Count On Me escrita por Anee Scarlet


Capítulo 2
Capítulo 2: Missão Cumprida


Notas iniciais do capítulo

Gomen minna! Eu demorei muito pra postar esse capítulo, mas espero que a espera valha a pena, porque ele aumentou muito mais do que eu pretendia. Por isso, aproveitem e espero que gostem!Boa leitura!



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–Estou pronta. Erza? –Anny disse enquanto terminava de fazer seu rabo-de-cavalo.

–Pronta. Só não encontro a minha espada... –Erza disse. Havia deixado sua espada em algum lugar e agora não conseguia mais achá-la.

–Diz essa aqui? –Liron chegou com a espada que Erza procurava em mãos. –Estava em baixo da cama da minha irmã. –Erza corou por ter deixado sua espada em um lugar onde apenas os bagunceiros seriam capazes de deixar algo e esquecê-lo lá.

–Desculpe... –ela pegou a espada, meio sem jeito. –Ela deve ter caído. Ou...

–Erza! –a “loira” a interrompeu. –Isso não é coisa de bagunceira. Eu já não te disse que é a coisa mais normal do mundo?

–Já... Enfim, nós temos que ir agora. Já está quase na hora, certo, Liron? –a ruiva se dirigiu ao cliente.

–Certo. Bem, boa sorte... –ele disse meio nervoso.

–Obrigada. –as duas disseram em uníssono e saíram da casa.

–Sigam o mapa e vocês chegarão à toca do monstro. Novamente, boa sorte! –Liron despediu-se.

Muito bem. Hora de acabar de vez com a farra do pervertido e resgatar a Lucy! –Anny pensou.

...

Meia hora depois as duas magas já estavam quase chegando à toca. Precisaram passar pelos arredores da vila, passar por algumas trilhas e finalmente chegar à trilha principal, que é onde elas estão. O caminho era íngreme e apedrejado demais. A superfície era irregular e áspera.

–É logo em frente, Erza. Não podemos nos atrasar se não perderemos a possibilidade de pegá-lo quase sem poder. –a “loira” disse enquanto seguiam com cuidado pela trilha.

–Sim. Seria uma enorme desvantagem se perdêssemos tal chance. –Erza seguia com dificuldade pela trilha, quase tropeçando algumas vezes.

As garotas andavam com cuidado pela trilha e estavam quase chegando. Não podiam se atrasar, pois como demoraram a sair tinham que se apressar.

–Erza, você consegue me acompanhar, certo? –disse a “loira” percebendo que sua ‘irmã’ estava ficando para trás.

–Claro. Estou ótima! –a ruiva disse, arfando.

–Tem certeza? –ela insistiu. Odiava ver a ‘irmã’ sofrer por qualquer coisa que fosse. Até mesmo uma simples trilha.

Erza já ia concordar, mas não viu que em seu caminho havia uma enorme e irregular pedra. A ruiva tropeçou, e caiu. Sua perna machucada bateu no chão íngreme e irregular, e consequentemente, ela se feriu. Anny se desesperou e correu para socorrer Erza. Devido a textura do chão, a perna da ruiva sangrava um pouco e ela arfava de dor. A ‘loira’ virou Erza para cima, de modo que o ferimento ficasse exposto, e segurou a ‘irmã’ com a mão direita.

–Erza! Aguente firme! Eu vou te curar, prometo! –dito isso a maga colocou a mão esquerda sobre o machucado e uma aura esverdeada cercou sua mão. O sinal de que, agora, Anny estava curando-a.

–Mas nós vamos nos atrasar. –a ruiva disse, já sentindo o alívio pela ausência da dor.

–Que se dane. Eu nunca poderia te deixar com a perna, que já estava ferida, ainda mais ferida! Além disso, eu não poderia lutar sem você. –ela sorriu e a ruiva retribuiu o sorriso.

Depois que Erza teve sua perna curada, pôde seguir em frente. Elas, de fato, se atrasaram um pouco, e torciam para que aquele atraso não fizesse diferença. Estavam ambas seguindo em frente.

Pouco tempo depois, as duas finalmente chegaram à toca. Era uma enorme cratera aberta na parede de uma enorme rocha, que se encontrava junta com outras, o que completava a toca. Não dava para enxergar nada por dentro, devido à escuridão. O fato de ser quase noite não ajudava na arte de enxergar no escuro. O lugar estava calmo. Ou quase. O único som que era permitido ser ouvido era o ronco do monstro.

