Crônicas Do Olimpo - O Mar De Monstros escrita por Laís Bohrer


Capítulo 20
Meu Irmãozinho mais Novo


Notas iniciais do capítulo

Hojei nem Pusseidãum Apaga meu fogu - Alguém ai Lispector.

EU IA APAGAR PQ PAPAI POPO ACHO MUITO OFENSIVO, MAS QUEM AMNDOU OVELHO ATRASAR MINHA MESADA? TO SEM DRACMA! POW! BOA LEITURA!

#FDL #Má



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Era um lindo dia de verão, com céu azul e muito sol. O acampamento começava a ter a aparência que deveria: as campinas estavam verdes e luxuriantes; as colunas brancas reluziam nos edifícios gregos; dríades brincavam alegres nos bosques.

Mas eu me sentia irritada e inquieta, a todo instante eu olhava para o céu procurando ver pássaros de Estinfália, mas não havia nada. Eu também admito que estava chateada por causa da mensagem de Poseidon para mim. Prepare-se. O que Hades significava aquilo? Martha, a serpente, me dissera para não ficar desapontada. Talvez, Poseidon (Lay : Quase escrevo Posseidãm...) (Poseidon : #Bolado ) tivesse um bom motivo para ser tão vago assim. Mas tentei ignorar e não deixar que aquilo atrapalhasse meu grande dia.

Resolvi com Quiron que eu seria uma campista anual, Jake reclamou que ia tem que me aguentar um ano inteiro, mas eu não liguei, sei que ele me ama... (Jake : Até você com isso?) (Megan : Isso o que? Eu tava sendo irônica...) (Jake: Anh... Esquece.).

Enquanto Jake e eu nos encaminhávamos para a pista não pude deixar de admirar o trabalho que Tyler fizera na biga de Ares. A carruagem reluzia com seus reforços de bronze. As rodas tinham sido realinhadas com uma suspensão mágica que deslizávamos sem um solavanco sequer. O arreamento dos cavalos estava tão perfeitamente equilibrado que a parelha virava ao mais leve puxão nas rédeas.

Tyler fizera dois dardos para nós, cada qual com três botões no cabo. O primeiro botão preparava o dardo para explodir com o impacto, liberando um arame farpado que se embaraçaria nas rodas de um oponente e as despedaçaria. O segundo botão produzia uma ponta de bronze rombuda (mas ainda assim muito dolorosa) projetada para derrubar o auriga. O terceiro botão produziria um arpéu que poderia ser usado para travar a carruagem do inimigo ou empurrá-la para longe. 

- E esse botão vermelho? - apontei para um botão escondido  , grande e vermelho, bem em um canto do meu território na Biga.

- Ah, é um porta copos. - disse Tyler.

Apertei o botão e um quadrado surgiu da superfície da biga, uma pequena mesinha aonde tinha um porta-copos azul.

- Sua cor favorita. - disse Tyler.

- Ah... Por que tem um porta copos na nossa biga? - perguntou Jake.

- Eu não sei, mas não discute com ele. - sussurrei para Jake, me voltei para Tyler. - Que gentil Tyler, obrigada.

Tyler parecia orgulhoso de si mesmo, apertei o botão vermelho de novo e o porta-copos sumiu. Eu ainda não entendi, mas tudo bem!

Calculei que estávamos em excelente condição para a corrida, mas Tyler assim mesmo me advertiu para ser cuidadosa. As equipes das outras carruagens tinham truques à beça para puxar dos seus mantos.

- Aqui esta. - disse ele antes da corrida começar.

Ele me entregou um relógio de pulso. Não havia nele nada de especial – apenas um mostrador branco e prata e uma pulseira de couro preto – mas assim que o vi percebi que era naquilo que eu o vira trabalhar durante todo o verão. Normalmente não uso relógio. Que importância tem saber as horas? Mas não podia dizer não a Tyler.

- Puxa, obrigada mesmo. - falei.

Coloquei-o no pulso e descobri que era surpreendentemente leve e confortável. Eu mal sentia que o estava usando.

– Não consegui terminá-lo em tempo para a viagem – murmurou Tyler. – Desculpe.

- Ei! Cara. - chamei. - Não tem problema.

- Na hora certa aperto o botão.  - disse ele.;

- Ah... Legal. Tá.

