Maldição Wilde escrita por A Costa, Rosalie Potter


Capítulo 39
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada eu vim agradecer demais á tia Miha por aquela recomendação belíssima. Deus sabe o quanto eu e a Cryss estamos lutando por essa fic mesmo com a falta de comentários e incentivos e então quando eu vi aquela recomendação eu realmente quase chorei porque significa que estamos no caminho certo e pela primeira vez temos alguém para nos guiar e nos ajudar.
Muito obrigada mesmo, de coração, foi lindo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391147/chapter/39

Sophia estava estupefata na cama encarando Alex, Ian e Melina. Os três conversaram bastante antes de decidir contar ou não para a ruiva. O medo deles era pelo bebê, o que o estresse de saber que o ex namorado, o rapaz que a estuprou, que a mandara pra lá e o pai de seu filho era também um assassino. E que a prova de que precisavam para acabar com ele havia escapado por entre os dedos do casal de padrinhos. Ainda assim não seria justo se ela não soubesse. Não existia segredos naquele grupo.

–Eu não consigo acreditar. Eu não consigo. Ele realmente a matou?

Sophia não podia evitar pensar no Rafael de antes. Era tão difícil acreditar que ele havia mudado tanto. Por quê? Como? Quando?

–Meu Deus! –Sophia sentia seu queixo cair ao olhar àquela biblioteca. Era a primeira vez que visitava a casa do atual namorado. Não conseguia acreditar naquilo. Eram tantos livros que se estendiam em infinitas prateleiras. Ela não sabia direito nem por onde olhar.

–Eu penso em você toda vez que entro aqui. –Ele lhe oferecera aquele sorriso doce que ela tanto gostava. –Lena insistiu para que te eu trouxesse. Sabe, eu falei que a idéia não era boa, afinal você acabaria me trocando pela biblioteca.

A risada límpida de Sophia preencheu o lugar enquanto ela dirigia os olhos azuis para o rapaz:

–Estou tentada a fazer a troca.

Ele se fingiu de ultrajado:

–Ah, é mesmo? –Puxou-a pela cintura delicadamente, o corpo pequeno e delicado se moldando ao dele. –O que posso fazer pra você mudar de idéia?

–Me dar ela de presente seria uma boa. –A ruiva brincou com um sorriso nos lábios.

–Quando a gente se casar ela vai ser sua. Mas eu vou ter a chave senão eu não vou ter atenção.

–Está pensamento em casamento?

–Em como você ficaria linda de véu, grinalda e um buquê na mão. E em como seria lindo uma miniatura nossa andando por essa casa enorme.

Sophia piscou duas vezes. Não entendia essa súbita lembrança de Rafael. Toda vez que se lembrava do ex era daquela fatídica noite onde sua vida virara de cabeça pra baixo. Nunca mais tivera lembranças boas do rapaz e logo agora que descobriu que ele era pior do que a mesma conseguira imaginar, essa lembrança surge do nada.

–Pois é Soph. –Melina suspirou. –Temos que dar um jeito de provar que isso aconteceu. Está bem que eu não morria de amores pela minha psicóloga, mas ainda assim tem um assassino nesse lugar e ele ironicamente é o único que não está preso.

–E o que ele pode fazer se descobrir do bebê? –Alex cerrou os punhos. –Ele matou a Doutora só pra se meter nas nossas vidas, o que ele faria com você e com seu filho se descobrisse que tem uma prova viva contra ele?

Sophia pensara nisso o tempo todo desde que soubera que Rafael moraria no Reformatório. A notícia com certeza uma hora chegaria aos ouvidos dele, sempre chegava. E como ele tinha acesso às informações da psicóloga de Melina...

–Ele sabe. –A ruiva falou de repente. –Se ele teve acesso às informações da ex psicóloga da Melina, ele sabe. A informação da minha gravidez foi passada á todos os professores e para a Ruby, mas aposto que a Dra. Hendrickson também ficou sabendo para caso ela tivesse que pegar o meu caso também.

