Diorama Of Shining Hearts escrita por Return To Zero


Capítulo 2
Lua Crescente


Notas iniciais do capítulo

"Por que os pecados existem?
Por que as punições existem?
Teus galhos cresceram fortes e brancos
Que continuam pela eternidade como uma oferenda para a luz"



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- Chegamos, Diorama! – exclamou a fadinha, bem contente.

- Eh? Não tem nada aqui. Nada mesmo...

A rua em que estavamos estava completamente deserta. Nenhum carro, nem um pedestre. Apenas a luz do poste que estava perto de nós.

Melody girou algumas vezes no ar e, como um milagre bastante absurdo, algo surgiu nas pequenas mãos dela. Um bastão branco com um coração preto na ponta. No centro do coração, havia uma clave de sol. Muito original.

- O que é isso?

- Um Tact. – ela respondeu, simples.

Ela, literalmente, jogou o bastão, digo, Tact para mim.

- E o que eu faço com isso?

- Aponte para aquela direção e diga “Melody Tact, Open!”

- Vocês sempre usam esses mantras em inglês?

- Faça logo!

A cada momento, aquela situação se tornava cada vez mais esquisita.

Revirei os olhos, pigarreei e apontei o Tact para frente. Por incrivel que pareça, ele fez um som parecido com “mi mi fa” mas eu não dei importancia.

- Melody Tact, Open!

E aí aconteceu. Varias notas musicais saindo de não sei onde e a impressão de estar sendo sugada por algo. Por um instante eu pisquei e, quando abri os olhos novamente, aquela parte da cidade havia mudado.

Estava tudo cinza, como se fosse chover. E o interessante, eu estava no topo de um predio muito alto.

- O que eu estou fazendo aqui? – perguntei, assustada. – Melody, o que eu fiz?

- Você abriu uma dimensão restrita. Basicamente, você está no coração do dono da melodia.

- Mas... Como isso é possivel?

- Para combater o que está causando esse barulho horrendo você tem duas opções: Trazê-lo para fora ou se infiltrar em seus dominios. Nós usamos a segunda opção. – explicou ela, sorrindo, como se esperasse alguma reação. – Ah, começou!

Ela apontou para um ponto qualquer e, dali, uma sombra gigantesca se levantou. Tinha os olhos azuis e parecia estar chorando. E era assustadora também.

- O que é isso?

- Isso... É um Shadow. É a amplificação de um sentimento ruim dentro de um coração. Se você não destruí-lo rapidamente, ele vai destruir a cidade toda. – ela me olhou, como se esperasse alguma reação minha. Mas a gritaria era tanta que eu mal prestei atenção. – Segure o Melody Tact na direção dele e diga “Melody Wave!” . Isso deve dispersar a sombra.

Assim que eu apontei o Tact para o Shadow e me preparei para gritar o que fadinha havia me dito para gritar mas, bem la longe, um feixe de luz cortou a sombra, fazendo-a desaparecer.

- Lunar Wave!

E a gritaria em minha cabeça cessou.

- O que... Outra Diorama...?

- Como assim outra? Mas... O que foi isso afinal? – aquilo estava me confundindo cada vez mais. Havia outra pessoa como eu?

- Seja lá quem for, dispersou o Shadow. – ela se virou para mim. – Diorama, preste atenção. Toda vez que um Shadow é dispersado, ele dá lugar a uma Mistress. Elas são nossas verdadeiras inimigas. Me siga, por favor.

Melody estava séria. Saiu voando na direção em que o Shadow estava. Movida por uma vontade estranha, eu a segui, me esquecendo que eu estava no alto de um prédio. Porém, eu aterrissei perfeitamente no chão e corri, seguindo a pequena fadinha.

Cheguei segundos depois dela. Melody estava parada, batendo suas asinhas nervosamente. A sua frente havia uma mulher de cabelos negros usando um macacão justo na cor lilás. Tinha os olhos azuis e carregava uma corrente prateada com o número “47” num pingente.

- Melody, quem é ela?

- Essa é a Mistress 47. Foi ela quem causou tudo isso.

- Então... Eu só preciso derrotá-la, aí eu posso voltar pra casa, não é?

- Exato, Diorama!

Eu comecei a caminhar em direção à Mistress com passos firmes e confiantes. Ela se virou, como se percebesse minha aproximação e me fitou. Seus olhos azulados estavam turvos e pareciam prontos a fincar uma faca em meu corpo.

- Diorama, aponte o Tact para a Mistress e diga "Melody Forte Wave!"

Por longos segundos, a Mistress 47 não fez nada. Obedeci Melody, apontando o Tact para ela.

- Foru o quê? - perguntei. Havia esquecido do mantra.

A fadinha tomou folego para me responder, mas fui atingida por um vento muito forte. Um vento não, senti fortes dedos ao redor de meu corpo. Fortes e invisiveis dedos que me elevaram ao céu e me jogaram no chão. Ouvi o grito agudo da fadinha e a risada distorcida do inimigo. Sai rolando até me chocar contra a parede de uma casa qualquer.

