O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 36
Inocentes ou culpados




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391375/chapter/36

Cambaleamos até chegarmos na diretoria onde sentamos na mesma sala que houve o julgamento entre a princesa da bobolândia e eu.

–Vocês dois serão expulsos. Falou a diretora sem rodeios.

–Por quê? perguntei.

A diretora me olhou com raiva.

–Não é a primeira vez que vêm aqui não é, Juliette? Falou a diretora com fogo nos olhos.

–Não, mas...

–Chega! ela interrompeu.

–O que fizemos? Mike perguntou.

A diretora nos olhou séria.

–O que é isso no seu casaco, mocinho?

Mike olhou para o casaco e ficou pálido.

–San...san...sangue. ele falou apavorado.

–E onde vocês estavam? perguntou novamente a diretora.

–No bosque. falei.

–Só por quê o bosque não é muito movimentado e não tem câmeras não quer dizer que vocês podem se vingar de alguém. falou a diretora com toda a certeza não querendo ser clara.

Nos entreolhamos.

–Por quê vocês mataram a Laura?

Achei que ia desmoronar, me apoiei em Mike.

–Nós não matamos a Laura. Falou Mike firme.

A Diretora chamou uma das secretárias.

–Esperem um minuto aqui, por favor. falou a diretora saindo da sala com a secretária nos deixando sozinhos.

–Mike, isso não está acontecendo, diz que não está. falei ainda apoiando-me nele e com a outra mão massageando minha testa.

Mike ainda estava pálido (mais do quê ele já é) e boquiaberto.

–Eu não sei, Ju, eu...

A diretora abriu a porta.

–Venham, e me dê este casaco, garoto.

Mike tirou o casaco e entregou à diretora. Fiquei com pena por quê estava muito frio e ele estava mal agasalhado.

–Onde estamos indo? perguntei.

–Ver a Laura. falou friamente a diretora.

–Não! -gritei imaginando a cena.- Por favor, não. falei e comecei a chorar.

Mike parou de andar.

–Julie?

Não olhei para ele, estava com muita dor de cabeça.

–Julie?

A diretora já estava a certa distância.

–Julie, você sabe que não lhe peço nada sem realmente precisar.

Eu continuei olhando para baixo.

–Eu preciso que você seja forte, não somos culpados, você sabe disso.

–É só que eu não vou aguentar, Mike, eu não vou aguentar ver minha amiga morta e saber quem foi e saber que eu não vou conseguir para-lo.

–Ju. -Ele falou levantando meu rosto para que eu olhasse seus olhos- Você vai conseguir para-lo, e quanto a isso, não olhe.

–Venham! gritou a diretora.

Fomos andando de mãos dadas.

A diretora foi andando e fomos entrando no bosque, onde havíamos lanchado.Mas desta vez o ar estava sombrio e o banco no qual lanchamos estava com várias pessoas ao redor.

–Vamos, venham ver. falou a diretora abrindo caminho.

–O que passa na sua cabeça? perguntou Mike.

A diretora olhou para Mike com raiva.

–Acusar-nos de matar uma amiga, nos trazer para ver um cadáver. ele falou com ódio.

A diretora começou a discutir com Mike, e eu com minha curiosidade totalmente desnecessária fui me aproximando, até que vi o horror.

Laura estava deitada na grama esfaqueada.

Eu quis gritar as lágrimas caíam sem parar.

–Não! minhas pernas começaram a ficarem bambas e eu caí, não conseguia me mexer.

A diretora olhou assustada para a cena.

–Tudo bem, querida. falou minha professora de português aproximando-se de mim e afagando meus cabelos levemente ondulados.

–Quem fez isso? perguntou a diretora com raiva.

–Sra. acho que por hoje chega. -Falou minha professora passando em minha frente como se estivesse me protegendo- Mike, por favor, leve Julie para casa. falou a professora.

Tentei levantar-me, mas eu não conseguia, já não dominava minhas pernas.

–Vamos, Ju. falou Mike dando-me a mão.

Eu não conseguia mais falar, o choro engoliu todos meus sentimentos.

Mike pegou-me no colo e foi andando, como se eu fosse uma criancinha, mas eu nunca me senti tão bem em ser uma criancinha.

Chegamos na secretaria onde me sentei em uma das cadeiras.

–Vou ligar para minha mãe vir nos buscar. ele falou pegando o telefone.

Pouco tempo depois a mãe do Mike chegou na escola apavorada, ele não contou o que aconteceu, mas só pelo fato de ele estar indo mais cedo ela se assustou.

–Oi, Julie. ela falou me dando um abraço.

Mike estava pegando nossas mochilas.

–Michael! o que você aprontou? ela perguntou vermelha.

–Mãe...

–Entre no carro, vamos conversar.

Mike ficou vermelho e nós três entramos no carro, desta vez o Mike foi no banco detrás para não levar uns tapas da mãe dele.

–O que aconteceu? perguntou a mãe dele assim que viu a diretora olhando feio para nós.

–Nós somos acusados de assassinato. Falei direto e no tom mais ridículo possível.

Elizabeth parou o carro tão bruscamente que achei que íamos sair voando do carro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

deu medo *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Livro Do Destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.