A Arma Escarlate - As Aventuras Dos Píxies escrita por Erik Alexsander


Capítulo 29
Capítulo XXIX - Índio




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XXIX
Índio

Índio levantou artodoado pela queda. Suas pernas doíam por seu corpo ter caido com violência e atingido o chão de concreto. Seus olhos permaneciam fechados, tentando se recuperar da tontura, mas o som que ele ouvia ao seu redor fornecia a ele uma leve prévia do que ele veria quando abrisse os olhos. Era um som aterrorizante de pessoas gritando de dor, medo e de monstros urrando e matando.


Ao abrir os olhos a cena foi confirmada. Longas palmeiras formavam duas longas fileiras que iam de encontro a enorme catedral. Eles estavam perto do que parecia um pilar de um metro de altura, com algumas imagens referentes á varios estados do Brasil, inclusive Rio de Janeiro.


Ele olhou ao redor e viu rachaduras no chão. Enormes e profundas. De dentro das rachaduras, saíam longas raízes de plantas com uma fumaça estranha e mal cheirosa.


– MEU DEUS DO CÉU! - Erik gritou.


Cinco bruxos montados em vassouras chegaram no local.

– O que estão fazendo aqui garotos! - Um dos officiais perguntou. - Vão para suas casas, aqui não é seguro!


Ele gritava por cima do som apocalíptico. Mas nenhum dos Pixies respondeu, pois Índio notou um objeto logo á frente apesar de estar escuro. Uma longa fita vermelha voava pelo chão por conta do vento dos helicópteros. Logo mais a frente, a bolsa de Annie estava jogada e aberta.


– Mas que azêmolas burros! Não deviam estar aqui! - Um segundo bruxo disse. Ele apontou a vassoura para o helicoptero e ele deu meia volta do ar.


– O que estão fazendo? - Capí perguntou para o homem.


– Temos que evacuar a cidade! As pessoas correm perigo aqui. - Lançamos feitiços de ilusão pela cidade inteira, mas precisamos retorá-los daqui o mais rápido possivel! Anhangá está destruindo tudo á sua frente e está matando muitas pessoas!


– Mas como vocês vão fazer isso? - Alícia tomou a palavra. - São muitas pessoas! A cidade de São Paulo é enorme e cheia de habitantes!


– Nós estamos fazendo o que podemos garota, agora vocês todos, saíam daqui! - O soldado bruxo gritou para eles enquanto os outros interceptavam a fuga de azêmolas e lançavam feitiços neles fazendo com que eles saíssem calmamente pelo mesmo caminho.


– SOCORROOOO!!!


Índio ficou como uma imagem estática. Apenas esperando para ouvir novamente a voz que gritara. Era Annie, ele sabia que era ao pegar o laço de fita dela. E ela estava por perto, mas... Onde?


– SOCORRO, ÍNDIO!!! - ela gritou novamente.


Índio olhou desesperadamente opara os lados á procura de Annie, mas nada. Nem sinal de vida da garota. Nenhum fio loiro de seu cabelo á vista.


– Vocês ouviram? - ele perguntou para o grupo. - É a Annie!


Eles olharam á volta numa tentativa fútil de achar ela.


– Espera, a Annie parece que está com medo. - Erik disse.


– Diga alguma coisa que não saibamos... - Índio retorquiu. - Não! Melhor, diz alguma coisa que preste Erik.


– Seu idiota, a Annie tem medo de altura! - Erik disse com raiva. - Ela deve estar em algum lugar alto.


Índio olhou espantado para Erik e começou a vasculhar os enormes prédios á sua volta. Haviam uma quantidade anormal de hera que se alojava nos prédios e que subia cada vez mais. Como uma cobra ao capturar sua presa.


– AAAHHHHHH!! - Annie gritou.


Índio estava furioso por não conseguir achá-la em nenhum lugar. Olhou para as enormes torres da Catedral e viu algo voando ali. Um passaro talvez. Mas não um pássaro comum. Um passaro comum não teria aquele tamanho...


– Ali! Vamos!


Eles correu para a parte detrás da Catedral e finalmente á viu. Ela estava amarrada á uma pequena torre, a maior de todas. Tentando se debater para se soltar. Seus olhos estavam com a maquiagem borrada de tanto chorar, suas roupas estavam um pouco rasgadas no joelho e nos ombros.


