Mike e Laura decidiram ir pulando até lá em cima (eles gostam de exercícios, eu também, mas...). Fui tentando controlar as muletas, parecia que eu estava esquiando, só que no ar. Depois de quinze minutos estávamos nas nuvens, Laura desenhou sapatos que podiam andar nas nuvens e fomos caminhando, as nuvens eram brancas e não pareciam ter fim. Depois de caminharmos bastante vimos um castelo enorme cheio de raios em volta, mas diferente das ilustrações dos livros, parecia bem mais tenebroso e assustador.

            -Ainda acho clichê. Falou Mike olhando para o castelo.

            Continuamos andando, notamos que as nuvens começaram a ficar mais pesadas e cinzas e de vez em quando elas “engoliam” nossos pés, mas não havia volta, continuamos andando mesmo com as dificuldades por quê todos estavam curiosos para saber como era o castelo.

            Finalmente chegamos na entrada do castelo, tudo era enorme, tentamos abrir a porta (eu fiquei motivando), mas além de ser enorme estava trancada.

            -E agora? Perguntei.

            -A menos que tivermos a chave não conseguiremos entrar. Falou Mike ainda tentando abrir a porta.

            -Laura, tente desenhar a chave que abre esta porta. Falei.

            -Como vou saber o formato da chave? Perguntou Laura.

            Laura estava certa, não havia jeito.

            -Tive uma ideia! Falou Mike pegando o lápis de Laura e tentando desenhar uma escada (digamos que ele não desenha muito bem), ele desenhou uma escada enorme que chegava até a fechadura da porta.

            Mike entrou pelo buraco da fechadura, Laura subiu as escadas e entrou também, depois eu usei minhas muletas voadoras e entrei. O castelo era ainda maior por dentro.

            Senti-me uma formiguinha, mas algo me dizia que aquele não era o castelo do gigante. Admiramos o lugar enorme, tudo era de ouro e prata, mas não deixava de ter um toque de castelo assombrado.

            -Vamos procurar algo que possa nos levar de volta. Falou Mike olhando em volta.

            -Acho melhor ficarmos todos juntos e tentar não mexer em nada. Falei.

            Começamos a explorar o castelo.

            Como éramos pequenos comparados ao castelo ia demorar mais para irmos de um cômodo para o outro.

            Estávamos andando quando Mike chamou nossa atenção para algo pequeno no canto da parede.

            Aproximamos-nos e vimos o que eu suspeito que fosse o João, mas ele não parecia vivo.

             -O que aconteceu? Perguntei.

            -Ele morreu intoxicado. Falou Laura, ela queria ser médica ou detetive quando crescer então estudava diversos tipos de intoxicações.

            -Intoxicado? Perguntei.

            -Sim, sinta o cheiro do ar. Falou Laura cheirando o gás que já não estava tão nocivo.

            -Mas, por quê? Perguntou Mike.

            -Não sei. Respondeu Laura.

            Olhamos em volta.

            -Este gás não deveria estar aqui, se não estou errada, é aquele Monóxido de Carbono, usado na 2ª Guerra, não deveria estar aqui, nos contos de fadas. Falou Laura.

            Olhamos mais um tempo para o João.

            -Espere! Ele ainda está vivo! Falou Laura.

            -Como? Ainda dá para o salvar? Perguntei.

            -A respiração está fraca, acho improvável, ele tem mais algum tempo de vida. Falou Laura se achando a médica.