Bad Luck escrita por Ponycat


Capítulo 8
Mark é um gato boy magia italiano!


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem com vocês? Eu ficava de postar a semana toda, mas cadê a coragem? Vocês não querem passar essa fic pros amigos (as)? Tudo bem. Mas eu estou começando a virar uma autora movida a reviews, e eu sou insuportável quando não tenho o que eu quero. De qualquer forma, eu vou continuar escrevendo. Mas seu eu achar que a fic não está boa o suficiente para vocês, vou fazer um final mixuruca e vou colocar como terminada. Ou nem vou fazer final. Não é que eu ache essa fic o O do borogodo, ela é monótona, eu sei. Mas eu acho que quem lê, deve pensar duas vezes antes de sair se comentar.



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Capitulo. 8

Mark é um gato boy magia italiano!

Faz mais de uma semana que Clarisse não fala com James e nem comigo. A coisa ficou mais estranha quando ela ficou na escola que a gente estuda. Ela sempre estava com Liana, então já deve saber de muitos detalhes falsos sobre tudo isso. A melhor qualidade de Liana era inventar mentiras que parecem muito com a verdade, mas não chegam nem perto dela. Eu e James só ficamos juntos nas horas de almoço –quando sempre pegamos a moto dele, agora que eu uso calça, e vamos no shopping ou coisa parecida- e no fim de semana, que ele parecia sempre depressivamente depressivo. Mark e Bob querem sair hoje. É sábado e eles ficam tentando animar James. Eu sabia como anima-lo. A gente já está escrevendo um plano para estragar um pouquinho a vida da Alexia juntos. Toda vez que a gente fala nesse plano, é como se Clarisse nunca tivesse cruzado o caminho dele.

Sábado passado (depois do episódio que virei babá), conheci Mark e Bob. Eles são basicamente dois nerds ultra inteligentes. Bob tem os cabelos ruivos e sardas por todo o rosto, além de uma magreza que o faz parecer um palito de dente. Bob, mais conhecido como palito de fosforo (se você não for burro, você entende o apelido), é filho de um médico com uma cientista. Riquinho, é claro. Já Mark, é um garoto também inteligente até demais. Mas ele não é nenhum riquinho. Ele é bem bonito até, ele tem o cabelo castanho e é um pouco moreno, diríamos bronzeado. Ele tem origens italianas e fala com um sotaque fofo. Ele está na escola com bolsa, sua mãe tem um restaurante italiano no centro da cidade e seu pai foi embora quando ele era um garotinho.

–Mama mia! –Grita Mark. –Você tem que ligar para ela e tentar resolver as coisas.

–Mas ela não atende. Ela não quer nem ouvir o meu lado. –James diz.

Estamos na casa do Bob fazendo o plano Alexia, jogando Call Of Duty e comendo pipoca. O quarto de Bob é o universo nerd. Tem pôsteres de planetas, verbos em espanhol conjugados no passado, formulas e tudo nerd pendurado na parede. O quarto em si, é gigante. Tem cinco pufes para jogar videogame na tela de 49 polegadas no canto da parede. A cama fica encostada em uma parede, é uma king size com lençóis de guerra nas estrelas. Quase em todo canto tem uma estante, ela ocupa bastante da parede do quarto. Cheio de livros, enciclopédias e quadrinhos por todos os lados. Além da mesa que eu apelidei secretamente de: “cantinho da ciência e química”, onde era uma mesa cheia de coisas químicas borbulhando, além da pilha de livros com experiências que poderia muito bem ferrar com a vida de uma pessoa. Meu lugar preferido era a mesa de computador, onde tinha um computador que poderia muito bem ser chamado de computador de última geração. É triste saber que Bob deve usá-lo para pornografia.

–Se ela não falar com você, eu não sei se vou me perdoar ou perdoar minha mãe. –Digo triste, jogando um punhado de pipoca na boca. Eu ainda gosto de James, mas é chato vê-lo assim.

–Não é sua culpa. –Diz Bob. –A culpa é toda de James.

–Mas eu não acho certo que ela simplesmente feche a droga, do cu, da merda, dos ouvidos dela. –Eu digo irritada. Clarisse não merece ele.