–Ótimo! O pervertido ronca! –Anny reclamou. –Eu odeio roncos!

–Por isso que você bate no Natsu às vezes? –a ficha caiu para Erza.

–E você achava que fosse por quê? –ela riu.

–Bem. Algum som além do ronco, senhorita audição-felina? –a ruiva perguntou, zombando dela.

–Há, há! Engraçadinha. E, sim, posso ouvir alguns choros de desespero e preces das que pedem ajuda. De fato é algo triste de se ouvir. Mas não estamos aqui para ouvir drama. E sim para acabar com ele. –ela bateu o punho esquerdo na palma da mão direita, exatamente como Natsu faz em algumas vezes.

Anny entrou na frente, já que podia enxergar no escuro. Erza ia atrás dela, com sua mão em cima do ombro esquerdo da ‘irmã’.

–Erza. –sussurrou ela, bem baixinho. –O cheiro da Lucy está maior aqui.

–Então ela está aqui com certeza. –a ruiva sussurrou de volta.

–Tome cuidado, sim?-Anny sussurrou alertando-a.

Elas andaram um pouco e deram de cara com um monstro do tamanho de um gigante dormindo na mesma posição que um bebê. Ele era verde-musgo com manchas amarelas escuras. Tinha a face de um boi deformado e enormes chifres irregulares com os formatos indefinidos. No lugar de seus pés se encontravam cascos imundos cheios de musgo, e suas mãos eram desproporcionalmente maiores em relação ao corpo. No lugar das unhas, ele possuía enormes e grossas garras. Dois dos dentes inferiores saíam de sua boca.

Ambas, Erza e Anny ficaram paralisadas pela tamanha feiura do monstro.

–Erza, Anny! –uma voz soou quase como um sussurro.

–Lucy! –as magas disseram em uníssono, mas taparam as próprias bocas ao ver o monstro se remexer.

Elas correram até a amiga, quase tropeçando algumas vezes. Quando chegaram, cada uma abraçou Lucy e depois Anny desamarrou a maga estelar. Ela abraçou a maga forte, como forma de gratidão. Erza olhou em volta e viu várias garotas dentro de uma enorme jaula, que ficava junto da caverna, fitando-as.

–Quem são vocês? –uma delas gritou. Anny se desesperou e aproximou-se delas.

–Por favor, não gritem! Estamos aqui para resgatar vocês. –a maga sorriu.

–Ninguém pode derrotar o monstro! –outra garota gritou.

–Sim! Nem mesmo magos!- outra também gritou.

–Ele é forte demais!-uma garota ao fundo gritou.

–Parem de gritar! –Erza tentou acalmá-las sem gritar ou falar alto.

–Somos Titania e Adamantine. –Anny tentou, mas não teve sucesso. Enfim, perdeu a paciência e sem querer falou alto demais. –Vamos salvar todas vocês, ouviram?

Nenhumas das três magas viram ou ouviram o monstro acordar, devido à gritaria e se levantar e ficar atrás das magas.

–Vai salvar quem? –a voz áspera do monstro assustou as três magas, que olharam espantadas para ele. –Magas de araque. Querem roubar a minha maga loira linda?

–Eu não sou sua! –Lucy gritou. –E você não tem direito nenhum de me chamar de “maga loira linda”, seu nojento!

–Calada, sua inútil! –dito isso o monstro chutou Lucy, que bateu nas grades da jaula.

–Lucy. –ambas Anny e Erza gritaram desesperadas.

–Anny... Erza... Cof!-Lucy disse, tossindo e arfando. –Minhas chaves...

–Erza, as chaves da Lucy! Ache-as! Eu vou curá-la e enfrentar o pervertido! –a maga disse.

Erza assentiu em silêncio e correu para o fundo da toca. O monstro tentou acertá-la várias vezes, mas ela conseguiu desviar. A maga estelar estava sendo curada enquanto o monstro inutilmente tentava acertar Erza. Depois que ela se afastou, o pervertido tentou ir atrás, mas teve sua atenção desviada por Anny, que o chamou de balde de vômito. Ele enfureceu-se e começou a dar golpes seguidos, que foram bloqueados por uma barreira invisível criada por Anny.

–Lucy, é o seguinte: eu vou distraí-lo enquanto você procura a Erza. Ela provavelmente estará com suas chaves. Pelo visto você está sem o seu chicote mágico. Ela deve estar com ele também. Quando eu gritar três, você vai. Entendido?-ela sussurrou para a loira.

