Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 31
Capítulo Vinte e Nove


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que sumi por um tempo, mas é que juntou eu ter ficado sem tempo, com falta de criatividade e desanimo para continuar escrevendo....Então isso tudo misturado acabou no meu desaparecimento por um tempo, mas eu voltei :D



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CAPÍTULO VINTE E NOVE

Sai de casa dizendo para a Sarah que iria dar uma volta no shopping, é claro que ela desconfiou assim como estava desconfiando de tudo que eu estava fazendo, mas eu tinha que inventar algo, não podia dizer que iria no Bosque Lagoon sendo que aquele horário não tinha mais ninguém naquele local, e fora que ela não iria me deixar sair de casa.

Peguei um táxi e o nervosismo não me deixava, já fazia um tempinho desde o último papel voando aparecer e eu meio que esperava aparecer aquele ser estranho que apareceu na última vez, ele era bem sinistro e eu não confiava muito nele, pra falar a verdade, eu não confiava em mais ninguém, depois do Jonh querer me matar, qualquer outro eu desconfiaria fazer isso, até o próprio Daniel.

O homem do táxi achou estranho eu querer ir para aquela lagoa naquele horário e me advertiu a ter cuidado, e isso me fez lembrar mais ainda daquela primeira vez que tinha ido até ali por causa das pistas juntadas.

Sai do carro e segui por aquele caminho familiar e que causava-me certos arrepios, as luzes dos postes espalhados pelo bosque ainda permaneciam fracas e algumas apagadas e ameaçavam apagar-se a qualquer momento. Só o pensamento de ficar naquele bosque todo escuro e sem nada para me guiar me fez ficar mais assustada e apertar mais o passo para chegar logo onde tinha que estar.

O tempo estava quente e aquela blusa de gola de mangas compridas e a calça jeans estavam me deixando com calor, mas não queria que me perguntassem nada em relação aos cortes, não queria que soubessem que o Jonh me atacou, de alguma forma ele parecia querer matar só a mim como se fosse um tipo de prêmio especial, então eu não queria enfiar os outros no que me diz respeito e acabar colocando-os em perigo, mais do que já estamos.

Quando cheguei na parte da lagoa, vi que tinha uma pessoa sentada embaixo de uma árvore e uma enorme claridade iluminava seu rosto. Era o Louis, ele estava com uma das palmas das mãos levantadas e dela saia labaredas de fogo.

Fiquei com um pouco de receio de me aproximar do Louis e ele se assustar e acabar jogando aquele fogo em mim, então enquanto estava a alguns metros de distância comecei a fazer barulho pisando em galhos, assim ele se virou rapidamente para o lado e notou que era eu chegando.

– Oi, Eloísa.

– Oi, e eu ia perguntar o que você estava fazendo aqui, mas tenho quase certeza de que recebeu um bilhete misterioso o mandando vir aqui, acertei?

Isso já era previsível, eu já meio que sabia que iria encontrar os outros três aqui, mas parece que o Louis e eu eramos os únicos que tínhamos chegado.

– Isso aí, então como cheguei aqui e não tinha ninguém, resolvi brincar um pouco com o fogo. Sabe, eu gosto de fazer isso quando não tenho nada para fazer - ele respondeu dando de ombros e o fogo nas suas mãos ainda estavam ali, o Louis conseguia fazer formas com o fogo não sei como.

Me sentei na grama, que já estava meio alta, ao lado do Louis mas mantendo uma certa distância, não estava afim de adquirir uma queimadura para junta-las aos meus arranhões.

– Como você consegue controlar isso? Tipo, o fogo sai do nada das suas mãos? Eu sei que controlo a água, mas não sei como fazer isso então estou ferrada se tiver que me defender - disse sorrindo.

– Na primeira vez que isso aconteceu eu quase taquei fogo na casa toda, eu estava um tanto furioso aí o fogo surgiu nas minhas mãos e eu me assustei achando que iria me queimar e comecei a sacudir as mãos fazendo o fogo se espalhar nas cortinas e nos sofás. Depois desse dia eu comecei a me ligar mais nisso, acabei descobrindo que quando eu me enfurecia o fogo surgiar nas minhas mãos. Mas não é só isso que descobri, soube que aprendendo me concentrar bem no que queria eu conseguia controlar o elemento. Você também pode conseguir, quer ver?