– ANNIEEE!! - Índio gritou. Ao ouvir a voz de Índio, Annie procurou alarmada e quando o viu, seu sorriso brilhou na escuridão. - EU VIM TE SALVAR!


– EI GAROTOS! O QUE EU DISSE Á VOCÊS SOBRE.... - Eram os cinco soldados bruxos, porém a frase de um deles foi interrompida por um chiar agudo e assustador.


– O que foi isso? - Viny perguntou.


– Espero que seja qualquer coisa menos um daqueles monstros. - Caimana sussurou.


O chão tremeu como um terremoto e parou. Voltou a tremer de novo.


Algo grande estava chegando perto deles. Algo do mal. E ao olhar ali perto no cruzamento da avenida, eles viram um Rinoceronte enorme de uns quatro metros de cumprimento, com seu longo chifre moldado por um ferro brilhante como bronze. Ele segurava um machado e a sua armadura estava enferrujada, porém inteira. Olhos brilhantes e malignos.


– ARMARIA!!! - Clarissa gritou. Gus se preparou com a varinha em punhos e todos os outros, motivados pela coragem dele, também ergueram suas varinha em um gesto de batalha.


– PARA TRÁS CRIANÇAS! - O soldado bruxo gritou.


– O que esse cara tem? Só que ficar gritando com a gente! - Viny disse inconformado.


– Nó vamos cuidar dele.


Os cinco bruxos voaram na direção do monstros. O primeiro foi apunhalado em pleno ar. Sua cabeça que fora decepada,girou pelo ar até seu corpo cair com um baque abafado e sem vida no chão de asfalto. O segundo foi pego pelas próprias mãos do rinoceronte, este que ficou chocado com a cena da morte do amigo. O monstro apertou sua cabeça tão forte que o cérebro estourou e sangue foi espalhaço para todos os lados. Seu corpo ficou inerte enquanto sua vassoura caía no chão.


Já o terceiro desviou com o outro companheiro e os dois conseguiram arrancar o machado das mãos do monstro com um feitiço da confusão. Os Pixies olhavam com olhos arregalados. Nunca viram uma cena brutal como aquelas. Uma cena sangrenta e terrível, que apenas era possivel, até então, em filmes de terror azêmolas.


Enquanto os dois bruxos sobreviventes se vangloriavam pelo que haviam feito, uma enorme arvore brotou repentinamente na frente de um deles, fazendo com que um deles batesse de frente e morresse, pois a velocidade da vassoura causou o mesmo efeito que um carro de corrida correndo na direção de um poste. O segundo bateu de frente na arvore, mas não foi fatal, e este apenas bateu com o ombro, quebrando-o em pedaços. Apenas uma exímia curandeira poderia fazer com que seu braço voltasse ao normal. Enquanto estava caido no chão, coma vassoura quebrada, ele tentou se erguer usando o machado do rinoceronte como bengala. O osso da sua perna saía pra fora, rasgando a roupa e deixando transarecer a carne rasgada.


Enquanto ele gritava de dor, ele não percebeu que o Rinoceronte humanóide tomava a forma quadrúpede e corria na direção dele com uma raiva explosiva e uma velocidade inimaginável, fazendo com que o chão tremesse. Só percebeu o que estava acontecendo quando o chifre do animal cravou em seu peito, atravessando e rachando a arvore ao meio.


O choque percorreu pelo corpo de Índio. O medo tomou forma em seu coração quando viu a criatura se virando para ele e raspando a pata no chão.


– KIAAAHHHH - A Águia gritou lá dos céus. Mas índio não percebeu, apena solhou para o céu, quando Brenda cutucou seu ombro. A Águia gigante carregava um enorme pedaço de ferro, retirado talvez da construção de uma ponte. Aparentemente, aquele ferro pesada toneladas e a ave estava indo na direção deles.


– Estamos mortos! Definitivamente! - Erik disse.


– Não, ainda! - Capí murmurou olhando para Índio. - Estamos praticamente cercados, não temos como fugir do rinoceronte, e mesmo que consigamos, a águia estará á nossa espera. Então...


– Entao... - Índio concluiu o pensamento de Capí. - Vamos apenas ficar parados.