Lucy assentiu em silêncio. A maga deixou a loira atrás de si e desfez a barreira. O monstro tentou socá-la, mas ela o bloqueou com a mão esquerda. Ele surpreendeu-se e abriu uma brecha, a qual foi percebida por Anny, que agarrou seu punho e jogou o gigante para o outro lado da toca. Quando ele caiu, ouviu-se um estrondo e poeira espalhou-se pelo ar, tapando a silhueta do pervertido.

–Um... –ela fitou o local onde o monstro caíra. –Dois...

Bem na hora de gritar três, ele saiu da poeira e pulou sobre a maga dos espíritos, mas a outra criou uma barreira de espadas na frente de Lucy, que ficou protegida. Quanto ao monstro, ele conseguiu desviar, mas ainda assim ganhou cinco cortes na barriga.

–Sua maldita! –exclamou ele. –Olha só! –ele analisou a maga guerreira. – Até que você tem belas coxas e uma bunda grande! –ele a comeu com os olhos.

–Seu nojento! –ela exclamou com o puro ódio nos olhos. Suas pupilas felinas pareciam fendas em duas esferas metálicas. O monstro estremeceu e ela partiu para cima dele, com uma enorme espada em mãos. –Como você consegue dormir a noite?

–Eu penso nas lindas garotas lindas e gostosas de minha maravilhosa coleção! E logo você se juntará a ela! –zombou.

–Seu monte de vômito! Hipócrita! Maldito! Regurgito de hiena! Pançudo! Gordo! Obeso! Cara de boi! Cara deformada! Sorriso de nojo! –ela começou a falar super mal dele. –Nunca uma garota dessas iria querer passar uma hora com você! Imagina uma noite de diversão? Você devia apodrecer nessa toca, seu nojento e burro! Mulherengo!

–Cale-se! –gritou ele, furioso. –Você não tem o direito de falar de mim!

–Ah, jura? Que tal eu falar da sua mãe? –provocou ela.

–Pode falar! Aproveite e chame-a de má criadora. –ele riu.

–Tudo bem! Sua mãe é uma má criadora! Só pode pra criar algo tão feio como você! –ela entendeu o truque dele e chamou a mãe dele da coisa mais ofensiva que lhe veio à cabeça.

–Argh! Você me irrita! –urrou e aplicou um soco duplo na maga, que reequipou um cetro com ramos de uma rosa enroscados nele. O pervertido continuou com os punhos no mesmo lugar.

–Espalhem-se, minhas flores! –dito esse comando, os ramos do cetro ganharam vida e, como cobras, foram até a base do cetro e espalharam-se pelo chão até chegarem às mãos do gigante, ainda imóveis. Sem precisar dizer nada, os ramos foram enroscando-se nas mãos dele até prenderem suas mãos no chão, indo e voltando do solo fazendo movimentos de uma agulha costurando tecido. Depois de prenderem as mãos, foram para os braços e fizeram a mesma coisa. Enquanto iam para a barriga, Anny começou a suar. Aquele golpe exigia bastante poder mágico por parte do usuário.

–Um... –ela analisou a situação. Ele pouco a pouco ia sendo preso ao solo. –Dois... –Agora ela tinha certeza de que podia gritar. –TRÊS!!! VAI LUCY!

Lucy não esperou nem um segundo a mais. Levantou e correu. Passou Por uma parte onde o monstro não poderia vê-la. Ela correu como se aquilo fosse decidir se ela viveria ou não. E, bem, isso é quase que verdade.

Lucy correu até não aguentar mais. Olhou para trás e percebeu que havia chegado bem longe. Decidiu seguir em frente caminhando ao invés de correr. Andou por um tempo e começou a ficar preocupada se estava perdida ou não.

~Anny e o monstro~

Ela segurava o cetro com força, pois se vacilasse os ramos se enfraqueceriam. Depois de ver ouvir Lucy partir e perceber o plano, o monstro pervertido ficou furioso e começou a se debater, o que dificultou as coisas para a maga guerreira.

–Você... Não vai... Pegar a Lucy! –ela redobrou a força com que segurava o cetro. -Seu maldito desgraçado!

–Calada! –ele urrou e se debateu ainda mais.

Ele se debateu ainda mais forte que antes, o que fez com que a maga vacilasse um pouco. Os ramos, por um curto período, enfraqueceram. Para a infelicidade de Anny, o monstro percebeu a fraqueza e redobrou a força, o que fez com que os ramos se partissem.

–Maldito pervertido! –ela gritou, indignada.

