Herdeiros E O Filho Do Lorde escrita por Castebulos Snape


Capítulo 16
Segunda noite de detenção


Notas iniciais do capítulo

Minha gente esse tá grande! Eu quero pedir para não ficarem zangadas com Neville, o bixinho esta passando por uma experiência desagradável chamada Kate...



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POV.: Kate Stevenson

Eu queria, queria mesmo, que Bi tivesse ficado, minha irmã pelo menos poderia ficar do meu lado, pelo menos ela ai. Mas não fiquei mal quando Fred a arrastou para fora da sala, não queria que ela fosse punida, e não queria que ela visse o sermão que eu provavelmente ia levar. Ela ia basear o dela nisso. Era sua especialidade.

– Katherina, você é a causa disso tudo, e todos aqui sabem disso. Imagino que sua irmã também pelo que fez em seus braços – olhei os arranhões de Bi sentindo um pouco da ardência, mas a ansiedade anestesiava – Eu e todos do Salão vimos quando você tentou dar um soco no Sr. Duran, não imagino o motivo, não quero saber, e Ted impediu – abaixei os olhos, percebendo onde aquilo ia – Provavelmente porque o Prof. Longbottom a assusta você se fez de apaixonada por Ted.

– Não! – eu e Neville nos entreolhamos – Eu não tenho medo dele! Por que eu teria medo dele? – ele ergueu a sobrancelha, deixando-o mais como o Neville dos livros – Não faz sentido! A questão é que eu já estou em detenção, não queria mais disso. E o professor tem um favoritismo péssimo comigo e eu sabia que ele ia acabar comigo. E o Ted... – eu o olhei e sorri, fazendo seus cabelos brilharem mais ainda rosa.

– E adiantou de muita coisa, não é? – Minerva me fez sentir idiota, o que é o remédio perfeito para minhas besteiras, como eu não tenho remorso é só me fazer sentir idiota que eu me arrependo, se certo modo – Agora eu vou dar a você e ao senhor Lupin uma semana de detenção cada um. E adivinhei com quem a senhorita irá fazer?

– Não! – Neville quase gritou – Por que eu também tenho que ser punido?

– É, o professor não merece isso – fiquei de joelhos, e Neville pareceu quase surpreso – Não faz isso com a gente – Neville assentiu, e Sev riu lá traz – Por favor. A gente se odeia.

– Concordo plenamente.

– Uma semana a mais e ponto – e não olhou mais para mim – Severus você cuida de Ted.

Teddy engole em seco, seu cabelo passando do rosa ao castanho, Severus abriu um sorriso sádico, deixando-o parecido com o gato da Alice. Fiquei com mais pena de Ted do que de mim mesma.

Bi obviamente, concordou com tudo o que Minerva disse e mais ainda, eu nem ouvi, é claro, estava preocupada demais em analisar o céu, atrás da bolinha. Eu sabia que estava em Hogwarts para estudar, mas eu ainda não tinha tido tempo para fazer aquilo, mal estava assistindo as aulas na verdade. Mas eu tinha que treinar para o time e podia estudar assim que voltasse da detenção com Longbottom.

Avancei sobre a bola, me esquivando dos adversários imaginários, agarrei dando uma cambalhota no ar e abraçando a bola. Então desci para perto dela, que aplaudia.

– Bi, eu sei tudo o que eu fiz, não vou me arrependo, não importa o que faça, você sabe disso – Ela revirou os olhos, simplesmente aceitando a realidade – Então... Fred... O dia em que eu explodi tudo?

Ela sorriu... Seus olhos brilharam enquanto me contava que tinha ido à Torre de Astronomia (me perguntei se já tinha tido essa aula e faltado) e encontrado Fred lá, que tinham conversado, que ele a desenhara, que o beijo dele era incrível e todo o blábláblá meloso de quem estava apaixonado, nada conta, é que eu não sou lá a pessoa mais romântica da terra e para quem está amando tudo no outro é lindo e perfeito. E isso me irrita.

A única coisa que me deixava disposta à ouvir aquilo tudo era porque Bi parecia extremamente feliz com aquilo, ela estava nas nuvens com o novo namorado, e Fred parecia gostar dela, o modo com o que ele a desenhara era como os antigos desejavam e esculpiam seus deuses.

– Kate, ele é ótimo! – Ela pegou minha manga e sacudiu animada – E me eu estou apaixonada... Você acha estranho eu estar me sentindo assim, fazem só alguns dias...