Não vi como a hora certa poderia ajudar grande coisa, mesmo assim, agradeci a Tyler e fiquei realmente feliz por ele se importar comigo.

- Ah... Tyler.

Pensei em dizer para ele o que eu queria dizer antes, eu sempre dizia que ele era realmente um irmão e tanto, Que eu o via assim. Mas não tinha coragem de dizer.

- Eu sei o que vai dizer. - disse ele. - Poseidon, no fim das contas, se preocupava comigo.

- É que...

– Ele mandou você para me ajudar. Exatamente o que eu pedi.

Pisquei.

- Você pediu a mim para Poseidon?

- Pedi um amigo, consegui uma irmã. - disse ele. - Você é minha heroína, Megan.

- Eu... - suspirei. - Obrigada, mesmo.

Ele torcia a caminha nas mãos.

– Os jovens ciclopes crescem sozinhos nas ruas, aprendem a fazer coisas com sucata. Aprendem a sobreviver.

- Isso. - gaguejei. - É muito cruel.

Ele sacudiu a cabeça com vigor.

– Isso nos faz apreciar nossas bênçãos, não ser gananciosos, maus e gordos como Polifemo. Mas eu ficava com medo. Os monstros me perseguiram tanto, às vezes me machucavam com suas garras...

- As suas cicatriz...

Uma lágrima surgiu no olho dele.

– A esfinge da Rua Setenta e Dois. Grande encrenqueira. Pedi ajuda ao papai. Logo o pessoal de Meriwether me encontrou. Conheci você. A maior bênção de todas. Sinto por ter dito que Poseidon era mau. Ele me mandou uma irmã de verdade.

Encarei o relógio no meu pulso.

- Megan! - chamou Jake. - Vamos!

Quíron estava junto à linha de partida, pronto para soprar a concha.

- Tyler, eu...

- Vá. - me interrompeu. - Você tem uma corrida para vencer.

– Eu... sim, certo, grandão. Vamos vencer esta por você.

Subi na biga e fiquei em posição bem na hora em que Quíron deu a largada. Os cavalos sabiam o que fazer. Disparamos pela pista tão depressa que eu teria caído da carruagem se meus braços não tivessem enrolado nas rédeas de couro. Jake se segurava firme no parapeito. 

Agora me deixe falar das duplas? Poseidon com Ares (Eu e Jake), Atena com Hefesto (Benjamin com Beckendorf), Hermes com Apolo (Connor e Will Solace), Dioniso e Deméter (Pólux e Katie Gardner). Se eu não estivesse jogando, eu apostaria na segunda opção... Afrodite não ia jogar de novo... Só digo, azar o deles.

Andar em uma biga não é como cavalgar em um pégaso, tem muito mais adrenalina, parece que a Biga vai virar para o lado a qualquer instante - O que não é mentira... - enfim, é isso.

As rodas deslizavam lindamente. Entramos na primeira curva com uma biga inteira de vantagem sobre Benjamin e Beckendorf que estavam ocupados tentando se defender de um ataque de dardo de Will e Connor. 

- Os pegamos! - mais comemorei cedo demais, naquele instante, Apolo e Hermes passaram eles e se voltaram para nos. Will lançou uma flecha para nossa roda, a flecha virou pedaços em segundos, mas não sem antes arrebentar um dos raios. Nossa biga deu uma guinada brusca e oscilou.

Tive certeza de que a roda iria se desintegrar de vez, mas de algum modo continuamos em frente. Instiguei os cavalos a manter a velocidade. Estávamos agora pescoço com pescoço com Apolo e Hermes. Hefesto e Atena estavam logo atrás. Beckendorf enfrentava Will com um dardo. 

Novamente deixamos Hefesto e Atena para trás, Will se virou para nos.

- Você já era! - disse para Jake.

- Ah, Tá... - ironizou ele. 

Ele pegou um dardo - e o lançou contra o auriga - que era o Stoll. - A pontaria foi perfeita. A ponta rombuda surgiu bem no momento em que o dardo atingiu o auriga no peito, derrubando-o sobre o parceiro e fazendo os dois tombarem da carruagem num salto-mortal para trás.

