Crônicas Do Olimpo - O Mar De Monstros escrita por Laís Bohrer


Capítulo 21
A Menina-Arvore (Final)




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Tivemos uma tempestade naquela noite, mas ela se dividiu em volta do Acampamento Meio-Sangue como as tempestades costumam fazer. Raios relampejavam no horizonte, ondas golpeavam a praia, mas nem uma gota caía no nosso vale. Estávamos protegidos de novo, graças ao Velocino, encerrados em nossas fronteiras mágicas.




Mas meus sonhos eram os mesmos de sempre.




Ouvia Cronos me provocando, das profundezas do Tártaro: Polifemo está sentado cego em sua caverna, joven guerreira, acreditando que obteve uma grande vitória. Será que você está menos iludida?


A risada do titã ecoava fria ao meu redor, então a cena mudou.

Eu estava correndo para a colina meio-sangue junto com Percy, estávamos suados e cansados, vestindo trapos, cobertos de cinzas e feridas, estávamos correndo na direção de uma garota de aparência punk no alto da colina.

Percy virou o rosto para mim e disse em uma voz que não era dele, era de Poseidon.

Prepare-se.


Então acordei em um pulo, cai da cama.




Jake abriu a porta chamando meu nome.




– Colina... Benjamin... Ela voltou...


O olhar dele me dizia que alguma coisa estava terrivelmente errada. Nunca vi Jake tão nervoso, Arranquei as cobertas, o sangue como gelo nas minhas veias.

Jake me puxou para fora do chalé e corremos desesperados em direção a colina enquanto ele tentava me explicar a situação, mas nem ele parecia saber exatamente o que acontecera.

Alguns campistas já estavam rumando para a colina, sátiros, ninfas e heróis em uma estranha mistura de armaduras e pijamas. Ouvi o tropel de cascos de cavalo, e Quíron chegou galopando atrás de nós, com uma expressão terrível.

– É verdade mesmo? - perguntou a Jake.

Jake só conseguiu balançar a cabeça, a expressão confusa.

Tentei perguntar to que estava acontecendo, mas Quíron me agarrou pelo braço e, sem esforço, me ergueu para suas costas. Juntos, subimos a Colina Meio-Sangue, onde uma pequena multidão começara a se reunir. Esperei não encontrar o Velocino no pinheiro, mas ele ainda estava lá, brilhando à primeira luz da madrugada. A tempestade havia se interrompido e o céu estava vermelho-sangue.

– Maldito titã do tempo. - praguejou Quiron. – Ele nos enganou outra vez, deu a si mesmo uma nova chance de controlar a profecia.

– O que quer dizer? - perguntei. - O que esta acontecendo?

– O Velocino fez seu trabalho bem demais. - disse simplesmente. - Teremos uma nova peça nesse tabuleiro.

Galopamos em frente, todo o mundo abrindo caminho para nós. Ali, na base da árvore, uma menina jazia inconsciente. Benjamin estava ajoelhado ao lado desta. Mas por que o Velocino ainda estava lá? A própria árvore parecia perfeitamente bem, íntegra e saudável, permeada pela essência do Velocino de Ouro.

Desci do lombo de Quiron e corri até Benjamin.

– Eu não... entendo. - disse ele para mim. - Não... entendo.

– Ele curou a árvore – disse Quíron, com a voz áspera. – E o veneno não foi a única coisa expurgada.

Benjamin estava suando, parecia pasmo e nervoso como se não acreditasse no que visse, Jake se juntou a nos.

– É ela mesmo? - perguntou Annie Summers a Jake.

– Não conheço ela para saber. - delicado como sempre, Jake.

– É ela! - Grover, o sátiro surgiu atrás de nos. - É ela mesmo.

Benjamin não conseguia falar.

Me ajoelhei ao lado da garota. Tinha cabelo preto curto e sardas no nariz. Tinha a constituição de uma corredora de longa distância, flexível e forte, e usava umas roupas que eram algo entre o punk e o gótico – camiseta preta, jeans pretos esfarrapados e uma jaqueta de couro com buttons de uma porção de bandas de que eu nunca ouvira falar. Não era uma campista. Não a reconheci de nenhum dos chalés. E, no entanto, estava com a mais estranha sensação de que já a tinha visto antes...

