Family Portrait escrita por imradioactives


Capítulo 49
Nunca duvide de um Dixon




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Sebastian tinha se levantado da cadeira e me esperava para podermos sair do escritório.
– Pode ir, eu preciso falar com Patrick. – ele franziu o cenho, mas logo depois assentiu, saindo do cômodo.
– Sim, Alice?
– Patrick...eu conversei com a minha mãe mais cedo. E eu realmente queria pedir desculpas por todo o transtorno que eu causei. Eu era muito cabeça dura para perceber que não havia problemas em amar duas famílias, em ter duas famílias me amando. Eu sei que causei muitos problemas, e eu queria me desculpar por eles, de coração. Eu não decidi ficar aqui apenas por Sebastian. Como eu disse à mamãe, todos vocês me deram motivos para ficar. Eu sempre te respeitei, e sempre te achei um homem muito bom. Você faz minha mãe feliz, e isso também me deixa feliz. E eu também queria agradecer por ficar ao lado dela esse tempo todo, por apoiá-la quando eu estava cega de orgulho e não via que ela precisava de mim. Você é um pai maravilhoso, um marido maravilhoso, e um padrasto melhor ainda. Eu creio que daqui para frente as coisas vão ser melhores. Obrigada e desculpa por tudo. – enquanto eu falava, ele não fez menção de me interromper em momento algum. Quando eu terminei, ele se levantou, deu a volta na mesa e parou ao meu lado, abrindo os braços. Eu me levantei e aceitei o abraço.
– Obrigada por tornar tudo mais fácil. Sua mãe está feliz que decidiu ficar. E eu também estou. Você é uma ótima menina, Alice. – eu estava prestes a caminhar para a porta quando ele continuou a falar – E quem sabe você não consiga colocar um pouco de juízo na cabeça de Sebastian? Eu sei que você consegue. – ele sorriu para mim, eu sorri de volta e me retirei.
Saindo do escritório de Patrick, subi diretamente para o quarto de Sebastian. Entrei sem ao menos bater na porta. Ele se encontrava sentado em frente sua escrivaninha, com o notebook ligado.
– O que você queria conversar com meu pai? – ele perguntou sem ao menos se virar.
– Nada. Conversa de adulto. – eu respondi me sentando em sua cama. Ele girou a cadeira devagar e ficou me encarando. – Acho que nós finalmente conseguimos.
– Sim, nós conseguimos. – ele se levantou e se sentou ao meu lado, logo depois se jogando para trás e deitando. Fiz o mesmo que ele e ficamos nos encarando por alguns segundos, ombro a ombro. Sua mão se apoiou em meu quadril, subindo pela minha cintura, braço, até chegar ao meu rosto. Ele se inclinou e encostou nossos lábios.
– Quem te viu, quem te vê. – eu disse em meio a um sorriso.
– Como assim? – ele se afastou, mas ainda com a mão em meu rosto.
– Sebastian Dixon sendo romântico. Nunca imaginei.
– Ah, prefere do outro jeito então? – um sorriso malicioso brincou em seus lábios.
– Acho que eu posso conviver com os dois. – eu sorri de volta e juntei nossos lábios mais uma vez, dessa vez aprofundando o beijo. Ele jogou seu tronco por cima do meu, apertando minha cintura enquanto ficava completamente por cima de mim. O beijo começou a ficar urgente e suas mãos passeavam completamente livres pelo meu corpo. Os toques de Sebastian nunca eram simplesmente toques, sempre havia segundas, terceiras, sétimas, nonas, vigésimas intenções por trás deles. E eu adorava isso. Seus beijos desceram para o meus pescoço e eu automaticamente entrelacei minhas mãos em seus cabelos os puxando de leve, em resposta, ele deixou uma pequena marca e meu pescoço.
– Idiota. – eu ri e dei um tapa de leve em seu braço. – Não faz isso! Não tem como esconder depois. – ele riu e caiu ao meu lado, passando o dedo por onde havia deixado a marca.
– A gente pode continuar isso depois. Eu quero te levar a um lugar agora. – ele disse e se sentou.
– Onde? – eu também me sentei.
– Faz alguns meses que você vive aqui e você nunca foi ver o Space Needle, não é?
– Não, nunca.
– Ótimo, é hora de conhecer. Vamos rápido, porque eu quero estar lá no topo antes do pôr do sol.