Os cavalos sentiram as rédeas afrouxarem e enlouqueceram, galopando direto para a multidão. Campistas correram procurando proteção enquanto os cavalos passaram no canto das arquibancadas e a biga dourada virou enquanto arrastava o bronze no chão. Os animais galoparam de volta para o estábulo, arrastando a carruagem presa emborcada atrás deles.

Consegui manter nossa biga inteira ao longo da segunda curva, a mesmo com os gemidos das nossas rodas. Passamos pela linha de partida e entramos na volta final. O eixo rangia e chiava. A roda defeituosa estava nos fazendo perder velocidade, muito embora os cavalos respondessem a todos os meus comandos, correndo como uma máquina bem lubrificada.

Hefesto e Atena se aproximavam de nos. Beckendorf sorriu ao apertar um botão no seu painel de controle. Cabos de aço foram lançados da frente de seus cavalos robôs e se enrolaram na traseira de nossa biga. A carruagem tremeu quando o sistema de guincho de Beckendorf começou a funcionar – arrastando-nos para trás enquanto Beckendorf era puxado para a frente.

Jake xingou em grego antigo e puxou seu sabre.

– Não consigo cortá-los! – gritou. A carruagem de Hefesto estava agora perigosamente próxima, os cavalos a ponto de nos esmagar com os cascos. - São muito resistentes!

- Droga... - murmurei. - Jake! Troca comigo! Segure as rédeas.

- O que...

- Confie em mim!

Ele hesitou, mas no fim concordou.

Eu me virei, num esforço para não cair, e destampei Anaklusmos. Dei um golpe para baixo e os cabos nos soltaram.  Fomos jogados para a frente como uma bola de boliche, mas Benjamin simplesmente deu uma guinada para a esquerda e encostou a biga ao nosso lado. Beckendorf puxou sua espada e tentou atacar Jake, mas eu o detive.

Estávamos entrando na última curva. Jamais conseguiríamos. Eu precisava acabar com a carruagem de Hefesto e Atena e tirá-la do caminho logo, mas também tinha de proteger meu auriga. 

Beckendorf era um cara legal, mas isso não significava que ele não iria mandar nós dois para a enfermaria se baixássemos a guarda. Estávamos agora pescoço com pescoço, Dioniso e Deméter vinham atrás de nos. 

- Tchauzinho, Megan! - disse Beckendorf. – Aí vai um presentinho de despedida!

Ele atirou uma bolsa de couro em nossa biga. Aquilo grudou imediatamente no piso e começou a soltar uma fumaça verde.

- Fogo Grego! - gritou Jake. 

Eu praguejei. Tinha ouvido histórias sobre o que o fogo grego era capaz de fazer. Calculei que teríamos talvez dez segundos antes que aquilo explodisse.

- Se livra disso!

Mas eu não podia. A carruagem de Hefesto e Atena ainda estava ao lado, aguardando até o último segundo para se certificar de que seu presentinho explodiria logo. Beckendorf me mantinha ocupada com sua espada. Se eu baixasse a guarda por tempo suficiente para me livrar do fogo grego, Jake viraria picadinho de Jake - e eu realmente o preferia inteiro. - e nós nos arrebentaríamos de um jeito ou de outro

Tentei chutar a bolsa de couro para longe, mas não consegui. Ela estava bem grudada. Então me lembrei do relógio. Não sabia como aquilo poderia ajudar, mas consegui apertar o botão do cronômetro. Se essa era a hora certa...

O relógio não era mais um relógio. Expandiu-se, o aro de metal girando para fora como um obturador de máquina fotográfica antiga, e uma correia de couro se enrolou em torno do meu antebraço até que me vi segurando um escudo de guerra oval com o lado de dentro de couro marrom macio, o lado de fora de bronze polido, com desenhos gravados que não tive tempo de examinar. 

Mas Tyler se superou dessa vez. Ergui o escudo e a espada de Beckendorf retiniu contra ele. Sua lâmina se estilhaçou.

- O que?! - exclamou ele. - Como...

Ele não teve tempo de dizer mais nada porque eu o atingi no peito com meu novo escudo e o fiz voar da carruagem e rolar pela poeira. Eu estava prestes a usar Anaklusmos para golpear o auriga quando Jake gritou:

- Megan! O Fogo Grego!