–Faz tempo que não te vejo assim. –James disse segurando o riso.

–Ela está certa. A Clarisse não está certa também. Ela nem tirou isso a limpo. –Mark concorda comigo.

–Eu cansei. –Digo pegando meu celular. –Vou ligar para Clarisse.

–Ela não vai atender. Liana já ferrou com tudo dando seu número para ela. –James disse.

–Eu vou ligar cem vezes, mas ela vai atender.

Eu liguei uma vez e foi direto para caixa postal. Liguei a segunda, a terceira, a quarta, a quinta e a sexta vez. Tudo com o mesmo resultado: Caixa postal. Deixei uma mensagem:

Você é uma bruaca, sabia? Não tem nada entre James e eu. Ele é um amigo meu. Ele me beijou sim. E daí? Eu tenho certeza que você beijou outros caras nesses anos distante dele. Ele não merece o que você está fazendo com ele. Só por que minha mãe achou que a gente estava namorando, não é motivo para você ficar doida. Ele não é mais que um amigo para mim. E Liana é uma mentirosa nata, tome cuidado com o que ela diz. Ela aumenta tudo e nunca é a verdade completa.”

Dizer isso me machucou um pouco, porque eu sabia que isso de ele não ser mais que um amigo era pura mentira.

–Obrigada por tentar ajudar. –James diz. Ele não tirava os olhos do jogo. Bob e ele jogavam concentrados. Era uma missão em dupla, eu acho. Não entendo esse jogo e nem sei do que se trata. Mark estava meio concentrado em me observar, e as coisas estão ficando esquisitas.

–Quer sair amanhã? –Mark pergunta com seu sotaque fofo.

–Como assim? Tipo um encontro? –Pergunto confusa.

–Pode se dizer. –Ele afirma.

–Oooh! Mark e Larissa! –Fala Bob.

–Me pegue as sete da noite. –Digo sorrindo. Ele é lindo. Porque eu recusaria? Por causa de James? Esse é um caso perdido. Desisti faz tempo.

–Onde?

–Na minha casa. –Eu disse me levantando e pegando um papel e uma caneta na mesa do computador. Escrevi meu número e meu endereço, e o coloquei em sua mão.

–Olha a saliência, Larissa. –Diz James.

–É tudo culpa sua. Calado. –O corto antes que ele fale mais besteira.

James insiste:

–Mark, mais ou menos uma semana atrás, ela era a garota mais tímida da face da terra. –Ele diz sem tirar o olho do jogo – Agora ela está passando o número de telefone e saindo em encontros.

–Eu gosto da mudança. –Diz Mark.

–Só você gosta. Agora que ela virou saliente, ela ficou insuportável. –Aponta James.

–Caramba. Para de falar de mim como se eu não estivesse aqui. –Reclamo.

–A beleza pode ser ignorada, feiura nunca. –Diz Bob. –É por isso que ninguém te escuta, Larissa. Esses feios ficam falando e falando.

–Disse o rei da beleza. Fica quieto, palito de fósforo. –James diz. –Fica sendo nerd o tempo todo. Não cansa, não? Eu sou bem bonito, okay?

–Você seria mais bonito sem os piercings. –Aponto. –E se seu cabelo não parecesse sempre molhado de tanto gel.

–Você seria mais bonita com roupas curtas. –Aponta James. –E se você parasse de amarrar esse cabelo.

–Calado.

–Calada! –Diz James irritado.

–Eu uso roupas curtas se você tirar os piercings.

–Eu tiro o gel se você soltar o cabelo. -Dizemos quase tudo em uníssono. -De jeito nenhum que eu tiro meus piercings! –Ele grita.

–Ah. Então desista. Essas pernas só vão aparecer se você tirar essas porcarias da cara.

–Eu te pago cem pratas se você tirar os piercings. –Disse Bob.

–Sério? Pervertido. –Digo.

–Apenas observo. –Diz Mark.

–É bom mesmo que você não fale nada. –Diz James.

–E não falo mesmo. –Concorda Mark.

–Você vai tirar os piercings ou não? –Pergunta Bob.

–Aumente a bolada e eu penso no caso.

–Eu pago cem pratas pra não usar roupa curta.