– Megan, espere... - Quiron tentou me deter.

– É verdade – disse Benjamin finalmente. – Não posso acreditar...

Ninguém mais se aproximou da menina. Pus a mão na testa dela. Sua pele estava fria, mas as pontas dos meus dedos formigaram como se estivessem queimando.

– Ela precisa de néctar e ambrosia – disse eu.

Era claramente uma meio-sangue, fosse ou não uma campista. Pude sentir isso só de tocá-la. Não entendia por que todos pareciam tão assustados isso me deixava nervosa. Peguei-a pelos ombros e a coloquei sentada, com a cabeça apoiada no tronco do pinheiro.

– O que estão esperando?! - exclamei.

Ninguém se mexeu, nem mesmo Quíron. Estavam todos atordoados demais. Então a menina tomou fôlego, vacilante. Ela tossiu e abriu os olhos. Suas íris eram surpreendentemente azuis – um azul elétrico. A menina olhou para mim pasma, tremendo e de olhos arregalados.

– Quem...

– Me chame de Megan, Filha de Poseidon. - me apresentei, a garota pareceu assustada e confusa ao mesmo tempo. - E você? Quem é?

Foi quando eu soube. Antes mesmo de ela dizer. Os olhos azuis da menina se fixaram nos meus, e entendi o porquê da missão do Velocino de Ouro. O envenenamento da árvore. Tudo. Cronos fizera aquilo para colocar mais uma peça em jogo –mais uma chance de controlar a profecia.

Um Plano dentro de um Plano...

– Eu sou Thalia, filha de Zeus.


♣♦♣♦♣♦♣♦♣





Eu corria dos monstros tentando chegar lá, sabia que deveria estar ali, não mudaria por tão pouco tempo...







A Brisa do mar da praia de Montauk batia no meu rosto, uma boneca de pano estava no meu bolso, devolveria Trina para ela custe o que custar, é uma promessa boba, mas é a única prova... Eu não podia mais lutar, fui perseguido, arrastado, enforcado, engolido, cuspido... Não podia morrer... Não agora, precisava vê-la...

Meu coração acelerava a cada passo que eu dava, mesmo estando tão perto sentia estar tão longe, me sentia no Hades, fraco e indefeso como uma formiga diante de um humano ignorante. Credo... Estou parecendo Grover...


Me pergunto como eles estão, mais depois dela ter saído de lá viva, duvido que possa estar morta... Acredito nela, sim.

Sabia que um momento estava próximo, ou não, mas não era eu...

Tá, eu sei que estou soando confuso agora, mas estou! Mas acho melhor eu esquecer disso e me manter vivo, pelo menos... Até vê-la, ai eu posso morrer.

Nunca pensei que eu, Percy Jackson, teria a missão de levar uma boneca de pano de volta para uma garotinha. Mesmo assim, não importava agora, eu acho, bem... Tenho quase certeza, haviam vários pinheiros, não saberia diferenciar uns dos outros ali, mas então eu vi a placa de madeira, as tochas de fogo grego e o pinheiro guardado por um dragão filhote, algo brilhava lá. Era um velocino. Acho que cheguei atrasado.

Mesmo assim, eu alcancei o pinheiro, e cai bem ali no topo da colina meio-sangue, o som dos trovões e as luzes de relâmpagos foram a última coisa que eu vi, mas eu sorri no final.

Aliás, estava de volta ao meu lar doce lar.



















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Notas finais do capítulo

Agradecimentos :

Obrigada a Carol, Eduarda, Larissa, grandes amigas de Hogwarts, haha, e as minhas leitoras. Obrigada galera, fim da segunda temporada.

T.T

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Próxima temporada : http://fanfiction.com.br/historia/400806/Cronicas_Do_Olimpo_-_A_Maldicao_Do_Tita/



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