O fogo grego estava soltando fagulhas agora. Finquei a ponta da minha espada embaixo da bolsa de couro e a usei como uma espátula. A bomba incendiária saiu do lugar e voou para dentro da carruagem de Hefesto e Atena, caindo nos pés de Benjamin. Ele soltou um ganido. Em uma fração de segundo ele fez a escolha certa: mergulhou da carruagem, que seguiu em diagonal e explodiu em verde... Tinha que ser filho de Atena mesmo... Chase.

Os cavalos de metal pareciam estar em curto-circuito. Contornaram e arrastaram os destroços em chamas na direção de Deméter e Dioniso que só tiveram tempo para desviar. 

Jake puxou as rédeas para a última curva. Eu me segurei, certa de que iríamos capotar e virar... Não, mas iriamos para enfermaria, mas de algum modo ele conseguiu continuar e tocou os cavalos pela linha de chegada. Um clamor se ergueu da multidão. Depois que a carruagem parou, nossos amigos se aglomeraram ao nosso redor. Começaram a entoar nossos nomes, mas eu gritei:

- Esperem! Escutem! Não fomos apenas nós!

Eles não se calavam, mas Jake resolveu completar:

- Não teríamos conseguido sem outra pessoa! Não poderíamos ter ganhado esta corrida, nem conseguido o Velocino, nem salvado Hansel, nem nada! Devemos nossas vidas a Tyler...

- Meu irmão. - exclamei orgulhosa. - Meu irmãozinho mais novo. Tyler.

O Ciclope corou na hora. A multidão delirou de repente, os filhos de Afrodite incentivaram a plateia a gritar:

- Beijo! Beijo! Beijo!

Jake corou, mas eu não. Sobre pressão, tasquei um beijo na bochecha do filho de Ares que ficou mais vermelho que nunca. Os gritos ficaram ainda muito mais altos depois disso. O Chalé de Ares resolver dar uma trégua comigo e nos carregaram nos ombros em direção ao pódio dos vencedores, onde Quíron aguardava para entregar as coroas de louros.

A gente nunca sabe quando nosso mundo vai ser despedaçado, foi isso que aprendi naquela tarde. Eu nunca estive mais feliz, não iria voltar para outro orfanato, já achei um lar melhor que qualquer coisa. Hansel anunciou que poderia passar o resto do verão conosco antes de retomar sua missão à procura de Pã. Seus superiores no Conselho dos Anciãos de Casco Fendido ficaram tão impressionados por ele não ter se deixado matar e ter aberto o caminho para futuros buscadores que lhe concederam uma licença de dois meses e um novo conjunto de flautas de bambu.

O lado ruim? Bem, Hansel insistia tocar aquelas flautas a tarde inteira, e Lady Gaga não fica bem no som de flautas...

Ele me contou que poderia desfazer a conexão empática entre nós, agora que estávamos frente a frente, mas eu lhe disse que simplesmente aceitava continuar com ela, se estivesse tudo bem com ele. Ele pôs de lado suas flautas de junco e me olhou.

- Mas... Se eu me ferrar de novo você pode morrer Megan!

– Se você se meter em encrenca de novo, eu quero saber a respeito. E vou ajudá-lo de novo, menino-jegue. Não faria de outra maneira.

No fim ele concordou em não romper a conexão. Ele ouviu com Lady Gaga, Alejandro para os morangos que enlouqueceram como se quisessem nos estrangular. Eu não precisava de uma conexão empática com as plantas para saber como elas se sentiam com aquilo.

Quanto a Tyler, os campistas o trataram como herói. Eu teria ficado feliz em tê-lo como companheiro de chalé para sempre, mas naquela noite, quando estávamos sentados em uma duna de areia com vista para o estreito de Long Island, ele fez um comunicado que me pegou totalmente de surpresa.

E coisas assim sempre acontecem naquela praia...

Mas ele não tentou me matar com um caranguejo do Tártaro...

– Papai se comunicou comigo em sonho na noite passada – disse ele. – Ele quer que eu o visite.

Me perguntei se ele estava brincando, mas Tyler não sabia como brincar.

- Poseidon mandou uma mensagem em sonho para você?

Tyler assentiu.

- Quer que eu vá para baixo d'água pelo resto do verão. Aprender a trabalhar nas forjas dos ciclopes. Ele chamou isso de es... es...