– Bi, papai e mamãe começaram à namorar três dias depois que se conheceram – ela sorri, ficando um pouco vermelha nas bochechas, sempre ficava assim quando falávamos da mamãe. Por um segundo desejei que não fossemos gêmeas, que, talvez eu fosse mais jovem e pudesse contar à ela sobre nossa mãe e em como ela era maravilhosa – Lembra do jeito que ele falava sobre ela? – Bi assentiu, sorrindo – Você tem todo o direito de ter um amor à primeira vista, papai e mamãe teriam ficado juntos o resto da vida se ela não tivesse ido embora, se você e Fred são assim não tem nada de estranho.

Ela ficou em seus devaneios enquanto eu observei o céu, nós deveríamos estar fazendo as tarefas, tirando o atraso, mas eu podia fazer depois, me perguntei se já tínhamos tido aula de Historia da Magia. Não importava eu podia ler sobre, ia ser como reler Harry Potter.

Sev surgiu por trás de nós, provavelmente ouvira parte da conversa, ou a conversa inteira, e estava pirando silenciosamente, e se sentou ao nosso lado, seu rosto não estava dos satisfeitos, mas nos abraçou e nos fez sentir aconchegadas. E é por isso que eu amo esse homem.

Respirei fundo antes de bater à porta. Pensei sobre as outras semanas que passaria com ele, parecia fazer meu peito pesar mais. Quando ergui a mão para bater (uma mão bem tremula), a porta se abriu, Longbottom com um sorriso sádico a segurou para mim. Com o passar dos dias ele ficava pior. Me perguntei se ele fazia a mesma coisa com Bi, se ele fizesse era um homem morto, nem que eu fosse para Azkaban.

– Sabe o lado bom das pessoas pontuais?

– Previsíveis – Abaixei o rosto, ele devia estar louco para se vingar de mim.

– Exatamente – ele ergueu meu rosto, sua mão estava fria, percebi as olheiras mais profundas, a barba rala e a cor doentia em sua pele. Me perguntei sinceramente se ele estava doente – Graças à você vamos ter que nos aguentar por mais algumas semanas, e quero que saiba que vou tornar isso o máximo desagradável.

– Eu já imaginava.

– Coloque suas coisas na mesa, nós vamos sair, tudo o que você vai precisar é sua varinha – coloquei minha mochila na mesa e guardei minha varinha no cós da calça. Seus olhos acompanharam meus movimentos com um brilho diferente, não era raiva ou nojo, eu não tinha ideia do que era – Bom, vamos.

Ele pegou um saco, colocando no ombro, eu não tinha coragem de perguntar o que íamos fazer, para ser sincera eu não queria saber. Na minha cidade existia uma lenda, o homem do saco, ele raptava crianças para fazê-las de escravas, e Neville era meu homem do saco.

O segui pelos corredores, indo alguns passos atrás, percebendo o quanto ele era mais alto que eu, mais forte, e sua varinha me lembrava que ele sabia muitos mais feitiços. Às vezes Neville se virava, como se para checar se eu ainda estava ali, seu sorriso cruel parecia fazer meu peito ficar gelado.

Quando percebi que íamos sair do castelo, pensei muito seriamente e sair correndo, mas a ideia de ser perseguida por ele me fez desistir.

A noite lá fora estava fria e enevoada, me aproximei dele, por mais que fosse ruim, era melhor que algum animal das trevas ou do Hagrid. Sua mão subiu e desceu por minhas costas, me fazendo ficar alerta.

Passamos pela pequena cabana do Guarda Caça, fiquei tentada em fazer algum barulho quando vi as luzes acesas, talvez ele distraísse Neville e ele desistisse daquilo, mas o professor agarrou minhas roupas e me levou para dentro da floresta. Eu não sabia se ficava excitada por estar ali ou com medo por estar ali à noite com ele.

Caminhamos por vários minutos, as raízes pareciam ter gostado dos meus pés, vez ou outra eu tropeçava e Neville me segurava de pé pela gola. Meu uniforme estava resistindo muito bem àquele dia. Ele parou quando chegamos a uma área sem árvores, a lua batia no chão como um holofote, e o chão estava cheio de pequenas plantas de folhas grossas e prateadas, que pareciam reluzir na luz.

– Suculentas da Lua – disse ele, sua voz quase doce, gentil como nunca tinha sido comigo. Seu rosto estava quase humano, relaxado, bondoso, jovem, até mais corado. Seus olhos refletiam a lua, ficando afetuosos, completamente diferentes dos olhos que me odiavam. Até seu corpo relaxara. Neville abaixou os olhos para mim, parecia outra pessoa – São ótimas em antídotos em outras poções, sem contar que são lindas e tem alguns poderes curativos.