O monstro gargalhou e se preparou para atacar, mas a maga foi mais rápida, reequipou a Flight Armor com duas adagas que combinavam com a armadura, e atacou. O ataque foi tão rápido que ele nem pôde tentar bloquear. Ele urrou de dor e tentou atacar novamente, mas ela passou as adagas pelos braços e depois foi para as pernas do monstro. Na hora em que ela ia para a barriga, ele a pegou no ar e a lançou longe. Aquele golpe foi forte o suficiente para quebrar a armadura.

–Droga! Anoiteceu! –ela disse olhando para a saída. Lembrou-se do atraso que tiveram. A culpa não fora de Erza é claro. Ela nunca pensaria de tal forma. Mas parece que aquele curto período de tempo em que elas não seguiram em frente, implicou muito na batalha.

–Sim! Meus poderes voltam à noite! E você sabe quais são? Força redobrada. –ele sorriu e a socou ainda mais.

Ela parou de se mover por um instante, confundindo o monstro. Mas na verdade, ela só estava calculando como venceria a batalha. Estava formando uma estratégia que a ajudaria a derrotar o infeliz rapidamente, sem mais delongas.

Convencido de que ela estava sem defesas, foi tentar socá-la, mas seu soco foi bloqueado por algo: o escudo da armadura que dera origem ao seu nome de Adamantine, Adamantine Armor ou Hercules Armor.

–Como...? –ele tentou entender.

–Sério? Se minha mão pôde bloquear seu punho, essa armadura pode bloquear cem. –ela o encarou.

Frustrado, ele tentou vários golpes, mas o escudo da armadura bloqueava todos. Até que ela finalmente saiu da proteção do escudo e atacou com um chute no estômago do gigante. Ela pulou antes que caísse junto com ele, e, ainda no ar, virou-se e levou o punho direito para trás, pronta para dar um soco. Bem na hora de cair em cima daquela enorme barriga dele, ela deu um de seus mais fortes socos, o que fez com que o monstro cuspisse um pouco de sangue.

–Sua maldita! –ele a tirou de cima de sua barriga e a lançou longe.

Ela caiu do outro lado da toca, poucos metros a frente da jaula das mulheres, que nem ousavam se mexer ou gritar. Todas elas estavam tremendas de medo. A maga se levantou e já ia atacar, mas ele chutou-a e ela bateu nas grades da jaula.

–Pois bem. Você me deu um belo chute, hein? –ela falou, se levantando. A armadura ainda estava intacta. –Você é chato, hein? Vou ter que apelar?

–Apelar? Eu que vou apelar com você assim que te derrotar! –ele riu perversamente.

A garota começou a rir como se tivesse ouvido a coisa mais absurda do mundo. Ele começou a ficar furioso com a atitude dela. Ela parou de rir e o fitou com um olhar mortal. Reequipou a Heaven’s Wheel Armor e mais sessenta espadas. Todas apontadas somente para um alguém: o monstro pervertido.

–E-ei! Q-que brincadeira é essa? S-sessenta espadas? É muito, n-não? –ele começou a tremer e pedir perdão. Mas a guerreira sabia que ele só estava tentando enganá-la para que ela pudesse baixar a guarda.

–Você é nojento. Sempre enganando os outros, não é? No pedido dizia que você não era um monstro comum. Sim. Vários magos já vieram aqui te enfrentar, e todos morreram, não é? Onde você jogava as carcaças? Dava para os felinos que vinham aqui no período da noite, enquanto você caçava garotas, não é verdade? Segundo meus cálculos você enganou todos os magos que vieram aqui com seus pedidos de desculpas. E eles certamente foram muito idiotas ao acreditar em você. Mas eu sou diferente, sabia? Bem, vamos acabar com esse discurso barato, - ela olhou nos olhos dele com uma frieza inimaginável. - e acabar com isso!

Ela começou a correr em sua direção. Era rápida. Era forte. Era fria. Era insuperável. Não tinha piedade de matá-lo, principalmente depois de comprovar o que ele planejava fazer com Lucy. Sua fúria só aumentou depois daquilo. Mas ela havia sentido um cheiro diferente do de Lucy. O cheiro de um garoto que conhecera em Magnólia. O cheiro de um amigo de uma guilda pequena que visitava a cidade antes dos Grandes Jogos Mágicos. Ela pretendia conhecê-lo melhor depois que ela voltasse, mas ele já estava morto. Fazer amigos é um grande desafio para Anny, e aquilo chateou ela um pouco, mas ela já superou.

