Ich Bin Nicht Ich escrita por seethehalo


Capítulo 25
Senso incomum


Notas iniciais do capítulo

Semana que vem é a última semana dessa fic.
Bom, eu espero que quem lê e me deixa review goste do fim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/39166/chapter/25

     - Tá pensando... no que aconteceu ontem à noite?

     Ergui a cabeça, fazendo que sim.

     - Eu sei que não devia ter feito aquilo... mas é óbvio que você não se importa.

     - Engana-se, Bill. Eu me importo, sim. Não é porque eu sou sua fã, alucinada aliás, que eu não vou me importar. Você também é uma pessoa, não um programa de computador.

     - Você não me entende. Eu não devia ter te beijado. – ele disse a última frase devagar.

     - Te entendo sim. Pra você com certeza ter me beijado foi algo impulsivo e impensado, que tava escuro, e a gente tava ali e bum!, aconteceu. Pra mim, foi inesperado, e...

     - É diferente, Julia. Eu tô sempre viajando, pra lá e pra cá, pelo mundo todo. Todos os dias eu vejo um milhão de garotas diferentes, lindas, ricas etc., por que é que eu ia querer algo com uma brasileira que tava limpando o meu camarim? Eu sei que é assim que você pensa.

     - Não é não, Bill. Isso que você acabou de narrar eu conheço como senso comum. E senso comum é o pensamento de quem tem preguiça de pensar. Não que eu esteja insinuando que acho que você quer alguma coisa comigo, longe disso. Eu sou fã, toda fã é louca por aquela pessoa que admira, é só lembrar do ataque que eu tive quando te vi.

     - Tem razão.

     - Mas enfim, Bill. Eu sou realista demais. Desde o começo, eu sabia e estava consciente de que nada, absolutamente nada de mais poderia acontecer entre a gente. E agora eu tenho consciência de que não vou ficar me remoendo de ilusão e de remorso só porque aconteceu.

     - Agora me escuta. Tudo bem que não tem nem uma semana que a gente se conhece; quer dizer, que eu te conheço, pessoalmente, mas você entendeu. Eu já te considero uma amiga. E pelo que eu já sei de você, pude concluir que é alguém com caráter nobre.

     Fiquei sem jeito. Ele continuou:

     - Sabe por quê?

     Fiz que não com a cabeça.

     - Vários motivos. O primeiro, abriu mão do orgulho e foi limpar camarim pra poder ver a gente. Isso é que é fã, hein. Juro que nunca vi nada parecido. Mas continuando, você não se deslumbrou quando eu disse que você canta bem, aliás, você nem prestou atenção; e quase recusou quando eu te chamei pra ir comigo no palco! E depois quando perguntou se não tava incomodando estar ali, e disse que tava com medo de que te expulsassem qu...

     - Pára com isso. Eu só tô vendo motivos pra que você ache que eu não sou deslumbrada e egocêntrica.

     - O que significa basicamente modéstia. Eu não sei quanto a você, mas na minha opinião é o primeiro degrau para o bom caráter.

     - Danke.

     - E, parando de enumerar e justificar tudo; resumindo, eu gostei de você. Acha que se eu não tivesse gostado teria te chamado pra cantar no palco comigo, e mais ainda, pra vir pra Londres? Nein! Não teria. E eu não me enganei sobre você.

     - Aaaah... – eu disse suspirando – Mas ainda não entendi uma coisa... por que você se remoi tanto por ter me beijado? Eu sou lesada. – sorriso de tacho mode on.

     - Hahaha. Já te disse. Porque somos amigos. Isso poderia ter estragado a nossa amizade.

     Olhei pra ele com uma cara de “você é idiota?”, depois pra frente dando um tapa na minha testa e escorregando a mão pelo rosto, como num desenho animado.

     - Não acredito que eu ouvi isso. Senso comum é fogo na torcida, vou te falar!

     Ele fez cara de “hã?”.

     - Se liga, Bill, isso não tem nada a ver. Somos amigos, ponto final. Sugiro que, como eu disse, não fiquemos alimentando ilusões e remorsos por causa disso. E outra, me diz o nome de uma guria viva que nunca teve vontade de beijar o amigo?

     Ele ficou sem jeito e alguns segundos foram o bastante para que seu rosto ficasse vermelho como pimenta.

     - Não aguentava mais ficar sem falar contigo.

     - Nem eu... – suspirei.

     - Depois disso a gente ficou se olhando, vaga e disfarçadamente. Eu tava fazendo isso, percebi que ele também. Silêncio. Escondi o rosto com o cabelo e ele me cutucou de leve.

     - Er... posso dar uma sugestão? Vamos largar de ser idiotas?

     Fiz um gesto de “deixa eu pensar” e depois um de “ué, demorou”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O próximo é o mais legal!!
Garanto!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ich Bin Nicht Ich" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.