Wreck-it Black 'n' White: A Maldição Do Crepúsculo escrita por Luna Sapphire Calhoun


Capítulo 16
15 - Surpresa!




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Paz. Naquele momento era uma palavra tão perfeita. Levara pouco mais de meia-hora para tudo voltar a normalidade. É claro que todos ainda se lembrariam do acontecido, a história se espalharia e nosso quarteto de amigo siam tornar-se novamente os Heróis do Arcade.

Era difícil dizer o que falariam do desaparecimento dos gêmeos, nem o que os jogadores diriam do desaparecimento dos dois novos corredores.

Havia quem tinha conhecimento privilegiado da história, e que acusariam Clarion da confusão. E haviam aquelesque não se lembrariam de nada. E principalmente, haviam aqueles que sentiriam falta dos gêmeos, para quem a história não tinha terminado como deveria.

Mas mesmo para estes, haviam coisas mais importantes naquele momento.

Pouco depois da partida das crianças, a Sargento Tamora Jean Calhoun voltou para o Hero's Duty. Ela não sabia porque, mas sentia que devia estar ali. Seu objetivo, a sala do código.

A porta estava aberta e ela não se surpreendeu por isso, não depois do susto que Clarion tinha dado em todo mundo, mas não era por isso que ela estava ali. Confirmou as palavras da menina, não que estivesse duvidando, mas segurança nunca é demais. Estava saindo quando teve certeza do que a atraíra até ali.

Um objeto lhe chamou a atençao e ela apanhou-o, uma presilha, aparentemente feita à mão com pedaços de clipes de papel e uma borboleta branca de algodão doce.

Ela não pode evitar sorrir. Sabia bem a quem aquilo pertencia mas era difícil de acreditar, era tão delicada, infantil, feminina, que não parecia o tipo de coisa que Clarion faria, mas com certeza era a única coisa coisa que havia restado dela, além de lembranças e uma máscara amaldiçoada.

Voltou calmamente para a Central. Felix esperava por ela do lado de fora do jogo.

"Você está bem?" Foi a primeira coisa que ele perguntou, tirando-a de seus pensamentos.

"Claro. Clarion se assegurou disso antes de partir."

"No fundo ela é uma boa menina. É difícil pensar que alguém tão pequeno pudesse ter sofrido tanto." Ele respondeu.

"Não entendo porque ela voltou para aquele lugar."

"Ela mesma disse. Para..."

"Apenas desculpas. Ela não mente tão bem assim."

"Então porque deixou ela ir?"

"Por que eu sabia que ela precisava."

Foi só então que ele notou o item na mão dela.

"O que é isso?"

Tamora entregou a presilha ao marido.

"Ela perdeu. Sempre sobra algo para trás."

"Vai sentir falta dela, não é?"

"Sentir falta dela? É o mesmo que pensar em sentir falta de um Cy-Bug." Ela ficou um tempo em silêncio antes de dizer "Claro que sim."

Já estavam quase de volta em casa quando Calhoun parou e rapidamente puxou sua arma.

"O que foi Tammy?" Perguntou Felix preocupado.

Ela apenas lhe fez sinal, pedindo silêncio, e aproximou-se cautelosamente das ávores.

Felix também ouviu, alguma coisa se movia no meio das árvores. Muito pequeno para ser Ralph, grande de mais para um pato, silêncioso de mais para Vanellope, rápido de mais para um Nicelander e pesado de mais para um dos novos personagens.

Vinha chegando mais perto, a Sargento mantinha a arma apontada. O som que escapou dali era incomum, um estranho bip e a criatura parou, uma luz brilhou por um momento e depois se extinguiu. A criatura subiu em uma árvore, ainda fora do campo de visão do casal, mas foi quando Calhoun atirou.

A criatura evitou os tiros e saltou para mais perto, ainda invisível, Calhoun recuou, ainda atirando, até que a criatura saltou contra ela. A Sargento sentiu um impacto contra seu peito e caiu de costas na grama, com a criatura sobre ela. Foi quando ela percebeu que não era bem uma criatura.

A primeira coisa que ela viu foi um par de olhos azuis brilhantes e depois conseguiu focar todo o rosto de Clario.

Como se tivesse acabado de perceber o ocorrido, Clarion saltou para trás com um olhar levemente horrorizado.

"Opa! Me desculpe Sargento. Não se machucou, não é? Ainda calculo mal a minha força."

"Clarion!" O casal simplesmente estava surpreso de mais com a presença dela ali.

"Bem, surpresa!" Ela exclamou, sorrindo.

"Você não tinha voltado?" Felix perguntou.

"Claro."

"Qual é o motivo de sua volta então, soldado?" Perguntou Tamora.

"Ainda há muito o que explorar aqui e lá já perdeu a graça. E também... Eu odeio admitir que tenho esse lado um pouco sentimental... Mas senti falta de vocês. São os primeiros amigos que eu tive."