Nós estávamos parados em frente ao elevador que nos levaria até o topo de Space Needle. O elevador abriu, revelando um grupo de turistas e seu guia turístico. O guia que nos acompanhou até a porta do elevador estava prestes a entrar conosco quando Sebastian o puxou para um canto e, de costas para mim, apertou a mão do guia, falando alguma coisa para ele, depois o entregando algo que não consegui ver. O guia era um homem pequenininho que tinha que levar a cabeça para olhar para Sebastian. Ele usava uma calça jeans azul e uma blusa amarela, e um boné enterrado na cabeça. Parecia mais um carteiro do que um guia. Sebastian apertou sua mão mais um vez e se virou, vindo em minha direção sozinho. Entramos no elevador e Sebastian apertou o botão, e então as portas se fecharam.
– Não era para ele...você sabe...vir conosco? E nos contar a incrível história do Space Needle em incríveis 41 segundos?
– Nada que um sobrenome e um pouco de dinheiro não faça. – ele sorriu de lado. Eu arregalei os olhos.
– Sebastian! Você subornou o guia? – eu estava boquiaberta.
– Eu precisava desse elevador só para nós. E o topo do Space Needle também. – enquanto ele dizia isso, eu olhava para os prédios cada vez menores abaixo de nós pela janela panorâmica do elevador. Então o elevador parou, e a porta se abriu. O corredor se encontrava vazio. Nós saímos e ele pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Andamos até o fim, onde havia uma porta de vidro. Sebastian abriu a porta e eu me encontrei em uma pequena sacada em um formato de um meio círculo. E eu conseguia ver praticamente tudo dali de cima. E o tom alaranjado que o pôr do sol deixava no céu, deixava tudo mil vezes mais bonito.
– É lindo, Sebastian. – eu disse, me apoiando nas grades da sacada, enquanto ele se posicionava atrás de mim, com um braço de cada lado do meu corpo, apoiando as mãos nas grades, que batiam na minha cintura. Conforme o sol sumia no horizonte, ele depositava leves beijos em minha bochecha.
– Gostou? – ele sorriu contra meu cabelo.
– Eu amei. É lindo! – eu sorri – Obrigada. – eu disse me virando para ficar de frente para ele. Apoiei as mãos em seu peito e ele continuou com as suas em minha cintura. Ele me encarou e de uma hora para outra seus olhos perderam o brilho. – Sebastian? O que foi? – ele levantou o olhar por cima de mim e observou o ambiente atrás de mim.
– Nada. Está tudo bem. – ele deu aquele sorriso encantador que faria qualquer uma esquecer completamente o que estava acontecendo. Qualquer uma, menos eu.
– Sebastian, a mim você não engana mais. O que foi?
– Eu sei que você não vai gostar nada do que eu vou falar, mas...olhando para nós aqui agora, eu penso se eu fiz certo em me declarar para você. – ele me olhou fundo nos olhos e uma vertigem tomou meu corpo. Não. Ele não pode estar fazendo isso comigo.
Abri a boca para tentar falar alguma coisa mas as palavras simplesmente não saíram.
– Eu nunca, Alice, nunca disse para ninguém as coisas que eu disse para você. Eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você. E as vezes eu paro para pensar se ter me aberto desse jeito, e tão rápido, foi o certo a se fazer. Eu não sei como lidar com isso. Eu tenho medo de te machucar e acabar me machucando junto. – eu fechei os olhos e molhei os lábios. Meu coração tinha virado uma bola de gude. O ouvi respirar fundo. – Você despertou em mim coisas que eu nem sabia que existiam. Você...você não tem medo? – reuni todas as minhas forças para responder.
– Medo de que, exatamente? – eu perguntei em um sussurro.
– De perceber que isso é uma loucura. De cair na real e ver que eu não sou o cara certo pra você e que nós somos completamente diferentes. De todo esse esforço não valer para nada. De um dia você acordar e perceber que você nunca...nunca deveria ter deixado meu irmão, e querer voltar para ele. Eu tenho medo, Alice. Medo porque eu sei que o Bryan é o cara que você sempre sonhou em ter, e vocês teriam uma relação perfeita. E ele saberia lidar com essa situação muito melhor que eu. Vocês viveriam um conto de fadas que toda garota sonha. – eu continuei a encará-lo como se não tivesse ouvido tudo aquilo. Sem dizer nada, apenas passei meus braços por sua cintura e me apertei contra ele, o colocando o mais próximo de mim possível. Ele retribuiu o abraço e enquanto eu me acalmava, ia reformulando a resposta em minha cabeça.


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