–P-pare! –ele começou a implorar. –Pare!!!

Ela não se abalou pela falsidade dele. Tudo o que pensava era em Lucy, nas garotas e nas vidas perdidas. Ela deu um salto um pouco antes de alcançá-lo, e deu o comando para as espadas:

–Dancem minhas espadas! Pentagram Sword!

~Lucy~

Lucy parou atônita, fitando Erza sendo engolida pouco a pouco por aquele horrendo monstro gelatinoso. A textura dele era igual à de vômito, porém roxa, e alguns tentáculos saíam de seu corpo para empurrar a vítima para dentro de seu corpo. Erza estava com a metade direita para fora e a metade esquerda dentro da estrutura gelatinosa e pegajosa do monstro.

–Lucy! –a ruiva gritou. –Pegue ao menos isso! –ela jogou o chicote mágico que Lucy ganhara em Edolas. Ele caiu bem aos pés da maga. –Desculpe, mas suas chaves estão na minha mão esquerda...

A loira disse que ela não precisava se preocupar e pegou o chicote. Pegou a base com sua mão direita e correu até a outra maga. O monstro parecendo se divertir com a ideia de outra vítima lançou vários tentáculos para capturá-la. Mas Lucy desviou da minoria e atacou a maioria com seu chicote.

–O que vai fazer? –perguntou a guerreira quando a maga estelar finalmente alcançou-a.

–Te tirar daí! –ela disse sorrindo confiante enquanto enfiava as mãos no monstro gelatinoso. Arrepiou-se, pois, além de gelatinoso e pegajoso, ele era frio e escorregadio. A maga lutou para não se enojar e amarrou o chicote na cintura da ruiva. –O.K. Vou te puxar agora, tá?

–O quê? –ela se espantou.

Lucy tirou as mãos do corpo do monstro e puxou o chicote, que, como estava amarrado à cintura de Erza, ela também ia sendo puxada para fora aos poucos. Mas os tentáculos insistiam em empurrar a ruiva para o corpo do monstro.

–Seu... Droga! Assim não dá para puxar Erza para fora. –ela foi tentar procurar suas chaves, mas elas estavam com a ruiva. –Erza! Tenta colocar o seu braço esquerdo para fora! Eu vou te puxar mais forte! Eu preciso pelo menos do Taurus! –gritou ela.

A loira puxava Erza com toda a força que tinha, até que o braço esquerdo dela se encontrou livre. A ruiva não perdeu mais tempo e jogou as chaves para a maga estelar, que as pegou ainda no ar.

–Obrigada, Erza! –Lucy piscou e pegou a chave do Touro. – Abra... A porta para o palácio do touro dourado TAURUS!

–Moooo! –Taurus aparece, mugindo, como sempre. Ele olha para Lucy e corações começam a rondá-lo. –Lucy, seus peitos estão ainda maiores e lindos!

–Taurus... Sem essa coisa de perversão agora. Por favor! –a loira disse colocando a mão na testa, como se estivesse com dor de cabeça. Depois que a cena de Taurus passou ela retirou a mão da testa e apontou para o monstro roxo. –Eu quero que você detenha os tentáculos dele com o seu machado enquanto eu puxo Erza para fora daquela coisa.

–Sim, Lucy! –o touro mugiu, retirou seu machado, correu em direção ao monstro e dissipou os tentáculos que empurravam a ruiva para dentro do monstro.

Lucy puxava a amiga com todas as suas forças, enquanto Taurus retirava os obstáculos do caminho. Porém, um dos tentáculos agarrou a perna de Lucy, fazendo-a cair no chão. Mas a maga não se rendeu e continuou puxando a ruiva para fora. E estava obtendo sucesso, até que os tentáculos começaram a arrastar a maga estelar.

–Taurus! –gritou ela.

–Não posso! Tem um monte dessas coisas me cercando. Ou eu acabo com essas ou eu acabou com as coisas da sua área e sua amiga não sai daqui! Desculpe!

–Tudo bem, Taurus! Continue seu trabalho aí. –ela procurou outra chave no molho e pegou a chave de Câncer. –Abra porta para o carangueijo, CANCER!

–Que corte de cabelo irá querer hoje, ebi?-o espírito dourado estelar de Câncer, Cancer, apareceu e cortou o ar.

–Não te chamei aqui pra isso! –ela gritou, se esforçando ainda mais para puxar a ruiva. –Me ajude com os tentáculos que me estão atrapalhando!