Tentei me apoiar nos cotovelos e mirei a Mistress 47 com a visão levemente embaçada. Limpei o sangue do canto da boca e, surpreendentemente, meu corpo estava inteiro, salvo alguns arranhões.

Me levantei, apanhando o Tact que caira ali perto. Iniciei uma corrida, apontando o Tact para a figura lilás, mas fui jogada novamente contra a casa.

- Acha que vai me derrotar, fraca desse jeito? - bradou a Mistress e sua voz distorcida.

Tentei me levantar uma segunda vez, mas a pancada havia sido muito forte. Podia ouvir a fadinha se desesperando num canto, a Mistress 47 se aproximando de outro.

Quando pensei que minha carreira de garota magica já havia chegado ao fim, percebi um borrão loiro a minha frente. Vi quando ela levantou o Tact e, após um jogo de luz, ele havia se transformado em um arco amarelo e branco. Posiciando o arco devidamente, as flechas pareciam se materializar nas mãos da loira, que as disparava como balas. Quatro delas, fincando os membros da Mistress em uma construção proxima.

Sem poder desviar, a loirinha girou o arco em suas mãos e ele voltou a sua forma original. Apontando-o para o alvo indefeso, segurando-o com as duas mãos, bradou:

- Lunar Forte Wave!

Uma onda em tons amarelos se originou da ponta do Tact. Parecia ser adornado com notas músicas e crescentes de lua. Era fofo, mas também parecia ser extremamente mortal. Atingiu bem em cheio no peito da Mistress. Houve um grito estridente e, como anteriormente com o Shadow, a Mistress se dispersou.

Fiquei boquiaberta. Seria que eu iria parecer incrivel daquele jeito, se tivesse dispersado a Mistress antes?

- Você está bem? - a garota se aproximou e me ofereceu sua mão. Assim que a toquei, houve uma rapida melodia e o traje dela pareceu se rasgar e virar um pó brilhante. Agora, ela trajava um vestido claro e florido e seus cabelos louros, que agora pude perceber que eram louros extremamente claros, estavam presos por duas maria-chiquinhas altas - Você sofreu um grande impacto, eu vi.

- Foi você que dispersou o Shadow também? - perguntei assim que me levantei, tirando o pó do vestido - Muito obrigada...

- Sorano. - ela disse - Sorano Tsuki.

A loura sorriu. Era indiscutivelmente bela. A pele era extremamente branca e os olhos esverdeados como uma esmeralda.

- Diorama! - gritou a fadinha, vindo ao meu encontro - Você está bem? Está machucada?

Vendo o desespero de Melody, decidi brincar um pouco.

- Se estar bem para você for ter varias lesões internas, então sim. - Melody colocou as mãozinhas nos labios para conter um grito - Calma. Era brincadeira.

Ela ralhou comigo e, enquanto isso, um ponto claro e brilhante voou até nós e pousou no ombro de Sorano-san. Se parecia muito com Melody, exceto o cabelo louro bem mais claro, um vestido esbranquiçado e os sapatinhos em tons de amarelo, que pareciam reluzir.

- Foram vocês que dispersaram o Shadow? - Melody se dirigiu às duas estranhas - Eu agradeço muito, mas esse era o treinamento da minha Diorama.

- Aquela era uma Mistress de Quarta Magnitude. - a outra fadinha respondeu, polidamente - Sua Diorama não estava em condições de entrar em batalha com o inimigo.

- Eu sei, mas...

- Escolha alvos mais facéis da proxima vez. Não podemos perder mais ninguém. - declarou. Melody acenou com a cabeça, quietamente - E peça para que ela volte a forma original.

- Diorama. - Melody me chamou - Apenas se concentre em como você estava, antes de se transformar. - pediu a fada, sem muita animação.

Fechei os olhos e, rapidamente, ouvi aquela mesma melodia. Eu estava novamente com as vestes do colegio, em perfeito estado.

Mirei meus braços e tateei o rosto. Ainda estava coberta de machucados. Me espantei.

- Algum problema? - perguntou Sorano-san. Sobressaltou-se, perguntando também - Ainda não disse teu nome.

- Esses ferimentos não costumam se curar, assim que voltamos ao normal? - perguntei, confusa - Ah... Me chamo Kuzuryuu Izuna.

- Eles se curariam, caso fossemos garotas magicas em algum anime. O que não somos. - ela frizou as últimas palavras - Você mora muito longe? Irei lhe levar até tua casa.

- Eu... Não faço ideia... - respondi. A polidez de Sorano-san estava me deixando, além de confusa, envergonhada.

- Não fica muito longe. - Melody respondeu por mim.

As duas loiras concordaram. Mirei o céu acinzentado e descobri pequenas rachaduras nele. Acabou rachando de fora a fora e, como uma veia, se seguiu por todo o céu. Quando pensei que ele fosse se desfazer em pedacinhos, como vidro quebrado, em cima de nós, houve um estrondo. Um estrondo baixo, e a dimensão restrita havia desaparecido. Estavamos paradas em frente ao sinal de pedestres, que havia ficado verde.

- Então, devemos ir? - perguntou Sorano-san, sorrindo


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui! ♥



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