–Então eu não pago mais cem pratas pra ele tirar os piercings. A graça é a observação. –Rebate Bob.

–Mais um motivo para vocês desistirem dessa discussão. –Mark tenta, mas a voz dele é perdida no meio da nossa discussão.

–Não vou usar roupa curta. –Digo.

–Não vou tirar meus piercings. –Diz James.

–Não vou pagar cem pratas para você tirar os piercings se a Larissa não usar nada sexy. –Diz Bob.

–Não vou usar algo sexy porque ele ganhou cem pratas. –Rebato.

–Mas você disse que ia usar roupas curtas se ele tirasse os piercings. –Tenta Bob.

–Não uso e ponto. –Digo.

–Então eu não tiro. –James diz.

–É! Por isso que a gente não podia ter meninas aqui, entendeu? –Diz Bob

–Para mim está dando certo. –Diz Mark

–Para mim também. –Diz James. –Larissa não é fresca.

–Vou tomar como um elogio. –Digo

–Eu tiro os piercings se você sair para comprar roupas comigo. Dessa vez eu prometo que espero você aprovar. Mas vai ter que usar tudo e abandonar essas coisas antes que a neve comece. –James diz

–O último mês de sol usando coisas sexys? Pode ser.

–Mas depois eu vou colocar todos os piercings de volta.

–Ah não!

–Mas você vai voltar a se esconder.

–Está bom. Mas enquanto eu estiver usando roupas sexys, você não pode usar piercings.

–Casem-se logo. –Diz Bob.

–Cala a boca. –James rebate. –Te pego que horas amanhã?

–Umas horas antes das sete... Que tal depois do almoço?

–Que tal a gente almoçar junto?

–Tanto faz. Se você sumir as sete, está bom.

–Saiba que no encontro de vocês, já está valendo. Isso vai valer até dia dez de dezembro. Certo?

–Combinado. Sem mais ferros na sua cara!

–Sem mais pano nas suas pernas!

–Mas se algum de vocês falar um “a” sobre mim e o que eu vou vestir, eu desfaço o acordo. –Digo os encarando ameaçadoramente.

–A gente deveria fazer um contrato. –Sugere Mark.

–Boa ideia. –Diz James.

O contrato é muito longo, vou resumir no que eu entendi:

James tem que tirar os piercings da cara enquanto eu estiver mostrando mais de 50% da minha pele, o que seria equivalente a uma T-Shirt e shorts. Se os meninos (não importa que menino) me desrespeitarem, eu tenho o direito de me cobrir de novo. Se os meninos zoarem James, ele não pode fazer nada porque não é tão simples assim. Se eu desrespeitar e/ou me zoar James, ele pode desfazer o contrato. O contrato só vai ser valido até o dia dez de dezembro e começa a valer amanhã, as sete da noite.

Imprimimos e voltamos para os pufes, onde eu estava no meio de Mark e James.

Eu assinei, James assinou e os meninos assinaram simbolicamente. Bob pegou um carimbo na gaveta, provavelmente algo que ele guardava de brincadeira, e carimbou um “VALIDADO” no meio da folha. Agora é oficial.

–Você bem que podia tirar os piercings agora...-Digo.

–Eles vão sair junto com as suas pernas dentro da calça.

–Apertem as mãos. –Ordena Bob.

Apertei a mão dele, mas quando fui soltar, ele não soltou, me puxou e falou no meu ouvido:

“Espero que valha a pena.”

Então ele me deu um beijo na bochecha. Então ele deu língua para Mark, que já estava ficando com raiva de James.

– Aqui a gente é irmão, Mark. Somos irmãos. Eu e você. –Ele diz a Mark, que estava de cara amarrada.

–Irmão fura olho. Né?

–Ele só deu um beijo na minha bochecha, me poupem! –Digo a Mark. –E além disso, eu não tenho nada com você além de um encontro. Não é grande coisa.

–É. Mas as coisas podem ficar estranhas com o tempo. –Diz James. –Tipo, você me beijou duas vezes.

–Não! Você me beijou. –Eu digo.

–E você deixou! Ou melhor, três vezes se contar ontem.

–Não mandei você apertar minha cintura! E ontem foi coisa de amigo.

–Para de revelar seu ponto fraco!