Ele retirou três sacos do saco que carregava, voltando a ser o Longbottom de sempre, olhos faiscantes, postura ameaçadora, rosto zangado e cruel. Me jogou os dois sacos com força, machucando um pouco meu rosto.

– Eu estou precisando de umas na minha estufa e Snape precisa de umas folhas para suas poções – ele agarrou meu braço me arrastando entre as plantas e me pôs de joelhos na terra – Em um dos sacos você vai colocar plantas com raízes, para eu poder replantar – ele pegou uma pazinha de jardineiro dentro de um dos sacos e cavou em volta de uma das plantas, fazendo um quadrado, então pegou minha mão – Você tem que ser firme, mas delicada – passou meus depois em volta da base, longe das folhas, seus dedos estavam longe de ser delicados, então a puxou trazendo a terra e as raízes juntos – retire bem a terra, até ficar só as raízes – ele retirou a terra com minha mão – Faça isso com o máximo de plantas que conseguir. Para seu tutor tudo que você precisa é arrancar varias folhas e colocar no outro saco. Entendeu? – assenti – Então comece.

Então se encaminhou para o outro lado campina e se pôs a arrancar folhas de plantas.

Respirei fundo, tremendo de frio, e me pus a retirar as plantas e a cortar algumas folhas. Com o passar dos minutos o frio aumentou, e eu fiquei cheia de terra. Minha farda estava se destruindo ali. Parei para pensar em tudo o que acontecera nas ultimas semanas, aquela noite que Severus aparecera em nossa casa parecia ter ficado anos no passado. Lembrei do trem para Hogwarts, da primeira vez que vi o castelo, da primeira noite... Ted e Fred...

Meu deus, pensei, Minha irmã está namorando um Weasley... Então pensei bem naquilo. A gente é nova demais para namorar.

Senti uma presença atrás de mim. Ergui os olhos, o professor estava envolto em sobras, eu só conseguia ver seu sorrisinho filho da puta. Um arrepio subiu pela minha espinha como uma corrente elétrica, tinha algo de errado.

– Parou por quê? – ele me deu um tapa forte na bunda, me fazendo gritar, ecoando pelas arvores, e o segundo veio mais forte, me fazendo cair de quatro – E pare de gritar, só vamos sair dessa maldita floresta quando você terminar. Eu já enchi meus sacos, só falta você.

Meu coração estava na minha garganta. Como assim? Neville podia ser cruel do jeito que quisesse, eu o entendia por me odiar, mas me bater? Tocar em mim? Continuei o que tinha que fazer, o mais rápido possível, ainda sentindo sua presença atrás de mim. Eu achei que ficaria zangada se ele me machucasse, mas eu fiquei assustada, nós estávamos no meio de uma floresta, longe de qualquer um e ele podia fazer o que quisesse comigo.

Terminei os sacos, ele amarrou as bocas os dois e os encolheu para que eu os carregasse mais facilmente, realmente estava mais fácil, mas não mais leve. Eu estava com terra até os tampos, meu uniforme tinha rasgado, minha mão estava sangrando, meus pés estavam doendo, minhas roupas estavam rasgadas, e eu estava com dor no traseiro!

Meu medo de Neville não me impediu de quase pular nele quando uma sombra saiu das rizes mais altas latindo. Longbottom agarrou minhas roupas e me puxou para trás dele e ergueu a varinha. O cão enorme, mostrou os dentes a Neville.

– Canino! – uma voz ribombou das arvores e eu relaxei, Hagrid – Canino II! O que é que você está fazendo?

O meio-gigante sorriu para nós, fazendo o nó na minha garganta sumir, Neville não me feriria perto dele. O professor me olhou, como se me desafiando a contar alguma coisa, mas eu não contaria, ninguém iria acreditar em mim.

– Professor Longbottom! O que faz aqui à essa hora? – Ele agarrou a coleira do enorme caça javalis, que rosnava furiosamente para Neville – Ora, Canino, é o Neville, comporte-se!

– Tudo bem, Hagrid, não deve ser para mim que ele esta rosnando – ele agarrou a parte de trás do uniforme e me puxou para a frente de si, quase me oferecendo para o cão. Soltei os sacos, fechei os olhos e tentei me soltar de sua mão.

– Kate. Detenção?

– É, Hagrid – olhei Neville, implorando com os olhos que me soltasse, o rosnado de Canino estava ficando intenso – ela consegui já estar em detenção. E como vê é para ela que o Canino está rosnando...

Mas ele foi interrompido pelo peso do cão em seu peito.

