Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 30
Capítulo Vinte e Oito


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um capítulo e eu atrasada como sempre rsrs



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CAPÍTULO VINTE E OITO

Depois de um bom tempo dentro do carro e pegando um longo engarrafamento, enfim eu tinha chegado em casa, o Daniel deixou primeiro a Adélia na casa dela e depois levou o Louis para uma casa de uns parente que ele tinha na cidade, é claro que eles estranharam a vinda repentina dele, mas ele inventou uma boa história que deu certo. Parece que o Louis é bom de convencer as pessoas a algo, até porque ele conseguiu convencer a Adélia a me pedir desculpas, o que era algo inimaginável, bom, até aquele dia.

Já estava pronta para descer do carro e ir para dentro da minha residência e receber um monte de olhares acusadores na minha direção perguntando o motivo de eu do nada ter passado uns dias fora, quando o Daniel segurou meu pulso impedindo minha saída.

– Acho que temos que conversar - ele disse com o olhar sério.

Eu realmente não queria ter que conversar com ele e mesmo sem eu querer meu rosto ficou vermelho, tentei abrir a porta do carro, mas ela estava trancada como eu já imaginava.

– Eu não tenho tempo de conversar, me deixa sair do carro.

– Por que está fugindo, Eloísa? - ele perguntou com uma ar divertido e pude perceber que ele tinha um pequeno sorriso nos lábios, o que me fez ficar com raiva dele, até porque ele sabia que eu não queria ter aquela conversa com ele.

Tirei a mão dele do meu pulso, me recostei no banco e cruzei os braços enquanto olhava para a frente, eu podia encarar tudo, menos os olhos dele.

– Fala logo o que você quer falar, já que eu não tenho a opção de sair mesmo - resmunguei.

O Daniel se ajeitou no banco do motorista virando-se em minha direção no banco passageiro mesmo eu não estando nem olhando para ele.

– Quero falar sobre nós e...

– Ei, não existe nós, da onde você tirou isso? - disse interrompendo qualquer outra coisa que ele fosse dizer - Daniel, entenda que o que aconteceu no parque foi só um momento de fraqueza minha, eu estava meio desesperada e me sentindo sozinha...e foi só isso.

Eu queria fugir daquele assunto a todo custo e eu pensei que tivesse conseguido isso, só que não foi o que aconteceu, lá estava eu encurralada e sem saída, será que se eu gritasse que estava sendo sequestrada alguém me ajudaria a sair dali? Não, era melhor não, não queria causar balbúrdia e encrencar o Daniel mesmo ele sendo um chato me mantendo presa ali contra a minha vontade.

– Ah é? Então quero que você diga que...que não sentiu nada quando nos beijamos, mas quero que diga isso olhando nos meus olhos e não para qualquer outro lugar.

– Dá para parar de ser inconveniente e me deixar sair desse carro? E não, eu não senti nada quando nos beijamos. Satisfeito?

– Não, eu não estou - o Daniel pegou meu rosto com as mãos e virou ele na direção do seu impedindo-me de olhar para outro lugar - Diga que não sente nada por mim olhando para os meus olhos agora.

Eu não queria ter que encarar aqueles olhos que estavam azuis e lindos naquele momento e dizer coisas das quais nem eu mesma conseguia por para fora. Era difícil definir o que eu sentia por ele, eram sentimentos confusos e um turbilhão de coisas passavam pela minha cabeça e as palavras ficaram presas na minha garganta e eu não conseguia dizer nada. Desviei o olhar do dele ainda me sentindo uma covarde por não ter tido coragem de dizer só uma mentirinha de que eu não senti nada quando o beijei.

– Viu? Você não tem coragem de dizer porque não gosta de expor seus sentimentos, mas eu sei que no fundo você sente algo por mim...

O Daniel puxou meu rosto para mais próximo do seu e já ia me beijar quando ouvir maior barulhão de alguém batendo na janela do carro. Pulei de susto quase batendo com a cabeça no teto. Olhei para a janela e vi a Sophie parada com os braços cruzados.

O Daniel enfim abriu a porta e eu não perdi tempo para sair daquele carro.

