O Meu Fim Para As Crônicas De Gelo E Fogo escrita por Carlos Alberto


Capítulo 3
O Lobo Bastardo




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A noite era negra e estrelada, e os cheiros vibravam ao seu redor.Uma matilha de lobos menores corria atrás dele, o seu pelo brilhando à luz da lua.

Anos atrás, ele tinha irmãos, cinco, quando mamavam o leite da mãe morta.Até que foram achados pelos homens, então muitas coisas aconteceram.Foram separados, e ele havia perdido o cheiro de dois deles.

Mas agora estava ele ali, com companhia novamente. Dividia sua caça com eles, desde que fugira da parede de gelo onde vivia com seu dono.Na verdade seu dono ainda estava ali, agora eles sendo lobo e homem ao mesmo tempo.

Quando era lobo, o mundo ganhava mais vida.Sentia cheiros de terras distantes e próximas, da floresta, da neve, do inverno.Levantava o focinho em direção ao nascer do sol, e sentia um cheiro diferente, algo que o atraía vividamente, mais do que o cheiro de sangue.

Mas acabara voltando-se para outra direção, pois entre esse cheiro e ele havia a grande água salgada, que cobria uma grande distância.

Correu no ar frio da noite, entre pinheiros e represeiros velhos de folhas vermelhas, de quando os filhos da floresta caminhavam pela terra.A matilha seguia ele, entre eles havia três recém chegados, um lobo velho, uma loba e um lobo jovem.

Seguiram em direção a cheiro de calor, de vida.Chegaram a um pequeno acampamento, com algumas crianças e mulheres, amontoados junto da fogueira.

Então um vento frio e longo assobiou pela noite, tão forte que apagou a fogueira.Os selvagens se levantaram em pânico, mas ele não entendeu o motivo.Então ele sentiu um arrepio percorrer suas costas.

Um cheiro terrível encheu o ar.Cheiro de morte, de dor, cheiro de magia negra, de gelo, cheiro do inverno mais terrível e sem vida que já sentira.Então ele surgiu das sombras.Uma criatura de pele azulada e olhos como duas estrelas gélidas.Usava uma armadura que mudava conforme caminhava.Era negra como as sombras, vermelha como sangue, branca como neve recém caída, verde escura como as agulhas de pinheiro, cinza como as pedras que os homens construíam suas casas.Segurava um fina espada de gelo que cintilava azul no frio, e vinha seguido por outros como ele, e mortos com mãos e pés negros e olhos frios.

Matavam os selvagens, mas estes se levantavam com olhos frios como estrelas de gelo.Então ele virou-se e correu.Muitos ficaram atrás de presas, mas ele não olhou para trás.Seguiu  para leste, onde um brilho alaranjado despontava.Então sentiu o cheiro.

Era algo bom,cheio de vida,de doçura, cheiro de fogo, de carne quente recém caçada, cheiro do leite da mãe dele, cheiro dos irmãos, cheiros de todas as coisas boas que já sentira.

Mas, acima daquele, havia um cheiro maior, mais forte, um cheiros tão bom que era indescritível.Mas então sua parte humana falou mais alto, lembrando de uma velha senhora que contava histórias quando ele era criança.Ele sabia que cheiro era aquele.

Era o cheiro de magia.Era o cheiro de Dragões.


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