Ich Bin Nicht Ich escrita por seethehalo
Notas iniciais do capítulo
Capítulo em homenagem às leitoras pervertidas.
Maandi tirou 3% da minha pureza e eu pude escrever isso.
Fiz um gesto de “deixa eu pensar” e depois um de “ué, demorou”.
Nos olhamos por uma fração de segundo e nos jogamos um para o outro ali mesmo onde estávamos. Nos beijamos tão doce e sinceramente quanto da primeira vez, mas desta foi muito mais quente, apaixonante, sagrado e real.
Nos beijamos, meio escondidos, sem o menor pudor. Bill era calmo e certo, sua mão me enlaçou pela cintura e me trouxe até seu colo, o que me permitiu passar minha mão por trás do seu pescoço e acariciar seus cabelos.
Depois de tanto fogo nos soltamos e nos repomos cada um na sua poltrona.
- Que fique bem claro que somos apenas amigos – ele avisou.
- É. Bons amigos.
Mas nos olhamos de novo, e não nos contemos em repetir a dose. Estávamos loucos um pelo outro e nada poderia nos impedir de cometer uma loucura.
Ele me beijava pelo rosto, depois passou para o pescoço e o seu piercing gelado na minha pele fez com que eu me arrepiasse até o sangue, enquanto eu o abraçava e acariciava seu corpo – por baixo da camisa.
- Opa – ele disse – acho melhor a gente se comportar. A gente tá numa poltrona de avião e eu não sou o Tom.
A observação me fez rir. E me lembrou da Paula.
- Faz quanto tempo que a Paula tá naquele banheiro?
- Sei lá. Mas foi tempo suficiente pra “colorir” nossa amizade. – Bill fez sinal de aspas e carinha maliciosa. – Quer colorir mais um pouquinho?
- Ixi... Você não é o Tom, mas ele tá me saindo uma péssima influência pra você.
- Isso é um não?
- É evidente que isso tá na cara sem sombra de dúvida. – Interrompi só pra ver a reação (carinha do gato do Shrek) – Que não! Mas só mais uma vez. A gente deu sorte de não termos sido vistos até agora.
- É... última vez. – Bill disse isso e me beijou outra vez. – Sinceramente eu não tô nem aí se virem a gente...
- Amizade colorida. – eu lembrei – E que isso fique aqui dentro e depois de agora não vai acontecer nunca mais.
Continuamos nos beijando quando senti uma lágrima que não era minha tocando no meu rosto.
- Bill... tá chorando?
- Nunca mais! – ele se limitou a dizer.
- Por que ‘cê tá chorando, Bill?
- Porque nunca mais... a gente nunca mais vai se ver, não é?
Aquilo me doeu como um soco no estômago.
- Por que tá dizendo isso?
- Porque é verdade, Julia! Essas são as últimas horas das nossas vidas que se passarão juntas!
- Pára, claro que não! Você tem meu telefone, eu tenho o seu, mesmo você sendo muito ocupado com gravações, entrevistas, shows e o escambau, uma hora você para um segundo pra fazer uma ligação... ou você mata sua mãe de saudade cada vez que sai da Alemanha?
- Não... eu ligo pra ela.
- Então. E outra, você não planeja voltar pro Brasil em turnê oficial? Eu garanto que estarei lá na área vip. Pelo menos mais uma vez a gente vai se ver.
- Vem cá. Me dá um abraço.
Ele me abraçou tão forte que me deu falta de ar.
- Bill! Eu não tô respirando!!
- Aah... desculpa. – disse me soltando e enxugando o rosto.
- Para de neura, tá bom?
- Tá bom. Obrigado, Ju. Você me faz sentir melhor.
- Não tem de quê.
Silencinho básico. A Paula voltou.
- Que demora! Você não ia retocar a maquiagem? – eu disse.
- E fui. Por quê? Tinha fila pra usar o banheiro.
- Ah, tá, e você ficou uma hora em pé?!
- Er... e por que você tá descabelada? – Bill entrou na conversa.
- Eu tava sentada numa poltrona vaga lá no fundo. Acabei cochilando de novo. Quando acordei, não tinha mais fila.
- E por que não veio dormir aqui? – indagou Bill.
- E você não se olhou no espelho? – eu aticei.
- Afe, pra quê tanta pergunta? – ela disse arrumando o cabelo – Deixa pra lá.
Não tinha motivo pra desconfiar, mas a história tava mal contada... Resolvi fingir que engoli a desculpa – talvez depois ela me conte o que houve.
As horas que se seguiram foram mais animadas. Conversamos, brincamos, cantamos. Bem feliz.
De repente anunciaram que possivelmente pousaríamos na pista molhada (a essa altura já estávamos sobrevoando o território brasileiro) e eu quase entrei em pânico. Lembrei do acidente de dois anos atrás, do avião da TAM que bateu no prédio da mesma companhia e matou 199 pessoas e comecei a suar frio.
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Aai, aquele acidente!!
Tava bem no "aniversário" dele quando eu escrevi isso.
'Té mais, povo.