–Você me mata, sabia? –Eu digo rindo. Conversa mais sem noção.

–Cala a boca e me beija!

Mark já estava perplexo. Eu acho que é tudo um brincadeira, mas então James me puxa e me tasca um beijo. Ele me prende a cintura, mas me solta logo. Foi breve, mas foi bom.

–Feliz, Mark? –Pergunta Bob. –Foi tudo culpa sua.

–Você é um ótimo fura olho, James. –Disse Mark.

–Eu não sei... Eu não sei... –James diz mais confuso que eu.

–James, você é um ótimo idiota. –Eu deixo escapar.

–E você deixa. Você não está mais certa que eu.

–Vamos esquecer isso, ok?

–Certo. Nada aconteceu. –Ele diz se afastando um pouco de mim, ficando na posição de antes. Sentado no pufe, encarando a parede.

–Se isso acontece toda hora no meio da amizade de vocês, não queria nem ver um namoro. Vocês seriam o casal mais chiclete do mundo. –Diz Bob.

Mark encara a parede também. Ele é tão lindo quando fica com raiva.

–Quer jogar, Lari? –Pergunta Bob.

–Quero. Como joga?

Bob me explica como joga e começamos a fazer uma missão. É um jogo divertido, quando você sabe jogar.

A tarde já está se indo em um clima tenso. James não falava com Mark. Mark não falava com James.

–Fala para a criatura emo que eu não estou falando com ele. –Diz Mark.

–Fala para a criatura italiana, que eu também não estou falando com ele.

Bob pausa o jogo, e entramos no jogo deles.

–Fala para a criatura de cabelos coloridos, que ela é linda. –Diz Bob.

–Fala para a criatura que parece um palito de fosforo, que ele é muito nerd. –Rebato.

–Fala para a criatura de cabelos coloridos que eu vou tirar o jogo da pausa. –Bob diz.

–Fala para a criatura que parece um palito de fosforo, que eu cansei desse jogo.

–Fala para essas duas criaturas calarem a boca. –James diz.

–Fala pra a criatura de piercings que da última vez que a gente falou “cala a boca”, não deu certo. –Digo.

–Fala para a criatura de cabelo colorido e olhos perfeitos que ela já está com saudades de me fazer de fura olho. –Diz James.

–Fala para essas duas criaturas, para elas pararem de besteira e se casarem logo. –Diz Bob.

–Fala para a criatura palito de fosforo que ele vai morrer virgem. –Diz Mark, que até então não estava exatamente no jogo.

–Fala para a criatura lindamente italiana, que Mark é um gato e James não chega nem aos pés dele. –Falei para alegrá-lo.

–Fala para a menina de cabelos coloridos, que ela magoa todo mundo. –James diz.

–Ah! James! –Gritamos eu, Mark e Bob em uníssono.

–O que foi?

–Era para você usar a palavra “criatura”. Você acabou de estragar o jogo. –Disse Bob cruzando os braços.

–Eu te odeio. –Disse para James.

–Também te amo. –Ele disse. Meu coração deu um pulo.

–Okay, isso já foi longe demais. –Eu digo.

–Mas as pessoas não podem se amar? Somos amigos. –James disse.

–Eu sei. Mas isso não é o tipo de coisa que se diz do nada. –Mark disse. –Garotas gostam de ter um pouco do assunto adiantado antes que você jogue o peso de amá-las nas costas delas. E você não tem um pingo de certeza se ela sente o mesmo, o que te faz mais idiota.

–Mark está certo. –Bob disse –Amor é um negócio sério.

–Você me ama, Larissa? –Pergunta James.

–Claro que sim. –Eu digo com a voz trémula.

–Não senti nenhuma firmeza nessa voz. –Ele reclama.

–James Geears, eu te amo com todo o meu coração. Você é um ótimo amigo. Consegue até ser namorado-capacho quando eu preciso de um. Você é dois em um. Te amo. –Eu digo dramaticamente.

–Não precisava exagerar. –Ele reclama de novo.

–Para de reclamar. Nada está bom para você! –Diz Mark indignado

–Fica quieto e não se mete. –James diz.

