O Valor Do Amor escrita por Cate Cullen


Capítulo 8
Oposição




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- E quem é a sortuda? – pergunta Alice não parando de chatear o irmão desde que ele lhe disse que estava noivo.

- Irás saber amanhã quando vier jantar cá em casa. – diz Carlisle sorrindo.

- Isso não é justo. O meu maninho não me pode esconder uma coisa dessas. Até o Eleazar já sabe e isso é muito injusto.

- Posso dizer que vais gostar dela. É uma mulher maravilhosa. – diz sonhadoramente.

Alice ri.

- O meu maninho está apaixonado. Seja quem for já lhe arrebatou o coração. – passa-lhe as mãos nos cabelos ruivos. – Quem é?

- Surpresa.

Subitamente pára.

- Não é a Irina. pois não?

Carlisle ri e beija-lhe a mão que mexia nos seus cabelos.

- Não. O nome dela é Esme.

Alice não se descontrai. Conhece apenas uma Esme, a amante do rei.

- A irmã do marquês de Winchester? – pergunta.

Carlisle olha para ela.

- Como adivinhaste?

Alice abre a boca de espanto não conseguindo formular qualquer palavra.

- Vais casar com a amante do rei? – pergunta ao fim de alguns segundos.

Carlisle fica sério.

- Ela já não é amante do rei, é minha noiva.

- Que importa isso? Já dormiu com mais de metade da Inglaterra.

Carlisle levanta-se aborrecido.

- Isso é um exagero contando que a Inglaterra não vive toda em Londres.

Alice faz um gesto de impaciência.

- Pelo menos com metade de Londres já dormiu.

- Isso não me interessa. – declara Carlisle. – O passado é passado.

- O passado? E achas por acaso que alguém muda assim de um momento para o outro?

Carlisle vira-se para a irmã.

- Ela não é o que todos pensam.

- Não? Achas mesmo? Todos pensam que é uma prostituta, uma desavergonhada. Não é isso?

- São as pessoas maldosas.

- Não, são as pessoas que dizem a verdade. Queres arranjar um enfeite para a cabeça logo no primeiro mês de casamento?

- Alice, não te admito!

- É a verdade. Acreditas mesmo que ela irá mudar só por casar? Uma prostituta não deixa de ser prostituta mesmo depois do casamento.

- Alice…

- Ela vai casar contigo pelo poder e dinheiro.

- Ela ama-me da mesma forma que a amo.

- Eu vejo que a amas, mas ela não te ama. Seduziu-te, simplesmente.

- Ambos nos amamos.

Alice aproxima-se do irmão.

- Ela deu-te a volta a cabeça, meu irmão, consigo ver isso. Estás completamente apaixonado e ela vai acabar por te magoar. Vais acabar por perceber a asneira que estás a fazer.

Carlisle afasta-se dela e começa a subir as escadas.

- Carlisle, acaba com o noivado.

Ele vira-se para a irmã.

- A vida é minha Alice e se estiver a cometer um erro ele é meu. Vou casar com Esme porque a amo e sei que me ama. Não quero saber do seu passado, nem da tua opinião.

Alice irrita-se.

- Não virei ao jantar. Não a aceitarei como tua esposa. Vou voltar para Sheffield.

- Boa viagem. – declara sem simpatia e fecha-se no quarto a pensar no que Alice lhe disse.

Alice suspira. Não irá para Sheffield e sim hospedar-se-á na corte. Não pode deixar o irmão nas mãos de uma oportunista que só está com ele pelo dinheiro.

...

Eleazar encontra-se com Alice no parque no centro de Londres como tinham combinado.

- Tens de falar com o meu irmão para ele cancelar o noivado. Ele não pode casar com uma prostituta, uma mulher sem honra.

Eleazar suspira.

- É a mulher que ele ama, Alice.

- E acreditas que ela também o ama?

Eleazar olha para o caminho e depois volta a olhar para ela.

