–Lexie! Lexie! – Ouço alguém gritando por mim, mas parecia mais um sussurro. Será que isso esta realmente acontecendo?

Tento abrir meus olhos, mas a luz é tão brilhante que parece que vai me cegar, mas consigo identificar uma pessoa, ou talvez duas. Sim, duas. Michael está gritando e Charlie está logo atrás. Aquilo me acorda, aquela visão me traz vida de novo. Começo a tossir repetidamente e percebo um sorriso de felicidade no rosto de ambos. Michael me abrasa com força e Charlie senta ao meu lado, dando um Red Vines (doce de forma de um canudo vermelho) para mim. Ouço uma risada do Michael, mas para Charlie isso deve ser normal.

–Lexi, você esta bem? O que aconteceu? – Charlie e Michael perguntam como um coro, mas ao tentar falar nada sai, então eles se conformam.

Os paramédicos me colocam na ambulância, mas no caminho vejo o corpo do agente Fords, o que me faz chorar. Michael os faz tampar o corpo, mas já tinha visto a visão do corpo: todo queimado e cheio de sangue, isso me faz perguntar como eu estou. Não devo estar muito melhor, pelo menos estou viva, por enquanto...

No caminho do hospital eu finalmente junto forças e pergunto:

–Como eu estou? – Pergunto roucamente, mas eles entenderam e ficaram um pouco surpresos.

Charlie ia falar algo, mas Michael o intromete dizendo:

–Bem muito bem, estamos levando você para o UCLA, seu irmão vai ser avisado assim que chegarmos lá.

–Você foi inteligente, Lexi. – Charlie disse segurando minha mão, mas sinto uma dor imensa e retiro-a de lá, ela deve estar totalmente queimada. Charlie finge não perceber e continua – Fez bem mandando uma mensagem para mim com seu endereço, mas não sei o por que você pensou que eu fosse o Michael, então trouxe ele junto...

–Eu apenas mandei uma mensagem para o primeiro número que veio na minha mente, não sei o porque eu... – Não consigo completar a frase, algo invade minha garganta, não vômito, mas sangue. Tive sorte de já estar na porta do hospital, então eles me levaram para a sala de trauma, onde quase todos os atendentes e residentes me esperavam.

O resto foi apenas flashes, milhares de médicos me tocando, o que me causou muita dor, então eles me terão uma anestesia e me fizeram dormir, mas abria os olhos de vez enquanto e os via, primeiro Justin cuidando das minhas queimaduras e depois eu no caminho da sala de cirurgia, eu devia estar bem ruim mesmo.

O resto é como um borrão para mim, eu só sei que eu acordei com uma coisa na minha garganta uma semana depois de tudo acontecer, com meu irmão dormindo ao meu lado segurando minha mão, Alex no canto da sala, também dormindo, Charlie esparramado no sofá, junto com Kemily e Sophie no chão e Michael, ao meu lado totalmente acordado e espantado.

Michael tira o que me ajudava respirar e checa meu sinais vitais rapidamente, tudo estava confuso demais, todos acordam e ficam ao meu lado com sorrisos. Mike começa a chorar de felicidade e eu também, ele me abraça e fico surpresa por não ter sentido dor. Alex segura minha mão e Kemily começa a chorar que nem uma doida. Charlie enfia um Red Vine em minha boca e Michael parece a única pessoa normal naquela sala.

–Me dá mais um Red Vine, estou morrendo de fome... – Falo e todos riem.

–É melhor não, temos que cuidar de sua dieta. – Michael diz – Você ficou desacordada por uma semana e meia, agora vamos ver se está tudo bem...

Michael pede para todos saírem e ficamos apenas eu e ele no meu quarto, depois de meia hora de exames super chatos ele pergunta:

–O que realmente aconteceu?

–Vocês não sabem? – Respondo com outra pergunta.

–Você foi a única sobrevivente, James morreu e acho que isso era dele... – Michael responde entregando o colar que eu havia pego.

–É, ele havia pego e ficou segurando até tudo acontecer... – Aquilo me lembra do pavor na cena e eu jogo aquele colar para longe, uma raiva e medo toma conta de mim e começo a chorar novamente.

–Lexie, tudo bem, já acabou. Você pode me dizer o que aconteceu?

–Estava tudo calmo e de repente veio um cara e explodiu uma bomba, não foi aquele que me ameaçou, acho que era o marido de Alexis, pois havia uns ferimentos em seu corpo. Ele deve ter explodido junto... – Respondo.

De novo um pânico toma conta de mim, minha mão começa a tremer sem parar e começo a suar muito, mas tudo isso para ao Mike e Alex entrar na sala.

Sabia que algo estranho estava acontecendo comigo, mas apenas ignorei e segui em frente.

Por pouco tempo....