– Ah, parece que a sumida apareceu! - a Sophie disse.

– Como se você tivesse se importado com meu breve sumiço.

– Eu não, mas a Sarah perturbou falando que era para ligar para a polícia e tal. E então, como foi sua aventura sexual com seu namoradinho? - ela perguntou com um risinho no rosto.

– Em primeiro lugar, ele não é meu namorado, em segundo lugar, não parti em aventura sexual nenhum e em terceiro, mesmo se tivesse partido isso não seria da sua conta.

A Sophie passou por mim e se pendurou na janela do lado do motorista mexendo no cabelo e jogando todo seu charme para o Daniel.

– Então, como não é namorado da Eloísa, humm...tem WhatsApp? - ela perguntou.

Revirei os olhos e sai dali indo enfim para minha casa, estava precisando de um bom descanso e uma boa hidratação no meu cabelo porque ele estava horrível, e claro, tirar aquele cheiro de praia que tinha entranhado nas minhas roupas.

Fiz uma programação na minha cabeça sobre o que faria, mas quando abri a porta de casa toda minha programação foi mudada por conta de uma pessoa que se encontrava parada no centro da sala.

Era o Jonh.

Eu fiquei meio que sem reação, não sabia se voltava pela porta que tinha entrado, se corria para o meu quarto, ou se começava a gritar, mas não tive a chance de fazer nenhuma dessas coisas, porque ele se virou para mim e deu um sorriso que a pouco tempo fazia eu ficar toda derretida.

– Oi, Eloísa, como vai?

Eu ainda estava estatelada no meio do caminho e com os olhos arregalados, ainda era difícil acreditar que ele pudesse ser um herhegrino, parecia ser alguém bem amável e conseguia esconder bem seu lado assassino.

– Está assustada com algo? - ele perguntou enquanto andava na minha direção e cada passo dele parecia mais ameaçador.

Cada passo dele para mais próximo de mim era um passo meu para trás, parecia até brincadeira de criança.

– Eu não quero falar com você. Fica longe de mim, ok?

– Por que? O que eu fiz?

Seu olhar era tão sínico que eu já desconfiava que ele sabia que eu sabia sobre ele e isso tornava as coisas piores ainda.

– Eu ainda não acredito que eu pude gostar de você, esse tempo todo você só estava me enganando, estava querendo me matar e nossa tenho que admitir que você fez um ótimo personagem. Agora chega, essa sua carinha de santo não me atinge mais, eu não o quero mais próximo de mim!

O Jonh chegou tão rápido perto de mim que nem tive tempo de tentar correr, quando menos esperava suas mãos já estavam envolta do meu pescoço enquanto eu estava pressionada na parede, eu tentava tirar as mãos dele de mim mas não conseguia. Aquela agonia de ficar sem ar já estava me atingindo e meus pulmões doíam.

– Parece que você descobriu, ponto para você, gracinha - ele tinha um sorriso debochado no rosto que me deixava com mais raiva ainda dele.

Eu não podia desistir tão fácil assim, juntei o máximo de força que conseguia naquele estado e dei um chute bem forte no meio das pernas do Jonh pegando ele de surpresa e fazendo-o automaticamente soltar as mãos do meu pescoço o que deu uma brecha para eu sair dali.

Estava correndo em direção a porta e já estava quase lá quando senti uma mão agarrar meu tornozelo fazendo-me cair no chão. O Jonh começou a me arrastar pela sala e me jogou no sofá prendendo-me ali com o peso do seu corpo sobre o meu.

Ele era pesado e eu não conseguia me mover direito, já estava pronta para gritar quando uma fita foi colocada na minha boca.

– Menina espertinha, achou mesmo que conseguiria me derrubar? - ele deu uma risada desnecessária - Não é qualquer coisa que me atinge. Agora eu tenho algo bem especial para você.

Ele tirou do cinto uma faca, ela era diferente das normais, seu cabo era meio dourado com detalhes em vermelho e ela parecia ser bem mais mortífera do que um simples faca de uso comum.

Comecei a me debater desesperadamente, mas nada consegui fazer.

