Natal.

Aquela mágica época do ano, onde as pessoas amam todas as outras, onde perdoamos, e as famílias se reúnem... Por mais clichê que isso lhe parece, natal É aquela mágica época do ano. Você não precisa acreditar em Deus ou em algo parecido para apreciar esta data, pois isso vai muito além (em meu ponto de vista) que uma data cristã. É onde por uma noite voltamos a ter esperança, é como no dia do nosso aniversario, só que melhor.

Santana e Emily estavam arrumando a mesa para a ceia; sua avó havia feita uma tradicional comida da família, tudo estava em harmonia: o cheiro da comida, seus pais, sua irmãzinha estava mais feliz do que nunca, sua mãe tinha de ficar de olho para a pequena Emily não abrir os presentes que se encontrava embaixo da gigante árvore, seu pai fazia piadinhas horríveis, eles pareciam uma família e muito mais do que isso eles pareciam uma família feliz. E embora Santana estivesse achando aquilo realmente estranho e neste ponto, pensava que alguém havia enfeitiçados seus pais, ela se sentia feliz e queria continuar com essa felicidade.

–Podemos abrir os presentes? Podemos?!! –Perguntou Emily que brincava em uma pequena vassoura de criança.

–Só depois da meia noite, você sabe querida –Respondeu o pai gentilmente.

–Eu vou gostar dos presentes? –Perguntou Emily novamente

Seus pais pararam por um tempo observando a pequena voando na vassoura e depois de se entreolharem afirmaram que sim com a cabeça.

–Mesa está pronta! –Santana falou calmamente, por mais que estivesse amando aquilo se sentia bastante desconfortável, com os pais agindo daquela maneira.

–Vamos comer Emily e depois abrimos seus presente –Falou a mãe que lhe deu a mão.

–Santana como está a escola, muitos estudos? –Perguntou sua avó

–Sim... Eu estou no time do Quadribol...

–Então espero que a Sonserina ganhe a taça esse ano? –Falou a avó

–Humm, eu não sei, a nova apanhadora da Lufa-Lufa é realmente boa, ela ganhou da Corvinal na ultima partido nos...

–Querida, perder para Corvinal eu aceito, perder para Grifinoria é ruim, porém perder para Lufa-Lufa é inaceitável! –Falou o pai de Santana, ótimo! Provavelmente o feitiço estava passando o efeito, Santana não queria causar uma briga então simplesmente deu um sorriso e deu sua atenção para sua comida.

Não muito longe dali, Quinn, Rachel e seus pais estavam na sala terminando de preencher a árvore, como tradição Rachel colocava a estrela dourada na parte mais alta da árvore, pois segundo ela neste caso, ela como a estrela dourada estaria mais perto do céu (Brodway).

–Rach, você pode me falar mais sobre humm Shelby? Você disse que ela tinha uma filha, como era o nome teddy alguma coisa... –Perguntou Quinn após os pais da morena saírem da sala deixando as duas sozinhas.

–Beth –Respondeu Rachel –E ela não é bem filha dela. –Rachel respondeu alheia ao nervosismo de Quinn

–Como assim? –Quinn ficava mais nervosa a cada segundo, a menina além de ter a mesma idade que sua filha tinha o mesmo nome.

Rachel finalmente deu sua atenção a Quinn e percebeu o nervosismo da loira, então tudo ficou claro para Rachel, a filha de Shelby poderia ser a filha da Quinn.

–Q eu sei o que você está pensando, e eu não vou te dizer que a sua Beth não é essa Beth, mas... Não crie expectativas porque é muito provável que não seja...

–Eu reconheceria minha filha, Rachel –Quinn estava com os olhos marejados, Rachel não falou mais nada vendo que Quinn estava prestes a desabar.

–Tudo bem.. O que você quer? –Perguntou Rachel

–Você pode vir aqui e me abraçar? –Perguntou Quinn fazendo um biquinho

–Você sabe que não precisa pedir isso – Rachel se levantou e foi até o sofá, onde Quinn estava sentada e a abraçou forte

–Eu realmente espero que seja sua Beth – Sussurrou Rachel para Quinn.

–Meninas o jantar está pronto – Hiran veio em direção as meninas, quando viu que Rachel a abraçava de modo protetor enquanto a outra tinha uma olhos marejados –Shelby já está chegando – Ele resolveu falar apenas isso e quando Rachel assentiu foi até a porta se encontrar com Shelby.

–Que seja ela – Rachel falou novamente para Quinn que apertou sua mão.

Quinn sentia que estava acontecendo uma guerra dentro dela, uma parte queria mais do que tudo que fosse sua Beth, e outra parte ficava se perguntando e se for? Se for mesmo Beth, o que ela poderia fazer? A menina tinha uma mãe e havia tido um pai. Pelo que Rachel havia comentado, Shelby trabalha no ministério e tinha dinheiro. Poderia dar tudo para Beth e ela poderia ser quem sabe um dia, ministra da magia. Ela tinha um futuro com Shelby e o que tinha com ela?

–Você.

–O que? –Perguntou Quinn ao sussurro de Rachel

– Beth, ela teria você – Rachel respondeu como se lê-se seu pensamento.