Quando ele falou de detenção eu olhei o cão, esse parou de rosnar e se libertou de Hagrid, saltando por cima de mim e derrubando o professor com tudo. Ele não estava rosnando para mim, sinto muito.

– Canino! – Hagrid tirou o cão de Neville, então ele veio para mim, lambeu meu rosto e olhou para o professor, caninos a mostra. Percebi que ele avançaria assim que Neville ficasse de pé, então o abracei, me agarrando ao seu pescoço com força. Seus músculos relaxaram e ele se sentou, língua para fora e rabo indo de um lado para outro – Professor, tudo bem?

– Tudo, Hagrid, só não entendo... – seus olhos caíram nos meus e desanuviara – Mas eu ainda preciso levar a Srta. Stevenson para seu dormitório, então, boa noite Hagrid.

– Claro, Neville, eu vou segurar Canino enquanto vocês vão para o castelo – ele puxou Canino pela coleira e Neville me puxou pela gola, me fazendo pegar os sacos que derrubara. O cão latiu e rosnou, me olhando de vez em quando, meu coração doeu quando Longbottom me arrastou para dentro.

Sua expressão estava furiosa, quase me enforcava a cada puxão, em direção a sua sala. Abriu a porta de supetão e me empurrou para dentro.

– O que fez com o cachorro?

– Eu não fiz nada eu juro. Ele deve ter achado que você ia me machucar, eu juro que não fiz nada com ele.

Ele me pegou pelo pescoço, rosto ficando pálido e esverdeado, olhos em fúria.

– Até ontem aquele cão me adorava, foi só você aparecer que ele passou a querer me estraçalhar – ele me colocou contra a parede apertando com força, fazendo eu arranhar sua mão desesperada por ar – O que você fez com ele?

Não consegui responder, tentando puxar ar. Um estalo fez ele me soltar e olhar de onde estava vindo. Um elfo de olhos azuis nos mirava, assustado.

– Senhor, seu chá – ele ergueu a xícara tremula.

– Ponha na mesa– ele me soltou, eu puxei o ar com toda a força, escorregando para o chão... Deus do Céu. Engoli o choro e olhei o elfo, mesmo que ele não pudesse me ajudar, me segurei a sua presença pensando que ele não me faria mal com o elfo ali, esse tirou um frasco da tanga e despejou o liquido, azulado no chá. Seu rosto estava com a expressão que Vick tinha quando me atacou... Ofeguei e o elfo sumiu.

Neville se voltou para mim, jogou dois dos sacos do meu lado, me encolhi, tremendo, eu não tinha ideia do que ele ia fazer comigo. Ele esfregou as mãos, fazendo-as brilhar em prateado, se agachou na minha frente e tomou meu pescoço entre elas novamente, prendi a respiração esperando o aperto, mas ele só massageou meus músculos até eles relaxarem e passou um pouco daquilo no meu corte.

Sua respiração se aproximou do meu ouvido, e eu senti sua barba rala raspar meu rosto.

– Ninguém pode saber do que aconteceu hoje, entendeu? – assenti – Se alguém souber do que aconteceu, eu mato você e sua irmã antes do Snape me matar – Ele coloca os dois sacos nas minhas mãos e me levantando pela roupa de novo – Se alguém perguntar responda que foi uma detenção como outra qualquer. Fora.

Abri os olhos e corri para a porta, saindo aos tropeços pelo corredor.

Eu não queria ir para meu dormitório, e não podia simplesmente ir me aconchegar em Sev, ele perceberia alguma coisa e mataria Longbottom. Então corri para Bi, por sorte consegui entrar, nem sei como. Subi as escadas correndo e me escondi nos lençóis de Bi. Ela acordou com o peso no colchão.

– Kate? – ela segurou meus ombros, percebendo que eu tremia – Meu deus, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Você esta chorando?

– Eu quero ir para casa, Bi. Estou com saudade do papai – ela me abraçou, senti um tremor descer por sua coluna.

Eu devia ser forte, eu era a mais velha, eu devia estar dando forças à ela. O problema é que eu não conseguia parar de tremer. Eu queria chorar, queria desabar ali, contar tudo à ela, deixar que Sev enlouquece para cima de Longbottom, mas eu não desconfiava que ele estivesse falando serio sobre matar Bi, ele estava horrível, cada vez mais pior, cada vez mais... Eu não sabia. Não tinha ideia o que ele era. Não era o Neville dos livros com certeza.

Bi ficou com uma expressão mortificada.

– Você quer ir embora de Hogwarts?

