O Meu Fim Para As Crônicas De Gelo E Fogo escrita por Carlos Alberto


Capítulo 7
Barristan


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelos comentários e desculpem por ter demorado tanto.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/389625/chapter/7

O dia se iniciava, mas Barristan Selmy já estava acordado. Hoje era o dia que teria que deixar Victarion entrar em Meereen.

O velho cavaleiro não conseguira dormir, então fora para as muralhas. os exércitos estavam ali. Imaculados, Homens da Mãe, Bestas de Bronze, Soprados Pelo Vento, Corvos Tormentosos, Segundos Filhos e os Dothraki.

Os comandantes também se encontravam na praça. Verme Cinzento, Marselen, Skahaz Mo Kandaq, o Príncipe Esfarrapado, Ben Mulato Plumm, Aggo, Jhogo, Rakharo e, para seu desagrado, Daario Naharis. Missandei, a pequena escriba e arauta da rainha, junto com as aias dothraki, também tinham vindo junto, apesar de Sor Barristan ter insistido para que ficassem. Tyrion Lannister, Sor Jorah Mormont e uma anã chamada Merreca , tinham vindo com os Segundos Filhos.

Um chifre de batalha soou e os portões se abriram para Victarion.

Barristan havia esperado um séquito maior, mas haviam vindo apenas o capitão e o sacerdote. - Preciso de alguém com peito largo e pulmões fortes, e que não seja de utilidade para ninguém!- disse Victarion.

Skahaz trouxe um dos lutadores de arena para junto deles, cujo nome o cavaleiro não recordava. Victarion carregava um enorme chifre, maior que o braço de um homem, curvo, enfeitado com faixas de ouro vermelho e aço valiriano, gravado com runas valirianas.

– Eis aqui senhores, - disse o sacerdote.- aquilo que vai ajudar-nos na nossa jornada. Um berrante de Valíria, capaz de dobrar os dragões à vontade de seu mestre. Eis aqui o Atador de Dragões!

Barristan se sentiu incomodado. E se aquilo não funcionasse? E se os dragões atacassem a cidade com o sopro do Atador de Dragões? Ele não ousou perguntar, pois havia feito uma promessa para que pudesse ir para Asshai também.

O sacerdote pegou o chifre com todo cuidado e entregou ao homem e sussurrou instruções a ele. O lutador foi caminhando até a praça e então ergueu o berrante e soprou.

Barristan sentiu como se estivesse ouvindo o grito do mais profundo dos infernos. Era um barulho profundo e terrível. As runas brilhavam em tons de vermelho vivo. Foram três longos sopros que pareciam não ter fim. Aquele ruído o atormentaria para sempre.

Quando o berrante parou, ouviram- se dois rugidos ecoarem pela cidade e então, um bater de asas tão estridente quanto um trovão chacoalhou o chão sob seus pés.

O lutador caiu, com as mãos pretas e sangue saindo da boca. O berrante chiava e soltava fumaça. Victarion foi até a praça junto de seu sacerdote.

Os dragões pousaram com um enorme estrondo no chão. Victarion ergueu a mão direita e a abaixou, e os dragões abaixaram os pescoços para ele.

– Eu sou Victarion Greyjoy, mestre do Berrante, e vocês obedecem à mim agora! Eu os levarei até sua mãe! Agora, deitem-se.

As duas feras se abaixaram sobre a barriga e fecharam as asas, olhando para o capitão.

– Preparem as provisões, tropas e armas! Partiremos ao pôr do sol!

Barristan esperou ali, enquanto os comandantes iam atrás de suas tropas. Sua capa chacoalhava no vento quente da manhã.O capitão veio até ele.

–Ainda dúvida de mim, velho Sor?

–Sim, Victarion. Conseguiu parar os dragões agora, mas eles ficarão assim até chegarmos ao nosso destino? Temos espaço e comida para eles?

O capitão sorriu.