–Cara, fica calmo. Vocês estão mesmo afim de brigar hoje. –Bob diz. –E ainda por causa de uma garota. Lembra do acordo que a gente fez na época que o Sr. Geears ainda tinha cabelo?

–Acordo? –Eu pergunto sorrindo. –Se ele tinha cabelo, vocês eram crianças.

–Pré pré-adolescentes. –Disse Mark sorrindo bobamente.

–Isso é velho. Nem pense em mostrar para ela. –Diz James.

–Mas ela vai ter que ver isso! Principalmente porque cada um escreveu uma parte. É muito interessante o jeito que cada um se refere as coisas. E Mark mal falava inglês na época, então está cheio de erros! –Bob diz.

–Tudo bem. Mostre. –James desiste.

Bob me entrega o papel, ele o guardava dentro de uma gaveta, bem no fundo dela. Ele tinha mandando plastificar, o que me comoveu muito. Era algo assim (eu não entendi muito a letra de todos porque eram meninos que escreviam com garranchos, então posso pular algumas partes e inventar as palavras que acho que foram):

O clube dos meninos tem regras. E cada membro pode escolher três regras, mas uma sempre vai existir, Nunca deixe um membro do clube na mão. Nós, Mark, Bob e James, juramos obedecer todas as regras durante todas as nossas vidas. Pelos nossos pais, mães, tios e bolos de chocolate do sábado, aqui determinamos as regras:

James e suas três justas regras:

Nunca brigarmos por garotas OBS: Mesmo se o nome dela for Maggie Nunca zoarmos o gesso de nenhum membro do clube Sempre dividir o bolo de chocolate

Mark e suas três justas regras:

Nunca separas o clube (O erro é muito perceptível) Sempre Nos ajudar Não vender os objetos pessoais do outro na internet

Bob e suas três justas regras:

Não pedir ajuda para colar em provas para nenhum membro do clube Sempre sumir da vida um do outro dois dias antes de uma prova Nunca entregar um membro do clube em nenhuma pegadinha que aprontarmos

Todos vamos obedecer as regras e seguiremos com isso. Todas as regras foram debatidas e aceitas por todos os membros do clube. Nenhuma outra pessoa pode entrar no clube. Se alguma regra for desrespeitada, o membro será sujeito a um debate que pode levar a expulsão ou punição severa escolhida pelos outros dois membros.

13/8/2006, domingo.

–-

–Dou um fio de cabelo da cor que você escolher se você me disser quem é Maggie. –Eu digo a James.

–Maggie era uma garota que nós três tínhamos uma queda na quarta série. Hoje em dia ela é a melhor amiga de Alexia, uma puxa-saco vadia. Ela já ficou com metade dos meninos da escola. –Atropelou Mark.

–Eu ia dizer! –James disse irritado.

–E ela já ficou com você? –Perguntei a Mark, ignorando James.

–Você acha que quando ela chega se oferecendo, eu recuso? –Mark disse.

–Que nojo! –Brinco.

–Estou brincando. Nenhum de nós consegue ficar perto dela. –Ele diz.

–Deve ser bem bonita.

–Nem tanto. Ela era a mais bonita da nossa classe sete anos atrás. Mas hoje em dia, as garotas que eram as mais feinhas tiraram os óculos e os aparelhos. –Bob diz.

–Vocês estudam na Coupen desde sempre? –Perguntei.

–Desde que começamos a escrever as primeiras letras. James saiu quando fez onze anos. O pai dele virou diretor da escola de vocês e queria que o filho dele estudasse nela. Além de que ele queria ficar de olho nele, já que a Sra. Geears tinha sumido. Ficaram dois meses procurando a mulher, até que ela mandou uma carta que ninguém nesse quarto leu, e então pararam de procurar. Ninguém sabe o que ela poderia ter dito para que fizesse os civis pararem de procura-la, mas todo mundo tem sua versão. –Completa Bob.

–Nossa. Eu devo ser uma zica na sua vida, James. –Eu disse. –Fazem cinco anos que você estuda em St-Pierre High e me conhece.

–Pois é.

–Você nunca nos falou dela! –Falou Mark

–Nunca mesmo? –Perguntei

–Não falei porque eu gostava dela e já tinha traumas demais por causa de Maggie. –James disse.