- Estágio?

- Isso... - disse ele.

Deixei aquilo cair na minha mente. Admito que senti um pouco de ciúme. Poseidon nunca me convidara para baixo d'água. Mas então, pensei, Tyler estava indo? Simples assim? Tchau?

- E quando você vai embora?

- Agora.

- Agora?

- Agora.

- Tipo... Agora? Agora, Agora?

- Agora. - repetiu.

Olhei para as ondas no estreito de Long Island. A água brilhava em vermelho ao pôr do sol. Suspirei.

- Estou feliz por você, mano. - falei. - Foi bom ter um irmão.

– Ainda somos irmãos, sempre vamos ser. - disse ele. - Mas eu quero fazer coisas. Armas para o acampamento. Vocês vão precisar delas.

Infelizmente, eu sabia que ele tinha razão. O Velocino não tinha resolvido todos os problemas do acampamento. Luke ainda estava lá fora, reunindo um exército a bordo do Princesa Andrômeda. Cronos ainda estava se reconstituindo em seu caixão de ouro. No fim, acabaríamos tendo de enfrentá-lo de um jeito ou de outro e ainda tinha Silena...

- Você... - comecei, encarei Tyler. - Você vai fazer as melhores armas que já existiram. Eu sei disso.

Ergui meu relógio com orgulho.

- Aposto que elas vão mostrar a hora certa. - falei segurando lagrimas.

Tyler deu uma fungada forte.

Sorri.

- Irmãos ajudam.

- Você é meu irmãozinho mais novo. - falei. - Não vou deixar que ninguém diga o contrario.

Ele me deu uma palmadinha nas costas tão forte que quase me derrubou na duna de areia. Então enxugou uma lágrima da bochecha e se levantou para partir.

– Use bem o escudo.

– Farei isso, grandão.

– Vai salvar sua vida algum dia.

Ele desceu para a praia e assobiou. Arco-íris, o cavalo-marinho, saltou das ondas. Observei os dois partindo juntos para os domínios de Poseidon. Fiquei ali sozinha, baixei os olhos para meu novo relógio. Apertei o botão e o escudo se expandiu em espiral até tomar forma.

Havia figuras em estilo grego antigo, cenas das nossas aventuras naquele verão. Lá estávamos. Jake exterminando um lestrigão jogador de queimada, eu lutando contra os touros de bronze na Colina Meio-Sangue Tyler cavalgando Arco-íris rumo ao Princesa Andrômeda, o Birmingham disparando seus canhões contra Caríbdis.

Sorri enxugando uma lagrima teimosa. 

Toquei uma figura de Tyler, lutando com a Hidra enquanto segurava alto uma caixa de donuts Monstro. Não pude deixar de ficar chateada. Sabia que Tyler se divertiria embaixo do oceano. Mas eu sentiria saudades de tudo em relação a ele – seu amor por cavalos, o modo como conseguia consertar carruagens de guerra ou amarrotar metal com as mãos nuas, ou dar nós em caras malvados. Sentiria saudades até dos seus roncos de terremoto na cama ao lado a noite inteira.

- Megan? - chamou Jake.

Me virei. Jake e Hansel estavam em pé no topo da duna de areia.

- Oi?

- Nos sabemos. - disse Hansel que estava ao seu lado. - Tyler...

Acho que talvez eu tivesse um pouco de areia nos olhos, porque estava piscando muito.

- Ele teve que...

- Sim. - disse Hansel. - Sabemos disso. Quiron nos contou.

– Forjas dos ciclopes. – Hansel estremeceu. – Ouvi dizer que a comida da cantina de lá é horrível.

- Não acho que isso ajuda, menino-bode. - disse Jake.

Eu ri.

Jake ergueu a mão para mim.

- Vamos, Cabeça de Alga? Hora do Jantar. - disse ele.

Caminhamos de volta para o pavilhão do refeitório juntos, só nós três, como nos velhos tempos.


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Notas finais do capítulo

* Megan não gosta de dizer "que raios" pois lhe lembra a aventura com o raio-mestre de Zeus.

* O que acham de Jegan? E Hansegan? (fora do contexto, mas tá.)

Fico por aqui, beijos!



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