Não respondi, é claro que não, mas eu me sentia quebrada em dois dias com Neville, ainda precisava fazer mais três semanas. Me aconcheguei ali, desejando nunca mais sair.

A mesa da Corvinal estava barulhenta, o que me deixava ficar quieta no meu canto. Bi ficou do meu lado, a expressão mais preocupada do mundo. Eu estava me sentindo fraca, eu devia ter ido para o meu dormitório e me enrolado em minha cama.

Não ousei olhar para a mesa dos professores, não queria ver a expressão de Neville, nem tinha coragem de saber se Sev tinha notado que eu estava quieta. Vlad me olhava, isso eu já tinha percebido, ele parecia ter sacado que tinha algo errado, ele sempre notava as coisas, me perguntei se ele não devia ter ido para Corvinal.

– Kate? – olhei Ted atrás de mim, cabelo em tons de verde – Eu queria saber se você quer dar aquele passeio comigo.

Me animei um pouco, peguei sua mão e o sentei ao me lado. Seu cabelo voltou ao rosa brilhante.

– Claro, Ted. Eu estava mesmo precisando dar um passeio. Espairecer – puxei meu horário, disposta à assistir todas as aulas do dia. A última, poções, era as quatro. Eu podia sair com Ted depois da aula, mas quando eu treinaria Quadribol? – Eu tenho aula até as quatro, nós temos que voltar antes das seis, que eu tenho detenção, e você também, não? – ele assentiu – Ok. Te encontro no lago?

– Com certeza! – ele me deu um beijo na bochecha. Acho que, se pudesse ficar completamente rosa, eu ficaria.

Abri meu melhor sorriso, isso Neville não tiraria de mim, ninguém podia. Olhei a mesa dos professores, Sev me olhava, mandíbula tensa. E Neville, fechou o punho, forte, olhos venenosos. Não vacilei em seu sorriso, recalcado!

Minha primeira aula do dia era com a Minerva (sorriso amarelo), ela negou com a cabeça, sorriso de lado quando me viu, tentei não ficar zangada por ela, não tinha como a diretora saber que seu professor de Herbologia era um psicopata.

Foi divertido, eu era boa (grande surpresa!), nem tinha lição, e Minerva ficou satisfeita. Tentei até diminuir minha pena, mas ela mexeu a varinha tanto que eu achei que ia me transformar em algo pequeno, asqueroso e com esqueleto externo.

Vlad quase morreu de rir, e teve que correr de mim meia Hogwarts para não apanhar. A aula de Trato das Criaturas Magicas foi incrível, nós estávamos com a Grifinória, eu fiz algumas amizades, recebi olhares recalcados da minha casa.

Hagrid era um professor divertido, ele nos apresentou Canino II, que me derrubou no chão me lambendo, minha cara como se não pudesse acreditar que eu estava ali. Demorou cinco minutos para o tirar de mim, nisso eu só consegui Hagrid praguejando e Vlad rindo.

O cão não saiu de meus flancos a aula toda, nem quando o grifo rugiu para nós, ele apenas virou a enorme cabeça para mim, língua para fora, e olhos atentos, tão inteligente quanto um cão pode ser.

Eu dormi em Historia da Magia, nunca conheci um fantasma tão chato! Bi, sentada ao meu lado, parecia quase lá, mas era responsável demais para isso, mas como eu não estava presa à essa coisa estranha chamada consciência, eu simplesmente abaixei a cabeça no livro e tentei absorver tudo por osmose.

O almoço foi divertido, eu nem me lembrava do que tinha acontecido entre eu e Neville, mesmo que seus olhos não deixasse a mesa da Lufa-Lufa, onde dávamos atenção à Annaelly, Vlad ficava rosa toda vez que eu fazia alguma piada sobre aquele dia, Bi não soltou a mão de Fred nem por um segundo, e vez ou outra eu encontrava os olhos de Ted em mim.

As aulas de tarde passaram como um borrão DCAT foi em um raio, Duran estava muito serio para meu gosto, no fim da aula, me barrou para perguntar se estava tudo bem comigo, por causa ainda de Vick, que, eu soube, saiu do colégio.

Feitiços também foi como um fleche, Hermione estava se deleitando conosco.

Poções foi tão estressante para os outros como o normal, Sev estava até gente boa, tanto que, quando eu lhe dei bom dia, ele respondeu, quase sorrindo.

Quando deu quatro horas eu já tinha corrido para o lago, não me importava se encontrasse algum professor, se Longbottom quisesse me parar ele que tentasse, eu não pararia nem para o Voldemort. Mesmo muitos anos depois daquela tarte, nada, nunca, me parou quando eu corria para Ted.


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