Adventure Art Online [Inscrições Fechadas] escrita por Arceus


Capítulo 10
A Busca pela Sobrevivência


Notas iniciais do capítulo

E a fic voltou então depois de uma pausa. Ela estava em lugar escuro e ermo,mas volto pra ficar. 8D
E bem,como avisei,tem palavrões. Cortesia de um personagem e momentos nervosos. Espero que curtam.



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Havia se passado duas horas desde que AAO foi hackeado. Desde o momento em que um dos hackers do grupo Baphomet disponibilizou a ação de mortes no servidor,não usado a anos atrás,vários jogadores da cidade haviam explodido,morrendo na vida real. Alguns ainda explodiam,aumentando ainda mais os choros e gritos de desespero de jogadores que se espalhavam pela praça da cidade principal.

Brian e Luke estavam parados no muro da praça,ambos com os olhos inchados. Luke estava cabisbaixo,trêmulo,enquanto Brian encarava o piso do lugar com os olhos arregalados. Imaginou como o mundo reagiria quando soubessem do que aconteceu. Ou até mesmo sua mãe. Uma lágrima deslizou em seu rosto e ele franziu o cenho,com os dentes cerrados. Ele e seu irmão haviam entrado na mesma armadilha de sua mãe e outros jogadores há 14 anos atrás. Brian olhou ao redor. Ninguém havia saído da cidade. Várias estavam com as mãos cobrindo o rosto e tremiam,em estado de choque. Uma garota chorava com os braços abertos no chão,onde um jogador acabara de explodir,provavelmente um amigo seu.

Aqueles merdas do Baphomet não o venceria. Olhou para o rosto do irmão,que continuava trêmulo e o sentimento de raiva piorou. Entre os dois,Luke era o mais fascinado com AAO. Havia lido várias guias na internet e até tentou a fase beta,porém sua inscrição não foi aceita. A sua reação foi a mesma em que estava,porém agora mil vezes pior. Graças a aquele grupo,várias vidas foram tomadas por simplesmente diversão de sádicos...ou vingança

Secou a lágrima e tocou no ombro do irmão,que virou lentamente o rosto para Brian. 

- Não podemos ficar aqui. Se quisermos sair do jogo...precisamos ao menos tentar. - Brian balbuciou para o irmão que o fitou com os olhos de medo.

- T-tentar....? - Ele cruzou os braços,como se estivesse com frio. - Você não viu o que aconteceu?! EU NÃO QUERO MORRER,PORRA!- Luke berrou e seu grito ecoou por toda a praça. Alguns jogadores olharam para ele,ainda com a expressão de dor e desgraça. Luke engoliu seco e voltou a encarar o chão. Brian o olhou com um olhar de desaprovação e saiu de perto dele.

- Se quer perder para esses hackers como o resto de todos esses da cidade...boa sorte. - Brian falou alto,enquanto Luke voltou a olhar para o irmão,que se distanciou,ainda tremendo.

- Se ainda quer jogar como nossa mãe em SAO...espero que se divirta em sua prisão. Por que é isso que essa cidade virou...e infelizmente muita gente vai ficar aqui. - Brian tentou se conter,mas outra lágrima deslizou no seu rosto. - Eu vou seguir a rota principal do jogo...como o guia diz. Se ainda quiser me acompanhar,você pode vir comigo. Mas caso queira ficar aí...boa sorte. 

Brian lançou outro olhar para Luke,que ainda o encarava com os olhos inchados e o corpo trêmulo.

- Só não tente me procurar quando for...tarde demais. E caso decida ser um prisioneiro desse jogo e sair sabe lá quando...como esses caras dizem quando alguém derrotar o boss mundial...e sobreviver...manda um abraço para a mamãe.

Se despedindo,Brian se distanciou do irmão e sumiu no meio da multidão,deixando o irmão sozinho com os dentes cerrados. Brian passou por uma multidão de jogadores que estavam paralizados,enquanto outros choravam e lamentavam jogadores que haviam explodido. O garoto procurou não olhar. Demorou vários minutos para sair da praça de vários metros,até subir as escadas de pedra e entrar em uma parte da cidade vazia. Suspirou e olhou do alto das escadas,vendo a quantidade absurda de pessoas na enorme praça. Seu irmão,que o convenceu tanto para jogar AAO,agora era um daqueles prisioneiros.

Se sentou em um banco perto de duas casas estilo gregas e medievais e procurou na seção de quests. Por incrível que pareça,todas as quests pendentes que tinha com os outros membros de seu grupo haviam sido deletadas. Provavelmente quando chegaram em Midgard,as quests de outras cidades sofreram um erro com o teleport forçado,fazendo o garoto recomeçar. Olhou para a multidão e imaginou como as garotas estariam. A pequena Annie agarrada com Tibbers no meio do mar de jogadores,a tímida Emma procurando alguma respota,enquanto Luna praguejava palavrões. Imaginou Yuuki também,confusa e com medo. Pensou em olhar no mapa da cidade,mas provavelmente o seu grupo também havia sido apagado...

