Diorama Of Shining Hearts escrita por Return To Zero


Capítulo 3
Kiyomura Sakura, Parte I


Notas iniciais do capítulo

"Nada vai mudar até o amanhecer
Logo, tudo isso, vai desaparecer."



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Haviamos pego a primeira rua à esquerda. Cairia direto em minha casa.

- Então... Quer dizer que há outras iguais a mim? - perguntei

- Sim, sim. Somos muitas, espalhadas pelo mundo. Cada uma tem um nome e um poder especial, Kuzuryuu-kun.

Por que ela estava me chamando daquele jeito? Mal nos conheciamos e eu não sou um garoto!

- Unificamos nosso poder para proteger o Ryuugenchi.

- Mas... Estamos lutando aqui. Estamos protegendo a Terra. - retruquei.

- Ryuugenchi e a Terra são quase a mesma coisa. - a fadinha clara, que fiquei sabendo que se chama Luna, argumentou - São... Dimensões diferentes.

- Ficção cientifica agora? - brinquei e Luna bufou, nervosa.

Paramos em frente a porta cinzenta de minha casa. Os olhos esmeralda de Sorano-san se fincaram aos meus.

- Já que decidiu ser uma Diorama, espero que esteja ciente que você ainda é real. Você ainda pode morrer. - disse, com um pequeno sorriso que lhe aplicava um ar diabolico - Aconselho que desista. Não precisamos de Dioramas amedrontadas e, como Luna disse, não podemos perder mais ninguém.

Pisquei, levemente abalada. Como ela queria que eu não ficasse amedrontada após dizer aquilo?

- De qualquer forma, peço que pense na escolha que acabou de fazer. - eu assenti com a cabeça - Nos vemos algum dia, Kuzuryuu-kun.

- A-Até outro dia... Sorano-san...

Entrei em minha casa. Me abaixei para retirar os sapatos, mas descobri que não calçava nenhum. Subi as escadas enquanto minha mãe iniciava um sermão sobre eu ter chegado tão tarde. Provavelmente nem notou que eu estava toda machucada e descalça. O que foi bom, pois poderia pensar que eu havia me envolvido em algum tipo de briga.

O que não era totalmente errado.

- Como vou me curar disso? - perguntei, entre meu quarto e o banheiro, mostrando meus braços para à fada

- Hn... - ela gemeu, envergonhada - O corpo humano não se encarrega disso?

- Então, toda vez que eu sair pra lutar, vou voltar assim?

- Se não tomar cuidado, sim.

Gemi em protesto, jogando meu uniforme no cesto e ligando o chuveiro. A água escorreu por meu corpo, e senti a ardencia incomoda dos arranhões. Vesti o pijama e afofei os travesseiros logo em seguida.

- Alias... Onde você vai dormir? – perguntei

- Talvez eu não durma. Talvez eu fique vigiando. – ela respondeu – Você precisa descansar bem para amanhã, Kuzuryuu-san!

- Só Ryuu está bom... Eu acho...

Houve algum tempo de silencio. Eu fitava o chão, pensativa, repassando o dia de hoje.

- Sorano-san me pediu para pensar. – fiz uma pausa e continuei – Isso realmente é perigoso? – o sorriso da fada era impassivel e impenetravel – Eu estou correndo algum perigo de vida?

- As chances de você morrer, tanto como humana como garota magica, são as mesmas. – ela explicou, ainda sorrindo – As chances de algum carro te atropelar, ou de algum Shadow te matar são as mesmas. Viver é perigoso.

- E se tornar uma garota magica dobra esse perigo, não é?

- Apenas durma, Kuzu... – ela se deteve – Não, Ryuu. Apenas durma. Amanhã você tem escola, não?

Concordei e me enfiei embaixo das cobertas. Adormeci quase que imediatamente.

No outro dia, acordei cedo. Me sentia cansada e o corpo estava doendo. Encontrei Melody enrolada entre os lençois ao meu lado. Ela se espreguiçou e murmurou um “bom dia” enquanto eu vestia o uniforme sem tomar banho, temendo a ardencia.

Chequei o relogio, calcei meus sapatos e saí. Meu estomago estava embrulhando, então dispensei o café-da-manhã. Talvez seja um tipo de efeito colateral ou algo assim.

Como eu não estava muito atrasada aproveitei para caminhar sem pressa. Minhas pernas doiam, e os musculos pareciam estar duros. Tentei aproveitar a paisagem.

Era um belo cenario primaveril e, não só as flores de cerejeira flutuavam pelo ar, como algumas petalas amareladas que eu nunca tinha visto por ali. Uma delas pousou sobre a cabeça de Melody, qe estava distraída. A fada soltou um gritinho agudo, se debatendo, assustada. Depois retirou a petalada e bufou, com certa vergonha.

Ninguém parecia vê-la.

- Sua escola é legal? – ela perguntou, quando já estavamos proximas

- É normal, eu acho... Exceto que temos muitos bolsistas.

- É uma escola particular então?

- Sim, mas sua grande maioria são bolsistas. Os alunos que pagam usam um uniforme tradicional e particular.

A fadinha assentiu com a cabeça, parecendo pensativa. Senti o toque suave de uma pequena mão em meus ombros. Apostei ser Kiyomura Sakura.

- Bom dia, Ryuu-chan! – e eu acertei – Como vai o dragãozinho?

