–Mike! Mike! - Grito com todo o meu pulmão.

Meu irmão sobe com toda a velocidade e vejo que o assustei um pouco. Ele esta vestido com sua roupa normal de trabalho. Nas ultimas semanas Mike e Alex me ajudaram a me recuperar, eles traziam comida para mim e trouxeram a unica televisão para meu quarto, então acabou que havia mais dois colchões lá, pois todo mundo queria ver TV. Hoje ele tem que ir trabalhar, Henry deu dus semanas de férias, então hoje Charlie iria vir para cuidar de mim, Charlie e Sophie. Talvez Kemily, mas eu espero que não, pois não quero ficar sabendo sobre caras sexys e como foi a noite passada dela.

–O que você quer, Lexie? - Mike pergunta sem muita paciencia.

–Comida, estou morrendo de fome. Que tal Red Vines e você pode ver que horas vai passar o jogo do Red Sox? - Respondo com um sorriso.

–Claro, mas eu não sou seu escravo. Já volto e não pense que eu irei fazer tudo pra você só por causa do seu sorriso, certo? - Ele fala, pegando uma bandeja com os restos do sanduiche que ele havia feito.

–Certo.

Ele desce as escadas e poucos minutos depois Alex sobe, com outro sanduiche e um pacote de Red Vines. Ele coloca na cômoda perto da minha cama e senta perto de mim:

–Você precisa urgentemente arrumar esse quarto. - Alex suspira.

–Eu sei, mas no meu primeiro mês aqui eu fui atingida por uma bomba, então não deu tempo. - Eu respondo, com um pouco de raiva.

Ele dá uma pequena risada e pega um Red Vine, enfia na boca e diz:

–O jogo começa daqui meia hora, e acho que seu amigo chegou. Vou ir trabalhar...

–Tchau, stripper... - Falo.

–Tchau, garota bomba... -Alex responde descendo as escadas.

Deito na cama e espero a bagunça infiltrar no meu quarto. Charlie chega pulando na cama e Sophia começa fuçar no meu guarda roupa. Ligamos a televisão depois de uma longa conversa sobre como o hospital mudou depois de eu ir embora e que eles sentem minha falta. E que Kemily esta planejando uma festa e ira convidar strippers, o que me deixa um pouco nervosa, pois ninguém sabe que meu irmão é um stripper.

O jogo começa e ficamos sentados na minha cama com um pote cheio de pipoca, uma garrafa de whisky do pai do Charlie, três latas de refrigerantes, quatro pacotes de Red Vines e muito, muito salgadinho. Festa do pijama na minha casa, precisava disso, fazia um mês que eu estava vivendo com strippers. Precisava de algo normal na minha vida.

–Então, alguém tem alguma ideia de onde eu posso morar? – Charlie fala no meio do primeiro tempo.

–Por que? – Pergunto, sem tirar minha atenção do jogo, Red Sox não podem perder. Tudo que eu amo começa com ‘‘red’’, Red Sox, Red Vines, Red Coca Diet (uma imitação da Coca Cola de um mercadinho que tinha perto da minha casa).

–Você não sabe? Ele morava com a Kemily – Sophie diz, com um tom mais forte no morava, para nós notarmos que o verbo esta no passado, acho que deveríamos avisa-la que não somos burros – Faz dois dias que ela deu um prazo para ele ir embora, parece que ele é muito certinho para morar com ela.

–Não foi culpa minha! –Charlie grita com pavor – Kemily trazia um cara toda noite, não aguentei quando ela trouxe dois! Fiz um escândalo e aquela vaca me expulsou, mas o problema é dela, quero ver aquela vadia pagar o aluguel sozinha.

–Você tem quantos dias para achar um lugar? – Pergunto, com um pouco mais de atenção, um pouco, não tanta.

–Dois dias, sexta tenho que ir embora. – Charlie me responde um pouco mais calmo.

–Você pode vir morar aqui – Eu falo sem penar e todos me encaram, Charlie até que estava feliz – Temos um quarto sobrando e meu irmão precisa de ajuda para manter a casa, não quero que ele convide mais um amigo dele vir morar aqui.

–Sério? Eu adoraria! – Charlie me responde com muita alegria.

–Okay, okay... – Falo enfiando na boca um Red Vine – Vamos prestar atenção no jogo, quando meu irmão voltar eu aviso a ele que teremos mais uma pessoa morando aqui.

–Uhhuuuuuu! Yankees! - Charlie grita pegando um pequeno gole de whisky e depois fazendo uma grande careta.

Não gosto muito de álcool, apenas de licor e tequila. As vezes tomo de brincadeira, mas prefiro um refrigerante do que uma cerveja, acho amargo, não gosto de coisas amargas, gosto de coisas doces, como licor. Uma vez eu estava em um festival de morango com minha família, meu pai comprou uma garrafa de um licor de morango e chocolate. Naquela noite eu ouvi um barulho vindo da cozinha, quando cheguei lá vi meu irmão pegando a garrafa da bebida, Mike disse se eu não contasse ele deixaria dar um gole.

Acabei virando uma alcoólatra naquele dia.

Uma alcoólatra de licor e tequila.

E de Red Vines.