– ABAIXA A MERDA DESSA MÚSICA!- gritou Nina Caliente, descendo a escada de sua casa, furiosa.

Dina Caliente estava dançando loucamente no meio da sala de estar ao som de uma música pop-rock e o som estava no máximo.

– Calma, já estou abaixando! Não precisa ficar brava!- disse Dina, abaixando o volume- Eu vou sair, ok?

Dina tinha acabado de ver pela janela Don Lotário chegar de carro em sua casa.

– De novo?- perguntou Nina, cansada de sempre fazer a mesma pergunta. Dina saía quase toda noite e só chegava de madrugada ou no dia seguinte. E talvez até depois disso!

– Eu nem saí hoje Nina! Relaxa! Eu deixo você escutar música no meu som... Divirta-se!

Nina suspirou enquanto Dina saia de casa. Dina se dirigiu a casa de Don Lotário e ao chegar lá, bateu na porta. Don atendeu a porta na mesma hora.

– Ah, oi- disse Don, nervoso.

– Oi!- disse Dina, entrando na casa de Don- E aí? Casou com a Cassandra?

– Hum... Na verdade... não.

– O que?!? Don! Por que não?!

– Eu... eu não consegui! Sou muito jovem pra me casar! Não consegui...

– Don, seu idiota! Você por acaso se esqueceu do nosso plano?! Pense no dinheiro que nós poderíamos ganhar se você se casasse com ela! Ficaríamos ricos! Eu... eu não acredito! Não acredito que você fez isso! Não acredito mesmo!

Don estava muito constrangido. Dina balançava a cabeça negativamente com a mão na testa.

– Mas tudo bem. É só eu me casar com Vladmir que o nosso plano fica de pé.

Don sorriu maliciosamente.

– Mas... então... já que nós estamos sozinhos, que tal a gente... você sabe?

Dina retribuiu o sorriso malicioso de Don e eles começaram a se beijar. Da sala, foram para o quarto.

Nina continuava na sala de estar, vendo televisão, quando bateram na porta. “Quem será?” ela pensou. Nina se dirigiu a porta e a abriu. Ficou surpresa em ver que quem batia na porta era Cassandra Caixão.

–Olá Nina. Eu... posso entrar?

– Claro!

Cassandra entrou na casa das Caliente.

– Fique a vontade, sente-se...

– Ah, não é necessário. Eu só vim aqui para... lhe fazer uma pergunta.

O rosto de Cassandra ainda estava muito vermelho e era evidente que a mulher havia chorado. E muito.

– Cassandra, você estava chorando?

Cassandra ficou mais vermelha do que ela já estava.

– Ahn... sim. Mas isso não importa. Tenho que te perguntar algo.

– Ah, ok então. Pode perguntar.

Cassandra não sabia como perguntar aquilo. Era uma coisa um pouco pessoal e que talvez Nina não soubesse a resposta. Mas ela perguntou mesmo assim.

– Você sabe por que Don não quer se casar comigo?

– Cassandra... foi mal, mas eu não sei. Não sei mesmo. Vocês iam se casar?!

– Sim. Ia ser uma coisa privada, por isso ninguém soube. Mas...- ela fungou- ele me deixou planatada.

– Oh! Aquele safado! Por isso eu o odeio! Ele não se importa com ninguém e nem com seus sentimentos.

Cassandra concordou com a cabeça.

– Bem... era só isso. Obrigada Nina.

– De nada Cassandra! Qualquer coisa, eu estou aqui!

Cassandra sorriu e se dirigiu a porta. Ao tocar na maçaneta, a porta se abriu e Dina Caliente apareceu do outro lado.

– Ah! Oi Cassandra...

– Oi Dina. Eu... já estava de saída. Tchau.

– Tchauzinho...- respondeu Dina, com desprezo na voz.

Dina odiava Cassandra mais que tudo no mundo. E Cassandra também a odiava. Dina sentia muitos ciúmes de Don com Cassandra. Ao contrário da própria, que nem sabia da existência do caso Dina e Don.

Esse caso durava meses, mais tempo que o relacionamento de Cassandra e Don. Isso é óbvio, porque eles estavam tramando um plano para conseguir a fortuna dos Caixão. Don se casaria com Cassandra e Dina se casaria com Vladmir. E o plano estava indo muito mal, já que Don não havia se casado com Cassandra. Agora, a última esperança do plano funcionar seria o casamento de Dina e Vladmir, que já havia sido planejado e iria acontecer daqui a dois meses. O clima estava caliente na cidade de Belavista. Mas isso não era nada comparado as coisas que estavam por vir.