Ri e rugi em resposta. Ela fez uma expressão assustada. Caminhamos um pouco em silencio e, enquanto guardavamos nossos sapatos ela perguntou:

- A primeira aula hoje é de Japonês. Você fez o dever?

- Dever? Tinha dever para hoje?

- Oe, se você não fazer os deveres, de quem vou copiar? – choramingou

- Estamos com os papéis invertidos, você que está pagando. – comentei.

Subimos para nossas salas, e Melody nos seguiu.

Havia alguns alunos dispersos, e estavamos sem professor. Ignorei a bagunça e sentei-me em minha mesa, apanhando os cadernos. Melody sentou-se na cabeça do garoto que se senta à minha frente e pôs-se a me observar.

- O quê está fazendo? – perguntou após um tempo

- Dever.

- São só rabiscos.

- Eu sei. É uma velha tatica. – expliquei, pegando a borracha – Faço alguns rabiscos leves, depois apago. Assim o professor pensar que, ao menos, eu tentei. Se for com matematica, é só fazer uma conta qualquer e apagar.

A fadinha soltou uma gargalhada gostosa e eu também ri mas tive de me conter quando o garoto se virou bruscamente para trás e Melody se segurou em seus cabelos e mirou-me confusa.

Mais a frente, os outros alunos entraram apressados e se sentaram. Foram seguidos do diretor que anunciou:

- A senhorita Tanaka teve de se ausentar por hoje. A sua substituta...

Eu parei de ouvir desse momento em diante. A substituta era loura, com grandes olhos esmeralda e um vestido florido, azulado. Os cabelos presos em firmas maria-chiquinhas no alto da cabeça. Ela não era muito nova para lecionar?

Seu sorriso era calmo e sereno. Olhava para cada aluno presente, como se os examinasse. Quando seus olhos chegaram até mim, seu sorriso pareceu transmitir certa pena e eu franzi o cenho, confusa. Estreitei os olhos. Ao seu ombro, o brilho claro que a fada costuma emitir. Luna acenou para Melody que devolvou o aceno, animada.

- Elas estão preocupadas com você.

- O quê? – sussurrei, tentando não achar atenção

- Estão aqui para te vigiar. Elas sabem que aqui não existem alvos fracos. – Melody me olhou e algo em minha expressão a fez continuar – Assim como nós, as Mistresses se dividem e atacam lugares separados. Como um esquadrão. Elas são divididas por Magnitudes. E aqui, é um grande foco de Magnitudes Quatro e Cinco. – acenei com a cabeça, pensativa – E, a não ser que você mude de area, terá de treinar com Mistresses de Magnitude Quatro.

Gemi assustada, lembrando de como meu corpo estava doendo e de como os arranhões arderam sob a água e sabonete do banho.

Sorano-san passou algo no quadro negro e não se importou com o dever. A aula se passou, e ela agiu como uma professora normal. Passou alguns minutos sentada em sua mesa, escrevendo em alguns papéis e olhando para mim vez ou outra. Luna cochilou durante toda a aula, sobre alguns cadernos. Mas fôra apenas isso.

Os outros periodos se passaram normalmente. Pensei que Sorano-san me pediria para esperar na sala, ou me levaria até a cobertura da escola, e me falaria mais sobre esse estranho mundo que parecia me engolir cada vez mais, mas ela não estava em lugar algum para ser vista.

Segui Sakura-chan até a outra sala. A sala de sua outra amiga, Morino Ringo. Abrimos nossos bento e, após alguns breves comentarios sobre a comida senti minha cabeça latejar.

Como no outro dia, uma melodia. Algo bonito, mas que machucava. Bem no fundo da cabeça, uma voz que me pedia socorro de um modo tão belo.

- Se você não se transformar logo, vai ficar insuportavel. – Melody advertiu

Informei que iria ao banheiro e corri em disparada pelas escadas, até a cobertura da escola. Tinhamos uma bela visão de uma parte da cidade e, para minha surpresa, Sorano-san já estava lá.

Agora, pude analisar melhor seu traje. Era composto pelas cores branco e amarelo palido. Usava um vestido que se seguia justo desde abaixo de seus seios até sua cintura e formava uma saia até os joelhos, e que aparentava ser pesada. Uma blusa cobria a parte superior do corpo, e ficava por baixo do vestido. As mangas se seguiam pelos braços e, diferente de mim, seus dedos estavam à mostra. O broche se acomodava à um laço na blusa; uma coração branco adornado com um crescente cor da luz do luar e algumas notas músicais.

Ela se aproximou, andando de forma confiante sobre seus saltos escuros.

- Imaginei que viria, Kuzuryuu-kun. Ouviu a melodia também, não?

- Sim, eu ouvi.

- Melhor nos apressarmos. Alguém precisa de ajuda.

Assenti com a cabeça. Peguei o Melody Clock que estava em meu bolso, mesmo eu não me lembrando de tê-lo colocado lá. Examinei-o vagamente e apertei-o entre os meus dedos.

- Melody, Make me Up!

E a mesma sensação quente e o mesmo jogo de luz ao meu redor. Foi tudo rapido e, quando dei por mim, estava metida naquela roupa apertada e, mesmo assim, extremamente confortavel.

Saltamos rapidamente da cobertura em direção à rua, como se farejassemos aquele som.


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Notas finais do capítulo

Alias, por favor, criticas são bem vindas! ♥



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