O Meu Fim Para As Crônicas De Gelo E Fogo escrita por Carlos Alberto


Capítulo 4
Victarion




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Era noite alta quando Victarion subiu ao convés, após fazer os planos para o desembarque.Meereen assomava-se na costa, cercada pelos yunkaítas.

O berrante era seu agora,após o ritual feito por Moqorro.Ele era o mestre dele, mas não por muito tempo.Quando encontrasse a rainha, teria de dá-lo para ela, Moqorro vira isso em suas chamas, assim como vira que Daenerys havia partido nas costas de um dragão negro.

Capturara mais duas galés de guerra qartenas, mais cinco navios da Nova Ghis, e pretendia esmagar os yunkaítas antes que a frota volantena chegasse.Para isso, desembarcariam na calada da noite, antes do nascer do sol, e queimariam as armas de cerco.Seus tripulantes cuidariam dos guardas, mas deixara uma coisa explícita. Nenhum dos comandantes das companhias livres deveria morrer,Moqorro vira que alguns seriam de grande ajuda para ele.O sacerdote também vira que, deveria oferecer os senhores escravagistas restantes para R'hllor, para poder aplacar o fluxo sangrento.

Victarion já estava vestido com sua armadura.O velho sacerdote iria também, para dar o sacríficio para o Deus Vermelho.Seus capitães estavam formando fileiras com os navios, aproximando-se lentamente da costa.

– Viu isto também em suas chamas? - perguntou ao sacerdote.

– Isto e muito mais, capitão.Vi tendas em chamas, assim como as armas de cerco, vi você no meio de tudo, comandando e matando, sem nenhum ferimento.Vi você chegando a Meereen.

Victarion ficou satisfeito.Se Balon estivesse ali, diria quão bom trabalho estava fazendo,mas seu irmão banqueteava-se nos salões do Deus Afogado.Mas até este lhe deixava dúvidas.O deus de Moqorro mostrara-se certo até agora.Curara sua mão, dera-lhe o método para controlar o Atador de Dragões, mas mostrara suas esperanças vãs quanto à rainha.

O velho vira ela, uma mulher com cabelos em chamas, num vestido arruinado, voando em um enorme dragão negro. Ele não questionou, pois sempre estava certo.

Atracaram e saíram dos navios, vestidos em armaduras, com excessão do sacerdote.Caminharam sem luz, através da costa,poucos infiltraram-se no acampamento, para dar um jeitos nos guardas. Eles iriam até os três trabucos, para queimá-los, anunciando o ataque.

Era um grande acampamento, com tendas magestosas e tendas modestas, latrinas, poços e pavilhões.Ao passar por um deles, Victarion viu os dois guardas mortos.Avançou para o meio do acampamento, onde os três trabucos estavam.

Seus homens haviam trazido óleo e haviam pegado tochas no acampamento.Jogaram nos três, e Moqorro entoou um canto em Alto Valiriano.Ralf Coxo jogou a primeira tocha, e os outros seguiram-se a ele.Conforme a voz do sacerdote aumentou, as chamas cresceram e se espalharam.

Então o sacerdote cessou o canto e falou em voz alta:

– R'hllor, defenda-nos! R'hllor, queime os inimigos! R'hllor dai-nos forças, pois a Noite é Escura e Cheia de Terrores!

– Pois a Noite é Escura e Cheia de Terrores!– rugiram seus homens, e correram para as tendas, espadas nas mãos.

Victarion foi para as tendas maiores, onde estavam os mestres escravagistas.Arrastou cada um deles para fora, matando todos os guardas e escravos à sua frente.

Quando terminaram, o sol nascia, e os trabucos haviam se tornado montes de cinzas e brasas.Os mestres foram arrastados e banhados em óleo.Moqorro jogou um pó azul e o fogo rugiu, enquanto ele falava.

– Senhor da Luz, aceite nossa oferenda.Que a carne destes inimigos sacie sua fome e alimente seu poder. Retire, com isso, a praga que assola estes escravos e purifique estes homens para que renasçam no fogo.Pois a Noite é Escura e Cheia de Terrores.

Pois a Noite é Escura e Cheia de Terrores. - falaram seus homens e os escravos.

Victarion e Moqorro foram para uma das tendas, onde os mercenários aguardavam.

Haviam vindo todos.Os Segundos Filhos, Os Soprados pelo Vento, a Companhia do Gato e outras que não conhecia.O comandante dos Segundo Filhos tinha trazido um companheiro seu junto, uma anão com olhos desiguais e uma cicatriz enorme cortando sua face.

– Olá, Moqorro! - falou o pequeno.- Vejo que seu deus das chamas salvou você da tempestade.

–Olá,pequeno amigo!- disse o sacerdote, rindo.- Parece que ele foi menos clemente com você, vindo parar do lado errado das muralhas.Onde estão seus outros amigos,o cavaleiro e a anã?

–Estão bem, foram salvos e estão conosco agora.- respondeu o anão.

– Parece que conhecesse o anão, Moqorro.- falou Victarion. - Ele era da sua tripulção?

– Sim, meu senhor.Embarcamos em Volantis para chegar até a Mãe dos Dragões, mas a tempestade nos separou.Pequeno,- disse para o anão.- este é Victarion Greyjoy, capitão da Frota de Ferro, que me salvou quando estava à deriva no mar.

– Então temos aqui um irmão de Balon? Talvez não me conheça, mas conhecesse meu pai muito bem.

Então Victarion reparou no cabelo loiro dele e no olho verde.

– Sim, Duende.- falou Victarion. - Então foi você que enfiou um dardo nos intestinos de Tywin? Fez um grande favor para mim, Tyrion. Isso tornará Rochedo Casterly mais vulnerável. Mas qualquer amigo de Moqorro é meu amigo, por isso pouparei você.