– O QUE? - Erik gritou. - Capí você vai mesmo cair na lábia desse garoto louco? - ele apontou para índio.


– Erik, cala a boca! Eles têm algo em mente, confio neles! - Alícia gritou num tom autoritário.


– Até você maninha? - Erik lamentou choroso.


– Atenção todos, ele está chegando! - Indio gritou. - Quando eu disser "AGORA" vocês saem do caminho do rinoceronte, TODOS SEM EXCEÇÃO!


– Sim! - Responderam juntos. O Rinoceronte estava apoucos metros de distância, assim como a aguia á poucos metros , na mesma velocidade que o rinoceronte. Quando o monstro estava á menos de cinco metros Índio gritou:


– AGORAAAA!!!


Eles pularam para os lados como um goleiro protegendo o gol do seu time. Nesse mesmo instante, a águia jogou o ferro de toneladas de quilo em cima de onde estava os garotos minutos antes e que, agora, estava o rinoceronte.


O barulho metálico soou forte e ecoou pela avenida vazia. Alguns bruxos sobrevoavam o céu, mas nem sequer percebiam a presença de crianças ali. Clarões de diversas clores explodiam de diversos lugares da cidade. Os postes de luz ainda funcionavam e transmitiam um ar sombrio na cena.


– Caramba, achei que estariamos fritos! - Erik disse.


– Não comemore ainda, veja! - Viny apontou para a Águia que deu um rasante para cima deles. Todos correram se espalhando pelas ruas.


– Índio!!! - Annie gritou lá do alto.


– DEIXEM COMIGO! EU CUIDO DESSE! - Ele correu até a vassoura mais próxima, que havia caido na hora em que o rinoceronte matou o burxo e montou.


Ele subiu pelo ar velozmente, de encontro á aguia, segurando a vassoura com apenas uma mão. Na outra sua varinha estava preparada para a batalha.


– ÍNDIO!! CUIDADO! - Capí gritou lá debaixo. Ele não pôde escutar, a adrenalidade fazia com que ele esquecesse tudo ao seu redor e se concentrasse apenas em sua missão naquele momento: resgatar Annie.


Ele estava se aproximando de Annie quando a águia interceptou seu vôo e o atingiu, fazendo com que ele caisse da vassoura. Por um miléssimo de segundo ele conseguiu segurar-se no cabo, enquanto a vassoura ficava pendurada no ar. A águia fez uma curva e estava retornando, quando ele guardou a varinha no bolso interno das vestes e se apoiou até conseguir subir novamente na vassoura.


A ave veio em sua direção com o bico aberto e olhos incandescentes. Ele voou na direção dela, na intenção de levá-la para longe dali, ele seguiu cada vez mais para o alto enquanto a águia subia em sua perseguição incansável. Quando chegou no limite das mais altas nuvens, onde era possivel ver o céu limpido e cheio de estrelas ele saltou em queda livre. Indo de encontro á criatura, ele retirou a varinha do bolso e gritou á plenos pulmões:


– Eksplodos!!!!


Uma enorme explosão saíu da ponta de sua varinha como fogo, mas a ave desviou rapidamente.


– Mas o quê...


Índio continuou caindo absorto com a inteligencia do monstro.


– VENU JAM!!


A vassoura disparou em sua direção e ele montou nela mais uma vez. A Aguia continuou perseguindo-o. Ele retornou á praça da Sé viu que os outros Pixies alcançaram a Annie e estavam soltando-a. Agora que viu que ela estava segura, podia fazer uma coisa louca, mas que manteria todos eles fora de perigo.


Ele parou virou-se para a Águia que chegou em poucos segundos e o agarrou com as garras.


– AAAAHHHHHHH!! - Índio gritou. As garras afiadas perfuravam seu braço e sangue escorria e pingava lá do alto até o chão de paralelepípedos.


– Desgraçado, agora eu peguei... você.


A varinha em sua mão brilhou fortemente e ele, mesmo com a dor discomunal causado pelos arranhados da criatura, gritou mais forte ainda que da ultima vez:


– EKSPLODOOOOOS!!!


A Explosão causada pelo feitiço foi enorme, causando uma flor clara no céu. índio caiu no chão, á muitos metros abaixo com o impacto. Ele bateu as costas e o ar se foi de seus pulmões. Sangue escorreu de sua boca.


