O carro deve ter capotado umas duas vezes e quando recupero minha consciência eu me arrasto para ver o agente Ford. Quase grito ao ver seu estado, seu rosto está destruído e há um caco de vidro no seu peito. Fico surpreendida ao ver que ele ainda está vivo, mas seus olhos estão cheios de lágrimas.

–James, você vai ficar bem, alguém deve ter visto. – Digo, olhando ao redor, essa rua é pouco movimentada.

–Meu bolso da frente...meu bolso... – Ele diz e eu faço o que ele pede, nele há um celular. Desbloqueio e tento ligar para alguém, mas ninguém atende.

–Ninguém atende! Não posso fazer nada aqui, James! – Grito, observando seu ferimento. Se eu fizer algo ele sangrará até a morte.

–Calma, Lexie...Nós vamos ficar bem...apenas fique calma. – Ele diz, mas percebo que ele sente dor até ao falar. Ele coloca a mão no bolso da calça e tira uma corrente e a fica segurando durante acontecia sua morte.

–James, por favor...fique comigo...

–Lexie, ninguém consegue mandar na morte...agora descanse, se você não percebeu há um caco de vidro na sua barriga.

Assim que ele diz isso sinto a dor, estava com tanto pânico que nem estava sentindo a dor, mas logo ela me contagia e me domina. Fico observando James, logo seus olhos apagam e eu tenho certeza, ele havia morrido. Lágrimas tomam os meus olhos e eu pego meu celular, mandando o endereço que estamos para o numero que veio na minha mente. Não sei de quem era, mas era a minha única chance.

Minha pele está queimando, o simples tocar do vento parece que estão jogando ácido nela. Meu destino estava traçado, eu morreria com James. Pego a mão dele e vejo a corrente que ele segurava, havia iniciais de duas pessoas: J.F. (James Ford) e K.A. Fiquei segurando ela enquanto meus olhos apagavam. Não sabia se era o cansaço ou a morte, queria me entregar, mas não podia, então fiquei sussurrando:

–Eu estou viva, eu estou viva, estou viva... – Sussurrava aquilo apenas para saber quando eu estaria morta.

Um clarão me atinge e eu durmo ou morro, isso eu não sei, poderia ser qualquer um dos dois, ninguém iria perceber. Ou será que iam? Será que iriam sentir algo? Será...

‘‘Eu estou viva’’ sussurrei pela ultima vez.