–É pra já, ebi! –dito isso, numa fração de segundo, Cancer eliminou todos os tentáculos que estavam perto de sua dona.

–Ótimo! –disse ela se levantando e puxando Erza com ainda mais força. –Quero ver empurrá-la para dentro sem tentáculos, seu gosmento! –Lucy o xingou e deu um último puxão.

Com aquele último puxão, a ruiva conseguiu sair do corpo do monstro. Ela caiu na frente do corpo gosmento, mas estava pálida e fraca. A loira deu o comando para Taurus de pegar a maga caída, e ele o executou. Enquanto carregava Erza para fora do alcance do monstro gosmento, Taurus se livrava de todos os tentáculos que tentavam impedi-lo, e com a ajuda de Cancer, fugir era uma tarefa fácil.

–Cancer, Taurus! Bom trabalho! A zona perto de mim está limpa!-Lucy sorriu orgulhosa de seus espíritos. –Taurus, leve Erza para a saída, onde provavelmente encontrarão Anny! Cancer, você está liberado. Eu cuidarei desse monstrengo aqui!

–Sim, Lucy! –Cancer e Taurus disseram em uníssono e depois Cancer desapareceu.

O touro começou a correr com Erza debaixo do braço esquerdo e o machado empunhado na mão direita. Depois que viu que os dois estavam fora da zona de alcance dos tentáculos, a loira invocou Aquarius, que com certeza cuidaria da gosma do monstro.

–O que você quer? –a azulada perguntou séria.

–Que tal ser mais gentil, Aquarius? –ela reclamou. –Enfim, preciso de sua ajuda para me livrar dele. –a loira apontou para a gosma roxa. –Só... Tenta não me levar junto, tá?

–Tsc! Não me subestime, Lucy. Se não quiser ser levada junto, deixe de implorar e se agarre a algo! –ela levantou o jarro e indicou uma rocha pontiaguda para a maga.

–Tá... –ela correu em direção à rocha e se agarrou com toda a força que lhe restava. –Estou pronta, Aquarius. Manda a ver! –a maga fechou os olhos com força, se agarrou ainda mais e prendeu a respiração.

Aquarius ergueu o jarro ainda mais e atacou. A água ocupou quase o espaço inteiro enquanto lavava a gosma do monstro roxo. Lucy quase foi levada algumas vezes, mas continuou agarrando forte a rocha, até que finalmente a correnteza a levou. Mas ela tinha seu chicote mágico, o qual ela fez com que se amarrasse a rocha e a segurasse. E assim ficou até que a água foi recolhida pelo espírito estelar.

–Bem, - a azulada disse sorrindo. - missão cumprida, Lucy. Pode me chamar quando quiser exceto semana que vem. Eu e o Scorpio vamos viajar.

–Combinado... –ela disse, torcendo o cabelo e depois indo para a saia. –Liberada. –dito isso Aquarius desapareceu, voltando para o mundo dos espíritos.

~Taurus e Erza~

Taurus não demorou a chegar à saída (ou seria entrada?) da toca, onde um enorme monstro cheio de sérios hematomas repousava talvez morto. Logo deduziu que Anny havia cuidado dele e a procurou, avisando que sua ‘irmã’ estava a salvo, se é que ela sabia que Erza havia estado em perigo, mas não achou sinal da maga.

–Taurus?...-a ruiva despertou. –Onde eu... Cadê a Lucy? Ué, que monstro deformado é esse no chão? Vai me dizer que...

–A Lucy me pediu para te trazer aqui, que é onde era para sua irmã estar, te esperado, mas eu não vejo sinal dela! Será que ela... No meio da luta foi... Muu! Pouco provável!

–Ah. Então foi mesmo ela que fez isso... Por que eu ainda me surpreendo, mesmo? –a ruiva disse com expressão calma e se lembrou da maga estelar. –E... E a Lucy?

–Está bem. Eu acho. Muu! –ele mugiu e pousou delicadamente a ruiva no chão.

–Hum... Até que você é cavalheiro, Taurus. –ela sorriu, zombando.

–Então eu posso pegar nos seus peitos? –ele sorriu enquanto corações saltavam de seus olhos.

–... Não.

~Lucy e o monstro de gelatina morto~

A maga estava orgulhosa de si por ter derrotado aquele monstrengo sozinha. Poderia trazer uma notícia da derrota de um poderoso monstro para a guilda. Estava realmente feliz com aquilo. Mas claro que o mérito da missão ia para aquelas que a aceitaram: Erza e Anny. Apesar de Anny ter cuidado do monstro principal.

