O final de semana oi realmente agradável. Rachel e Quinn  tinham ido ao Central Park finalmente e passado toda a tarde de sábado depois do almoço lá. Elas tomaram sorvete e Quinn sujou seu vestido amarelo, o qual finalmente ela tirou. Rachel tinha tentado convence-la a ir com outra roupa, afinal essa tinha sido a única roupa que Rachel a viu vestir, fora o pijama, desde o dia em que chegou. Quinn negou, disse que estava bom, afinal ela só tinha vestido ele três vezes...

Rachel agradeceu ao sorvete. Ele deve ter se jogado em Quinn de propósito.

No domingo á noite elas fizeram uma maratona de The Big Bang theory para colocar um pouco mais de humor na situação.

Quando sua primeira aula chegou, na segunda de manhã, Rachel estava pirando. Mas ela se deu bem em sua primeira aula de técnica vocal. Afinal técnica ela tinha bastante! 

Já a sua aula de dança não tinha sido muito divertida. O motivo disso era sua professora, Cassandra. A mulher loira tinha olhos de águia, e esses pareciam estar quase sempre direcionados a Rachel, pronta para rasga-la com suas garras super afiadas.

Ela não dançou aquela manhã. Só observou. E se dependesse de sua professora, isso demoraria para acontecer.

Ela voltou ao quarto na hora do almoço, totalmente exausta e Quinn já estava lá. Um pouco pálida e com olheiras profundas, deitada e fazendo círculos em seu joelho com os próprios dedos.

Quando viu Rachel, ela bufou e se sentou, continuando a cirular o próprio joelho.

"Você não foi pra aula Quinn?"

"Fui. Mas eu não estava muito bem." Falou rouca.

"É? E o que você está sentindo." Rachel duvidou um pouco de que receberia uma resposta, porque Quinn só balançou a cabeça negativamente.

"Quinn você dormiu de noite?"

Se fosse outra pessoa Rachel realmente não se importaria tanto. Mas ela já tinha visto o suficiente de Quinn para saber que a loira tinha problemas e precisava de ajuda. Afinal a loira tinha sido tão legal com ela e Rachel tinha o dom de ajudar!

"Quinn, eu não sei se você se lembra, mas eu disse que queria ser sua amiga e você disse que aceitaria. Eu não sei exatamente o que você considera amizade, mas pra mim um dos princípios fundamentais da amizade é a confiança. Eu confio em você, agora só falta você confiar em mim." Nesse momento Quinn olhou para ela, um pouco confusa. Quando finalmente ela pareceu entender.

"Não é nada, realmente não é nada. Eu só estava um pouco enjoada, tonta, e com dor no peito e me sentido um pouco sufocada." Ela falou um pouco incomodada e tomando ar em seguida. Parecia que só pronunciar a palavra 'sufocada' já á deixava sem ar.

"Você, passou na enfermaria pra perguntar se você pode ir amanhã?" Perguntou virando para o armário para tirar uma roupa limpa.

"Não." Rachel virou-se imediatamente para ela com as sobrancelhas arqueadas."Mas não é nada. Isso acontece sempre e eu estou bem! Na verdade eu iria continuar na aula, mas  o professor disse que tava ficando meio... Verde." Ela torceu o rosto em uma careta quando pronunciou a ultima palavra. Rachel agora estava de boca aberta.

Verde?

Deus! Quinn poderia estar morrendo!

"Quinn!" Ela estava horrorizada e se aproximava de Quinn que cruzou as pernas em cima da cama e arregalando os olhos. "Você sabia que 11% das dores no peito são causadas por problemas cardiovasculares e enjoos e tonturas podem ser causados por várias coisas graves? Não... Já sei. Vamos para ala hospitalar!" Ela falou um tanto quanto exasperada, puxando Quinn pelo pulso sem esperar uma resposta e arrastando-a em direção a porta.

Quinn estava mal. Muito mal! E Rachel poderia salvar a vida de sua mais nova colega, apenas levando-a para uma consulta com o clinico. Ela seria uma heroína!

"Rachel..." A voz saiu em um grito atras dela. Se ela não estivesse sozinha com Quinn ela poderia jurar que a voz tinha saído de outra pessoa. Quando se virou, Quinn estava em uma posição com os joelhos um pouco flexionados, na intenção de freá-la e seus olhos arregalados.