– Se esta é sua preocupação, não tema. Temos um navio grande para cada dragão, e preparamos rebanhos de ovelhas e vacas para darmos as feras. Agora vá se aprontar, não temos tempo a perder. - Ele virou-se em direção aos portões e saiu com o sacerdote atrás.

O cavaleiro foi até a Grande Pirâmide, pois ainda tinha assuntos a tratar. Logo viu Missandei e pediu a ela que convocasse os capitães da rainha. Quando chegou a sala, todos já estavam lá.

– Capitães, como minha última ordem, quero que deixem cem homens das suas tropas aqui. Skahaz, cabe a você e as Bestas de Bronze manterem a paz em Meereen. Você será o regente na ausência da Rainha Daenerys.Os demais devem se juntar a nós na viagem para Asshai.

– E o rei? -perguntou Skahaz. - Deve continuar preso?

– Sim. Sob nenhuma circunstância deve ser solto. Isso é tudo. – Ele se levantou e subiu as escadas para seu cômodo.

Barristan arrumou suas roupas e pertences em um saco e foi falar com Missandei. Ela estava no quarto da Rainha, sentada na cama com dois sacos a seus pés.

– Esta uma arrumou as roupas da rainha também. – disse a pequena. - Ela vai gostar.

– Sim, ela vai.- disse ele carinhosamente.- Mas será perigoso, você deve ficar.

– Esta uma conhece o perigo. Foi roubada por escravagistas e viveu sob os insultos deles por toda a vida. Esta uma vai com o senhor.

Sor Barristan lutara com muitos inimigos corajosos e tivera amigos muito leais, mais nenhum se comparava com a lealdade e coragem da pequena Missandei.

– Está bem, já vi que não posso impedi-la. Chame Irri e Jhiqui e diga que elas estão livres, se quiserem ficar.

Ela assentiu e saiu escada abaixo. O cavaleiro pegou os sacos que ela havia preparado e saiu da pirâmide.

A praça estava apinhada de gente. Soldados, pastores, comerciantes e gente comum, todos envolvidos com a partida da frota para Asshai. Ele continuou seu caminho para o navio reservado para ele, Missandei, as aias e os capitães.

Era uma grande galé, roubada dos yunkaítas , que ele havia pedido para que levasse o exército da rainha para Asshai. As velas haviam sido trocadas por novas e reparos e limpeza haviam sido feitos por todo o navio. Ele subiu e arrumou as coisas nas cabines e voltou para buscar Missandei e as aias, que esperavam no portão.

– Elas vão também, Sor Barristan. – disse a menina quando ele chegou até elas.

– Muito bem então. Vamos levar suas coisas para o barco.

Depois do almoço, tudo estava pronto. Os dragões estavam sendo levados para seus navios. Então eles partiriam.

O capitão do navio deles seria um almirante de Meereen, Zaquaz Lo Patrakh, um pobre homem que servia a marinha do local durante toda a vida e que fazia parte dos navios de tráfico de escravos. Victarion havia recrutado muitos destes homens, pois poucos se aventurariam a ir tão longe.

Mesmo com tudo pronto, levou até o fim da tarde para arrumar os dragões nos navios. Então zarparam finalmente.

Barristan estava na amurada, olhando o sol se esconder no oeste, quando a pequena escriba apareceu ao seu lado.

– Acha que a rainha ainda vai ser a mesma que deixou Meereen, Sor Barristan?

– Sim, pequena. Mesmo vindo de uma família com decaídas na loucura, Daenerys tem muito do irmão dela, Rhaegar. O mesmo coração gentil, mente curiosa e força de vontade. Usando sua astúcia, a rainha mudou o mundo, apenas com coisas simples. Chocou três dragões quando todos pensavam que ela era fraca e débil. Destruiu o tráfico mundial de escravos usando o pouco que tinha. Ela está destinada a grandes atos. Não me surpreenderia se ela chegasse a governar o Mundo.

Sor Barristan continuou fitando a linha dourada no horizonte, enquanto os barcos navegavam cortando o mar e pequenas estrelas surgiam no céu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!