–Lucy? –uma voz conhecida soou atrás dela.

–Anny? –assustou-se. Ela olhou para a maga em sua frente e mal pôde acreditar que levara susto com a amiga. –Achei que você estivesse na entrada. Ou saída. Sei lá!

–Pois é... Então Lucy... Você sobreviveu a esse monstro, é? –ela perguntou.

–Sim! E eu o derrotei sozinha, acredita? –a maga estelar disse orgulhosa.

–Achei que você morreria com aquela gosma! Bem... Paciência, não? Eu mesma te mato! –Anny sorriu diabolicamente e pegou a espada que estava presa ao seu cinto e ergueu acima da cabeça de Lucy.

–A-anny... É-é você mesma... Não é? –ela assustou-se com a atitude da amiga e tentou correr, mas a maga guerreira agarrou seus cabelos e a puxou de volta. –Me larga!

–Aonde pensa que vai? –sorriu.

Lucy! –uma voz gritou preocupada.

Uma garota pousou na sombra. Nem as duas magas conseguiram ver quem era. A garota avançou e atingiu a guerreira com uma espada, o que a fez soltar o cabelo de Lucy. Depois, pulou, deu uma cambalhota no ar e pousou ao lado da maga estelar. Ao lado de Lucy, deu para ver seu rosto, e, por mais incrível que pareça, era o rosto de Anny.

–Duas Annys? –a loira assustou-se.

–Não. –a Anny ao lado de Lucy disse. –Só uma. Ela é uma impostora!

–Quem diria que a garota que estou copiando apareceria aqui? –a impostora disse. Logo, ela se transformou em uma sombra com brilhantes olhos vermelhos. Apenas os olhos vermelhos. –Não importa. Eu irei acabar com as duas! –a sombra disse. Quando falava, aparecia uma boca, também vermelha.

–Vai sonhando, querida. –Anny invocou oitenta espadas. Vinte na frente da sombra, vinte atrás, vinte na esquerda e vinte na direita. –Eu estou com pressa, então quero acabar com isso logo.

–Eu sou uma sombra! Nada pode me derrotar! Nada! Suas espadas atravessarão meu corpo e logo depois, eu as matarei! –a sombra abriu um enorme sorriso vermelho.

Sem se importar com o fato de a sombra não poder ser atingida, a ‘loira’ atirou as espadas, que, como a sombra dissera, atravessaram o corpo negro. Sem se deixar abalar, a guerreira olhou a sombra de cima a baixo e sorriu como se tivesse a matado desde o primeiro golpe.

–Qual é a graça? Suas espadas atravessaram meu corpo, como eu disse. –zombou a sombra.

–A graça? A graça é que você é sombra. E o que derrota a sombra? –ela disse, ainda sorrindo. –Luz.

Anny dobrou seus joelhos, como se fosse se agachar, ergueu a mão direita a sua frente e a esquerda mais afastada com os dedos de ambas as mãos em posição de garra. Logo, suas unhas cresceram e ficaram um pouco pontudas e ainda mais afiadas, como as garras de um gato. A sombra zombou da maga, mas ainda assim estava tremendo de medo. As garras da maga começaram a brilhar intensamente.

–N-não! Pare! –a sombra implorou.

–Mas não paro mesmo! –dito isso, a maga guerreira avançou e cortou a sombra, que se dissipou por completo. –Missão cumprida. –sorriu.

–A-anny... –Lucy disse.

–Desculpe. Você está bem? –ela se aproximou e ajudou a loira a se levantar.

–Estou. Obrigada. –ela ajeitou o cabelo. –E... A culpa não foi sua. Aliás... O que você está fazendo aqui?

–Eu estava procurando por você e pela Erza, mas... Eu acabei me perdendo... –disse ela frustrada. –A Erza está bem?

–Sim! Ela está com o Taurus! Ei, eu derrotei um monstro sozinha! –a maga estelar disse empolgada.

–Sério? Parabéns, Lucy! –a guerreira sorriu com orgulho. –Vamos encontrar Erza e Taurus?

–Sim! –sorriu.

Elas começaram a andar e não demoraram muito para chegar onde Erza e Taurus estavam. Depois de agradecer Taurus por ajudar Erza, Lucy liberou o touro. Anny se juntou a Erza e a curou, já que o monstro gosmento absorvera seu poder mágico. Depois disso, Anny deu um soco que quebrou a cela das garotas que estavam presas.

