Faltando menos de uma semana para o início das aulas, Rachel estava se sentindo mais a vontade. Quinn finalmente tinha lhe mostrado onde encontrar comida.

Não que isso fosse um grande progresso... Dois dias após o dia da conversa que Rachel tinha tido com ela, Quinn insistiu em conhecer o starbucks, pedido que foi negado com todo fervor. Isso provocou uma carranca persistente na face da loira o resto do dia. Na verdade isso não incomodou Rachel nenhum pouco, afinal, ela sorria toda vez que olhava pra cara de Quinn...

O sorriso de Rachel se desfez em uma cara horrorizada quando sua colega despejou o almoço indesejado na sua cama aquela noite...

Rachel fez mais uma nota mental; nunca dê comida saudável para Quinn.

Era quase como ter um cachorrinho.

Só que esse cachorrinho falava, tinha juba de leão, dormia em um casulo de lençóis e parecia não gostar de dormir a noite.

Ela sabia disso poque todas as vezes em que Quinn ia dormir antes das 05:00 am Rachel parecia ter uma espécie de dejavu da primeira noite em que chegou.

E esse cachorrinho também falava mais do que parecia. rachel descobriu isso quando teve problemas no browser de seu notebook. Quinn passou horas falando sobre os melhores navegares existentes em língua inglesa. Porque o melhor era em uma língua que rachel não sabia a qual país pertencia.

Mas quando era para falar de si mesma, Quinn parecia perder a fala. Como agora.

Eram quase 06:00 am e Rachel estava sentada no chão ao seu lado desde as 03:25 am, quando foi acordada novamente pelos gemidos de Quinn. Que agora estava abraçada aos joelhos com as costas escorada na cama e uma com uma expressão vazia no rosto.

"Você quer conversar?" Tentou, mas não houve resposta.

"Quinn, fala comigo. O que você sente? O que eu posso fazer pra te ajudar? Isso acontece todas as noites e está perto das aulas e nós precisamos dormir..." Falou muito leve mas se tornou melancólico quando Quinn voltou a chorar baixinho. "O que eu posso fazer, me diz por favor?" Agora agora ela estava a sua frente passando a mão lentamente por sua canela.

"Não precisa... Fazer nada. Vai passar... Eu só não gosto disso." Ela respondeu ainda chorando e Rachel se sentiu um pouco impotente. "Isso acontece ás vezes, mas vai passar..."

"Está bem. Você quer alguma coisa?"

Quinn balançou positivamente a cabeça e Rachel não pode evitar de sorrir.

"E eu posso saber o que a senhorita deseja?"

"Água, por favor." Rachel não sabia se seu sorriso tinha vindo em um momento errado porque a voz de Quinn ainda estava sem emoção.

"Você se importa se eu te deixar um pouco só? E que não tem água aqui." Ela recebeu apenas um aceno de cabeça e saiu do quarto.

E puta que pariu, como estava frio.

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Depois do almoço elas estavam em uma área mais afastada do campus, para que Quinn pudesse testar um de seus helicópteros que ela tinha acabado de consertar.

Rachel na verdade tinha aceitado a convite por causa do sol, que estava bastante agradável, mesmo que não estivesse fazendo calor.

"Quinn o que você sabe tocar?" Perguntou deitada na grama, enquanto Quinn colocava pilhas no controle remoto.

"Não muito!" Falou bastante concentrada em sua tarefa. "Piano, violino, violoncelo, bateria e violão." Rachel se surpeendeu quando ela continuou. "É muito pouco para alguém que quer cursar música, mas eu me importo mais com a teoria, sei que posso aprender a tacar o que quiser com ela." Terminou se levantando para finalmente colocar o helicóptero no ar.

Ou tentar. Pois as hélices rodaram, mas a miniatura não saiu do chão.

"Droga!" Disse bufando.

"Você sempre sonhou em fazer música?" Rachel perguntou observando-a se sentar novamente, com o brinquedo entre as pernas.

"Não. Meu pai queria que eu fizesse cursasse ciência da computação, ou engenharia mecânica porque ele diz que tenho talento. Mas quando fui morar com minha vó ela tinha um piano e me ensinou a tocar." Agora ela desmontava as hélices do helicóptero com algumas ferramentas que tinha trazido.

Bom, agora Rachel sabia um pouco mais e estava feliz. ela ainda ficava decepcionada por não ouvir um 'E você?', pois estava louca para contar suas aventuras para sua nova colega. Mas isso ela podia fazer outro dia, mesmo sem ninguém pedir.

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Era noite e estava chovendo. Rachel pediu pizza para o jantar para não ter que enfrentar a chuva e estava em sua cama com as pernas cobertas por lençóis. Quando Quinn saiu do banheiro, vestindo um moleton cinza e a calça de seu pijama habitual, branca com desenhos de ovelhinhas.

Elas tinham combinado de assistirem um filme naquela noite. Então as couxas e travesseiros foram para o chão, juntamente com o notebook.

A cada trovão elas davam um salto em seus lugares.

A chuva tinha se transforado em uma tempestade. Ou num dilúvio... 

Quinn estava coberta com uma manta de lã, que há horas estava sendo inveja por Rachel. Todo mundo tinha que ter uma manta de lã! Normalmente as pessoas as ganhavam quando ainda eram crianças. Porque ela não tinha uma manta de lã? Perguntaria a seus pais sobre isso.

Se mexeu um pouco desconfortável, o que não passou despercebido pelos olhos de Quinn que se virou para ela.

"Você está com frio?" Olhou-a atentamente.

"Sim, eu acho que eu vou pegar meu..." Ela foi interrompida por Quinn, que levantava uma das pontas da manta e se aproximava mais dela para cobri-la.

E como a manta de Quinn era quentinha... Ou talvez o corpo de Quinn era quentinho...

Ela chegou um pouco mais perto daquele calor reconfortante quando Quinn olhou para ela fixamente. Rachel perbeu que estava se aproveitando do calor alheio e se afastou um pouco. Ela ficou um pouco envergonhada quando Quinn não parou de olha-la, agora com um pequeno sorriso.

"Está realmente frio!" Comentou dessa vez tomando a iniciativa de se aproximar de Rachel.

Ahhh... Calor novamente... Aquilo era tão bom!

Quando uma batida na porta na porta a trouxe de volta para o frio longe da manta. Filho da...

"Deve ser a pizza!" Falou se levantando decepcionada.