–Neste caso, sou muito grato, Lorde Victarion.- disse o Duende.

A palavra caiu como uma pedra sobre o capitão.

– Nunca, nunca me chame assim, Duende, caso não queira ter essa sua feia cabecinha cortada e enviada direto para sua irmã.- disse Victarion, fechando a mão queimada em um punho,com uma raiva terrível.- Não importa o que nosso amigo em comum tenha visto nas chamas.

O Duende torceu os lábios em um sorriso grotesco.

– Muito bem. Moqorro, gostaria de tomar um vinho comigo? Talvez eu lhe conte sobre minhas aventuras.

– Será muito bom, pequeno leão. - disse o velho sacerdote, sorrindo.

Tyrion Lannister levantou-se e saiu bamboleando para fora da tenda, seguido por Moqorro, com as vestes balançando ao vento.

Victarion virou-se para os mercenários sentados nas mesas.

– Então senhores, estamos aqui para conversar sobre a guerra contra Meereen.Acabei de queimar os escravagistas para o Senhor da Luz, e isso significa que não receberão nada pelos serviços prestados à eles.Tenho uma oferta para vocês. Se não quiserem ter o mesmo destino de seus contratadores é melhor que pensem bem no que vou dizer.Rendam-se e juntem suas forças às nossas, pois há muito mais vantagens na garota do que tinham com esses velhos bêbados.Aquele que não querer seguir, poderá voltar, mas deixará qualquer um da companhia que queira juntar-se a nós, bem como uma parte das armas e provisões.Os que se revoltarem ou virarem a casaca contra mim, terão o mesmo destino dos yunkaítas.

Victarion puxou uma cadeira e bebeu de uma taça na mesa, com um vinho negro como a noite.

Mãos ergueram-se a seu favor.Poucas, mas ergueram-se Plumm, o Príncipe Esfarrapado e outros três ghiscaris.Barbassangrenta permaneceu silencioso junto com os outros.

– Escutem, há algo que me esqueci.- falou Victarion. - Ouvi que os velhos mantinham reféns da rainha.Quero todos aqui.Não importa se forem crianças, dothrakis, mercenários ou aleijados, quero-os aqui e agora.

Então Ratazana entrou na tenda.

–Senhor, há um velho que vem em nome da rainha dragão, disse que se chama Barristan.

Victarion já ouvira aquele nome muitas vezes.

– Pode trazê-lo para cá, rapaz.- disse, levando a taça novamente aos lábios.

O velho cavaleiro entrou, vestindo armadura e uma capa branca.Victarion ouvira o nome de Sor Barristan Selmy muitas vezes desde criança.Sabia que ele impedira os planos da Companhia Dourada, matando Maelys Blackfyre, o último da família bastarda.Mas se o que ouvira era verdade, os mercenários estavam voltando para Westeros mais uma vez, guiados por um senhor exilado qualquer.

– Venha, sente-se,sor.- falou ele, indicando um assento vazio. - Junte -se à nossa conversa, talvez seja de seu interesse.

– Sim, capitão. - falou o cavaleiro. - Mas primeiro vai me dizer que objetivo tinha quando destruiu nosso inimigo esta noite.

Ele curvou os lábios em um sorriso.

– Meus objetivos são o mesmo que os seus, velho sor.- bebeu mais um pouco de vinho.- Eu vim por ela, Sor Barristan, pela sua rainha dragão, a mulher mais bela do mundo.Soube que tem dois problemas na cidade, e eu tenho a solução para eles.Ratazana, traga o Atador de Dragões.

O marinheiro trouxe o enorme berrante do inferno, feito de ouro vermelho com faixas de aço valirianos cheias de glifos em Alto Valiriano.

– Eis sua solução, velho sor. Este é um berrante de Valíria, que meu triplamente amaldiçoado irmão Euron trouxe para mim.Ele tinha planos mais terríveis para ele.Queria tomar os dragões à sua vontade e desposar a mulher mais bela do mundo.Ele tirou de mim tudo o que eu amava no passado, Sor Barristan, e decidi que tomaria o que quer que fosse valioso para ele.Por isso vim ajudar vocês.

– Quer dizer que fez tudo isso por vingança?- disse o velho. - Mesmo que sua ajuda tenha sido bem vinda, a hora é tardia.A rainha foi levada pelo dragão, para deuses sabem aonde, e nós estamos enfrentando uma doença dentro de nossas muralhas.

– Não mais,sor.Sacrifiquei os mestres com esse objetivo.Encontrei um sacerdote do deus vermelho no mar, e desde então,tudo mudou.Ele viu não chamas que o sacrifício aplacaria a doença, assim como viu sua rainha sendo levada pelo dragão.-Então ergueu a mão queimada.- Esse ferimento teria me matado lentamente, mas ele me curou, sor, apenas com fogo e canções.Existem apenas dois lados, cavaleiro, a Luz do Senhor ou as Trevas do Outro. Não há os Sete, Deus Afogado ou Deuses do Norte.Apenas o Senhor da Luz, e ele nos levará até nossa rainha.

Então o sacerdote apareceu, trazendo um mapa nas mãos.

– Capitão, encontrei nossa rainha.- colocou o mapa na mesa e apontou com a mão negra.

Então nossa pequena rainha resolveu ver os esplendores do extremo leste? Pensou Victarion, Meu maldito irmão navegou até lá e voltou, porque não eu?

Victarion colocou a mão queimada sobre as Terras da Sombra.

– Preparem-se, senhores. Vamos para Asshai.


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