–Precisa de tudo isso? –a loira perguntou assustada.

–Não podíamos só abrir com a chave? –a ruiva perguntou também espantada.

–... Chave? –ela perguntou com uma expressão confusa.

...

Depois de libertarem as garotas prisioneiras e voltarem para casa, Lucy, Erza e Anny chegaram e foram direto para o banheiro.

–Bem vindas... Er... Vão para o banheiro de novo? –Liron perguntou confuso tanto com o fato de que elas haviam voltado com uma terceira maga quanto o fato de que elas iriam tomar outro banho.

–É que nossa amiguinha aqui ainda não tomou. Ela vai sozinha, eu e Anny só vamos nos trocar. –Erza disse sorrindo. –E, como pode ver, tivemos êxito em nossa missão!

–Estou realmente surpreso. Não sei como pude duvidar que vocês duas não o derrotariam! –ele abriu um sorriso de orgulho.

–Na verdade... Quem derrotou o monstro fui eu... –Anny disse com uma expressão como se ela tivesse acabado de dizer “Eu matei uma barata!”.

Liron ficou sem expressão e paralisado. As magas guerreiras já haviam terminado de enfiar Lucy no banheiro quando ele recuperou a consciência e disse que iria aumentar a recompensa. Como se não soubesse que a culpa fora dela, Anny simplesmente sorriu para Erza que disse para ela que 4.000.000 de jewels já era o suficiente, mas se ele pudesse conceder apenas mais 70.000 jewels para Lucy (já que ela foi de grande ajuda) elas ficariam gratas.

–Mas é claro! –sorriu ele, mas seu sorriso logo desapareceu. –Mas... E minha irmã?

–Ela está a salvo. Voltou para sua casa na vila vizinha. Não sabe que fomos enviadas por você. –a ‘loira’ disse solidária.

–Entendi. Bem... Obrigada por tudo, garotas. –ele deu um sorriso amarelo. Provavelmente pela irmã tê-lo ignorado. As ‘irmãs’ olharam uma para outra, sentindo um pouco de pena de Liron. –Eu estou bem! –ele abriu um sorriso.

...

Não demorou muito para que as três estivessem na cama da irmã de Liron, já vestindo pijamas, quase dormindo. Lucy não aguentou e caiu no sono um minuto depois de elas se sentarem na cama. O objetivo era descobrir o porquê de Lucy estar lá, mas pelo visto isso teria que esperar. Então ambas desistiram e caíram no sono também.

...

Já era de manhã e as três magas já estavam se despedindo de Liron. Cada uma estava com uma quantidade de dinheiro. Anny com 2.000.000, Erza também com 2.000.000 e Lucy com 70.000 jewels.

–Obrigada por tudo, garotas! Boa viagem! E voltem aqui de vez em quando! –ele se despedia delas como se estivesse se despedindo de suas primas. –Prometo que terão um quarto só para vocês!

–Obrigada você também, Liron! Pelo banho e pela hospedagem! –Anny acenou.

–Obrigada por ceder 70.000 jewels pra mim! –Lucy sorriu radiantemente.

–Obrigada novamente! –Erza também sorriu e acenou.

Depois de se despedirem de Liron ela foram em direção a Magnolia, lar doce lar. Elas tiveram que andar por um bom tempo - mas desta vez foi com calma sem ninguém quase se matando para chegar a tempo – mas logo avistaram a cidade de Magnolia. Mais um tempo caminhando e logo chegariam à guilda.

–Finalmente! –a loira gritou animada.

–Lucy, quanto tempo você ficou presa? –Anny perguntou preocupada.

–Uns três dias... –ela sorriu meio amarelo. –Mas agora estou bem! Graças a vocês!

–E... Por que você estava lá?-Erza perguntou cautelosamente, deduzindo que era um assunto delicado.

–P-por nada... –a expressão de Lucy se tornou sombria.

–Tudo bem se não quiser nos contar Lu, mas se precisar estaremos sempre livres para você. –Anny sorriu solidária.

A maga estelar agradeceu as duas pela solidariedade e continuaram a seguir para a Fairy Tail. As magas guerreiras ficaram ainda mais curiosas sobre o que acontecera com Lucy, mas deixaram esse assunto de lado por agora.

Deixaremos esse assunto de lado... –pensou Anny.- Mas só por agora.

.: Continua:.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Novamente, qualquer dúvida, elogio, reclamação ou etc. comentem! Comentar me anima a escrever mais! Sempre me anima! x3Kissu!



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