Apesar da confissão, seu olhar não deixou de ser firme e vazio de emoções, assim como sua voz.

"Onde está seu irmão?" Felix perguntou.

"Não sabiamos onde vocês estavam, então nos dividimos para procurar. Ele está em Sugar Rush. Algum problema se eu resolver ficar, Sargento?

"Vai roubar alguma coisa, soldado?"

"Não Senhora!"

"Então bem vinda de volta, pestinha!" Calhoun se permitiu dar um, já nem tão raro, sorriso para a menina.

A verdade é que tinha se apegado a ela como se fosse sua própria filha.

Clarion também se permitiu um sorriso, um raro e doce sorriso para o casal que ela considerava quase como seus pais. Foram as primeiras pessoas a quem ela realmente se apegara em todos os seus nove anos de vida. As primeiras pessoas que tinham trazido um pouco de luz para a escuridão que era sua vida. Então ela fez a última coisa que normalmente faria, correu e abraçou Felix, que estava mais a altura dela. Apesar de não ter chorado, deixou aquela pequena e solitária lágrima correr por seu rosto.

Calhoun não pode deixar de achar o momento muito fofo, ajoelhou-se e envolveu os dois em um abraço bem forte. Aquelas também eram as primeiras pessoas que ela um dia pode chamar de uma verdadeira família desde os oito anos, quando seus pais haviam morrido.

Depois que se separaram, a pequena retomou sua expressão séria e perguntou:

"É comum você tentar atirar em todo mundo, Sargento?"

"Pensei que você fosse um Cy-Bug fugitivo."

Felix não pode evitar rir um pouco.

"Tammy, você sempre acha que qualquer coisa que se move e você não está vendo é um Cy-Bug."

"Não é culpa minha que vocês aparecem de surpresa."

"A intenção era essa." Clarion também se permitiu rir baixinho. "De qualquer forma, eu ia simplesmente me regenerar."

"Mudando de assunto, porque você está cheirando a fumaça, Pestinha?"

"Eu e James estivemos em um pequeno incêndio."

"Incêndio?!" Exclamou Felix horrorizado.

"Sabe que se morrer no mundo humano não vai se regenerar, não sabe?"

"Tô sabendo. Foi um truque. Fingir nossas mortes para que nos esqueçam. Foi por isso que voltamos lá."

"Porque mentiu então?" Felix perguntou.

"Tudo fazia parte do plano B, caso algo desse errado. E também porque foi divertido ver a cara de surpresa de vocês quando me viram."

"Vocês vão morar em Sugar Rush agora?"

"Estava mais pesando em morar aqui. Se você não se importar é claro. É mais parecido com um lar e completamente sem açúcar e rosa. Posso?"

Claro, Torrãozinho de Açúcar. O que você quiser."

E juntos, os três caminharam até o prédio e o apartamento de Felix e Calhou, onde esperariam pela provável visita de Ralph, Vanellope e James. Provavelmente o lugar onde os gêmeos passariam a noite até o dia seguinte também.

Depois que o Arcade fechasse, Felix estava pensando em construir uma casa para os dois. Eram só crianças para morarem sozinhos, mas pelomenos Clarion podia cuidar de si mesma e provavelmente do irmão. Além do mais, eles sempre estariam ali e o jogo era seguro, mais seguro do que qualquer coisa pela qual a pequena já tivesse passado. Eles ficariam bem.

A chegada dos outros não demorou muito, apenas o suficiente para Clarion tomar um banho rápido.

James vinha de mãos dadas com Vanellope, mas assim que entrou correu para abraçar o casal.

"James está um pouco carente por causa da brincadeira." Clarion justificou rindo.

"Brincadeira? Quase me matou só de susto. Achei mesmo que você fosse nos matar de verdade."

"Acha que eu faria uma coisa dessas?" Ela perguntou falsamente ofendida.

"Sim." Todos responderam.

"Puxa pessoal, magoei." Ela fez um biquinho chateado que fez os outros rirem.

"Tudo bem. Agora já passou." Felix garantiu para James, vendo que o menino ficara realmente chateado com a irmã.

"Isso mesmo. Agora para o banho soldado!" Calhoun bagunçou os cabelos do garoto.

Clarion atirou um embrulho de roupas limpas e novas para ele - ela tinha comprado antes de voltar - e sorriu. Tudo tinha saído como ela esperava. O Arcade estava salvo, os humanos achavam que eles estavam mortos e eles tinham uma nova vida pela frente, com amigos, um trabalho e muitas aventuras, não podia ser melhor.

Para comemorar, Clarion se ofereceu para estourar pipocas e eles ficaram até atrde vendo filmes, até James e Vanellope finalmente caírem no sono.


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Notas finais do capítulo

Bem... Surpresa! Não acharam mesmo que eu ia matar os dois depois de tudo, acharam? Como eu disse, eu estava entediada. Só mais um capítulo faltando, mas não se preocupem, ainda tem muito mais histórias pela frente.



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