E voltei a pular e cantar na sala, depois eu fui no mercado [...].

Enfim, chegou o sábado. 16h50, Ginásio do Ibirapuera. Recitei a senha na entrada e fui conduzida aos bastidores. Por fim, durante uma hora, ouvi instruções e mais instruções, depois me liberaram pra circular e eu fui dar uma volta no backstage pra não correr o risco de me perder depois.

O show começaria às 19h, mas às 18h já tava tudo uma bagunça. Luzes, fios, araras com roupas, tudo correndo por todos os lados. No meio da confusão, me refugiei num canto mais isolado e abri um bolinho Kid Lat.

Na terceira mordida a correria aumentou e eu me assustei. Onde era a saída mesmo? Acabei me perdendo e perdi também a chegada deles: quando me encontrei fui avisada de que eu estava respirando o mesmo ar que Bill, Tom, Georg e Gustav - os integrantes da melhor banda da face da Terra, Tokio Hotel. Me dei um tapa na testa e um peteleco na bochecha. "Se controla, calminha aí. Não é lugar e muito menos hora pra dar ataque, então vai com calma e se controla, tá legal?" Pensei comigo mesma, respirei fundo e fui andando calmamente para onde quase todos os outros funcionários estavam indo.

Ainda eram 18h20. O tédio da quietude estava me decompondo, eu odeio silêncio. O tempo em que fiquei naquela sala serviu pelo menos pra fazer amizade com a Magali, a técnica de iluminação. Ela me disse que seria a primeira vez que ia escutar uma (aliás, várias) música do TH; já tinha ouvido muito falar, mas nunca tinha escutado.

- Daqui a pouco você vai ter noção do que está perdendo. - Eu disse.

OK. Se você diz... Ih, tenho que ir. Tchau.

Tirei o celular do bolso pra ver a hora - 18h50, faltavam 10 minutos pro show começar. Quando deu 18h55, fui chamada e recebi uns últimos avisos: sair do camarim quando começar o intervalo, e voltar pra arrumar quando acabar. "Moleza", pensei, "Nem deve ter muita bagunça. O intervalo dura só 10 minutos!"

Engano. Às 19h em ponto eu estava no início do corredor que dava para os camarins. Ao abrir a primeira porta - camarim do Georg - levei um susto. E o que eu vi foi resumido em uma frase interrogativa: como consegue fazer tanta zona em meia hora? Mas eu levei bem menos tempo pra arrumar e segui para a próxima porta, camarim do Gustav. Menos bagunçado do que o de Georg, mas tinha muita coisa e levei um pouco mais de tempo pra arrumar.

Durante o tempo em que estive organizando os camarins de Gustav e Georg, lá em cima eles tocara Monsoon; Ready, Set, Go!; Live Every Second; Love Is Dead e Sacred. Chegou o primeiro intervalo, saí do corredor dos camarins andando bem devagarinho, com a esperança de poder vê-los chegando, mas... não deu muito certo, eles nem apareceram. Devem ter ido "jantar" no Mc que tinha ali perto.