Eu olhei para cara dele sem entender nada e ele disse:

– Junte as mãos em formato de concha e pegue um pouco da água da lagoa.

Eu olhei para a lagoa e aquela água não me parecia muito limpa e vai que tivesse um peixe ali que arrancasse minhas mãos? Nunca se sabe o que pode conter numa lagoa de noite...

– Essa lagoa não me parece muito limpa - falei.

– Para de frescura, só um pouquinho dessa água não vai te matar - ele disse rindo.

Respirei fundo e enfiei minhas mãos na lagoa fazendo como ele disse.

– Ok, agora se concentre nessa água que está nas suas mãos, mas por favor, só nessa das suas mãos, acho que não queremos um tsunami numa lagoa - ele riu.

De novo esse negócio de se concentrar, parece que eu só vou continuar vivendo se conseguir me concentrar.

– Feche os olhos e pense nessa água que está nas suas mãos, pense em algum formato que você queria que ela adquirisse.

Eu teria que me concentrar antes que aquela água escorresse pelas minhas mãos e eu não queria enfiar minhas mãos naquela lagoa de novo, então fiz o que ele mandou. Pensei só naquele líquido e me admirei com a rapidez que consegui limpar minha mente, parece que eu já estava ficando boa naquilo.

– Você está indo muito bem, Eloísa, pode abrir os olhos.

Abri os olhos e olhei para minhas mãos e flutuando um pouco acima delas estavam algumas bolhas de água. Não era o que eu estava pensando - eu pensei quadrados - mas para uma principiante pelo menos consegui fazer algo e confesso que fiquei um pouco admirada com o que podia fazer. Queria saber se eu podia fazer a água surgir do nada nas minhas mãos também, mas quando ia perguntar isso uma voz estridente surgiu.

– Nossa, parece que a Eloísa quer todos para ela mesmo.

As bolhas de água cairam da minha mão bem na minha calça fazendo-a ficar molhada, ainda bem que ela era preta, então não ficava tão ridículo parecendo que eu não tinha conseguido chegar até o banheiro.

Olhei para cima e encontrei a Adélia. Ela estava vestindo um vestido roxo com rendas, mas nada tão curto como usava antes, e seus sapatos eram sapatilhas, o que eu achei estranho já que aquela garota não usava coisas sem salto. Eu ainda não peguntei para o Louis o que ele conversou com a Adélia, tinha em mente fazer isso mas não deu tempo.

– Para de ciúmes, Adélia. O Louis só estava me ensinando a controlar a água.

– Não estou com ciúmes - ela respondeu cruzando os braços.

Me levantei ficando de pé e o Louis fez o mesmo, só faltava o Daniel chegar para vermos o que nos esperava e pra falar a verdade eu não estava muito afim de ver ele, mas fazer o que se ele faz parte do nosso grupo?

– Bom, parece que agora só falta o Daniel - o Louis disse - Espero que ele não demore, esse bosque é um pouco estranho para ficarmos aqui muito tempo.

– Eu espero que a Eloísa não tenha feito nada para o Daniel não querer aparecer por aqui.

– O que e tenho a ver com isso?

– Ei, não quero que comecem a discutir - o Louis disse.

A Adélia bufou e foi para o lado do Louis apoiando o braço esquerdo no seu ombro. Para alguém que se conheceu a pouco tempo eles pareciam bem próximos e eu meio que me senti sobrando ali. Me encostei na árvore e fiquei olhando em direção ao bosque enquanto observava um esquilo correndo para detrás de um arbusto.

Depois de alguns minutos, em que o Louis e a Adélia conversavam algo entre eles e eu ficava encostada na árvore sem nada para fazer, enfim avistei uma pessoa vindo em direção a lagoa. Era o Daniel, ele estava com aquele mesmo boné da primeira vez em que nos encontramos naquele mesmo local, isso me fez recordar mais ainda aquele dia que não foi muito legal.

– Parece que fui o último a chegar - ele disse.

– Eu acho que olhar o relógio de vez em quando é bom - reclamei, não aguentava mais ficar ali sem nada pra fazer.

