas naquele ano ou algo sobre Quadribol.

- Gente advinha - ela diz avaliando uma página da revista.

- O que? - Soluço pergunta curioso.

- Dragões. Em Hogwarts. Teremos Dragões para o Estudo das Criaturas Mágicas.

Soluço fica animado. Achava dragões impressionantes, mesmo antes de saber que era bruxo. A ideia de Dragões em Hogwarts o deixou animado de verdade. E já está ansioso para a aula de Trato das Criaturas Mágicas, ou algo assim.

- Tá - diz Jack Frost indiferente - e para a aula de DCAT, alguém sabe o que teremos?

Rapunzel fica na ponta dos pés, avaliando algo que a multidão de alunos escondia.

- Pelo guarda-roupa deve ser um Bicho Papão - ela diz, tentando ver mais.

- Ou iremos para Nárnia - retruca Jack, rindo em seguida.

Ninguém ri. A piada é sem graça demais.

- Vocês não tem senso de humor - ele comenta.

Gothel levita para ficar no campo de visão para todos os alunos e diz numa voz alta:

- Fiquem em fila, alunos. Hoje, treinaremos como combater um Bicho Papão.