–Você gostava de mim? Mas você nem falava comigo direito! –Digo.

–Medo de menino. –Diz Bob. –Ele chegava perto de Maggie e só faltava dar um mortal de costas de medo.

–E dois anos depois, Claire apareceu. Nem ligava mais para você ali, eu desisti quando percebi que você era tão indiferente que nem me notava na sala de aula. –Disse James.

–Eu nunca fui com a sua cara. –Admito. –Você era esquisito, até o ano passado.

– O que houve no ano passado?

–Você começou a me defender, e a ficar mais do meu lado. Não que a gente trocasse número de telefone ou fossemos amigos no Facebook. Mas a gente era meio que colega de detenção e tudo mais.

–A época que você começou a entrar em mais problemas. –James disse como se tivesse tudo claro na sua cabeça. –E os boatos, os desastres, quando você tropeçava... É, naquela época eu estava preocupado com você. Eu comecei a me preocupar quando vi mais de você que eu esperava que veria na minha vida. Mas só fui ligar para algo um tempo depois.

–Você já viu ela nua? –Perguntou Mark curioso.

–Foi um acidente. –Tento explicar.

–Eu amo acidentes. –James disse. –Era acampamento da escola e meu pai me obrigou a ir, eu agradeci a ele mentalmente tantas vezes quando voltei para casa... Ela não apareceu nua para toda a classe, mas parte da turma viu muita coisa. Ela começou a se trocar para uma atividade bem antes da hora, acho que era a escalada da montanha. Mas ela errou o vestiário. Em vez de ir para o das meninas, algum idiota fez aquele truque de colocar uma saia em cima do boneco masculino. E Gina, a representante, estava morrendo de raiva porque o vestiário dos meninos era maior. Então ela chamou muita gente para protestar lá dentro na hora que ninguém estava usando ele. Infelizmente felizmente, Larissa estava ali. Eu só estava lá observando o protesto morrer. Mas então assim que todo mundo entrou lá, Larissa estava usando um MP3, acho que é por isso que ela não ouve música hoje em dia. Todo mundo viu tudo e ela não percebeu porque estava de costas ouvindo música e dançando. Mano, eu acho que aquele foi um dia feliz para mim, mas não gostei do que os caras estavam falando. Eles desrespeitam para valer.

–Sim. Mas não foi isso. Aquilo foi meio que uma emboscada. Até hoje eu não sei quem foi que trocou a hora do meu folder de atividades e fez aquilo com a porta do banheiro, mas Liana me apontou o vestiário errado e uma garota que eu não conheço me emprestou um MP3 com umas músicas de uma banda que eu não conhecia, ela disse que eram as músicas da banda do irmão dela e que ele mandou ela me pedir para ouvir. Eram umas músicas legais, e eu normalmente não acho músicas legais, mas deu vontade de dançar. Ai todo mundo entrou. Não sei se foi Gina, Liana, a garota, as três, ou o universo que conspira contra mim. O irmão dela era um cara que eu beijei na quinta série, então era meio que obvio que ele queria chamar minha atenção, mas eu ainda acho que foi uma brincadeira. –Completo.

–Você tinha beijado caras antes de mim? –Perguntou James assustado.

–Sim, alguns caras. –Respondo.

–A gente poderia descobrir quem fez isso com você. –Disse Mark.

–Eu não acredito... –James falava baixinho para ele mesmo. Uma garota que era tímida não pode ter beijado caras que já vira drama adolescente!

–Eu acho que foi Liana. Mas também pode ter sido o cara. Eu meio que parti o coração dele em dez e depois pisei em cima. –Confessei.

–É... Gina é muito madura para fazer algo assim. E ela não teria motivos. –Disse Bob.

–Mas você conhece Gina? –Perguntei.

–Claro que sim. Ela sempre vem aqui em casa ver meu irmão, Vladimir. –Responde.

–O que você fez para o cara? –Perguntou Mark. Soou como se ele estivesse esperando que eu dissesse o que vou fazer com ele.

–Eu disse que ele era um idiota por achar que um beijo estupido significava algo. Ele estava ficando no meu pé faziam duas semanas do beijo, eu procurei vários jeitos de me livrar dele, mas ele não sumia. –Eu disse.