Procurou na seção de quests disponíveis,aceitando uma que se localizava no castelo da cidade. Ela era diferente das outras,pois o seu nome estava marcado em letras berrantes em amarelo. Deslizou o dedo no botão "Auto-Rota" e uma seta surgiu em sua frente,como uma bússola.  Ele então a seguiu,andando pelas ruas calmas de Midgard. Uma música calma começou a tocar enquanto andava. Seria bonita e deixaria Brian mais animado,caso o jogo não fosse transformado em caos.

As ruas de Midgard tinham pisos de pedra cor de creme,além das casas greco-medievais e árvores verdes. NPCs surgiram em barracas,além de outros NPCs normais de pessoas que andavam pela cidade. Desviou de duas crianças que brincavam de polícia e ladrão.  

Demorou um tempo até chegar então o castelo de Midgard.  Haviam escadas de vários degraus que levavam a uma praça e então o enorme castelo. Ele era como um Coliseu fino de vários metros e telhados semelhante aos de palácios russos. Porém,era dentro de um cristal de vários metros. Era igual a construção de um Coliseu na praça principal do jogo,mas era mais bonito. 

Passou por vários guardas parados nas paredes de cristal do castelo. Os guardas tinham armaduras de prata reluzente e elmos que cobriam seus rostos. Brian não tentou puxar muito papo com eles,pois pareciam ser sérios e carregavam lanças com pontas que fizeram o garoto engolir seco. 

Ragnarok - Juno Theme

Brian abriu as portas do castelo e se surpreendeu ainda mais. Um corredor largo de piso desenhado com símbolos estranhos e paredes de mármore e tochas se estendiam até um salão gigante. O salão era absurdamente gigante. Um par piscinas rasas com estatuas de mulheres de olhos de cristais com togas e asas,jogando água com um vaso de cerâmica ficavam ao lado de uma escadaria brilhante,acompanhada com um tapete de veludo vermelho com detalhes brancos. Brian seguiu assustado,notando os guardas parados nas paredes próximas do corredor. Subiu as escadas,revelando outro andar. Nele,um piso com uma imagem de um cristal com vários anjos desenhados em volta se revelava. A pintura tinha detalhes incríveis e pareceu ter sida desenhada por vários anos,assim como a pintura do teto da Capela Sistina. Ele olhou para cima e se assustou com um lustre de ouro com um cristal gigante semelhante ao da pintura que brilhava. Olhou na sua frente e um trono trabalhado a ouro residia sobre um palco.

No trono,um homem com uma armadura prata e detalhes dourados estava sentado. Ele tinha uma capa azul de vários metros com um cristal desenhado em branco. Parecia ser alguém importante normal,quando asas de cristais surgiram das suas costas e assustaram Brian,que recuou. O homem pareceu notar Brian e então tirou o elmo com um penacho branco. Tinha o rosto de um jovem de 20 anos,com cabelos curtos de exercito grisalhos e olhos azuis como os cristais de Midgard. Ele fitou Brian e então o chamou.

- Prazer,jovem guerreiro. - O homem falou,fazendo um movimento para que Brian prosseguisse.

- O-olá... - Brian acenou para o rei,que sorriu.

- Vejo que é mais um guerreiro começando sua jornada no mundo de Aderan. - Ele se levantou. - Você é um dos mandados da graciosa deusa Alamira,não? - O rei olhou para Brian e o garoto assentiu.

- Prazer,sou Alkandor,o deus dos guerreiros e do novo começo. - O homem cruzou os braços para trás,andando em volta da pintura do castelo. - Provavelmente,você sabe porque foi mandado aqui.

Brian pensou: "Não,atualmente só estou aqui por que estou tentando sobreviver a esse mundo,cortesia de sádicos filhos d-...filhos da mãe."

- O deus do universo de Aderan,O Grande Cristal... - Alkandor olhou para o enorme cristal no lustre. - Criou uma nova espécie,vocês,guerreiros com raças diferentes. O destino de vocês é lutar e salvar Aderan das forças malignas do Caos. Néria,a deusa da desgraça e mãe dos monstros renasceu desde a Guerra do Universo. Nessa guerra,o Grande Cristal lutou pelo futuro junto de seus filhos,os deuses arcanos. Seu adversários foi o Caos,pai dos deuses demônios. O Grande Cristal lutou na forma do deus dos guerreiros,eu,enquanto o Caos lutou na forma de sua filha mais poderosa,Néria. Por fim,lutamos por éons até então,vencermos o Caos. Ele foi mandado junto com seus filhos para os confins da terra,onde foi aprisionada com o selo d' O Grande Cristal. Aderan não conseguiu se recuperar da escuridão,então recriamos o universo,porém ainda com o Caos selado. Recriamos esse mundo como era antigamente e cada um de nós colocou sua essência nas terras. Alamira criou a Grande Árvore e por fim,Almira. Minha essência criou Midgard,a a essência de Hótrenus,outro irmão criou Hathor e assim foi indo. Cada local desse mundo foi criado por um de nós.

Brian ouvia a história maravilhado enquanto observava Alkandor. Ele parecia alegre,até seu sorriso se desfazer.