– O que você acha que a Morgana ia dizer ao ver o sofá branquinho que ela tanto presa manchado com sague? Nossa, eu daria tudo para ver essa cena, mas não poderia ficar para ver. Confesso que você é bem atraente, Eloísa, e que será um pena ter que me desfazer de alguém como você, mas bom, esse é o meu trabalho.

Ele deu de ombros e já ia estender a faca para me matar quando por um segundo eu consegui tirar meus braços de trás de mim e esse um segundo foi o suficiente para eu conseguir pegar a primeira coisa que tinha perto de mim, que por sinal era uma das estátuas de prata da Morgana, e bati com toda minha força na cabeça do Jonh fazendo-o cair inconsciente no chão.

Eu me levantei assustada tirando a fita da minha boca e sem saber se ele estava vivo ou morto, quando ouvi a porta da frente se abrir e a Sophie entrar. Ela olhou para aquela cena horrorizada e correu em direção ao Jonh sacudindo ele.

– O que você fez sua doida?

– Eu...eu não fiz nada - eu ainda estava com a estátua na mão o que fazia o que eu disse parecer mentira - Foi ele, ele tentou me matar!

– Deixa de ser maluca, garota, como ele tentou te matar? Está surtando?

– Mas ele tem uma faca e... - olhei para onde o Jonh estava caído e notei que a faca simplesmente tinha sumido, não estava em parte nenhuma.

Eu não tinha o que dizer para me defender, só não queria ficar mais ali. Subi correndo para o meu quarto e me tranquei lá, não queria permanecer naquela casa quando o Jonh acordasse, mas não tinha mais lugar nenhum em que pudesse ir.

Estava pensando para qualquer lugar que pudesse ir, até cogitei a hipótese de ir na casa da minha vizinha fofoqueira e cheia de gatos, quando ouvi um barulho de carro saindo da garagem e vi que a Sophie tinha saído e levado o Jonh no banco de trás, provavelmente para algum hospital. Isso fez eu ficar mais aliviada, mas não muito até porque por pouco eu não morri e pelas mãos de um cara que um dia eu gostei.

Me joguei na cama, precisava descansar um pouco.

~~ Os Quatro Símbolos ~~

Senti alguém me sacudindo e abri os olhos me levantando em um sobressalto procurando qualquer coisa que pudesse me defender, até que olhei para o lado e vi que era só a Sarah. Assim que me sentei ela me deu um abraço super apertado, fazendo-me ficar sem ar e me lembrar do que aconteceu com o Jonh.

– Quem bom que você voltou, estava preocupada! Por onde andou, Elô? Não faça mais isso.

Ela me soltou do abraço e eu pude respirar novamente, olhei para o relógio e ele marcava seis e meia, eu nem tinha me dado conta que tinha pegado no sono, o tempo lá fora estava quase todo escurecido.

– Eu só estava... - não conseguia pensar em nada coerente que pudesse servir de mentira para onde eu tinha ido, era péssima com mentiras - Humm, eu fui para Denvallu com alguns amigos.

O que eu disse não era mentira, eu realmente tinha ido para lá, só que não porque eu quis.

– O que te deu de ir para lá assim do nada?

– Não foi do nada, só estava querendo me divertir um pouco.

– Só não faça isso de novo, está bem?

– Ok, não farei.

Quando a Sarah saiu do meu quarto, fui tomar um banho e me surpreendi com o ardor que aqueles arranhões que adquiri mais cedo causavam, eu nem tinha me dado conta que tinha me arranhando e fora as marcas de dedos no meu pescoço que estavam bem visíveis, sorte que consegui esconder da Sarah senão seria uma enxurrada de perguntas.

Troquei de roupa colocando uma blusa de gola mesmo o tempo estando quente, mas era melhor do que ter que aturar peguntas.

Já estava quase saindo do quarto, quando um vento forte surgiu fazendo as cortinas balançarem e um pedaço de papel entrar voando para dentro do meu aposento.

Me aproximei da cama e peguei o papel que eu já conhecia a textura e nele estava escrito: Bosque Lagoon, 7:30 pm.

Bom, parece que eu teria que voltar novamente para o lugar onde tudo começou...


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Notas finais do capítulo

Até :)