- Eu não sei. Mal a conheço. Sei que foi amante de vários nobres, mas isso é passado.

- Achas que as pessoas mudam assim?

- O amor muda às pessoas.

- Ali não existe amor, pelo menos não da parte dela.

- Todos merecem ser felizes. É possível que ela o ame. Não o posso afirmar com certeza, mas é uma possibilidade.

- Muito vaga. Ela quer poder e dinheiro.

- Deixa o teu irmão avaliar isso. – aconselha Eleazar.

- Por favor, fala com ele. Ele ouve-te.

- Alice, se ela a ama eu não posso fazer nada. A única coisa que desejo é que ele seja feliz, seja com ela ou com qualquer outra.

Alice suspira.

- Até a Irina era melhor.

Eleazar ri.

- Não, não era. Acredita que não. Agora o melhor é ires para casa arranjar-te para o jantar.

- Não vou ao jantar. Estou a viver na corte porque também não desejo partilhar a casa com uma prostituta, só não me vou embora para não deixar o meu irmão nas mãos dela.

Eleazar suspira.

- O Carlisle gostaria que estivesses presente.

- Não me importa. Eu também gostaria que ele não casasse com ela.

- Alice…

- Não vou mudar a minha opinião, Eleazar. E fico desiludida por não o alertares. Adeus.

- Adeus, Alice.

...

Esme é recebida em casa do seu amigo pintor com toda a simpatia como é costume.

Jasper desce as escadas com um sorriso e pega-lhe na mão para a beijar.

- Parabéns pelo noivado. – diz conduzindo-a até ao sofá para que se sente.

- As notícias correm depressa. – comenta Esme sentando-se.

- Ainda bem que são boas. Queres beber alguma coisa, ma cherè.

- Não obrigada. Tenho pouco tempo. Vou jantar a casa do meu noivo.

Jasper sorri.

- Parece que então desta vez é para casar.

- Claro que sim.

Jasper assente.

- Espero que ele te faça feliz. – diz amigavelmente.

- Vou ser Duquesa, Jasper, claro que serei feliz.

- Esme, o poder e o dinheiro nem sempre trazem felicidade. – diz sabiamente.

Esme encolhe os ombros.

- Nem sempre, mas quase sempre.

- Discordo, mas cada um tem a sua opinião. – levanta-se. – Olha para mim. Um pintor que mal ganha para pagar à criada e apesar disso é feliz.

Esme ri-se.

- Às vezes as criadas não merecem ser pagas. Então a que tenho em minha casa. Espero que como Duquesa tenha criadagem mais eficiente. Vou deixar a minha casa e respetivos criados ao meu irmão.

Jasper sorri e volta a sentar-se.

- Admira-me que desprezando como desprezas a gente mais pobre te dês comigo. – diz. – Acho que às vezes devias ser mais simpática e tolerante com a criadagem. Podem ser teus criados e terem uma importância inferior na sociedade, mas são pessoas, têm sentimentos, merecem respeito.

- Eu trato-os bem e pago-lhes bem. Ninguém pode dizer que não lhes dou um salário adequado. Mas às vezes penso que viver numa colónia rodeada de escravos seria melhor.

- É desses pensamentos que estou a falar. – continua Jasper. – Os escravos também são pessoas…

- Tudo bem. – Esme levanta-se. – Poupa-me a discursos desse género. Tenho de ir andado. Jasper, eu não sei quando poderei voltar. Mas já não poderei pousar para ti.

Jasper assente tristemente.

- Eu sei que é uma arte, mas a sociedade ficaria escandalizada se soubesse o que faço. E tenho a certeza o meu futuro marido não aprovará.

Jasper levanta-se.

- É uma pena, mon amour. És a minha musa e serás sempre.

- E tu, serás sempre o meu amigo pintor.

Abraça-o ternamente.

- Sê feliz. – murmura Jasper antes de a ver sair.

- Serei.


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