Ele fitou o céu. Penas negras do que outrora foi uma criatura caia lentamente como flocos de neve na escuridão vasta do universo acima dele.


– INDIOOOOOOO!!


Ele ouviu Annie gritar. Olhou para o lado e lá estava ela, linda como sempre, correndo feito louca. Sua asma, ele pensou. Não corra senão sua asma vai atacar. Mas ela continuava correndo com o seus amigos logo atrás. Ela estava chorando e quando chegou, ela se ajoelhou ao lado dele e pousou sua cabeça no colo dela. Ele se sentiu confortável, mesmo com a dor insuportavel em seus braços arranhados. Todo o seu corpo era apenas dor. Seu rosto estava um pouco queimado e com fuligem.


Ela retirou do pescoço, um pequeno colar com uma pequena pedra azul. Ela pasosu o pequeno colar sobre o pescoço dele e nesse exato momento ele sentiu a dor esvair de seu corpo. Um brilho intenso clareou o rosto deles dois, emitindo da pedra. Um brilho azul e reconfortante de paz e amor. Ela chorava descontroladamente com o rosto colado nos cabelos dele. Ele estava se sentindo muito melhor. E seus olhos se abriram. A visão estava mais nítida.E ele começou a se levantar perante ao olhar feliz e satisfatório de Annie. Após alguns segundos, os Pixies chegaram e ficaram apenas olhando ao redor. Ele deu um abraço forte em Annie, transmitindo todo o amor e carinho que sentia por ela.


– Afff, odeio cenas frescurentas de amor como essa... - Erik deixou escapar. Annie se soltou de índio e pegou um paralelepípedo que voou á centimetros da orelha de Erik.


– Tá ficando maluca menina?? - Ele gritou assustado.


– Ele quase morreu seu idiota! E você fica ai falando merda! - Ele gritou furiosa.


– Foi mal... - ele disse com a cabeça baixa.


Índio tentou se levantar, mas uma nova dor, mais forte brotou de seu braço esquerdo.


– O que foi? - Annie perguntou preocupada.


– Aih... Tá doendo... - ele guinchou.


– Perai! - Ela disse, correndo atrás de sua bolsa. Ela voltou e começou a retirar objetos estranhos até que ela pegou um pequeno pote com uma estranha substancia dentro, semelhante á uma pasta e rasgou a camisa de Índio, aplicando a pomada no local da dor. Ele sentiu um friozinho no lugar, mas a dor diminuíra dentro de alguns instantes. Estavam todos em silêncio e o barulho da guerra que seguia por toda a cidade de São Paulo era dinstinguível, além dos repentinos clarões. Algumas pessoas continuavam tentando fugir.


– Pegue aqui no meu bolso... - ele disse para Annie.


Ela retirou a fita do cabelo dela e sorriu com ternura para ele, que retribuiu o sorriso da mesma forma. Ela passou a fita em volta do braço dele.


– Pronto. Agora o que vamos fazer?


– Pessoal, que tal... - Alícia quebrou o silêncio. - Que tal a gente tentar se proteger.
Índio não entendeu o que ela quis dizer, então se levantou com a ajuda de Capí e viu que estavam cercados por mais criaturas. Uma mais estranha que a outra. Eram cinco no total... e os Pixies eram dez, contando com os membros não oficiais. Eles formaram um pequeno circulo dentro daquele que era formado por monstros e então Clarissa disse:


– Acho que é melhor nos separarmos... Não vamos conseguir lutar com um de cada vez.


– Chega para cá Clarissa! - Gus disse, puxando-a pela cintura. - Eu te protejo.


Erik, que estava do lado de Capí se aproximou mais ainda dele, formando outra dupla. Viny se juntou a Brenda e Caimana e Alícia já estavam prontas. Nem era preciso dizer que Annie era a protegida de Índio.


Eles então, determinados á lutar até o fim e de cumprir a missão de derrotar Anhangá, apontaram suas varinhas em posição de batalha.


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Notas finais do capítulo

Caso queiram entender sobre o colar da Annie, leiam ;) :

http://fanfiction.com.br/historia/465753/A_Arma_Escarlate_-_O_Muiraquita/



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