Todos do quarto ficaram em silêncio com a constatação de que a ruiva tinha razão. Todo o esforço para esconder dos colegas do Reformatório sobre a gravidez de Sophia havia sido em vão, pois o pai descobrira do mesmo jeito.

–Está bem, teremos que reforçar a segurança da Soph. –Ian foi o primeiro a falar olhando preocupado para a garota ruiva de olhos inocentes que mostrava o quanto sua mente trabalhava a todo vapor. –Esse cara é mais perigoso do que estávamos prevendo. Temos que estar um passo á frente dele.

Melina suspirou:

–Alex, Ian, podem ir falar com Taylor sobre isso?

– Exijam segredo absoluto. Ele provavelmente não sabe que sabemos da existência desse vídeo e nem que foi ele quem matou isso é uma vantagem, temos que ser sábios e saber usá-la a nosso favor. –Sophia falou olhando os dois amigos. Ambos assentiram com a cabeça enquanto saíam do quarto das meninas.

A ruiva então olhou para a companheira de quarto com um sorriso de canto:

–Vamos lá Lina, fale de uma vez o que tem em mente.

–Na verdade eu estava pensando nisso há muito tempo. Temos que fugir desse lugar Sophia. Primeiro porque se quisermos investigar e nos livrar dessa merda de maldição e continuarmos vivas precisamos ter plena liberdade para ir á lugares, conhecer pessoas, ir atrás. E agora com você grávida e Rafael provavelmente querer matar esse bebê, nós temos motivos de sobra pra fugirmos.

Sophia já imaginava. Porque aquela idéia também estava em sua cabeça. Pela lógica era impossível continuar a investigação naquele lugar. Era a vida delas, se continuassem com aquela Maldição elas iriam morrer. Quem sabia quanto tempo ainda tinham? Há tempos Kayla e Trace eram mantidas em controle, mas até quando?

Porém era tudo terrivelmente arriscado. Iriam atrás deles até no inferno, a policia não daria descanso. Já podia imaginar os noticiários, isso se eles conseguissem sair o que era uma parte terrivelmente complicada. Afinal, aquilo era uma prisão. Poderia ser disfarçada de colégio, mas era uma prisão. E a família delas? O que iria acontecer? Taylor, Ian, Alex? Iriam juntos, seriam prejudicados também?

–Faremos isso. –A afirmação de Sophia fez Melina pular da cama. Esperava que sua amiga certinha jogasse uma enxurrada de argumentos do quanto quebrar aquela regra gigantesca seria estúpido, inconseqüente e impossível. –Mas faremos de uma forma inteligente. Temos que ter tudo premeditado, passo a passo, tanto pra sair quanto para o que faremos lá fora. Precisamos pensar em cada detalhe, temos que ter um plano B e temos que ter um plano C e ainda um D. Não podemos nos dar o luxo de falhar.

~X~

Sophia já estava no sétimo livro de Desventuras em Série. Era uma saga muito irreal de livros, mas exatamente por isso era leve e ela adorava. Andando pelos corredores com ele aberto ouviu passos atrás de si. Aquela coisa ruim dentro dela já a avisou que era Rafael antes mesmo dela olhar pra trás. E ela não olhou, apenas seguiu caminho encarando a página do livro, mas sem se concentrar ali verdadeiramente.

–Toda vez que eu encontro alguém andando distraidamente pelos corredores com um livro é você. Por que não me espanta? –Rafael falou e Sophia ignorou, mantendo os lábios fechados e os olhos fixos no livro com muita força de vontade. Os passos não alteraram a velocidade em momento algum, ela não queria demonstrar que ele o afetava. –No primeiro dia de aula você estava sempre com um livro durante o intervalo. Você estava com um no colo quando nos falamos pela primeira vez. Lembra? Eu me lembro. Você estava sentada no banco de madeira, no extremo direito. O livro era O Morro dos Ventos Uivantes. Seus cabelos estavam presos num rabo de galo.