–Me lembre de não ficar no seu pé. –Disse Mark.

–Anotado.

–Mas não tinha mais ninguém com motivos para te destruir? –Pergunta Bob. Eu não tinha visto, mas ele estava com um caderninho escrevendo tudo.

–Não. Eu normalmente sempre fui a desastrada, mas ninguém gostaria de me exibir nua pelas besteiras que eu fiz.

–Certo. –Ele disse parando para anotar.

–Ele é sempre assim? –Perguntei a James, que estava olhando para o teto, provavelmente pensando na Clarisse.

–Desde que a gente se conhece. –Responde.

–Eu não tenho certeza, mas segunda feira vamos saber mais.

–Acho que está ficando tarde. Vamos para casa, Lari? –Pergunta James.

–Certo. Já estou ficando cansada mesmo. Mas não está tarde. São o que? Sete da noite? Mas vamos sim. –Eu disse.

Nos despedimos de Mark, que antes de eu ir embora liga para o meu celular para ter certeza que o número não é falso. E nos despedimos de Bob, que estava meio obcecado com o mistério de dois anos atrás. James pega a moto e me deixa na porta de casa.

O celular dele toca quando ele estava me dizendo “tchau”, uma conversa meio estranha:

–Você quer que eu vá ai? –Pergunta.

Passam uns segundos.

–Certo. Eu te amo, Claire. –Ele disse.

E desligou.

–Era Claire. Ela quer que eu vá na casa da mãe dela, disse que era urgente e que tinha algo para me dizer. Amanhã eu te conto o que ela vai dizer. Certo? –Ele diz animado.

–Amanhã vai ser uma droga. Mal posso esperar. Boa noite. –Eu digo. James puxa minha cabeça e me tasca um beijo na testa.

–Boa noite, Larissa.

Eu posso ver suas costas quando ele parte na noite com sua moto estilosa.

Entro em casa. Meus pais estão no sofá comendo pipoca e vendo um reality show sobre pessoas que tem coleções estranhas. Uma mulher tem uma casa repleta de coisinhas de porco. Aposto que ela não come bacon.

–Como foi a tarde? Fico feliz que você saia de casa. –Pergunta meu pai.

–Foi bem. Não bebi, não fiz sexo e nem usei nenhum tipo de droga ou fumei. –Eu disse.

–Não beijou ninguém? –Minha mãe perguntou. Todo o sangue pulsado carinhosamente pelo meu coração, foi direto para as minha bochechas. –Beijou sim.

–Não... Eu... –Tento dizer. Mas as mães sempre pegam a gente no ato, não tem nada que eu possa fazer.

–James. Não foi?

–Como sabe? –Perguntei.

–Vocês não cansam da tensão que fica toda vez que vocês se beijam por acidente? –Minha mãe pergunta.

–A gente finge que não aconteceu nada.

–É meio impossível, não é?

–Sempre é.

–Ainda bem que Annie chega amanhã... –Minha mãe disse.

–Minha prima, Annie? –Perguntei animada desistindo de falar de James.

–Ele disse que vem de Nashville, mas te disse que só era para eu contar um dia antes de ela vir.

Dou pulinhos de alegria.

–Sério? Que demais! –Eu disse dançando como louca. Faz um tempo que não a via. Ela é uma prima mais velha, então é como se ela fosse minha tia legal, porque eu não tenho tia legal.

–Ela chega pelas quatro da manhã. Maldito voo. Você vem buscar ela com a gente no aeroporto, não é? –Meu pai pergunta tirando os olhos da velha senhora que acariciava o porquinho rosa e explicava como ela e o marido dela conseguiram uma autorização para ter o porco em casa como se tem um gato ou um cachorro.

–Claro que sim. Vou dormir agora. –Disse seguindo para o meu quarto. Eu tenho que dormir agora, se não eu não vou ter energia para o longo maldito dia que amanhã vai ser. Nem boa noite eu digo. Coloco meu alarme para as três e deito na cama sem nem me trocar.


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Notas finais do capítulo

Perceberam que eu não resisti? 4544 palavras para cansar a vista de quem ler! Beijos. Não esqueçam dos meus benditos reviews, se não eu viro bicho.

REVIEWS! -qq



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