Assim que Shelby, uma morena alta e parecidíssima com Rachel entrou de mãos dadas com uma menininha loira com olhos castanhos claros, Quinn não conseguiu esconder um enorme sorriso, e se não fosse por Rachel segurando sua mão ali, ela poderia jurar que ela estava sonhando.

Era Beth. Sua Beth.

Como ela sabia? Ela simplesmente sabia. Não, mais do que isso ela sentia. É mais importante, o espelho de Ojesed.

Sim, a menina que ela via todos os dias naquele espelho era exatamente igual àquela menina que olhava para ela.

Sua filha.

–Sheby –Rachel foi em direção a morena e a abraçou depois olhou para Beth e a segurou no colo

–Queres conhecer minha amiga? –Perguntou Rachel com um voz um pouco infantil

–Sim –Beth falou batendo palmas

Enquanto Rachel caminha em direção a Quinn com a pequena no colo, Quinn teve que fazer um esforço enorme para não chorar.

–Beth essa é Quinn

–Oi Beth –Foi tudo o que Quinn conseguiu dizer, era tudo o que conseguiria aguentar, ela se sentiu tonta, enjoada, machucada, triste, todas as emoções que um ser humano poderia sentir, ela sentia naquele exato momento.

–Rachel eu já volto preciso ir ao banheiro –Ela falou já com a voz embargada

–Ela ta tiste? –Perguntou Beth

–Sim querida, vai ali com a Shelby eu vou falar com ela...

Assim que Rachel pôs Beth no chão ela lançou um olhar para Shelby, um olhar não muito agradável.

–Quinn?

–Eu estou aqui – Respondeu Quinn

–O que aconteceu? Não é a Beth?- Rachel se sentou em sua cama ao lado de Quinn

–É ela... Eu reconheceria aqueles olhos... É ela... –Quinn não chorava, ela sentia que precisava chorar, mas por algum motivo ela não conseguia. Até porque não havia motivos.

Beth estava perfeitamente bem.

–Então vamos lá pegar sua filha. –Rachel falou se levantando

–Eu não posso... Se eu fizesse isso agora, estragaria tudo.

–Você esperou dois anos Quinn, não foram duas semanas ou dois dias, foram dois anos! Você merece isso, merece sua filha. –Rachel falava carinhosamente para Quinn que a ouvia atentamente sim, talvez ela merecesse.

–Eu esperei dois anos Rach, posso esperar mais algumas horas... –Quinn se levantou – Desfaz essa cara, a filha é minha não sua, não é sua responsabilidade. –Quinn desejou nunca ter dito aquilo, quando viu o rosto de Rachel se transformar em uma expressão de decepção.

–Ela se tornou minha responsabilidade no momento que minha mãe biológica a adotou e depois eu descobri que ela é a filha da minha namorada. –Rachel abaixou cabeça e antes de sair do quarto e disse – Se você estiver com fome ou quiser ver Beth melhor descer agora.

–Desculpa, Rachel eu não sabia que você se importava tanto, eu não... Me desculpa eu não quis dizer... Eu –Quinn estava se desesperando

–Esta tudo bem... Você não falou nada de errado... Vamos jantar tá bom?

Na outra casa, Santana e Emily se divertiam abrindo os presentes, Emily havia ganhado um filhote de coruja branca, assim Santana teria sua Fênix de volta, Santana havia ganhado uma nova vassoura nimbus 2020 o ultimo modelo lançado. Havia um presente em particular, era um buque de lírios que Santana estava interessada.

–Para Santana –Leu sua avó em voz alta

Santana pegou o buque e sentiu aquele cheiro. De Brittany.

Havia um cartão com sua caligrafia, um pouco borrado pela tinha.

–Quem é Santana? Algum namoradinho? –Perguntou sua mãe

–Não – Santana respondeu rapidamente

–Namoradinha? – Perguntou sua avó.

Santana gelou. Provavelmente estava pálida e tinha quase a certeza que estava se esquecendo de respirar.

–Relaxa menina, estou brincando... E mesmo que fosse, qual seria o problema? –Sua avó falou diretamente para seus pais que abriram um sorriso constrangedor, eles desviaram o olhar rapidamente e começaram a ajudar Emily a abrir os outros presentes, neste meio tempo sua avó piscou para ela, e naquele momento, Santana sabia que tinha em quem confiar. E também sabia que seus pais estavam enfeitiçados, e que fora sua própria avó a fazê-lo.

Santana foi para fora de sua casa, se sentou no balanço, que a muito tempo ela havia brincado e começou a ler a carta:

“Como está seu natal? Queria que estivesse comigo

Meus pais não param de fazer perguntas sobre você e minha irmã não deixou nenhum sapo de chocolate para mim... Ahh como está Emily?

Tenho quase certeza que ela e minha irmã serão muito amigas...

Agora falando sobre eu e você...

Estou com saudades... Tudo me lembra você...

Sabe aquela musica que você cantou para mim?

Minha irmã está tocando em seu piano desde quando eu cheguei.

Espero que você esteja bem, esteja feliz...

Ouvi algo engraçado hoje, você sabia que os trouxas

Tem a superstição de se beijarem no ano novo quando o relógio bate a meia noite?

Eles dizem que dá sorte... Eu queria te beijar quando fosse meia noite... Farei de tudo para que daqui a cinco dias eu e você estejamos juntas quando for meia noite.

Da sua Britt-Britt

ps: não se esqueça que eu te amo”