– Eu tinha algumas coisas para fazer antes de vir para cá, mas isso não importa. Então, o que estamos fazendo aqui?

O Louis e a Adélia se deram conta que o Daniel tinha chegado e saíram de alguma conversa importante que estavam tendo para irem para nosso lado.

– Não sabemos, deve ser aquele ser esquisitão de olhos vermelhos que apareceu naquele dia para nós - a Adélia disse dando de ombros - Eu só quero saber da minha esfera e acho bom ele saber onde está.

– Se ele não souber você vai fazer o quê? Atacar ele? - perguntei rindo.

– Talvez - ela respondeu séria.

– Só acho que você não ia conseguir e...

Fui interrompida por um forte vento que surgiu igual daquela outra vez, a poeira levantada era muita e não dava para deixar os olhos abertos, tivemos que fincar bem os pés no chão e segurar numa árvore para não sermos carregados por aquele vento.

Assim como surgiu do nada, o vento parou. Parado na nossa frente tinha uma pessoa de capa, estava com a cabeça abaixada de uma forma que não dava para ver seu rosto e eu não entendia o por quê daquilo se já tínhamos visto ele antes.

De alguma forma ficar ali no meio do nada com aquele ser estranho ainda me assustava e eu sem me dá conta estava apertando o braço do Daniel e ele me disse algo como "Calma, Eloísa" e isso me deu uma sensação de déjà-vu da primeira vez que estávamos ali e que aconteceu a mesma coisa.

– Olha só, você já fez sua entradinha triunfal e, acredite, eu sei fazer a mesma coisa com o vento...mas enfim, eu quero a minha esfera e não vem me dizer que não sabe de nada que eu sei que você sabe, ok?! - a Adélia disse dando um passo a frente, mas o Louis segurou seu braço impedindo-a de andar mais.

Aquele ser deu uma risada que fez gelar a espinha, mas não se parecia com aquela risada gutural do ser de olhos vermelhos da outra vez, ainda era assustador sim, mas era algo mais...humano?

– Você é corajosa, Adélia, mas sinto lhe dizer que não terá sua esfera assim como nenhum de vocês terão - a voz disse e não era mesmo a voz daquele ser que vimos naquela outra vez, era uma voz de homem diferente...

Percebi que os outros também notaram a diferença, senti os músculos do braço do Daniel se tensionarem um pouco e ele me empurrar para trás. A Adélia deu alguns passos para trás. O Louis não estava conosco na outra vez, mas ele notou que ficamos mais estranhos e foi para trás também, mas notei que andar para trás não ia dar em muita coisa, até porque era uma lagoa ali e bem funda, ou seja, estávamos ferrados.

– O que você quer dizer com isso? - o Daniel perguntou.

– Simples, não estão mais com vocês as esferas - a pessoa disse.

Eu procurei a esfera no bolso da minha calça e ela realmente não estava lá e pela cara do Louis e do Daniel as esferas deles também não estavam.

– Co-como você fez isso? - perguntei.

– Digamos que eu tenho meus segredos.

A pessoa levantou a cabeça e tirou o capuz de sua cabeça e como já esperava, não era aquele ser da outra vez. Era um homem, ele era bem alto, tinha a cabeça raspada e no lado direito de seu rosto tinha uma tatuagem meio tribal que descia pelo seu pescoço, os olhos dele eram de um tom meio amarelado e transmitiam algo selvagem. Nunca o tinha visto na minha vida.

– Quem é você? - o Louis perguntou.

– Alguém que simplesmente quer a morte de vocês, e nossa, como são tolos, foi tão fácil faze-los vir aqui - ele respondeu com um sorriso no rosto.

Movimentos vindo das árvores me chamaram a atenção e ao virar para lá, um imenso terror me percorreu. Tinham seres de capa por toda parte, ele surgiam de todos os lugares e nos cercavam. Não tinha escapatória, ou tentávamos nadar pela lagoa e morríamos afogados ou ficavámos parados ali. Não tinha muita opção, e depois de um leve aceno de cabeça daquele homem parado na nossa frente, os seres de capa vieram todos na nossa direção correndo.


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Notas finais do capítulo

Aaahh, obrigada pela recomendação Strange Girl :)
Reviews???