– 'Cause the zoeira never ends

Assim que acordei, percebi que tinha algo errado quando me toquei que estava dormindo na escada. Como eu me toquei disso? Simples, eu acordei, rolei para o lado, e me estatelei no chão. Uma entrada triunfal, sem dúvidas. Ou eu achei ter me estatelado no chão, porque ouvi um resmungo e me levantei, descobrindo que eu tinha caído em cima do James.

–James! Você tá legal?

Ele se sentou, bagunçando os cabelos de um jeito sexymente irritante. Ou irritantemente sexy, whatever.

–Eu acabei de ser acertado por sua bunda. Eu nunca me senti tão bem em toda a minha vida.

Rolei os olhos.

–Cala a boca, Potter.

Ele sorriu de lado.

–Lembre-se que eu sou seu namorado agora, você tem que me tratar com muito carinho e amor.

Bufei, me sentando ao lado dele.

–Nem me lembre. Isso é praticamente impossível! Se eu não te aguento como amigo, como vou te aguentar como namorado?

Ele pareceu pensar por um segundo. Espera, James Potter pensa? É a evolução, amanhã no History Channel.

–Isso é simples, minha cara Evans. - Ele falou, por fim. - Nós não precisamos namorar de verdade.

Eu estava realmente amando o rumo daquela conversa.

–Como? - Perguntei, fazendo aquela pose de "conte-me mais", com a mão no queixo e os olhos arregalados pra cima dele, que deslizou um pouco pro lado. Eu assusto ele? Esse garoto não tem espelho não?

–Nós só temos que namorar quando alguém estiver olhando. - Ele falou, dando de ombros.

Arregalei os olhos (mais).

–ISSO É TOTALMENTE... Brilhante.

James sorriu convencido.

–Oras, obrigado.

–Sério, eu tô até surpresa. Tem certeza de que foi mesmo ideia sua? - Isso porque eu não poderia nunca deixar de pegar no pé dele.

Ele rolou os olhos e se levantou, e ai meus deuses, Apolo tinha encarnado em plena sala de estar. Se eu soubesse que James Potter dormia sem camisa, eu já teria ido a uma festa do pijama com ele a muito tempo.

–Evans, se continuar me secando assim, eu vou precisar urgentemente de um copo d'água.

Idiota.

Eu já ia retrucar quando ouvi a aproximação de alguém.

–Olha aí se não são os meus pombinhos preferidos... - Sirius se aproximou, abrindo os braços.

James ia falar alguma coisa, mas foi interrompido por Lene e Dorcas, que brotaram sabe-se lá da onde e pularam em cima de mim.

–LILY LILY LILY É HOJE É HOJE É HOJE!

–É, é hoje que eu fico sem voz. - James reclamou, bufando.

–É hoje o quê, meu povo? - Perguntei.

Lene rolou os olhos, mas o brilho maníaco não demorou a voltar.

–HOJE É 15 DE NOVEMBRO. OU SEJA, HOJE É O DIA DE...

–EM CHAMAS! - Remus apareceu saltitando na sala, completamente cercado de coisas de Jogos Vorazes : uma camisa com o tordo, um casaco do tordo, uma mochila do tordo, o broche do tordo e o mesmo brilho maníaco no olhar.

–AI MEU SANTO SNOW ME SEGURA SE NÃO EU CAIO! - Comecei a ter um ataque fangirl com Lene, Dorcas e Remus, enquanto James e Sirius nos olhavam com cara de cú.

–Hm, o que exatamente é "Em Chamas"? - Sirius perguntou, confuso.

Lancei o meu melhor olhar mortal para ele, e Dorcas falou:

–Joguem ele na arena.

–VÃO LOGO SE ARRUMAR, VOCÊS TRÊS. - Lene apontou para mim, James e Sirius - EU VOU PEGAR MEU CASACO DO TORDO. VEM DORCAS.

Depois de me arrumar com a blusa do tordo, o casaco do tordo, o broche do tordo e fazer uma trança no meu cabelo, e de convencer James e Sirius a pararem de ser uns filhos da puta da Capital e irem com a gente pro cinema, cá estávamos nós, saltitando em pleno shopping e acenando para cada tributo que passava.

Lene, como a boa mestra em olhares assassinos que era, havia convencido James e Sirius a colocarem casacos do tordo também, e eu pulava enlouquecedoramente em cima de Remus, o que fez com que James me olhasse com raiva.

–Eu sou seu namorado, não ele.

Rolei os olhos, mas nossos amigos estavam ali, então mantive a farsa e apertei a bochecha dele.

–Não precisa ter ciúmes, Jay. Ninguém tem culpa por você não ter cultura.

Ele semicerrou o olhar. Ops.

–Você vai se arrepender, Evans.

Ele me pegou no colo e saiu correndo em direção ao cinema, enquanto eu me dividia em mandar ele me pôr no chão e sentir aqueles músculos presenteados pelos deuses.

Assim que nossos amigos se juntaram a nós, forcei James a comprar pipoca e nós entramos no cinema. James cometeu o grave erro de, antes de o filme começar, me perguntar sobre a história. Contei todos os três livros para ele, que bufou indignado.

–Nem preciso mais ler.

–Você sabe ler? - Perguntei, fingindo surpresa.

Ele ia contestar, mas o filme começou e eu enfiei uma mão de pipoca na boca dele pra fazê-lo calar a boca.

O filme inteiro se baseou em perfeição, eu, Lene, Dorcas, Remus e os outros tributos gritando enlouquecedoramente, o tio da lanterninha brigando com a gente e James e Sirius tapando os ouvidos.

Quando o filme acabou, Lene, Dorcas e eu estávamos abraçadas chorando até o fim do universo, enquanto Remus parecia se segurar para não fazer a mesma coisa.

Saímos do cinema ainda tentando nos recuperar e discutindo sobre obrigar o Francis Lawrence a pagar nosso, psicólogo, quando Sirius deu um gritinho feminino.

–O que foi, homem? - Dorcas perguntou, assustada.

Sirius começou a saltitar em volta de James.

–O PAPAI NOEL!

Olhei para onde ele apontava, e realmente, lá estava o Papai Noel fake, cercado por vermelho, mamães Noel gostosas e criancinhas desesperadas.

–A GENTE PRECISA FALAR COM ELE! - Sirius praticamente implorou, nos olhando com carinha de cãozinho abandonado.

Nos entreolhamos, até que todos olharam simultaneamente para mim.

Suspirei.

–Tudo bem.