- Vivemos então por vários éons em paz e felicidade,observando os humanos,elfos e raças evoluírem na base de nossos conhecimentos. Tudo parecia bem,até o selo do Caos se abrir. Nosso poder não foi o bastante para criar outro,ainda estávamos cansados da Guerra do Universo. Ele se quebrou junto com os filhos e eles saíram dos confins da terra,denominado Submundo,a prisão dos deuses demônios. Esses deuses demônios jogaram suas essências nas terras abençoadas,transformando os animais normais em criaturas. Essas criaturas até hoje estão destruindo vilas e matando pobres humanos...por isso criamos vocês. Cada um de vocês vem com a essência de cada deus e com a benção d'O Grande Cristal. A missão de cada um é então salvar Aderan com diversos tipos de habilidades e classes que escolheram,prometendo então mandar o Caos de volta ao Submundo com seus filhos. Essa então é a missão de vocês,salvar Aderan e então derrotar Néria,que voltou a terra de Aderan ainda mais forte.

Brian assentiu,olhando para a feição preocupada de Alkandor.

- Com a determinação da benção d'o Grande Cristal,eu então lhe mando para sua missão.

Um brilho surgiu no painél de quest de Brian,mostrando ser completada. Alkandor então voltou a falar com o garoto.

- Sua missão é ir até o sul de Midgard e falar com Altarin,o deus dos generais e meu filho. Vá na fé,guerreiro.

O castelo então desapareceu numa névoa e Brian foi teletransportado até a entrada do castelo. O jeito que ele desapareceu foi bem mais amigável que ser literalmente jogado de uma cidade para outra. Brian seguiu animado,porém novamente se lembrou que estava naquele jogo e não no mundo que pareceu entrar assim que Alkandor lhe contou que era uma raça abençoada. Olhou em volta e viu que jogadores já se aproximavam do castelo de Alkandor. Um alívio surgiu no garoto. Finalmente mais pessoas não se demonstrariam vencidas. Mas não seu irmão. Brian procurou não pensar muito nas pessoas que deixara,ou que o deixaram. Provavelmente as garotas de seu grupo poderiam o encontrar ou talvez até Luke. 

Seguiu a seta e passou pela cidade,também passando por portos,onde barcos e cruzeiros deslizavam por um céu e nuvens. Agora havia notado que Midgard era uma cidade nos céus! Correu seguindo a seta,até achar uma construção também igual a um Coliseu e em volta por cristal. Os criadores de Midgard eram realmente fãs de arquitetura grega e russa! Passou por árvores e NPCs de marinheiros e guerreiros até chegar em um homem.

Ele tinha dois metros,uma armadura de prata tingida de marrom semelhante a de Alkandor e asas de anjo pretas,com cortes e marcas de guerra. Não estava com um elmo,apenas com o rosto a mostra. Tinha cabelos de exército aparados como o do pai,mas pretos. Aquele cara era realmente filho de Alkandor? Tinha olhos claros como o do pai e um cavanhaque. Ele então olhou para Brian,o analisando.

- Você é dos mandados de Alkandor,não? - Ele berrou,soava mesmo como um superior.

- Sim...senhor? - Brian o olhou confuso.

- Certo,um guerreiro! - Altarin fez um movimento em continência. - Guerreiro,quero que comece sua missão no Prado dos Salgueiros! Se encontra a sudeste de Midgard. Entre no portal em um arco e será levado ao lugar. Lá quero vá a Vila dos Artesões e os ajude. Parecem correr sério perigo. Agora vá,tenho outros guerreiros a atender!

Brian assentiu e estranhou,pois no momento era só ele ali. Então viu ao fundo borrões com letras diferentes das que pairavam na cabeça dos NPCs,outros jogadores. Correu seguindo a seta,até chegar no portal que o levaria ao Prado dos Salgueiros. Lá encontrou um jogador. 

Tinha túnicas semelhantes a de Brian,provavelmente também um assassino. Os olhos eram azuis e o cabelo era preto,espetado. Ele estava de braços cruzados e encarou Brian surpreso.

- Finalmente algum jogador nessa porra. - Ele sorriu. - Achei que ia jogar sozinho. Vejo que não tem tanto jogador cagão. Provavelmente você seja,mas fez um baita progresso. Qual é o seu nome? O meu é Nero. 

- Brian. - Brian ficou surpreso com o comportamento de Nero e como conseguiu falar tanta coisa em tão pouco tempo. 

- Sempre procurei jogar com alguém nesses tipos de MMORPG. Mas como agora é vida ou morte,é realmente necessário se juntar a um grupo. Quer se juntar ao meu?

Brian ficou quieto. Se lembrou do grupo que tinha com as garotas em Almira...mas provavelmente estava deletado. Ele então aceitou. Nero deslizou o dedo e convidou Brian.

O usuário Nero te convidou para o grupo "Fodões de Aderan" Você aceita?

Brian revirou os olhos e aceitou. Nero comemorou e então continuou.

- Vamos então,já estou esperando alguém há uns 10 minutos ou algo do tipo. Não os culpo. Devem estar ouvindo aquela história chata pra cacete daquele maluco lá. De qualquer jeito.

Os dois então entraram no portal e a visão de Midgard mudou para um novo lugar.


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