Sophia estava com um livro no colo, aberto. O Morro dos Ventos Uivantes. Era a nona ou a oitava vez que o lia. Sentada no banco mantinha os olhos nas letras que já conhecia, mas ainda assim não parava de amar. E de repente sentiu uma movimentação ao seu lado e encarou o menino bonito que se sentara ao seu lado.

Ela sabia quem era ele. Um dos riquinhos da sala, irmão da Lena. Ele era inteligente e não era tão metido quanto à maioria. Deveria ter falado ou ajudado ele algumas vezes, mas não estava lembrada. O nome dele era Rafael. Disso ela se lembrava.

–Rafael, o que houve? –Perguntou.

–Preciso de sua ajuda. –Ele a olhou nos olhos. Os olhos de Sophia estavam confusos.

–No que?

–Sophia, você é a pessoa da nossa idade mais ajuizada que eu conheço. Preciso de ajuda com a minha irmã. Por favor.

–No que precisar.

Sophia virou um corredor qualquer, o primeiro que viu. Percebeu que estava rumando para a sala da psicóloga onde Rafael não poderia entrar. Melina tinha aula junto com o resto dos amigos, mas obviamente ela tinha que terminar primeiro. A ruiva praguejou sua própria rapidez.

Faltava mais um pouco para a sala da psicóloga, mas ela fez que não ligava para a existência do moreno enquanto ele tagarelava. Foi quando, ela estava quase ao alcance da porta, Rafael jogou o golpe de misericórdia:

–Você já pensou no nome Soph? Se for menino pode ser meu nome. Rafael Filho, ficaria legal. O que? Você não sabia que eu sabia?

Então Sophia não resistiu. Ergueu o rosto do livro, olhou para o ex e deu um sorriso doce:

–Sim, eu sempre soube que você sabia.

Foi à vez de Rafael ficar surpreso. A satisfação que Soph sentiu com isso a deixou exultante. Bateu rapidamente na porta de Ruby e quando percebeu onde estavam o ex dela saiu. Afinal, se a psicóloga de Sophia o visse perto da ruiva poderia ter problemas e dos grandes.

–Sophia? Temos consulta? –Ruby abriu a porta confusa, olhando para a ruiva.

–Na verdade não. Pra ser realmente sincera eu não sei o que estou fazendo aqui. Meu ex estava na minha cola e eu não sabia o que fazer.

–Ian?

Ela negou com a cabeça e a psicóloga entendeu, dando espaço para sua paciente entrar na sala.

~X~

Por muito tempo Ruby apenas se sentou no sofá e deitou a cabeça de Sophia no seu colo. Soph sentiu a cabeça pesada de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo. Ela sentiu o nó na garganta, mas as lágrimas não vieram. Não choraria, não quando tinha tanta coisa pra pensar e fazer. Sua cabeça girava pensando no bebê, em Rafael, em Ian, na fuga, na Maldição, no passado, no presente e no futuro e em tantas coisas que os pensamentos se embaralhavam e entrelaçavam uns nos outros.

–Obrigada Ruby. –Soph sorriu quando finalmente se levantou.

–Mas eu não fiz nada.

–Você sabe que fez.

A psicóloga abriu um sorriso doce e pegou as mãos da paciente:

–Eu sei. Na verdade, eu sei de tudo.

Sophia piscou duas vezes ao ouvir aquela constatação. Aquela frase poderia significar muita coisa. A ruiva tinha muito a esconder então Ruby poderia saber de vários tipos de coisas. Aquela frase podia significar que sabia do estupro, que sabia do assassinato, que sabia do plano de fuga...

–Não pense muito nisso agora. –Ruby deu um sorriso. –Nós vamos nos falar na próxima consulta. Agora eu creio que seus amigos já estão preocupados não é mesmo?

–Claro. Eu vou ver se encontro eles.

A dona dos olhos azuis penetrantes levantou do sofá e se dirigiu a porta. Estava a abrindo quando ouviu Ruby a chamar.

–Sophia... Você está com Makayla ou com Trace?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maldição Wilde" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.