O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 38
Para construir um portal




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Acordei cedo (para variar), me troquei, lavei meu rosto e como ninguém mais havia acordado peguei um livro da minha mochila e fui ler. O livro era muito legal, era do meu pai quando ele era criança. Falava sobre alguns jovens que estavam tentando abrir um portal, igual ao Mike e eu. Apesar de ser um livro de ficção científica as explicações davam um gostinho de realidade, inclusive haviam alguns cálculos lá, e era muito parecido com o cálculo que eu estava com dificuldade de fazer.

Levantei-me rapidamente e fui ao quarto do Mike anunciar a boa notícia.

–Mike! falei batendo na porta do quarto.

–O que foi? perguntou uma voz sonolenta.

–Eu encontrei o resultado para aquela equação, já sei como montar o portal! falei animada do lado de fora da porta.

Mike abriu a porta, ele aparentava estar muito cansado.

–Que legal.

–Vamos! precisamos acabar os cálculos. falei puxando-o até a escada que levava ao sótão.

–Olhe, a resposta desta equação é 6. falei arrumando meus papeis na mesa e procurando entre eles onde eu colocava o resultado. Mas, por estranho que pareça o resultado já estava lá.

–Mike, você concluiu minha equação? perguntei olhando para a folha.

–Não, não mexi nas suas coisas. ele respondeu ligando o notebook.

–Será que alguém entrou aqui e pôs o resultado?

Mike pensou um pouco.

–Não acho que foi o Henrique, ele não sabe o quê estamos fazendo, portanto não conseguiria dar a resposta correta, meu pai e minha mãe não sobem aqui, talvez você estava com tanto sono ontem que não se lembra de ter concluído a conta, isso quase sempre acontece comigo. ele falou sorrindo.

Não achei que fosse o caso, mas Mike estava dormindo então ele fica meio tonto.

–Ei, Julie. chamou Mike com os olhos vidrados no note.

–O que foi? perguntei.

–Você concluiu minhas contas? ele perguntou como se fosse uma novidade e que nós não estávamos falando disso à instantes atrás.

–Não, Mike, não tenho ideia de quem fez isso. falei com paciência. .

Mike continuou olhando para a tela clara do computador.

–As respostas estão certas? perguntei.

–Estão sim. ele falou conferindo todas.

–Que estranho. filosofei.

–Crianças, vamos tomar café? perguntou Elizabeth.

–Já vamos, mãe. falou Mike acabando de conferir alguns números.

~//~

Ajudamos Elizabeth a por a mesa (a empregada tinha quebrado a perna estava de licença).

–Como está indo o projeto? ela perguntou.

–Está ficando legal. falou Mike sentando-se.

–É, mas hoje quando entramos lá as contas estavam todas feitas... falei.

–Que estranho, já perguntaram se foi o Henrique? perguntou Elizabeth acabando de secar o prato e colocando-o na mesa.

–Achamos que não foi ele. falei.

–Não fui eu. ele falou entrando na sala com a mesma cara de sono do Mike.

–Tem certeza? perguntou Mike.

–Como vou resolver se nem sei o que estão fazendo? ele tinha razão.

–Bom dia, dormiram bem, Mike? Henrique? nora? perguntou Raphael abrindo a porta.

–Sim. responderam os dois sonolentos e eu animada.

–Ótimo, até mais tarde. ele falou indo embora.

–Mike, devolveram seu casaco. falou Elizabeth entregando um casaco dobrado e sem marcas de sangue.

–Obrigado. ele falou jogando o casaco no sofá e ganhando um olhar repreensor de Elizabeth.

–Se apresse, Henrique, já estamos atrasados. Falou Elizabeth comendo uma fruta.

–Calma. falou Henrique olhando para a caixa de cereal e completando o quadro de palavras em uma velocidade enorme.

–Vocês estão satisfeitos? perguntou Elizabeth entrando e saindo da cozinha.

–Sim. respondemos.

–Eu tenho que levar o Henrique para a escola e ir trabalhar, mas hoje ficarei só até as 4 horas. ela falou tirando a chave do bolso e abrindo a porta.

–ok. falamos.

Ela foi embora com o Henrique e nós voltamos para o nosso trabalho.

–Se as contas estão corretas já temos o que precisamos para começar a construir o portal. falei revendo meus cálculos.

Mike assentiu.

–Vou fazer alguns ajustes antes, aí poderemos criar o portal. ele falou olhando uns papeis.

Eu fiquei observando-o.

–Antes de construirmos o portal precisamos ter certeza de algumas coisas. -falou Mike relendo a lista que fez.- Minha mãe não pode estar em casa.

–Por quê? perguntei.

–Ela não vai gostar de ver a casa explodir. ele falou rindo e eu fiquei imaginando a casa explodindo.

–é realmente necessário uma explosão? perguntei.

–Não tem graça se não tiver- ele riu - Mas respondendo sua pergunta direito, o portal que estamos fazendo vai para o universo, em uma explicação mais simples ele irá afetar o espaço-tempo, e a consequência disso será uma explosão para afetar esta barreira, transformando parte do sótão em um buraco de minhoca!

–Buraco de minhoca?

–É, meu sótão terá ligação com o universo, do sótão para o universo, do universo para o sótão, entendeu?

fingi que entendi, as vezes é melhor não argumentar.

–Pronta? ele perguntou.

–Não sei. respondi.

Colocamos o equipamento de proteção e nos escondemos atrás de várias caixas, uma longa distância entre nós e a mesa onde logo estaria um portal.

Mike estava segurando um painel que estava ligado ao lugar que seria o futuro portal.

–É agora. ele avisou.

segurei a mão dele com força e m escondi atrás das caixas.

Mike apertou um botãozinho do painel e foi a única coisa que me lembro antes de ouvir um barulho ensurdecedor e sentir cheiro de fumaça. A explosão foi enorme, mas não havia nada na mesa, para falar a verdade só havia um enorme buraco no meio do sótão. O pó que subiu das coisas do sótão faziam-me espirrar.

–Tudo bem, Ju? perguntou Mike sorrindo.

–Tudo bem? tudo bem? você explodiu o sótão da sua mãe, imagina como ela vai ficar brava conosco. falei brava por um instante e depois rindo.

Nos aproximamos do buraco.

–Pelo menos agora vai ser mais divertido descer do sótão, podemos pular. brincou Mike.

–Tem algo errado com este buraco. falei antes que Mike pulasse.

Peguei um vaso e joguei no buraco, o vaso não caiu do outro lado, ele pareceu entrar num lago e sumiu.

–Mike! nos conseguimos, Mike! criamos um portal! falei feliz, muito feliz.

Mike ficou surpreso e sorriu.

–Mas onde as coisas vão parar? ele perguntou.

–Não sei. falei ainda comemorando uma das poucas vitórias que acontecem na minha vida.

–Vamos fazer algumas pesquisas. falou Mike tirando o notebook da mochila, amarrando uma corda no note e colocando uma espécie de chip.

Assenti.

–Poderemos rastrear o note que também irá tirar fotos do lugar. Mike falou colocando o note pelo portal e segurando a corda.

Olhávamos as imagens que o notebook mandava de volta. Era esquisito e eu não entendia nada.

Mike olhou confuso para o computador.

–Podemos jogar o Destino aí, ele nunca mais vai nos perturbar. falei comemorando.

–Mas como conseguiremos encontrar o Destino?Mike perguntou.

–Não sei. respondi.


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