Ok, Rachel. Respira, você está assustando a garota.

Rachel fechou os olhos para voltar a raciocinar normalmente e soltando o pulso de Quinn. Tudo bem, ela exagerou um pouco. Ela só conhecia Quinn fazia uma semana e não deveria se importar com sua saúde, pelo menos ainda não. Até porque esse não era o primeiro item de sua lista para ter o amigo perfeito.

"Eu não preciso de um médico." Quinn parecia um pouco chateada com ela agora enquanto se sentava novamente na cama e fitava a janela com o celho franzido.

"Desculpa." Agora ela estava culpada. Nunca pensou que sua vontade nata de ajudar o próximo poderia magoar alguém. Na verdade ela nunca pensou que nenhuma de suas ações pudesse machucar alguém. Quinn era claramente uma exceção.

"Rachel." Chamou sem se virar.

"Hum?" Rachel estava surpresa.

"Você..." Respirou fundo. "Você já teve medo? Não... Quero dizer... Não medo de alguma coisa, mas... De coisas que você sabe que são bobas, mas mesmo assim você tem medo? É... Acho que é isso." Ela ainda estava de costas, mas Rachel conseguia ver que ela tinha voltado a fazer círculos nos joelhos.

Sim. Claro que Rachel já tinha se sentido assim. Várias vezes principalmente nos últimos anos da opressão do ensino médio. Mas ela nunca se deixou abater e Rachel realmente não sabia o que aquilo tinha haver com o que Quinn tinha sentido mais cedo. Então a pergunta ficou no ar.

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Rachel estava sentada em um dos bancos do campus lendo as ultimas noticias do The New York Times. Ela mal podia acreditar nisso, era a primeira edição que tinha comprado. Mandaria emoldurar e colocar em sua parede.

"Oi baixinha!"

Rachel pulou um pouco, não poderia acreditar que alguém ousou em atrapalhar o seu momento, ainda mais com insultos.

Quando baixou o jornal o jornal ela pode ver bem a figura em sua frente. Uma garota morena, de cabelo liso e lábios grossos. A mesma morena que ela tinha visto com Quinn alguns dias atras.

"Como disse? Seus pais não te ensinaram a ter educação não? Não se chega..." 

"Está bem! Está bem!" Falou revirando os olhos. "Não me faça perder tempo só me diga onde está a Fabray." Ela estava impaciente.

"Eu não sei onde ela está e nem se eu soubesse eu te contaria porque eu não te conheço." Quem era essa garota que estava insultando daquela maneira? Rachel sabia que ela conhecia Quinn, mas isso não quer dizer nada.

"Santana Lopez, prazer. Agora me diz onde ela está."

"Rachel Berry. Eu gostaria muio de dizer que foi um..."

"Eu não me importo! Só me diga onde ela está."

"Ela deve estar no quarto." Rachel já ia voltar a ler seu jornal quando Santana olhou para ela com uma sobrancelha arqueada.

"210." falou bufando.

"Obrigada!" Santana lhe deu um sorriso grande e forçado e saiu em direção ao prédio.

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Rachel subiu para seu quarto ao entardecer. Estava entediante do lado de fora e o campus estava ficando vazio. Estava ficando frio.

Logo do corredor podia se ouvir gargalhadas estridentes vindo da porta 210.

Ual. Ela estava extremamente impressionada com o poder que essa garota tinha de fazer Quinn rir.

Quando entrou no quarto encontrou Quinn deitada em sua cama e Santana batendo nela com um travesseiro. Quinn tentava revidar mas estava em uma posição desfavorável.

"Oi Berry!" Santana exclamou percebendo a sua presença.

Quinn por outro lado, se levantou rapidamente da cama e pareceu congelar.

Agora Rachel tinha certeza que Quinn tinha algo contra ela. Mesmo depois de uma semana e de dizer que queria ser sua amiga, o que mais explicaria esse fato? Rachel passou uma semana dedicando sua amizade para loira, mas mesmo fazendo coisas engraçadas, ela nunca tinha ganhado um sorriso verdadeiro de Quinn.

Se sentia chateada. Traída!